DO ALÉM
Um casal decide passar as férias no Caribe.
Por problemas de trabalho, a mulher não pode viajar com seu marido, deixando para ir uns dias depois.
Quando o homem chega envia um e-mail para mulher.
Por erro de digitação, manda para outro endereço.
O e-mail é recebido por uma viúva que acabou de chegar do enterro do seu marido.
O filho, ao entrar na casa, encontra sua mãe desmaiada, perto do computador, onde na tela aparecia:
- Querida: cheguei bem.
Provavelmente se surpreenda em receber notícias minhas por e-mail, mas agora tem computador aqui e podemos enviar mensagens às pessoas queridas.
Já me certifiquei de que está tudo preparado para você chegar na sexta que vem.
Espero que sua viagem seja tão tranquila como a minha.
OBS.: Não traga muita roupa, porque aqui faz um calor infernal!
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FÁCIL FALAR
Um homem chega ao restaurante e chama o garçom:
- Faz favor, firmeza fazer frango frito, farofa, feijão e fritas.
O garçom serve o cliente.
Inconformado com o fato de ele falar tudo com F, volta depois que o sujeito termina a refeição.
- O senhor deseja um café?
- Forte e fervido.
O garçom perde a calma e diz:
- Qual é sua graça?
- Fernando Fagundes Faria Filho.
- Escute aqui, se você falar mais dez palavras com a letra F, pode se levantar e ir embora sem pagar a conta.
- Foi formidável, figura, fazendo fiado, fácil, fácil fico freguês fiel!!!!
terça-feira, 22 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
Quanto custa um vereador
Os gastos dos vereadores paulistanos já são bastante altos. Tiveram um aumento de 62%, que levou seus salários para R$ 15 mil por mês. Além disso, eles têm uma verba mensal de R$ 84,4 mil para contratar até 18 assessores e mais R$ 15,3 mil para despesas como gráfica, correio, telefone e gasolina.
O custo mensal chega a R$ 114,8 mil, mais até do que um deputado federal em Brasília, que consome R$ 114,4 mil ao mês.
A notícia de que o vereador Netinho de Paula (PCdoB) é investigado pelo suposto uso de notas fiscais frias é mais um motivo para aumentar o descontentamento do cidadão. É um caso de suspeita de que o dinheiro público esteja sendo desviado.
Em um dos endereços citados na prestação de contas de Netinho funciona uma creche. Ao todo, cinco empresas contratadas não existem nos endereços declarados. O vereador não explicou os gastos, mas disse que apoia as investigações do Ministério Público.
Esse é apenas o exemplo de um dos 55 vereadores paulistanos. Tudo indica que existam muitos outros gastos suspeitos, até porque a fiscalização é frouxa.
A Câmara Municipal é importante para a cidade. Seu papel é aprovar leis --como a Lei Cidade Limpa_ e fiscalizar a prefeitura. Mas, para fazer isso, os vereadores têm de trabalhar de fato para São Paulo, não em benefício próprio.
O vereador Netinho precisa explicar melhor essa história. E a Câmara Municipal tem de fazer um controle mais rígido das despesas dos vereadores, que já são muito altas. Eles poderiam fazer muito mais pela cidade, gastando menos.
------------------------------------
Escuridão prolongada
Além dos alagamentos e dos congestionamentos diários, o paulistano vê-se cada vez mais obrigado a conviver com apagões.
Depois das chuvas, alguns bairros da capital chegam a ficar quase 30 horas sem luz, como aconteceu nos últimos dias.
Quando o temporal é mais forte, o problema piora. Com muito vento, as tempestades derrubam árvores sobre a fiação, o que acaba interrompendo o fornecimento de energia para milhares de pessoas.
Os sinais de trânsito também logo saem do ar. Alguns, depois da chuvarada, ficam dias apagados. Como disse um humorista, a única coisa que continua a funcionar são os radares de multa.
É claro que tempestades causam estragos em qualquer lugar e nenhum sistema é 100% seguro. Ainda mais numa cidade do tamanho de São Paulo, com seus mais de 10 milhões de habitantes.
Mas 30 horas --mais de um dia inteiro-- é tempo demais para fazer a luz voltar.
Quem mora em andares altos, como um aposentado de 62 anos fica preso dentro de casa, na prática. Gente que trabalha onde mora também sai muito prejudicada.
A luz pode demorar a voltar, mas a conta chega pontualmente todo mês. E é bem alta, ainda mais para o serviço oferecido.
