sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Flores do Oriente a historia não se apaga

Japão contra China: o massacre de Nanquim Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, ciclicamente os chineses manifestam nas ruas o seu profundo descontentamento com o Japão. Reclamam, no geral, que os japoneses até hoje não manifestaram a eles as devidas desculpas pela invasão de 1937, ocorrida durante a IIª Guerra Sino-japonesa (1937-1945). Queixam-se ainda de que o governo nipônico, ao editar os manuais escolares para os seus estudantes, procura esconder ou minimizar a responsabilidade do exército do Sol Nascente nas inúmeras atrocidades cometidas contra a população civil naquela ocasião. Particularmente omitindo-se sobre o Massacre de Nanquim, ocorrido na ex-capital da China Nacionalista entre de dezembro de 1937 e fevereiro de 1938. Antecedentes do massacre de Nanquim Execução de um prisioneiro chinês Um conflito entre soldados japoneses e chineses, ocorrido na cidade de Tsientsin, no verão de 1937, exatamente num local denominado de Ponte de Marco Polo, serviu como pretexto para que o Império do Sol Nascente desencadeasse uma guerra de agressão à República da China, na época sob a ditadura do marechal Chiang Kai-shek, líder do Kuomintang (Partido Nacionalista). Fazia tempo que os nipônicos se esparramavam para as proximidades da China central. Desde 1885, quando dividiram com Pequim o controle sobre a península coreana, eles não paravam de arrancar pedaços do antigo Império do Centro, então em contínua decadência. No final da Primeira Guerra Sino-japonesa, o Japão vitorioso, pelo Tratado de Shimonosequi, de 1894, além de forçar uma vultuosa indenização (200 milhões de taels), obrigou o imperador chinês a entregar-lhe o controle das ilhas de Taiwan (Formosa), dos Pescadores e a região de Liaodong na Manchúria. Em maio de 1905 foi a vez do Império Russo, derrotado na batalha naval de Tsushima pelo almirante Togo, ter que ceder Port Arthur (situado numa baia chinesa) aos japoneses. Quer dizer, bem antes do ataque de 1937, o Império do Sol Nascente já exercia sua soberania sobre extensas áreas do sudeste e do nordeste da China. Um tanto antes, em julho de 1931, a pretexto de um conflito ferroviário – o Incidente de Mukden - os nipônicos transformaram toda a Manchúria num estado títere: o Manchuquo (colocando no poder como seu governante-fantoche o ex-imperador chinês Pu Yi, antes destronado pelo movimento republicano de 1911, e que aceitou o título de “executivo-chefe”). Assim, pode-se dizer que a invasão de 1937, iniciada em 7 de julho, foi o resultado lógico de uma política crescentemente expansionista que mobilizava o governo de Tóquio desde os finais do século 19. Todavia, para os estrategistas do estado-maior nipônico, a guerra contra a China tinha que ser rápida. As enormes extensões do país (9.583 mil km²) e sua imensa população só poderiam ser submetidas por meio de uma manobra relâmpago que sufocasse instantaneamente qualquer possível resistência. Para tanto, para submeter de vez os chineses e fazer o regime do general nacionalista Chiang Kai-shek capitular, era preciso executar uma demonstração exemplar da determinação dos invasores: uma operação de choque e pavor que fizesse a China inteira tremer diante da bandeira guerreira do Sol Nascente e dos seus soldados-samurais. De Xangai a Nanquim Para encurtar a guerra, os estrategistas de Tóquio executaram um plano de desembarque, vindo do mar da China, que tinha como meta um ataque direto ao coração da nação: a região que abarca a importantíssima Xangai, situada na beira do mar, até a cidade-capital de Nanquim localizada mais adentro, na margem direita do rio Yangtse. Dominando o eixo Xangai-Nanquim, numa só grande operação militar, o Japão submeteria o principal porto da China como também sua sede política. Controlando a embocadura do Yangtse (5.525 km de extensão), toda a economia do interior da China capitularia frente aos invasores. Com a posse do coração (Nanquim) supunham que a cabeça (Pequim) e os pés da China (Cantão) seriam reduzidos à inércia. Ainda assim, iniciada em novembro de 1937, não foi fácil a ocupação de Xangai. A previsão inicial de que os chineses não resistiriam mais do que três meses não se confirmou. Apesar de inferiores em equipamento e treinamento, os defensores ofereceram uma inesperada barreira à força expedicionária japonesa, lutando de casa em casa na grande cidade portuária. Tomado o porto naquele mesmo mês de 1937, os nipônicos destacaram então três grandes colunas militares para avançarem para o interior para irem submeter Nanquim. Pelo norte, marchando pelas margens do rio Yangtse, partiu a 16ª divisão comandada pelo tenente-general Nagajima Kesago. Pelo centro, seguindo na direção da estrada de ferro Xangai-Suzhow-Zangzhou-Tanyang-Nanquim, partiram as divisões 9ª, 10ª e 13ª, lideradas pelo general Matsui Iwane, e, por último, seguindo mais ao sul, apressavam-se as divisões 6ª, 18ª e 114ª, obedientes ao general Yanagawa Heisuke, cuja função era ocupar a estação ferroviária de Wuhu, bloqueando assim qualquer possibilidade da capital receber algum reforço vindo do sul. Não demorou para o tridente nipônico formado pelos generais Nakajima-Matsui-Yanagawa cercasse os muros da velha cidade que fora outrora uma das sagradas capitais imperais do Reino Celestial. No comando geral da conquista de Nanquim, o imperador Hirohito nomeou no dia 7 de dezembro de 1937 um tio seu, o principe Asaka Yasuhiko (que havia se atritado com a casa real num incidente grave de insubordinação militar ocorrido em Tóquio , em 1936). Este, desejoso de mostra fidelidade, quis deixar sua marca de samurai implacável na luta contra os inimigos de Hirohito. Entrementes, o enorme exército chinês, calculado em 300 mil homens muito mal comandados, que tinha a função de proteger a capital, pareceu ter perdido o espírito de combate que um pouco antes alguns regimentos haviam demonstrado na defesa de Xangai. Negociações tiveram inicio entre os emissários japoneses e os comandantes chineses que optaram pela capitulação. Mal sabiam eles que estava assinado a sentença de morte que logo seria executada sobre a massa dos pobres soldados capturados. Os militares nipônicos, educados na cultura do bushidô, a ética do guerreiro que os obrigava a lutar até a morte, desprezaram o inimigo que entregou-se a eles sem maiores esforços. Porque, indagaram eles, os recrutas chineses não sangravam até o fim, porque decidiram render-se às levas sem esboçar qualquer reação mais séria? Milhares de chineses, cada um deles tendo um trapo branco a mão, acorriam às linhas dos inimigos para prostrarem-se frente aos pelotões japoneses. Meia dúzia deles controlava centenas e centenas de rendidos. Repugnou aos vencedores “estarem lutando contra aqueles escravos ignorantes”, identificados apenas pela sua covardia coletiva. A decisão sobre o que fazer deles, reduzidos então a uma manada passiva que perdera totalmente a capacidade de reagir, não tardou: os prisioneiros chineses deviam ser mortos. Todos eles! A ordem que partiu do quartel-general do principe Asaka, no dia 13 de dezembro de 1937, determinou ao comando do 66º batalhão: “Todos os prisioneiros de guerra devem sem executados pelo seguinte método: dividam os prisioneiros em grupos de dúzias e fuzilem-nos separadamente...as execuções devem começar às 5h e devem ser encerradas às 7h30m” (Iris Chang “The rape of Nanking, pag. 41). Duas razões os levaram aquela terrível decisão: não serem detidos na ofensiva por aquela multidão sem fim de gente a quem teriam que vigiar e alimentar e não permitir que eles, em caso de desmobilização, se transformassem em guerrilheiros acossando a retaguarda japonesa em movimento. Teriam também entrado em ação, - como elemento psicológico que contribuiu para a fúria homicida que se seguiu - ódios mais profundos, de antigas desavenças e rancores culturais que opunham por séculos os dois grandes povos asiáticos. Fator este que colaborou para que os generais invasores planejassem uma humilhação completa, arrasadora do que restara da fibra chinesa, tendo como alvo da demonstração a população da histórica Nanquim. Seja lá o que for, o alto-comando japonês chefiado então pelo principe Asaka foi o responsável único pelo massacre que se seguiu.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Os empresários

