domingo, 17 de julho de 2011

Copa em São Paulo

Parece que a lógica venceu, e São Paulo vai mesmo sediar o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014.

O principal aeroporto internacional fica aqui, na maior metrópole do país. São Paulo tem também a melhor estrutura para receber visitantes, com muitos hotéis e restaurantes.

Não fazia sentido São Paulo ficar fora da Copa, ainda mais que o Rio de Janeiro, bonito por natureza, vai ter a partida final.

A dúvida agora vai ser o preço a pagar por isso. O Morumbi, um estádio já pronto, mas que precisava de uma boa reforma, foi descartado de cara pela Fifa e pela CBF.

Ficou decidido então que o futuro estádio do Corinthians, a ser erguido em Itaquera, será usado para a Copa. Acontece que, como quase tudo no Brasil, vai entrar dinheiro público para garantir o sucesso privado.

O BNDES, um banco estatal, vai dar empréstimo de R$ 400 milhões, com juros baixos. A Prefeitura de São Paulo vai dar incentivos fiscais --ou seja, deixar de cobrar impostos-- sobre outros R$ 420 milhões que serão usados na obra.

Pode até ser, como diz o prefeito Gilberto Kassab, que os benefícios com a construção do estádio, como geração de empregos e compras feitas por turistas e torcedores, sejam compensadores. Por enquanto, não passa de palpite.

O preço da obra, a cargo da construtora Odebrecht, já variou bastante. Chegou a mais de R$ 1 bilhão. Agora, a empreiteira afirma que sai por pouco mais de R$ 800 milhões.

São Paulo merece ser a cidade de abertura da Copa. Mas é preciso ficar de olho bem aberto para que, na tentativa de marcar esse golaço, os paulistas não tomem um drible no campo da honestidade e deixem a defesa aberta diante do ataque da corrupção.

A balada dos bandidos

Ninguém pode acusar os ladrões que fizeram mais um arrastão em restaurante de São Paulo de falta de educação. Só faltaram ao respeito com a lei. "Boa noite, muito obrigado e bom apetite", despediu-se o bando, após depenar cerca de 30 vítimas que jantavam no Alto de Pinheiros, zona oeste de SP.

Também não podem ser acusados de falta de humor ou de bom gosto. Após pegar um vinho, um dos criminosos disse aos funcionários: "Se for ruim, volto aqui e te roubo de novo".

Não fossem as armas de fogo que apontaram para clientes, poderiam ser confundidos com cavalheiros.

Até uma massa que um cliente havia pedido, com shitake (um tipo de cogumelo), os bandidos acabaram levando. Mas existem, sim, algumas acusações que precisam ser feitas.

A primeira diz respeito à polícia de São Paulo, que tem sido incapaz até agora de conter esses facínoras e a onda de arrastões que detonaram. Faz meses que sair para jantar ou tomar uma cerveja com os amigos virou roleta russa. Toda semana um novo lugar é assaltado. Alguns, mais de uma vez.

Antes o medo era no carro, no caminho de ida ou volta. Agora, nem mais sentada à mesa do restaurante a pessoa se sente segura.

A segunda irritação é com os bandidos. Para além de suas gracinhas fora de hora, conseguem acabar com um dos poucos momentos de diversão e lazer.

Daqui a pouco vai ficar ainda mais caro comer fora, porque os restaurantes vão ter de aumentar os preços para contratar seguranças.

A polícia já prometeu reforçar rondas nos lugares que têm sido alvo de arrastões, mas está claro que não funcionou. Chegou a hora de testar novas receitas, para acabar com essa indigesta onda de assaltos na noite paulistana.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Paulo Borges, que ajudou Corinthians a bater Santos de Pelé no jejum, morre





Morreu nesta sexta-feira o ex-jogador Paulo Borges, que ajudou o Corinthians a acabar com a fila de 11 anos sem ganhar do Santos de Pelé em 1968. Ele tinha 66 anos de idade. A causa da morte não foi divulgada pelo site oficial corintiano.



É com pesar que o Sport Club Corinthians Paulista comunica o falecimento do ex-jogador Paulo Borges, aos 66 anos de idade, nesta sexta-feira, 15 de julho. O corpo está sendo velado no cemitério da Saudade, localizado na rua São Mateus, 280, em Americana, interior de São Paulo. O enterro será neste sábado (16), às 8h30, no mesmo local do velório.

Nascido em 24 de dezembro de 1944, o ponta direita do Corinthians deu fim ao jejum de 11 anos e 22 partidas do time sem vencer o Santos no Campeonato Paulista, em um dos jogos mais emocionantes da história alvinegra, realizado em 6 de março de 1968. Nesse dia, os reis do clássico foram os jogadores Paulo Borges e Flávio Minuano que marcaram 2 a 0 para o Corinthians.