É claro que as empresas de energia têm de dar prioridade a lugares onde a falta de luz causa problemas graves, como os hospitais.
Mas o atendimento precisa ser melhor e mais ágil. É lamentável que, na maior e mais rica cidade do país, as pessoas tenham de passar horas e horas sem luz, como se vivessem na roça.
Os gastos dos vereadores paulistanos já são bastante altos. Tiveram um aumento de 62%, que levou seus salários para R$ 15 mil por mês. Além disso, eles têm uma verba mensal de R$ 84,4 mil para contratar até 18 assessores e mais R$ 15,3 mil para despesas como gráfica, correio, telefone e gasolina.
O custo mensal chega a R$ 114,8 mil, mais até do que um deputado federal em Brasília, que consome R$ 114,4 mil ao mês.
A notícia de que o vereador Netinho de Paula (PCdoB) é investigado pelo suposto uso de notas fiscais frias é mais um motivo para aumentar o descontentamento do cidadão. É um caso de suspeita de que o dinheiro público esteja sendo desviado.
Em um dos endereços citados na prestação de contas de Netinho funciona uma creche. Ao todo, cinco empresas contratadas não existem nos endereços declarados. O vereador não explicou os gastos, mas disse que apoia as investigações do Ministério Público.
Esse é apenas o exemplo de um dos 55 vereadores paulistanos. Tudo indica que existam muitos outros gastos suspeitos, até porque a fiscalização é frouxa.
A Câmara Municipal é importante para a cidade. Seu papel é aprovar leis --como a Lei Cidade Limpa_ e fiscalizar a prefeitura. Mas, para fazer isso, os vereadores têm de trabalhar de fato para São Paulo, não em benefício próprio.
O vereador Netinho precisa explicar melhor essa história. E a Câmara Municipal tem de fazer um controle mais rígido das despesas dos vereadores, que já são muito altas. Eles poderiam fazer muito mais pela cidade, gastando menos.
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Escuridão prolongada
Além dos alagamentos e dos congestionamentos diários, o paulistano vê-se cada vez mais obrigado a conviver com apagões.
Depois das chuvas, alguns bairros da capital chegam a ficar quase 30 horas sem luz, como aconteceu nos últimos dias.
Quando o temporal é mais forte, o problema piora. Com muito vento, as tempestades derrubam árvores sobre a fiação, o que acaba interrompendo o fornecimento de energia para milhares de pessoas.
Os sinais de trânsito também logo saem do ar. Alguns, depois da chuvarada, ficam dias apagados. Como disse um humorista, a única coisa que continua a funcionar são os radares de multa.
É claro que tempestades causam estragos em qualquer lugar e nenhum sistema é 100% seguro. Ainda mais numa cidade do tamanho de São Paulo, com seus mais de 10 milhões de habitantes.
Mas 30 horas --mais de um dia inteiro-- é tempo demais para fazer a luz voltar.
Quem mora em andares altos, como um aposentado de 62 anos fica preso dentro de casa, na prática. Gente que trabalha onde mora também sai muito prejudicada.
A luz pode demorar a voltar, mas a conta chega pontualmente todo mês. E é bem alta, ainda mais para o serviço oferecido.
É claro que as empresas de energia têm de dar prioridade a lugares onde a falta de luz causa problemas graves, como os hospitais.
Mas o atendimento precisa ser melhor e mais ágil. É lamentável que, na maior e mais rica cidade do país, as pessoas tenham de passar horas e horas sem luz, como se vivessem na roça.
Dia apos dias ....
Segurança nos bancos
A Assembleia Legislativa do Estado acaba de aprovar uma lei que obriga os bancos a instalar divisórias entre os caixas dos bancos. A norma vale também para os caixas eletrônicos.
O objetivo é evitar a ação dos chamados "olheiros" --gente que tenta ver as senhas e a movimentação dos clientes com o objetivo de roubá-los.
As divisórias terão de ter 1,80 m de altura. Para o autor da proposta, esses biombos teriam a vantagem de garantir mais privacidade às pessoas atendidas. Se for sancionada pelo governador, a medida entrará em vigor em 90 dias.
Com objetivos semelhantes, tramita na Assembleia um projeto que proíbe pessoas de portar uma série de itens, como celulares, em bancos e nas proximidades de caixas eletrônicos.