Quem são da onde vieram, vive do que da exploração e a sorte de alguém, quem são esses empresários, são agiotas Eles começaram de forma tímida intermediando as negociações entre clubes e orientando os jogadores sobre a melhor oportunidade lá pelos anos 80. Hoje já não é possível comprar, vender ou emprestar jogador de futebol sem a participação dos empresários. Ou melhor, já não se consegue encontrar um jogador de futebol que não tenha empresário e olha que eles estão quase que buscando os garotos no berço. A grande promessa do Santos, Jean Chera, um menino de 15 anos exigiu para fazer o primeiro contrato profissional de 3 anos com o clube uma média de R$ 100 mil por mês, além de uma série de benefícios como luvas de R$ 1 milhão. Hoje existem centenas de empresários espalhados pelo mundo do futebol. Alguns são verdadeiros tubarões da bola. O começo foi com o empresário Léo Rabelo, hoje com 73 anos e ainda na ativa. Ele ainda administra a carreira de pelo menos 30 jogadores. Os mais badalados, no entanto, são: Wagner Ribeiro com mais de 200 atletas, Eduardo Uran, 130, Fabiano Farah, Juan Figer e por ai vai. Tem também os fundos de investimentos e as empresas criadas para trabalhar no ramo que sempre se mostrou um dos mais promissores e de dinheiro fácil do mundo. Empresário de jogador de futebol virou profissão, mas como em tudo na vida, quem chegou na frente bebeu água limpa. É preciso tomar muito cuidado porque o próximo passo dos empresários é tentar assumir o comando dos clubes tradicionais do futebol brasileiro. Eles já estão fundando os próprios times pelo interior do país, tem times fictícios e quando colocaremr a mão em algum grande será o fim do futebol tal como conhecemos. Já está em vigor nova legislação esportiva. Os administradores de entidades desportivas passam a responder, solidária e ilimitadamente, pelos atos ilícitos praticados, de gestão temerária ou contrária ao previsto no contrato social ou estatuto. Portanto, a responsabilidade dos dirigentes, que já era objeto de discussão em alguns processos, ficou claramente regulamentada em lei. Quem será o primeiro a pagar? Tem gente na alta esfera administrativa que não pode nem ouvir falar de Copa do Mundo. Os problemas estão pipocando por todo país. Já pensam em diminuir o número de sedes de 12 para 10. Organizações sociais se articulam para combater os impactos sociais, culturais , econômicos e ambientais que as obras da copa vem provocando. O Ministério Público Federal já analisa várias denúncias. Guimarães Rosa já dizia: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. Coragem para mudar, coragem para fazer diferente, coragem para dizer a verdade. É uma pena que no futebol existem muitas verdades. Quando a transparência der sentido à vida, seremos mais felizes.