O Pacaembu estava lotado e teve invasão de campo. Torcedores corinthianos carregavam os jogadores no colo e cantavam: "Com Pelé, com Edu, nós quebramos o tabu". No dia 12 de março de 2010, o departamento Cultural do clube, prestou uma homenagem ao ex-jogador eternizando seus pés na Calçada da Fama do Memorial do Corinthians.

O presidente Andrés Sanchez e o Corinthians manifestam sua solidariedade à família do ex-jogador Paulo Borges pela perda.

quinta-feira, 7 de julho de 2011


Corinthians e Fla, invictos: quem tem mais “Pinta” de Campeão?

Sei que ainda é muito cedo, que o Campeonato Brasileiro é longo e traiçoeiro, coisa e tal. Muita gente se lembra daquele Grêmio que era líder disparado do Campeonato, 11 pontos à frente do São Paulo e acabou vendo o campeão tricolor, em 2008. Ou ainda que o Palmeiras de Muricy Ramalho, no ano seguinte, já começava a comemorar o título- especialmente depois da chegada de Vagner Love- e acabou sequer classificado para a Libertadores.

Claro que ainda tudo pode acontecer. Só que, no momento, pela campanha que ambos fazem, ainda invictos, e pelo potencial para o futuro da competição, o Corinthians (que ainda tem um jogo a menos), que já alcançou 19 pontos, e o Flamengo, 17 pontos, e desejando reforçar ainda mais o time, ah, esses dois estão com jeito de favoritos. Em seguida, em minha opinião, surge o Inter de Porto Alegre, dono de belo time e de grande elenco, que venceu só por 1 a 0 o Atlético Paranaense (gol de Osvar) , mas que impressionou ainda outro dia, ao massacrar o Atlético Mineiro, em Sete Lagoas, por 4 a 0.

Há outros clubes, é claro. O Cruzeiro parece ter renascido sob o comando de Joel Santana e tem boa equipe também. O Palmeiras será vice- líder se vencer o América Mineiro, fora de casa, mas é constantemente incomodado por divergências políticas incessantes, chegando ao ponto de a atual situação no pode , apenas alguns meses depois de ser eleita, já estar rachada- ou quase-

E o São Paulo e o Santos foram prejudicados por excesso de jogadores convocados pelas seleções brasileiras, a principal e a sub-20.



CORINHIANS E FLAMENGO, ALÉM DAS VITÓRIAS.

Nem tanto pelas vitórias desta quarta-feira, já espertadas; o Corinthians bateu o Vasco, de virada, 2 a 1, mostrando personalidade e autoconfiança ao reverter o placar inaugurado pelo adversário, naquele gol de Juninho Pernambucano, cobrando falta a 35 metros de distância. Houve falha, creio, do goleiro Júlio César.

Mas aí é que se reconhece quem está forte. Ainda no primeiro tempo, com gols de seus volantes, um de Ralf e outro de Paulinho, o Corinthians fez tremer o Pacaembu com sua apaixonada torcida pressentindo nova vitória. Aliás justa vitória. Mas disse que o Corithians é o favorito principal além do triunfo. É também por seu elenco, repleto, agora, principalmente do meio-campo para a frente: Ralf, Paulinho, Danilo, Alex, Willian, Liedson, Jorge Henrique, entre outros, além de ter uma carta na maga para os meses finais do Campeonato: Adriano.

E na defesa, para cada titular, um bom reserva. Para o gol, Renan, indo adiante com Weldinho para a vaga de Alessandro, Wallace e Paulo André, quando Chicão e Leandro Castán não puderem jogar, tendo agora Ramón (quando o vi jogar, gostei) a disputar posição com Fábio Santos.

Trata-se de elenco para suportar a maratona do Brasileirão. E ainda sem brigas politicas.

O Flamengo, invicto como o Corinthians foi melhor do que o desfalcado São Paulo, no Engenhão, e mereceu a vitória de 1 a 0, num belíssimo gol: Negueba fez grande jogada pela direita, Thiago Neves, fez o chamado corta-luz, tirando o corpo da bola, e o argentino Botinneli não perdoou.

E como Corinthians tem uma boa equipe, que ficará bem melhor se os sonhos flamenguistas se concretizarem: Alex Silva, o Pirulito, está sendo comentado como reforço para a zaga (embora o Grêmio também tenha interesse), Airton já melhorou o meio do campo e ainda pode acontecer de Kleber (embora a multa seja alta para sair do Palmeiras, o caso ainda está indefinido) para compor um trio de muito respeito com Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves.

Essas são as minhas razões para – precoces, admito- favoritismo de Corinthians e Fla.

domingo, 3 de julho de 2011

Paixão nacional

O debate sobre a construção do novo estádio do Corinthians em Itaquera, na zona leste, une duas paixões nacionais. Uma é o futebol. A outra é o uso de dinheiro público para beneficiar interesses privados.

