segunda-feira, 19 de setembro de 2011

VAI CORINTHIANS !!!!

Saudações Alvinegras!

Alguém já ouviu a expressão muito cacique pra pouco índio?

É o que acontece com o Timão desde os tempos de Mano Meneses.

Todos querem comandar e ser estrelas. No fim, cada um rema pra um lado e quem fica a ver navios é a FIEL.

Este jogo contra o Santos foi mais um sinal disto e a gota d’água para a fantástica Fiel Torcida.

O cenário que se repete desde 2009, cenário pavoroso, terrível, frustrante, volta a aparecer.

Tenho acompanhado P da vida as discussões de “porque o time está tão mal?”.

Evidentemente discussões mais do preocupadas, porque o Timão está jogando fora, pelo terceiro ano seguido, um campeonato quase ganho.

Em 2009, os jogadores resolveram que o 2º semestre era de folga, já que haviam conquistado a vaga para a Neurose Bolivariana, o afamado Torneio Hugo Chaves das Américas. Dois títulos no bolso, Fenômeno trazendo rodos de dinheiro para o time. Tudo bonito no Corinthians. Menos para uma parte da Fiel que não estava gostando nem um pouco daquilo tudo. Perderam três jogadores e escolheram de quem queriam ganhar e simplesmente jogar suas peladas. Resolver apostar pra ver quem seria o campeão. Deu no que deu. Ninguém jamais deve esquecer aquela vergonha contra o Flamengo.

Veio 2010 e uma participação apenas regular na Neurose. Perdemos, mais uma vez, para o time molambento do RJ, em um jogo onde parecíamos já ser treinados por este senhor que ora empunha o comando do Sagrado Manto. Senão, observem uma coisa, deste jogo: jogamos o primeiro tempo incrivelmente bem. Um rolo compressor esmagando os urubus. E o que aconteceu? Um time nervoso, covarde, retraído no 2º tempo.

Lembra o jogo de ontem? E o do domingo passado? E praticamente todos os jogos deste ano?

Tite não sabe mexer no time. Bem como Mano nunca soube. A bem da verdade, poucos treinadores sabem.

Porém, Tite não tem comando sobre o elenco. Tite tem a personalidade muito afável, muito tranquilo. Fala muito, fala muito, fala muito, parece um pregador querendo convencer das glórias de uma liderança artificial, baseada principalmente no mal desempenho dos adversários. Não bronqueia, não estoura, não pega jogador pelo pescoço. Isso nunca funcionou no futebol.

Falta comando no Coringão. Falta cobrança. O que vemos em campo são jogadores que mostram o que podem fazer e, em seguida, revelam a mais profunda falta de comprometimento.

O maior exemplo de como falta comando no Corinthians é o próprio desempenho dos jogadores.

Os medalhões estão mal. Péssimos, a bem da verdade. Alessandro comete erros infantis. Chicão tem um caminhão de gols e resultados perdidos construídos sobre seus erros individuais e bolas nas suas costas. Jorge Henrique não acerta um drible ou um passe desde 2009.

E se é um esporte coletivo, onde estas falhas são falhas não são apenas de um, mas da equipe inteira, porque tem jogador que pega na bola e chuta pro gol? Hein, Alex? Custa organizar uma jogada ao invés de querer resolver sozinho?

Emerson dribla o time adversário inteiro. Ao invés de servir o companheiro, melhor posicionado, na cara do gol, dá de bico na bola e isola na lua.

Por que o desempenho do William caiu tanto? Será porque não tem mais ninguém pra jogar?

É evidente que está cada um remando pra um lado. Alguns querendo premiação, outros querendo as glórias da Fiel só pra si, outros apenas observando as beldades do estádio pra ver o que farão depois do jogo.

O jogo contra as sardinhas foi exatamente como escrito.

Um bom primeiro tempo. Não deixamos aqueles moleques remelentos jogarem. Neymar afinou e se escondeu. Nada vez.

Com exceção das bolas cruzadas na área os Santos não chegou. As bolas cruzadas são o maior exemplo da falta de comando.

Cruzou bola é quase penalti. Dessa Vez, Julio Cesar pegou dois e impediu uma tragédia maior.

Segue o jogo com o Timão dominando. Emerson endiabrado, William com fome de jogo e Liedson aguardando a sua.

Alex sequer pegou na bola. Nada fez tanto no 1º quanto no 2º tempo. Então, Paulinho e Ralf aparecem à frente ajudando a criação.

E funcionou.

Bola de Paulinho pra Emerson que encontra Alessandro na ponta. Cruza mal pra diabos, a zaga não corta. Liedson domina de orelha e faz 1×0.

Parecia que vinha uma goleada e mais algum respiro pro time. Mas não foi bem isso.

Após o primeiro gol, o time exagerou no individualismo. Perdeu chances com Emerson e William e desperdiçou jogadas no preciocismo.

Bola cruzada na área e…. gol do satinhos.

Enfim, a partir daí foi a sucessão de erros, nervosismos e apatia que toma conta do Timão no segundo tempo desde que Adenor assumiu o comando.

