sábado, 17 de março de 2012

Mudanças na CBF

Ricardo Teixeira, quem diria, deixou a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Resta saber se a sua saída abrirá uma nova fase no comando do esporte mais popular do Brasil.

Após 23 anos de uma administração que teve de tudo, menos transparência, o futebol teria muito a ganhar com uma gestão mais profissional. Não é o que está vindo pela frente, contudo.

Quem assume a CBF até 2015 é José Maria Marin, o mais velho dos cinco vice-presidentes da entidade.

O novo presidente também substituirá Teixeira no Comitê Organizador Local da Copa-2014 (COL).

Marin, 79, representa um passo atrás. De 1982 a 1988, foi presidente da Federação Paulista de Futebol.

Em janeiro, Marin foi flagrado pela TV ao enfiar no bolso uma das medalhas de atletas do Corinthians pela Copa São Paulo de Juniores. É o retrato acabado do cartola brasileiro.

Ricardo Teixeira, é verdade, foi o presidente da CBF que conquistou duas Copas, em 1994 e 2002, das cinco que o Brasil ganhou.

Trouxe para o país, ainda, o Mundial de 2014.

Nos 23 anos que passou à frente da CBF, porém, Teixeira cuidou mais da seleção como um negócio, uma atração internacional capaz de gerar boa renda.

Teixeira foi também alvo de muitas suspeitas, como no caso revelado pela "Folha de S.Paulo" sobre a receita de um amistoso contra Portugal em 2008. Enfrentou duas CPIs.

Deixa para o sucessor uma CBF rica e um futebol de clubes pobres, endividados e escravos de um calendário maluco.

A renúncia de Teixeira abre espaço para tirar parte desse atraso. Algo não muito provável, infelizmente.

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