domingo, 24 de fevereiro de 2013

Corintianos compram alimentos em comércio paralelo na cadeia boliviana

Torcedores sofrem até com falta de água dentro da Penitenciária de San Pedro, em Oruro, segundo mulher de um dos presos - Os 12 torcedores do Corinthians presos na Penitenciária de San Pedro, em Oruro, têm passado por dificuldades por causa do domínio exercido pelos detentos bolivianos no local – e sem controle da polícia. O relato parte da mulher de um dos presos e do ministro conselheiro da embaixada. Ambos acompanham de perto o caso do torcedor boliviano de 14 anos morto durante a partida entre San José e Corinthians, quarta-feira passada, no Estádio Jesús Bermudez. Mais próxima dos presos, já que seu marido está entre os 12 corintianos indiciados por homicídio, Marina Kim tem feito de tudo para deixar os detentos em condições um pouco melhores de convivência. A todo momento, (os corintianos) estão sendo hostilizados pelos bolivianos" Marina Kim, mulher de um dos detentos No entanto, a entrada de alguns itens de primeira necessidade foi vetada na penitenciária – água, por exemplo. De acordo com Marina, os torcedores tiveram de comprar garrafas dentro do próprio presídio, pagando a bolivianos. Durante a noite de sexta para sábado, faltou água encanada para tomar banho. – Tiveram de descer do segundo andar (onde estão alojados) para comprar água nesse comércio paralelo que eles têm lá dentro. A todo momento, estão sendo hostilizados pelos bolivianos – afirmou Marina. – Dos três lugares em que estiveram, este é o pior – completou. Antes de chegarem à Penitenciária de San Pedro, os 12 corintianos foram presos na sede da "Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen" ("Força Especial de Luta Contra o Crime"), e depois de indiciados ficaram na “carceleta”, uma cela instalada no subsolo da Corte Superior de Justiça de Oruro. Após terem a prisão preventiva decretada, foram encaminhados a San Pedro. Torcedores do Corinthians presos em Oruro, na Bolívia (Foto: Ricardo Taves) O ministro conselheiro da Embaixada do Brasil na Bolívia, Eduardo Saboia, confirmou que as condições do presídio são péssimas para os brasileiros. Ele acompanhou o grupo assim que foi encaminhado ao local e pôde fazer uma breve visita. Saboia se assustou com o que viu. – As paredes são de barro, tudo é muito antigo. Esses brasileiros não podem ficar aqui de jeito algum, não há qualquer condição de higiene, alimentação, coisas básicas que são de direito de qualquer cidadão. As condições são péssimas – afirmou o ministro. O local tem capacidade para aproximadamente 300 presos, mas conta com cerca de 500 encarcerados. O coronel Carlos Coritza, responsável pelo local, afirmou que os brasileiros estão sendo tratados da melhor maneira possível. – Estão em ambiente separado. Alguns outros presos estão se exaltando, mas mantemos sob controle – disse. Neste domingo, o embaixador do Brasil na Bolívia, Marcel Fortuna Biato, chega para tentar ajudar os corintianos a acharem uma solução para o caso. A missão dele é tentar acelerar o julgamento do recurso que pode fazer os presos responderem pela acusação em liberdade. Ao lado de Eduardo Saboia, o embaixador chega a Oruro no início da tarde deste domingo.

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