Deu no que deu.

Segundo tempo de bagunça, desorganização, erros de passes e só uma chance clara de gol com Liedson.

Nisso, o time dos moleques tocou rápido a bola, aproveitando a desorganização tática e bagunça defensiva.

Num contra ataque espírita de Allan Kardec, Borges fez 2×1.

Enquanto isso tudo acontecia, tinha um sujeito de mais de 50 anos que mais parece dançar na linha lateral. Saltita, pula, grita, corre, abraça e fala muito, fala muito!! Oras, vá dançar sua polca no Rio Grande do Sul! Trocou um lateral por outro, tirou o consciente William para o apagado JH entrar e jogou Danilo numa fria, sacando o jogador mais importante do time.

Depois daí, mesmo com um a mais, o terceiro gol era questão de tempo. E foi.

Enquanto o Corinthians jogava bolas pra ninguém, num evidente sinal do mais profundo despreparo, falta de espirito de luta e nervosismo, o Santos segurava e controlava o jogo.

Acorda Andrés! Se você não vai mexer no comando técnico, o comando da nação é seu! Você deve ir pessoalmente cobrar cada um destes jogadores, que se portam com o mais profundo desrespeito à Fiel e à história e mística do manto sagrado.

É a hora da Fiel exercer seu papel histórico de torcida que tem um time. Cobrar esses caras, chacoalhar o Andrés e devolver o Corinthians para os trilhos.

À luta!


VAI CORINTHIANS !!!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O celular e a saidinha


A tal "saidinha de banco" é um crime perigoso. O cidadão vai à agência, saca uma boa quantia de dinheiro e acaba surpreendido por bandidos ao sair.

Se reagir, arrisca ser morto. Na menos ruim das hipóteses, sai ileso, mas perde um alto valor, reunido com grande esforço.

Quase sempre o bandido lá fora é alertado por algum comparsa dentro do banco. O sujeito vê o incauto sacar o dinheiro e passa a valiosa informação para o colega de crime do lado de fora.

Assim, faz sentido a lei aprovada pela Câmara Municipal de SP que proíbe o uso de celulares dentro das agências bancárias. O prefeito Gilberto Kassab (PSD) avalia agora se é o caso de sancioná-la. Se não ferir outra lei, deveria fazê-lo. A federação dos bancos apoia.

No começo, a medida deve causar controvérsia. Ficamos tão acostumados a falar no celular, o tempo todo, que alguns minutos sem o telefone já deixam a pessoa aflita, sentindo-se desconectada do mundo.

Mas, com um pouco de compreensão e bom-senso, não há razão para a nova lei não "pegar".

É mais lógico impedir que os criminosos passem informação lá de dentro do que colocar mais e mais policiais e seguranças dentro e fora dos bancos.

A medida deve ajudar a combater a "saidinha de banco", mas acabar com esse tipo de crime --aliás, com qualquer tipo de crime--, é quase impossível.

Por isso, é bom sempre ficar atento e evitar sacar grandes quantias em dinheiro. Muitas operações, hoje em dia, podem ser feitas pela internet.

Mesmo assim, a proibição do celular merece apoio. É melhor ficar sem telefone por alguns minutos do que perder muito dinheiro --ou até a vida-- em segundos.

A morte da São Silvestre



A São Silvestre morreu. A prova de rua mais tradicional das Américas perdeu o último charme que existia e que ajudou a fazer dela o maior fenômeno das corridas de rua das Américas antes mesmo de o esporte ser a potência que é hoje.

A decisão da Yescom, organizadora da prova, de tirar a chegada da corrida da Avenida Paulista foi o maior tiro no pé da competição desde que ela já havia deixado de ser disputada à noite. Na época, porém, a justificativa era aceitável. A corrida noturna comprometia a logística da festa de Reveillón em São Paulo e afastava atletas de ponta bem como a transmissão pela TV. Em troca desses benefícios, mudou-se a largada para o período da tarde, com uma multidão de pessoas e TV Globo ao vivo. Se não era mais tão charmosa, pelo menos a prova continuava a ser o “gran finale” de ano para muitos dos corredores.

Mas agora aquilo que sempre se ensaiava, mas nunca se fazia, aconteceu. No final do ano passado, conversando com Thadeus Kassabian, dono da Yescom, ele falou que estava cada vez mais convencido de que a solução seria tirar a chegada da Avenida Paulista. A mudança era o caminho encontrado por ele para adequar os mais de 20 mil corredores, que se aglomeravam pós-prova com o público que chegava para a festa noturna na Paulista.

Achei que, mais uma vez, aquele projeto sem o menor sentido não fosse vingar. Afinal, um dos grandes baratos (se não o maior) da prova era terminar a subida da Brigadeiro e apontar na avenida Paulista para cruzar a linha de chegada em frente ao prédio da Gazeta, criadora da prova, lá nos anos 30. Sempre foi assim, não tinha sentido deixar de ser.

