Ninguém duvida de que algo precisava ser feito no Rio de Janeiro, sobretudo nas favelas dominadas por traficantes.
A tomada da Vila Cruzeiro e do complexo do Alemão foi um passo importante. O controle de vastos territórios por criminosos não pode ser tolerado pelo poder público.
Notícias ruins chegam, no entanto, das favelas ocupadas. Moradores reclamam que policiais invadem as suas casas e quebram objetos e eletrodomésticos.
Há também acusações mais graves. Alguns moradores dizem ter sido roubados por policiais. Outros reclamam de casos de tortura.
O governo do Estado promete apurar as denúncias e expulsar da corporação os maus policiais, caso os crimes sejam comprovados.
Não bastam promessas. Para que o tráfico não volte, e aquele território continue sob o domínio da lei e da ordem, a população precisa acreditar na polícia.
Isso não acontecerá se os maus integrantes das forças de segurança não forem punidos.
Outro problema grave é a corrupção. Muitos policiais aceitam dinheiro de bandidos e infratores, em troca de fazerem "vista grossa" para crimes.
Ao mesmo tempo, essa mesma polícia é violenta e desrespeitosa com as pessoas mais pobres.
Já passa da hora de mudar esse padrão. É tarefa do governo do Rio e das corregedorias locais tomar providências para que a corrupção e a violência policial não se alastrem nas favelas recém ocupadas.
Se isso acontecer, de nada vai ter adiantado ganhar a batalha da invasão do complexo do Alemão. Porque a guerra mais importante, a de garantir os direitos de seus moradores, estará perdida.
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