O propósito dos legisladores é elogiável. Trata-se de aumentar a segurança, dificultando a vida de espertalhões e bandidos.
Mas é preciso pensar bem antes de criar restrições que podem tolher a liberdade dos cidadãos e aumentar os custos das empresas --que acabam por ser repassados ao consumidor.
O ideal, obviamente, é o poder público atuar de modo a reduzir a ação da bandidagem.
É difícil? É, mas não há outro caminho a ser trilhado. Se houve progressos importantes na redução dos homicídios, o mesmo pode acontecer em relação a roubos e assaltos.
Para isso, não basta que a polícia amplie e melhore sua atuação. É preciso que a Justiça seja mais eficiente.
A grande inimiga da segurança pública é a impunidade. Se o sistema é eficiente na investigação e na punição, o crime recua.
--------------------
Motos e mortes
Atualmente, é mais provável alguém morrer atropelado por uma moto em São Paulo do que por um ônibus. Dada a diferença de tamanho entre os dois tipos de veículo, é um dado que chama a atenção.
Em 2009, 123 pessoas morreram atingidas por motociclistas. Só 117 pedestres foram vítimas de ônibus. Apenas os carros mataram mais --foram 258 atropelamentos fatais.
Quem anda pela cidade consegue imaginar bem o motivo de tantas mortes. Mesmo com o trânsito completamente parado, motoqueiros disparam entre os carros, muitas vezes costurando. O pedestre desavisado é atingido em cheio.
As principais vítimas dessa conduta irresponsável ainda são os próprios motociclistas. São Paulo tem uma frota estimada em pelo menos 100 mil motos, e mais de 400 motoqueiros morrem em acidentes todos os anos.
A maioria não corre que nem louco porque quer. Existe uma enorme pressão para fazer o maior número de entregas por dia. Todo mundo quer que a encomenda ou envelope chegue o mais rápido possível, mas quase ninguém pensa nisso quando aquele motoqueiro passa raspando e quase leva o espelhinho do carro.
As empresas de entrega têm de colocar tarefas e prazos razoáveis para seus profissionais. Os motoqueiros precisam se lembrar de que as regras do trânsito também valem para eles.
Entra prefeito, sai prefeito, e o governo da cidade não consegue acabar com esse desperdício de vidas. Prefeitura e autoridades de trânsito precisam ser mais duros com as empresas e os infratores.
A Assembleia Legislativa do Estado acaba de aprovar uma lei que obriga os bancos a instalar divisórias entre os caixas dos bancos. A norma vale também para os caixas eletrônicos.
O objetivo é evitar a ação dos chamados "olheiros" --gente que tenta ver as senhas e a movimentação dos clientes com o objetivo de roubá-los.
As divisórias terão de ter 1,80 m de altura. Para o autor da proposta, esses biombos teriam a vantagem de garantir mais privacidade às pessoas atendidas. Se for sancionada pelo governador, a medida entrará em vigor em 90 dias.
Com objetivos semelhantes, tramita na Assembleia um projeto que proíbe pessoas de portar uma série de itens, como celulares, em bancos e nas proximidades de caixas eletrônicos.
O propósito dos legisladores é elogiável. Trata-se de aumentar a segurança, dificultando a vida de espertalhões e bandidos.
Mas é preciso pensar bem antes de criar restrições que podem tolher a liberdade dos cidadãos e aumentar os custos das empresas --que acabam por ser repassados ao consumidor.
O ideal, obviamente, é o poder público atuar de modo a reduzir a ação da bandidagem.
É difícil? É, mas não há outro caminho a ser trilhado. Se houve progressos importantes na redução dos homicídios, o mesmo pode acontecer em relação a roubos e assaltos.
Para isso, não basta que a polícia amplie e melhore sua atuação. É preciso que a Justiça seja mais eficiente.
A grande inimiga da segurança pública é a impunidade. Se o sistema é eficiente na investigação e na punição, o crime recua.
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Motos e mortes
Atualmente, é mais provável alguém morrer atropelado por uma moto em São Paulo do que por um ônibus. Dada a diferença de tamanho entre os dois tipos de veículo, é um dado que chama a atenção.
Em 2009, 123 pessoas morreram atingidas por motociclistas. Só 117 pedestres foram vítimas de ônibus. Apenas os carros mataram mais --foram 258 atropelamentos fatais.
Quem anda pela cidade consegue imaginar bem o motivo de tantas mortes. Mesmo com o trânsito completamente parado, motoqueiros disparam entre os carros, muitas vezes costurando. O pedestre desavisado é atingido em cheio.