A maior preocupação da Yescom era com o conforto do seu corredor, cansou de argumentar Thadeus durante o almoço em que foi bombardeado pela imprensa por outra medida que havia sido adotada na edição de 2010.

A Yescom criou a absurda premiação pré-prova. O corredor já ganhava a medalha de participação ao retirar o kit para a corrida de 2010!!!! O motivo?

“Segurança e conforto do corredor”, nas palavras de Thadeus.

A decisão já mostrava uma tacanha visão de gerenciamento de eventos do organizador. Em vez de criar o conceito de que a prova dele é o que há de mais legal no esporte (e, com isso, o corredor não se preocupe em pagar mais pelo produto), a organização tenta ganhar na margem de inscritos, e não na qualidade da prova. Confunde-se o grande volume de participantes com sinônimo sucesso de evento. A tal da “segurança” vira a desculpa para não dizer o básico. “Não quero diminuir a minha margem de lucro ao reduzir o número de participantes e dar a eles o melhor tratamento para uma corrida”.

No acordo em que faz com a Globo para a realização da São Silvestre, a Yescom fica com a receita das inscrições de atletas e com a venda de cotas menores de patrocínio. Em busca do aumento da receita, a empresa tenta colocar o maior número possível de participantes. Há, claro, um limite nas inscrições. Atualmente são 21 mil inscritos para a corrida. A ideia original era tentar mover o palco do Reveillón na Paulista e ampliar a São Silvestre para 30 mil inscritos, mantendo-se o percurso original.

Com a falta de sucesso da empreitada de mudança do Reveillón, a decisão foi adotar o caminho mais simples: deixar a tradicional linha de chegada de lado e partir para um novo trajeto. Isso significa, na visão da Yescom, mais gente na prova e mais dinheiro no bolso. É a aplicação de um conceito absolutamente torto do que representa a satisfação do cliente e, mais do que isso, da valorização do evento.

E olha que não é falta de conhecimento do que é organizar evento de corrida de rua. A Yescom organiza algumas das principais provas da modalidade no país. Volta da Pampulha, Meia Maratona do Rio de Janeiro, Maratona de São Paulo…

O que parece, porém, é que a empresa preocupa-se muito mais com o resultado financeiro da prova em detrimento do grau de satisfação do corredor. Tanto que, em todas essas outras provas, ela criou uma “Inscrição VIP”. O atleta amador que pagar um valor quase cinco vezes maior do que a inscrição normal pode largar sem ser com o “povão”, partindo junto com os principais atletas e tendo o benefício de não ter de dividir a pista com muita gente, o que atrapalha a velocidade da prova. É como se fosse criada uma rua pedagiada e com menos trânsito para quem, desde que tenha dinheiro, não deseje sofrer com o excesso de carros.

A satisfação do cliente só serve para o caso de ele ter dinheiro…

Era muito simples resolver o problema da São Silvestre. Aumentava-se o valor da inscrição, diminuia-se o número de inscritos e criava-se toda uma expectativa nas pessoas de garantir o tão desejado lugar na prova de rua mais tradicional da América do Sul. Com isso, tem menos gente e um melhor serviço para o corredor que conseguir mais rapidamente adquirir a sua vaga na prova.

Isso não significa tornar a corrida elitista, mas simplesmente aplicar o conceito de oferta e procura que rege o mercado capitalista. Para conseguir a vaga, tem de chegar antes.

É assim que fazem as grandes maratonas do mundo, como Boston e Nova York, mais antigas e tradicionais e que resistiram ao crescimento do mercado de corridas fazendo de suas provas as mais cobiçadas do mundo. Há fila de espera de gente interessada em pegar um lugar para correr em Nova York. Em Boston, é preciso índice técnico para competir.

A São Silvestre conseguia reunir excelentes qualidades daquilo que há de mais difícil para um evento esportivo. Tradição, data fixa de realização (o que permite a organizadores e atletas fazer todo um planejamento), cobertura de mídia e ser um objeto de desejo do consumidor.

Prova de rua existe mais de uma a cada final de semana ou feriado na cidade de São Paulo. Mas nenhuma é A São Silvestre. Aquela que fecha o ano, que encerra um ciclo, que representa uma conquista pessoal para o corredor.

Por tudo isso, é fácil você organizar a prova com 15 mil pessoas pagando o dobro do que é pago hoje pela inscrição. Haverá fila de espera, vai ter gente desesperada para comprar o direito de participar dessa prova, o organizador conseguirá entregar um produto melhor, assim como a televisão, e o corredor sem dúvida se sentirá mais privilegiado em participar de um evento que começa a ser “restrito”.

Um dos maiores segredos do negócio no esporte é saber preservar a tradição dos tempos em que o dinheiro não importava tanto para o evento acontecer. Isso faz com que a competição seja ainda mais desejada e, consequentemente, ainda mais cobiçada por público, mídia e patrocinadores.

Mas a São Silvestre morreu. A tradição que fazia dela um dos maiores objetos de desejo do corredor foi sepultada. Resta saber se a organização vai perceber que, às vezes, ter menos é conseguir mais.