quarta-feira, 2 de março de 2011

Corinthians ninguém e maior do o nome Corinthians

É quarta-feira. Ou melhor: foi ontem. É hoje. Será sempre. O Corinthians não precisa de data para celebrar. Só precisa de Corinthians. Basta existir. O fiel não precisa de jogo, de estádio, de adversário, de futebol, de campeonato, de gol, de vitória, de título. O corintiano só precisa do Corinthians para ser feliz.Só precisa de outro corintiano para fazer festa. Ele se encontra pela rua e confraterniza como se visse um Luisinho, um Marcelinho, um Neto, um Rivellino, um Sócrates, um Wladimir, um Cláudio, um Zé Maria, um Baltazar, um Gilmar, um Brandão. Um corintiano. Que não precisa ser craque, pode até ser bagre. Desde que saiba que a camisa não é um símbolo. É tudo. É Corinthians.
Não é um bando de loucos. É um corintiano. Definição precisa e perfeita. Completa e complexa. Mas simples como um torcedor que ama o time como ama a família. Se não torce de fato mais pelos 11 que jogam que pelos entes queridos. Afinal é tudo ente. É tudo doente. É tudo Timão.
O Corinthians não é a vida de um corintiano. O corintiano que é a vida do clube. Antes de ser gente ele é Corinthians. Por isso tanta gente é Corinthians. Num Brasil imenso e injusto socialmente, o campeão dos campeões paulistas é dos maiores fatores de inclusão, justiça e igualdade no país.
Não por acaso é nação dentro deste continente. Tem regras complicadas, tem razões malucas, tem paixões regradas. Tem de tudo e tem para todos no Parque São Jorge. Na casa por usucampeão Pacaembu. No Morumbi tantas vezes palco de festas. No Maracanã campeão mundial. Nas tantas praças brasileiras que viraram casas corintianas em títulos e troféus. Até mesmo nas dores que não murcharam amores, nas vergonhas nos gramados e nos sem-vergonhas das tribunas e tribunais, o Corinthians soube ganhar como raros, e até soube perder como poucos. Mesmo perdendo a cabeça e o juízo. Mas jamais perdendo o coração. Doutor, eu não me engano, mesmo que meu coração seja o oposto do corintiano, não há nada que bata tanto e por tantos como esse que se diz maloqueiro e sofredor, graças a Deus!
Esse amor não se explica. É um presente. É um dom. é uma doação, mesmo quando mais parece uma danação. É sina que não se explica, que fascina até quem não é, até quem não gosta. Raros sabem perder e ganhar como nenhum outro jamais venceu. Ainda mais raros (embora muitos) nasceram sabendo que quem ama não perde. Podem até ter times melhores. Mas mais amados? Nestes 100 anos não conheço igual. Até porque quarta-feira não será um dia especial. Desde 1º de setembro de 1910, todos os dias são especiais. Todos são dias de Corinthians.
Mauro Beting (detalhe: palmeirense)

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