As principais vítimas dessa conduta irresponsável ainda são os próprios motociclistas. São Paulo tem uma frota estimada em pelo menos 100 mil motos, e mais de 400 motoqueiros morrem em acidentes todos os anos.
A maioria não corre que nem louco porque quer. Existe uma enorme pressão para fazer o maior número de entregas por dia. Todo mundo quer que a encomenda ou envelope chegue o mais rápido possível, mas quase ninguém pensa nisso quando aquele motoqueiro passa raspando e quase leva o espelhinho do carro.
As empresas de entrega têm de colocar tarefas e prazos razoáveis para seus profissionais. Os motoqueiros precisam se lembrar de que as regras do trânsito também valem para eles.
Entra prefeito, sai prefeito, e o governo da cidade não consegue acabar com esse desperdício de vidas. Prefeitura e autoridades de trânsito precisam ser mais duros com as empresas e os infratores.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Mário Gobbi sucederá Andrés Sanches
Logo depois do Carnaval o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, anunciará que apoiará seu ex-vice-presidente de Futebol, Mário Gobbi, que é delegado de Polícia, na próxima eleição no clube, em dezembro.
O vice-presidente da chapa de situação será o atual vice-presidente de Marketing, Luís Paulo Rosenberg que, por sinal, era o nome preferido de Gobbi para a presidência, incumbência que não aceitou.
Gobbi promete passar o primeiro ano de sua gestão, caso venha a ser eleito, dedicado inteiramente ao Corinthians, porque gozará das licenças-prêmio a que tem direito como funcionário público.
Seu nome, no entanto, desapontará e contrariará a chamada “turma do apelido”, os André Negão e Mané da Carne da vida alvinegra.
VAI CORINTHIANS, todos passam todos passaram porque o SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA é muito grande para gente pequena.
TÁ LIGADO
O vice-presidente da chapa de situação será o atual vice-presidente de Marketing, Luís Paulo Rosenberg que, por sinal, era o nome preferido de Gobbi para a presidência, incumbência que não aceitou.
Gobbi promete passar o primeiro ano de sua gestão, caso venha a ser eleito, dedicado inteiramente ao Corinthians, porque gozará das licenças-prêmio a que tem direito como funcionário público.
Seu nome, no entanto, desapontará e contrariará a chamada “turma do apelido”, os André Negão e Mané da Carne da vida alvinegra.
VAI CORINTHIANS, todos passam todos passaram porque o SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA é muito grande para gente pequena.
TÁ LIGADO
O inicio do fim do clube dos 13
Conto aqui o que vi, e poucas coisas vi tão por dentro em minha vida de jornalista como o nascimento do Clube dos 13 e da Copa União.
Como vi o começo lento e gradual de sua decadência.
Curiosa e dramaticamente, sua implosão se dá quando parecia ressurgir, embora, agora, pareça mais que tenha sido aquela famosa melhora do doente antes de morrer.
Eu era diretor da “Placar” à época em que tudo começou, e o apoio da revista foi tão vigoroso que a taça da Copa União foi encomendada e paga por esta ao artista plástico Carlos Fajardo.
E entregue primeiramente ao Flamengo -e depois a Zico, quando ele se despediu do futebol, porque a Copa não resistiu aos conchavos da cartolagem.
A resposta dos 13 maiores clubes do país à falência da CBF, que abdicara de organizar o Campeonato Brasileiro de 1987 por falta de recursos, foi pronta e eficaz: partiu para fazer seu próprio torneio e obteve o apoio da Globo, da Coca-Cola e da Varig.
Registre-se desde logo que o Brasileirão de 1987 não teria o Sport, que não ficara entre os 24 primeiros em 1986, mas em 27º lugar.
Era para ser o embrião da Liga Brasileira de Futebol Profissional. Nasceria cinco anos antes da Liga Inglesa, a famosa Premier League.
Como em toda revolução, houve injustiças e excessos.
As injustiças contra o Guarani e o América, segundo e quarto colocados em 1986.
Verdade que o time campineiro e o carioca não estavam entre os 16 primeiros do ranking nacional, ao contrário dos 13 fundadores do Clube.
Os excessos ficaram por conta de tentar, sem conseguir, porque proibido pela Fifa, pintar marcas de patrocinadores no gramado.