domingo, 5 de agosto de 2012

Governo na contramão

Ninguém gosta de levar multa no trânsito. Mesmo quando é merecida, a reação é sempre a mesma: no fundo, o governo só está multando porque quer aumentar a arrecadação. Um relatório do Tribunal de Contas estadual vem confirmar que essa impressão está, no geral, correta. Pela lei, o dinheiro das multas deveria ser todo aplicado em iniciativas de prevenção a acidentes e de educação no trânsito. O governo do Estado fez diferente: só 0,05% do que foi arrecadado teve essa destinação. O restante serviu para coisas como reformas no prédio do Detran e gastos administrativos. Ou seja, o dinheiro das multas, que deveria servir para ajudar a diminuir as infrações do trânsito, funcionou apenas para alimentar a máquina responsável pela própria arrecadação. Não é pouco dinheiro. Entre 2008 e 2011, o governo estadual abocanhou mais de R$ 600 milhões. Só R$ 318 mil serviram para os fins previstos no Código de Trânsito Brasileiro: sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. Resumindo: por mais que muitos motoristas precisem mesmo de punição, está faltando inventarem uma multa para o grande infrator desse sistema, que é o próprio governo estadual. Ele está, há vários anos, dirigindo o trânsito de São Paulo na contramão da lei. Com isso, o Palácio dos Bandeirantes desmoraliza ainda mais a fiscalização do trânsito. Permitir que se confunda rigor contra os infratores com a simples ganância do governo contra o cidadão é uma falta grave. Não admira que os marronzinhos tenham fama tão problemática em São Paulo.

