terça-feira, 8 de março de 2011

Quanto custa um vereador



Os gastos dos vereadores paulistanos já são bastante altos. Tiveram um aumento de 62%, que levou seus salários para R$ 15 mil por mês. Além disso, eles têm uma verba mensal de R$ 84,4 mil para contratar até 18 assessores e mais R$ 15,3 mil para despesas como gráfica, correio, telefone e gasolina.

O custo mensal chega a R$ 114,8 mil, mais até do que um deputado federal em Brasília, que consome R$ 114,4 mil ao mês.

A notícia de que o vereador Netinho de Paula (PCdoB) é investigado pelo suposto uso de notas fiscais frias é mais um motivo para aumentar o descontentamento do cidadão. É um caso de suspeita de que o dinheiro público esteja sendo desviado.

Em um dos endereços citados na prestação de contas de Netinho funciona uma creche. Ao todo, cinco empresas contratadas não existem nos endereços declarados. O vereador não explicou os gastos, mas disse que apoia as investigações do Ministério Público.

Esse é apenas o exemplo de um dos 55 vereadores paulistanos. Tudo indica que existam muitos outros gastos suspeitos, até porque a fiscalização é frouxa.

A Câmara Municipal é importante para a cidade. Seu papel é aprovar leis --como a Lei Cidade Limpa_ e fiscalizar a prefeitura. Mas, para fazer isso, os vereadores têm de trabalhar de fato para São Paulo, não em benefício próprio.

O vereador Netinho precisa explicar melhor essa história. E a Câmara Municipal tem de fazer um controle mais rígido das despesas dos vereadores, que já são muito altas. Eles poderiam fazer muito mais pela cidade, gastando menos.

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Escuridão prolongada



Além dos alagamentos e dos congestionamentos diários, o paulistano vê-se cada vez mais obrigado a conviver com apagões.

Depois das chuvas, alguns bairros da capital chegam a ficar quase 30 horas sem luz, como aconteceu nos últimos dias.

Quando o temporal é mais forte, o problema piora. Com muito vento, as tempestades derrubam árvores sobre a fiação, o que acaba interrompendo o fornecimento de energia para milhares de pessoas.

Os sinais de trânsito também logo saem do ar. Alguns, depois da chuvarada, ficam dias apagados. Como disse um humorista, a única coisa que continua a funcionar são os radares de multa.

É claro que tempestades causam estragos em qualquer lugar e nenhum sistema é 100% seguro. Ainda mais numa cidade do tamanho de São Paulo, com seus mais de 10 milhões de habitantes.

Mas 30 horas --mais de um dia inteiro-- é tempo demais para fazer a luz voltar.

Quem mora em andares altos, como um aposentado de 62 anos fica preso dentro de casa, na prática. Gente que trabalha onde mora também sai muito prejudicada.

A luz pode demorar a voltar, mas a conta chega pontualmente todo mês. E é bem alta, ainda mais para o serviço oferecido.

É claro que as empresas de energia têm de dar prioridade a lugares onde a falta de luz causa problemas graves, como os hospitais.

Mas o atendimento precisa ser melhor e mais ágil. É lamentável que, na maior e mais rica cidade do país, as pessoas tenham de passar horas e horas sem luz, como se vivessem na roça.

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