Já o sucesso foi tamanho que a média de público passou de 20.800 torcedores, a segunda maior de todos os tempos, superada apenas pela de 1983, com quase 23 mil pagantes por jogo. Se forem somadas as quantias provenientes dos patrocínios da Copa União, a média praticamente dobra e atinge padrão europeu dos bons tempos.
A conquista do Flamengo foi algo tão indiscutível que o Conselho Nacional dos Desportos, o velho CND, a reconheceu incontinenti, diferentemente do que veio a acontecer mais tarde pelo Tribunal de Justiça Federal em Pernambuco.
Sim, a CBF quis mudar as regras com o jogo já em curso.
Mas, para 1988, a situação mudou, fruto de um acordo feito pelo presidente do Clube dos 13 e do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, pelo presidente do CND, Manoel Tubino, e pelo vice-presidente da CBF, mas verdadeiro comandante da entidade, Nabi Abi Chedid, com o aval do presidente do Flamengo, Márcio Braga.
E contra o que pensava a direção da Rede Globo.
Por meio de seu diretor de esporte de então, Ciro José Gonzales, de quem divergi muitas vezes, mas que sempre gostou e quis o melhor para o futebol, o número um da emissora, José Bonifácio de Oliveira, o Boni, mandou dizer que a Globo daria respaldo para que a rebeldia dos clubes fosse em frente, sem acordo com a CBF.
Só que prevaleceu o velho espírito conciliatório nacional.
E jamais me esquecerei do olhar perplexo de minha filha ao entrar em casa na volta da escola e ver a figura de Chedid na sala, local escolhido pelas partes como neutro e a salvo de assédio.
Ao recuar, o Clube dos 13 começou a esmorecer.
E chegou a ganhar de mão beijada a Copa João Havelange para organizar em 2000, porque a Justiça impediu que a CBF organizasse o Brasileiro sem a presença do Gama, em memorável batalha judicial vencida pelo inexpressivo clube candango.
Ganhou, mas não soube organizá-la com competência, a ponto de o torneio ser decidido em São Januário com superlotação, queda de alambrado e cerca de 160 feridos, o que obrigou a realização de novo jogo, já em 2001, entre Vasco e São Caetano.
De lá para cá, cada vez mais o C13 se transformou apenas em uma agência negociadora de direitos de transmissão, com episódios lastimáveis, como em 1997, quando foi fechado negócio com o SBT, na casa de Sílvio Santos e, em seguida, em meio a rumores desairosos, voltou-se atrás para manter a parceria com a Globo.
Então, o principal executivo do SBT, Luciano Calegari, em entrevista à revista “IstoÉ”, chamou a CBF de “máfia” e perguntou: “Quando é que dá para acreditar em presidente de clube?”.
Eis que, neste ano de 2011, quando o Cade permitiu as condições para que se inaugurasse uma nova maneira de negociar, com chances claras de se aumentar ponderavelmente as receitas por meio de uma concorrência como nunca houve, tudo rui.
O C13 vai ao Cade amanhã e promete levar documentos que provam compra de votos na eleição que pôs a CBF em choque com Fábio Koff.
Fato é que o racha está posto.
E de maneira tão indecorosa para alguns dos protagonistas que o que fica ainda mais claro é que se trata de uma guerra sem mocinhos.
Na qual o futebol brasileiro morre no fim.
Como vi o começo lento e gradual de sua decadência.
Curiosa e dramaticamente, sua implosão se dá quando parecia ressurgir, embora, agora, pareça mais que tenha sido aquela famosa melhora do doente antes de morrer.
Eu era diretor da “Placar” à época em que tudo começou, e o apoio da revista foi tão vigoroso que a taça da Copa União foi encomendada e paga por esta ao artista plástico Carlos Fajardo.
E entregue primeiramente ao Flamengo -e depois a Zico, quando ele se despediu do futebol, porque a Copa não resistiu aos conchavos da cartolagem.
A resposta dos 13 maiores clubes do país à falência da CBF, que abdicara de organizar o Campeonato Brasileiro de 1987 por falta de recursos, foi pronta e eficaz: partiu para fazer seu próprio torneio e obteve o apoio da Globo, da Coca-Cola e da Varig.
Registre-se desde logo que o Brasileirão de 1987 não teria o Sport, que não ficara entre os 24 primeiros em 1986, mas em 27º lugar.
Era para ser o embrião da Liga Brasileira de Futebol Profissional. Nasceria cinco anos antes da Liga Inglesa, a famosa Premier League.