Há 50 anos morria Marilyn Monroe, ícone eterno da sensualidade

A estrela Marilyn Monroe morreu em 1962 Mesmo 50 anos após sua morte, Marilyn Monroe continua como um ícone da moda Ela era a imagem da loira fatal e, 50 anos após sua morte repentina, o debate sobre a revolução sexual de Marilyn Monroe ainda sobrevive. Monroe não foi a primeira 'pin-up' de Hollywood ou mesmo uma loira natural. Contudo, entre o famoso suéter vermelho apertado, as fotos da Playboy e o episódio do vestido esvoaçante sobre a ventilação do metrô de Nova York, a jovem, antes conhecida como Norma Jeane Baker, transtornou os Estados Unidos e o mundo. Seus casamentos com celebridades e a fama, que ia muito além de sua modesta lista de participações no cinema, ajudaram a criar um símbolo sexual reverenciado por cantoras pop, atrizes e fashionistas até hoje. "Marilyn Monroe alcançou uma aura", disse Goetz Grossmann, produtora-executiva de um novo filme sobre a atriz chamado "Blonde" à AFP. "Você não pode fugir de Marilyn Monroe. Ela atingiu um status icônico". Muito além de biografias, como a recente "Sete Dias com Marilyn", Hollywood e a indústria da música e da moda continuam intoxicadas pela bela, encontrada morta aos 36 anos pelo uso abusivo de remédios. A diretora criativa Joe Zee escreveu no website Elle.com que "a bombshell original" ainda é uma inspiração nas passarelas. Celebridades como Taylor Swift e Scarlett Johansson são conhecidas por explorar os cachos loiros e vestidos brancos que ajudaram a fazer de Monroe um 'sex symbol'. A atriz Megan Fox fez uma tatuagem --mais tarde removida-- do rosto de Marilyn em seu antebraço. Lindsay Lohan tem uma obsessão pela musa, notada mais uma vez em seu ensaio na Playboy, em que reproduz o nu de Monroe em 1953 na primeira edição da revista de Hugh Hefner. "Eu me identifico", disse a conturbada atriz no ano passado.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Tratamento para a cracolândia

A ação dos governantes na região conhecida como cracolândia, no centro de São Paulo, tem sido um fracasso. Basta caminhar por ali, de dia ou de noite, para ver que não diminuiu muito o número de usuários de crack. Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo confirmou essa impressão. Segundo os entrevistados, comprar e usar a droga na região é tão fácil hoje em dia quanto era no começo do ano. Ou seja, a ação da polícia na cracolândia, que começou seis meses atrás, não deu em muita coisa. Esse resultado era previsível. Uma situação tão complicada não poderia ser resolvida só com policiais tocando os "noias" de lá para cá. A "procissão do crack" não é uma solução. Para tentar impedir os exageros da PM, um juiz decidiu que os policiais não podem expulsar as pessoas da cracolândia, a não ser que sejam flagradas com crack. No fundo, a decisão apenas diz que a polícia deve seguir a lei. Tão óbvio que o juiz nem precisaria ter escrito isso. Mas, nas ruas, as coisas nem sempre são tão fáceis quanto nos livros. É claro que os direitos dos "noias" precisam ser respeitados. Só que isso não significa permitir que eles bloqueiem as ruas ou incomodem outras pessoas. E, acima de tudo, a cracolândia não pode ser território livre para uso e venda de drogas. O tráfico precisa ser combatido. Por isso, simplesmente criticar a polícia também não ajuda em nada. A PM, sem violência desnecessária, tem um papel a cumprir. Mas ela deve ser ajudada por agentes de saúde e assistência social. A solução só virá quando o maior número de viciados receber tratamento.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Melhor Iluminação do mundo vai ser do Estádio do Timão

Corinthians idealiza Itaquerão com iluminação acima do padrão Fifa: 'será a melhor do mundo'35 Clube acredita que iluminação será superior ao exigido pela Fifa O Corinthians divulgou nesta quarta-feira que o seu futuro estádio em Itaquera terá a melhor iluminação do mundo. Em nota oficial, o clube informou que o nível de iluminação será 50% maior do que o solicitado pela Fifa. "Os estádios da Copa do Mundo de 2014 serão diferentes de todos já construídos para tais eventos por conta dos altos padrões definidos nos novos requerimentos da FIFA. A iluminação OSRAM com produtos Siteco atingirá padrões ainda mais altos que esses critérios estabelecidos", afirma Sergio Costa, responsável pela área de Projetos e Soluções da Osram. O clube paulista divulga que a parte externa da fachada contará com o maior painel de LED já aplicado em estádios. A empresa contratada para executar o serviço de iluminação do estádio corintiano foi a responsável pelo projeto de iluminação do estádio alemão Allianz Arena e do da cidade de Durban, na África do Sul. Osram participou também dos projetos dos estádios das cidades de Varsóvia e Gdansk, na Polônia, e Kiev e Lviv, na Ucrânia, sedes da Eurocopa. No Brasil, a empresa também foi responsável pela nova iluminação do Cristo Redentor, em março de 2011. A diretoria do Corinthians estuda realizar amistoso em setembro de 2013 para celebrar os 103 anos de fundação do clube, mesmo que a arena não esteja 100% completa. O contrato firmado entre o Corinthians e a empreiteira Odebrecht para a construção da arena que será utilizada na abertura da Copa do Mundo de 2014, na zona leste de São Paulo, estabelece um preço fixo para a obra de R$ 820 milhões, mas deixa fora deste montante uma série de equipamentos e obrigações que irão elevar o custo da empreitada a cerca de R$ 1 bilhão.

