sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Tratamento para a cracolândia

A ação dos governantes na região conhecida como cracolândia, no centro de São Paulo, tem sido um fracasso. Basta caminhar por ali, de dia ou de noite, para ver que não diminuiu muito o número de usuários de crack. Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo confirmou essa impressão. Segundo os entrevistados, comprar e usar a droga na região é tão fácil hoje em dia quanto era no começo do ano. Ou seja, a ação da polícia na cracolândia, que começou seis meses atrás, não deu em muita coisa. Esse resultado era previsível. Uma situação tão complicada não poderia ser resolvida só com policiais tocando os "noias" de lá para cá. A "procissão do crack" não é uma solução. Para tentar impedir os exageros da PM, um juiz decidiu que os policiais não podem expulsar as pessoas da cracolândia, a não ser que sejam flagradas com crack. No fundo, a decisão apenas diz que a polícia deve seguir a lei. Tão óbvio que o juiz nem precisaria ter escrito isso. Mas, nas ruas, as coisas nem sempre são tão fáceis quanto nos livros. É claro que os direitos dos "noias" precisam ser respeitados. Só que isso não significa permitir que eles bloqueiem as ruas ou incomodem outras pessoas. E, acima de tudo, a cracolândia não pode ser território livre para uso e venda de drogas. O tráfico precisa ser combatido. Por isso, simplesmente criticar a polícia também não ajuda em nada. A PM, sem violência desnecessária, tem um papel a cumprir. Mas ela deve ser ajudada por agentes de saúde e assistência social. A solução só virá quando o maior número de viciados receber tratamento.

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