Como em toda revolução, houve injustiças e excessos.
As injustiças contra o Guarani e o América, segundo e quarto colocados em 1986.
Verdade que o time campineiro e o carioca não estavam entre os 16 primeiros do ranking nacional, ao contrário dos 13 fundadores do Clube.
Os excessos ficaram por conta de tentar, sem conseguir, porque proibido pela Fifa, pintar marcas de patrocinadores no gramado.
Já o sucesso foi tamanho que a média de público passou de 20.800 torcedores, a segunda maior de todos os tempos, superada apenas pela de 1983, com quase 23 mil pagantes por jogo. Se forem somadas as quantias provenientes dos patrocínios da Copa União, a média praticamente dobra e atinge padrão europeu dos bons tempos.
A conquista do Flamengo foi algo tão indiscutível que o Conselho Nacional dos Desportos, o velho CND, a reconheceu incontinenti, diferentemente do que veio a acontecer mais tarde pelo Tribunal de Justiça Federal em Pernambuco.
Sim, a CBF quis mudar as regras com o jogo já em curso.
Mas, para 1988, a situação mudou, fruto de um acordo feito pelo presidente do Clube dos 13 e do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, pelo presidente do CND, Manoel Tubino, e pelo vice-presidente da CBF, mas verdadeiro comandante da entidade, Nabi Abi Chedid, com o aval do presidente do Flamengo, Márcio Braga.
E contra o que pensava a direção da Rede Globo.
Por meio de seu diretor de esporte de então, Ciro José Gonzales, de quem divergi muitas vezes, mas que sempre gostou e quis o melhor para o futebol, o número um da emissora, José Bonifácio de Oliveira, o Boni, mandou dizer que a Globo daria respaldo para que a rebeldia dos clubes fosse em frente, sem acordo com a CBF.
Só que prevaleceu o velho espírito conciliatório nacional.
E jamais me esquecerei do olhar perplexo de minha filha ao entrar em casa na volta da escola e ver a figura de Chedid na sala, local escolhido pelas partes como neutro e a salvo de assédio.
Ao recuar, o Clube dos 13 começou a esmorecer.
E chegou a ganhar de mão beijada a Copa João Havelange para organizar em 2000, porque a Justiça impediu que a CBF organizasse o Brasileiro sem a presença do Gama, em memorável batalha judicial vencida pelo inexpressivo clube candango.
Ganhou, mas não soube organizá-la com competência, a ponto de o torneio ser decidido em São Januário com superlotação, queda de alambrado e cerca de 160 feridos, o que obrigou a realização de novo jogo, já em 2001, entre Vasco e São Caetano.
De lá para cá, cada vez mais o C13 se transformou apenas em uma agência negociadora de direitos de transmissão, com episódios lastimáveis, como em 1997, quando foi fechado negócio com o SBT, na casa de Sílvio Santos e, em seguida, em meio a rumores desairosos, voltou-se atrás para manter a parceria com a Globo.
Então, o principal executivo do SBT, Luciano Calegari, em entrevista à revista “IstoÉ”, chamou a CBF de “máfia” e perguntou: “Quando é que dá para acreditar em presidente de clube?”.
Eis que, neste ano de 2011, quando o Cade permitiu as condições para que se inaugurasse uma nova maneira de negociar, com chances claras de se aumentar ponderavelmente as receitas por meio de uma concorrência como nunca houve, tudo rui.
O C13 vai ao Cade amanhã e promete levar documentos que provam compra de votos na eleição que pôs a CBF em choque com Fábio Koff.
Fato é que o racha está posto.
E de maneira tão indecorosa para alguns dos protagonistas que o que fica ainda mais claro é que se trata de uma guerra sem mocinhos.
Na qual o futebol brasileiro morre no fim.
quarta-feira, 2 de março de 2011
Corinthians ninguém e maior do o nome Corinthians
É quarta-feira. Ou melhor: foi ontem. É hoje. Será sempre. O Corinthians não precisa de data para celebrar. Só precisa de Corinthians. Basta existir. O fiel não precisa de jogo, de estádio, de adversário, de futebol, de campeonato, de gol, de vitória, de título. O corintiano só precisa do Corinthians para ser feliz.Só precisa de outro corintiano para fazer festa. Ele se encontra pela rua e confraterniza como se visse um Luisinho, um Marcelinho, um Neto, um Rivellino, um Sócrates, um Wladimir, um Cláudio, um Zé Maria, um Baltazar, um Gilmar, um Brandão. Um corintiano. Que não precisa ser craque, pode até ser bagre. Desde que saiba que a camisa não é um símbolo. É tudo. É Corinthians.