Transparência que não pega

Todo mundo sabe que o Brasil é famoso, entre outras coisas, por ter leis que não "pegam". São aquelas regras aprovadas pelos políticos que, na prática, não são cumpridas pela população. O mais novo exemplo é a Lei de Acesso à Informação. Já faz mais de dois meses que essa legislação está valendo, mas, até agora, tem muita gente fingindo que não viu. Triste, nesse caso, é ver que a lei está sendo descumprida pelos políticos e, em alguns casos, até pelos próprios tribunais. É que a regra manda todo órgão público divulgar os salários de seus funcionários, sem exceção. Esse mecanismo é ótimo para o país. Permite, por exemplo, que a população fique sabendo quando um servidor tem remuneração exagerada, muito além do que deveria ganhar. Além disso, uma lei como essa ajuda a colocar os governantes na linha, pois as pessoas podem saber melhor para onde vai o dinheiro dos impostos. Esse é um dos jeitos mais eficientes de combater a corrupção. Como seria de esperar, muitos funcionários públicos e políticos não gostam dessa ideia. Por essa razão, na maior parte dos Estados, os deputados ainda estão agindo como se a lei não existisse. Segundo reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", nenhuma Assembleia Legislativa cumpre a lei. Um absurdo. A situação se repete em boa parte dos governos estaduais e até mesmo em alguns tribunais (mas, justiça seja feita, dessa vez os juízes estão dando os melhores exemplos de transparência). Ou seja, em vez de a lei ser a regra, ela é a exceção. Só no Brasil.

O governo não tem multa

Não foram só as operadoras de celular que entraram na mira do governo. Além da Oi, da TIM e da Claro, os planos de saúde são recordistas nas reclamações dos consumidores. Além disso, ninguém se esqueceu do apagão nos aeroportos e dos problemas das companhias aéreas. Já foram muito piores no passado, mas nem por isso desapareceram do horizonte. Aos poucos, parece que o governo vai apertando o cerco da fiscalização. Por meio das agências reguladoras, novas normas e punições começam a ganhar terreno. Já não era sem tempo. Por descumprirem o prazo previsto para atendimento médico, mais de 200 planos de saúde tiveram suas vendas suspensas neste mês. É o que já se sabia: com um pouco mais de dinheiro no bolso, o cidadão procura se livrar das filas da rede pública, entrando para um convênio particular. As empresas vendem os planos, porque afinal estão aí para isso mesmo. Mas quem vende muito tem de investir também. Sem aumentar a capacidade de atendimento, seus serviços pioram. Como o problema é geral, nem sempre dá para o consumidor procurar outra empresa. Simplesmente mudar para o concorrente não resolve a questão. Aí é que o governo tem um papel a cumprir: proteger o cliente e garantir que sua reclamação não caia no vazio. Fiscalizar e multar é necessário. Mas não é apenas essa a função do governo. Na área de saúde, por exemplo, a deficiência dos serviços públicos é gigantesca. O governo pune os planos de saúde, certo, mas não há quem multe o governo pelas filas que ele próprio deixa na porta dos seus hospitais.

A escalada da violência

Agora até o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, já está falando que a capital vive uma escalada da violência. Não é para menos. Os números do crime fechados no mês de junho estão aí para quem quiser ver. O índice de homicídios no primeiro semestre superou em 22% o do mesmo período de 2011 na cidade. Outros crimes, como roubos e estupros, também subiram. Esse aumento da criminalidade fica ainda mais preocupante porque as coisas vinham melhorando, pelo menos nos últimos dez anos. Os homicídios tinham caído abaixo de dez por 100 mil habitantes, um índice considerado razoável na comparação com outros países e com a própria média brasileira, pelo menos o dobro disso. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem uma explicação na ponta da língua para essa piora recente. Diz que a polícia está apertando o cerco sobre os bandidos, e que eles estão reagindo e cometendo mais crimes. O fato é que as coisas pioraram de verdade depois que policiais militares mataram seis integrantes do PCC na zona leste, em maio. PMs começaram a ser atacados em horário de folga (oito morreram assim). Mas os confrontos diretos entre a PM e os membros da facção não explicam todos os assassinatos a mais que ocorreram. Algo mais está acontecendo, mas nem o governo nem a polícia parecem saber direito o quê. Atirar contra qualquer suspeito não vai resolver a situação, é óbvio, porque mais inocentes acabarão morrendo. Não tem saída: a criminalidade só vai voltar a baixar com treinamento e