Está quase tudo acertado para que o Itaquerão, futuro estádio da maior torcida de São Paulo, tenha a liberação de R$ 420 milhões em incentivos fiscais.

Incentivos fiscais são, na prática, uma doação de dinheiro. O governo deixa de cobrar os impostos _no caso, do Corinthians e da Odebrecht, uma das maiores construtoras do país.

Do jeito que está a cidade de São Paulo, é difícil argumentar que R$ 420 milhões nos cofres da prefeitura não vão fazer falta. É bem complicado dar todo esse dinheiro para uma construtora e para um clube, por mais querido que ele seja.

Melhor seria investir para tentar acabar com a falta de mais de 100 mil vagas em creches, acelerar a construção de hospitais, melhorar o transporte público. São só alguns dos problemas.

Um dos argumentos a favor dos incentivos para o Itaquerão é a Copa de 2014. Depois de uma série de idas e vindas, o estádio acabou como a única opção para São Paulo sediar o jogo de abertura da Copa.

Se o futuro estádio não sair do papel, a cidade corre o risco de ver a maior competição de futebol do planeta, aqui no Brasil, pela TV.

A Copa do Mundo não pode servir de pretexto para negócios que vão contra o interesse da maioria da população. Se o clube, a construtora e a prefeitura não conseguirem viabilizar a construção sem depender de incentivos, melhor abandonar o projeto.

Futebol é mágico. Mas basta de truques para erguer o Itaquerão.
O debate sobre a construção do novo estádio do Corinthians em Itaquera, na zona leste, une duas paixões nacionais. Uma é o futebol. A outra é o uso de dinheiro público para beneficiar interesses privados.

Está quase tudo acertado para que o Itaquerão, futuro estádio da maior torcida de São Paulo, tenha a liberação de R$ 420 milhões em incentivos fiscais.

Incentivos fiscais são, na prática, uma doação de dinheiro. O governo deixa de cobrar os impostos _no caso, do Corinthians e da Odebrecht, uma das maiores construtoras do país.

Do jeito que está a cidade de São Paulo, é difícil argumentar que R$ 420 milhões nos cofres da prefeitura não vão fazer falta. É bem complicado dar todo esse dinheiro para uma construtora e para um clube, por mais querido que ele seja.

Melhor seria investir para tentar acabar com a falta de mais de 100 mil vagas em creches, acelerar a construção de hospitais, melhorar o transporte público. São só alguns dos problemas.

Um dos argumentos a favor dos incentivos para o Itaquerão é a Copa de 2014. Depois de uma série de idas e vindas, o estádio acabou como a única opção para São Paulo sediar o jogo de abertura da Copa.

Se o futuro estádio não sair do papel, a cidade corre o risco de ver a maior competição de futebol do planeta, aqui no Brasil, pela TV.

A Copa do Mundo não pode servir de pretexto para negócios que vão contra o interesse da maioria da população. Se o clube, a construtora e a prefeitura não conseguirem viabilizar a construção sem depender de incentivos, melhor abandonar o projeto.

Futebol é mágico. Mas basta de truques para erguer o Itaquerão.O debate sobre a construção do novo estádio do Corinthians em Itaquera, na zona leste, une duas paixões nacionais. Uma é o futebol. A outra é o uso de dinheiro público para beneficiar interesses privados.

Está quase tudo acertado para que o Itaquerão, futuro estádio da maior torcida de São Paulo, tenha a liberação de R$ 420 milhões em incentivos fiscais.

Incentivos fiscais são, na prática, uma doação de dinheiro. O governo deixa de cobrar os impostos _no caso, do Corinthians e da Odebrecht, uma das maiores construtoras do país.

Do jeito que está a cidade de São Paulo, é difícil argumentar que R$ 420 milhões nos cofres da prefeitura não vão fazer falta. É bem complicado dar todo esse dinheiro para uma construtora e para um clube, por mais querido que ele seja.

Melhor seria investir para tentar acabar com a falta de mais de 100 mil vagas em creches, acelerar a construção de hospitais, melhorar o transporte público. São só alguns dos problemas.

Um dos argumentos a favor dos incentivos para o Itaquerão é a Copa de 2014. Depois de uma série de idas e vindas, o estádio acabou como a única opção para São Paulo sediar o jogo de abertura da Copa.

Se o futuro estádio não sair do papel, a cidade corre o risco de ver a maior competição de futebol do planeta, aqui no Brasil, pela TV.

A Copa do Mundo não pode servir de pretexto para negócios que vão contra o interesse da maioria da população. Se o clube, a construtora e a prefeitura não conseguirem viabilizar a construção sem depender de incentivos, melhor abandonar o projeto.

Futebol é mágico. Mas basta de truques para erguer o Itaquerão.