Não é um bando de loucos. É um corintiano. Definição precisa e perfeita. Completa e complexa. Mas simples como um torcedor que ama o time como ama a família. Se não torce de fato mais pelos 11 que jogam que pelos entes queridos. Afinal é tudo ente. É tudo doente. É tudo Timão.
O Corinthians não é a vida de um corintiano. O corintiano que é a vida do clube. Antes de ser gente ele é Corinthians. Por isso tanta gente é Corinthians. Num Brasil imenso e injusto socialmente, o campeão dos campeões paulistas é dos maiores fatores de inclusão, justiça e igualdade no país.
Não por acaso é nação dentro deste continente. Tem regras complicadas, tem razões malucas, tem paixões regradas. Tem de tudo e tem para todos no Parque São Jorge. Na casa por usucampeão Pacaembu. No Morumbi tantas vezes palco de festas. No Maracanã campeão mundial. Nas tantas praças brasileiras que viraram casas corintianas em títulos e troféus. Até mesmo nas dores que não murcharam amores, nas vergonhas nos gramados e nos sem-vergonhas das tribunas e tribunais, o Corinthians soube ganhar como raros, e até soube perder como poucos. Mesmo perdendo a cabeça e o juízo. Mas jamais perdendo o coração. Doutor, eu não me engano, mesmo que meu coração seja o oposto do corintiano, não há nada que bata tanto e por tantos como esse que se diz maloqueiro e sofredor, graças a Deus!
Esse amor não se explica. É um presente. É um dom. é uma doação, mesmo quando mais parece uma danação. É sina que não se explica, que fascina até quem não é, até quem não gosta. Raros sabem perder e ganhar como nenhum outro jamais venceu. Ainda mais raros (embora muitos) nasceram sabendo que quem ama não perde. Podem até ter times melhores. Mas mais amados? Nestes 100 anos não conheço igual. Até porque quarta-feira não será um dia especial. Desde 1º de setembro de 1910, todos os dias são especiais. Todos são dias de Corinthians.
Mauro Beting (detalhe: palmeirense)
Não é um bando de loucos. É um corintiano. Definição precisa e perfeita. Completa e complexa. Mas simples como um torcedor que ama o time como ama a família. Se não torce de fato mais pelos 11 que jogam que pelos entes queridos. Afinal é tudo ente. É tudo doente. É tudo Timão.
O Corinthians não é a vida de um corintiano. O corintiano que é a vida do clube. Antes de ser gente ele é Corinthians. Por isso tanta gente é Corinthians. Num Brasil imenso e injusto socialmente, o campeão dos campeões paulistas é dos maiores fatores de inclusão, justiça e igualdade no país.
Não por acaso é nação dentro deste continente. Tem regras complicadas, tem razões malucas, tem paixões regradas. Tem de tudo e tem para todos no Parque São Jorge. Na casa por usucampeão Pacaembu. No Morumbi tantas vezes palco de festas. No Maracanã campeão mundial. Nas tantas praças brasileiras que viraram casas corintianas em títulos e troféus. Até mesmo nas dores que não murcharam amores, nas vergonhas nos gramados e nos sem-vergonhas das tribunas e tribunais, o Corinthians soube ganhar como raros, e até soube perder como poucos. Mesmo perdendo a cabeça e o juízo. Mas jamais perdendo o coração. Doutor, eu não me engano, mesmo que meu coração seja o oposto do corintiano, não há nada que bata tanto e por tantos como esse que se diz maloqueiro e sofredor, graças a Deus!
Esse amor não se explica. É um presente. É um dom. é uma doação, mesmo quando mais parece uma danação. É sina que não se explica, que fascina até quem não é, até quem não gosta. Raros sabem perder e ganhar como nenhum outro jamais venceu. Ainda mais raros (embora muitos) nasceram sabendo que quem ama não perde. Podem até ter times melhores. Mas mais amados? Nestes 100 anos não conheço igual. Até porque quarta-feira não será um dia especial. Desde 1º de setembro de 1910, todos os dias são especiais. Todos são dias de Corinthians.
Mauro Beting (detalhe: palmeirense)
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