O melhor filme de todas ......

"Um Corpo que Cai" desbanca "Cidadão Kane" em lista britânica de melhores filmes COMENTE Cena de "Um Corpo que Cai", de Alfred Hitchcock VOTE NO MELHOR FILME DE TODOS OS TEMPOS O filme "Um Corpo que Cai", de Alfred Hitchcock, é eleito o melhor filme de todos os tempos, em pesquisa organizada pela revista do British Film Institute, a "Sight & Sound". Ele pegou o lugar que, até então, era ocupado, há 50 anos, por "Cidadão Kane", de Orson Welles. Para chegar ao resultado, a publicação entrevistou 846 críticos de cinema, acadêmicos, distribuidores, roteiristas e programadores de todo o mundo --número bem maior do que as 144 pessoas que escolhiam o melhor trabalho, há dez anos. "Um Corpo que Cai" (1958), entrou pela primeira vez na pesquisa em 1982 --dois anos depois da morte de seu diretor-- e ficou na sétima posição. Durante sua carreira, Hitchcock foi ignorado pela maioria dos críticos. Sua reputação, no entanto, foi crescendo ao longo do tempo. O longa de Hitchcock venceu "Cidadão Kane" com uma margem de 34 votos. Na história, James Stewart vive um detetive que investiga as estranhas atividades da mulher de seu amigo, interpretada por Kim Novak. "Kane" também ficou em segundo lugar em outra enquete da publicação, que fez a mesma pergunta a 358 diretores, tais como Martin Scorsese, Quentin Tarantino, Francis Ford Coppola, Woody Allen e Mike Leigh. Na seleção deles, o filme vencedor foi "Era Uma Vez em Tóquio", de Yasujiro Ozu. De acordo com os pesquisadores, o aumento no número de participantes "reflete o impacto da internet e a proliferação e aumento da influência dos comentaristas de filmes no novo meio". "O encouraçado Potemkin", de Sergei Eisenstein, que esteve na lista por 50 anos, saiu do ranking neste ano. Dos três filmes mudos que estão entre os dez melhores, "O Homem da Câmera", de Dziga Vertov, é novato; "Aurora", de F. W. Murnau, passou para o 5º lugar e "A Paixão de Joana d'Arc", de Carl Theodor Dreyer, volta à lista. De acordo com os organizadores, as mudanças na lista também podem ser explicadas pela facilidade em encontrar filmes antigos em DVD e pelo aumento de exibições de filmes com acompanhamentos musicais ao vivo. Confira os dez melhores filmes de todos os tempos eleitos por críticos em enquete da "Sight & Sound": "Um Corpo que Cai",(Hitchcock, 1958); "Cidadão Kane", (Welles, 1941); "Era Uma Vez em Tóquio", (Ozu, 1953); "A Regra do Jogo", (Renoir, 1939); "Aurora", (F. W. Murnau, 1927); "2001 - Uma Odisséia no Espaço", (Kubrick, 1968); "Rastros de Ódio", (Ford, 1956); "O Homem da Câmera", (Dziga Vertov, 1929); "A Paixão de Joana d'Arc", (Dreyer, 1927); "8 ½" (Fellini, 1963). Veja os dez melhores de todos os tempos eleitos por diretores de cinema: "Era Uma Vez em Tóquio", (Ozu, 1953); "2001 - Uma Odisséia no Espaço", (Kubrick, 1968), e "Cidadão Kane", (Welles, 1941); "8 ½" (Fellini, 1963); "Taxi Driver", (Scorsese, 1980); "Apocalypse Now", (Coppola, 1979); "O Poderoso Chefão", (Coppola, 1972) e "Um Corpo que Cai", (Hitchcock, 1958); "O Espelho", (Tarkovsky, 1974); "Ladrões de Bicicleta", (De Sica, 1948).