Segurança nos bancos
A Assembleia Legislativa do Estado acaba de aprovar uma lei que obriga os bancos a instalar divisórias entre os caixas dos bancos. A norma vale também para os caixas eletrônicos.
O objetivo é evitar a ação dos chamados "olheiros" --gente que tenta ver as senhas e a movimentação dos clientes com o objetivo de roubá-los.
As divisórias terão de ter 1,80 m de altura. Para o autor da proposta, esses biombos teriam a vantagem de garantir mais privacidade às pessoas atendidas. Se for sancionada pelo governador, a medida entrará em vigor em 90 dias.
Com objetivos semelhantes, tramita na Assembleia um projeto que proíbe pessoas de portar uma série de itens, como celulares, em bancos e nas proximidades de caixas eletrônicos.
O propósito dos legisladores é elogiável. Trata-se de aumentar a segurança, dificultando a vida de espertalhões e bandidos.
Mas é preciso pensar bem antes de criar restrições que podem tolher a liberdade dos cidadãos e aumentar os custos das empresas --que acabam por ser repassados ao consumidor.
O ideal, obviamente, é o poder público atuar de modo a reduzir a ação da bandidagem.
É difícil? É, mas não há outro caminho a ser trilhado. Se houve progressos importantes na redução dos homicídios, o mesmo pode acontecer em relação a roubos e assaltos.
Para isso, não basta que a polícia amplie e melhore sua atuação. É preciso que a Justiça seja mais eficiente.
A grande inimiga da segurança pública é a impunidade. Se o sistema é eficiente na investigação e na punição, o crime recua.
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Motos e mortes
Atualmente, é mais provável alguém morrer atropelado por uma moto em São Paulo do que por um ônibus. Dada a diferença de tamanho entre os dois tipos de veículo, é um dado que chama a atenção.
Em 2009, 123 pessoas morreram atingidas por motociclistas. Só 117 pedestres foram vítimas de ônibus. Apenas os carros mataram mais --foram 258 atropelamentos fatais.
Quem anda pela cidade consegue imaginar bem o motivo de tantas mortes. Mesmo com o trânsito completamente parado, motoqueiros disparam entre os carros, muitas vezes costurando. O pedestre desavisado é atingido em cheio.
As principais vítimas dessa conduta irresponsável ainda são os próprios motociclistas. São Paulo tem uma frota estimada em pelo menos 100 mil motos, e mais de 400 motoqueiros morrem em acidentes todos os anos.
A maioria não corre que nem louco porque quer. Existe uma enorme pressão para fazer o maior número de entregas por dia. Todo mundo quer que a encomenda ou envelope chegue o mais rápido possível, mas quase ninguém pensa nisso quando aquele motoqueiro passa raspando e quase leva o espelhinho do carro.
As empresas de entrega têm de colocar tarefas e prazos razoáveis para seus profissionais. Os motoqueiros precisam se lembrar de que as regras do trânsito também valem para eles.
Entra prefeito, sai prefeito, e o governo da cidade não consegue acabar com esse desperdício de vidas. Prefeitura e autoridades de trânsito precisam ser mais duros com as empresas e os infratores.
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