COMO SABER PRA QUE TIME UMA CRIANÇA TORCE?
É só dar um carrinho de brinquedo pra ela:
Se ela for brincar no barro é palmeirense.
Se for na agua é santista,
se desmontar e vender as peças é corinthiano,
e se trocar por uma Barbie é SÃO PAULINO! HAHAHA
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Que tal viajar comigo hoje?
A gente senta na asa da borboleta,
alcança a ponta do arco-íris,
faz três voltas pelo mundo...
Dá cambalhotas com as gaivotas no ar...
ganha um beijinho de vento...
senta no colo da lua
Eu pego uma estrelinha no céu,
você pega a do mar...
A gente come algodão doce de nuvem...
toma banho de cachoeira da chuva...
descobre os segredos da montanha
Fala com Deus,
pede saúde e paz pra todo mundo...
pra Ele derramar muito amor aqui na Terra
E, aí...
Quando a gente voltar...
De tanto sonho e momentos doces,
nossa amizade vai se eternizar...
Vamos?
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Quem é Corintiano, e só quem é Corintiano, sabe a dádiva que é ser Corintiano, tem ciência de que não há momento oportuno ou mais importante para ser Corinthians.
Todo ano, todo mês, todo dia, todo minuto, todo segundo é a sagrada hora de ser Corinthians do ser Corinthians.
Em todos os cantos do mundo o importante é que, em qualquer tempo, em todas maternidades de São Paulo, do Brasil, da América Latina e do planeta, novos seres humanos maculados pelo dominante e benigno gene do corinthianismo chegaram orgulhosamente ao mundo.
Já chorando, ritual de iniciação ao sofrimento intrínseco de ser Corintiano, seja rico ou pobre, more bem ou seja suburbano, caipira ou urbano.
Vencer, perder e empatar são para os outras torcidas de inveja embebecidas, entorpecidas pela incredulidade de constatar a nossa felicidade.
Alegria que, de tão corrosiva, arde, ser Corinthians não é herança, bonança desde bem criança, um estado de espírito.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Na direção errada
As montadoras de automóveis devem achar que os brasileiros são bobos. Porque é esse o papel que o governo brasileiro tem feito na sua relação com a indústria automobilística.
Desde pelo menos os anos 60 que esses fabricantes recebem todo tipo de facilidades e isenção de impostos por aqui. Mas, em contrapartida, o produto que têm oferecido ao consumidor brasileiro é caro, de má qualidade e, além de tudo, perigoso.
É o que afirma uma organização europeia especializada em testes de segurança de automóveis. Seus técnicos classificam os veículos em seis tipos, de zero a cinco estrelas.
Enquanto a maioria dos carros europeus têm cinco estrelas --ou seja, são bastante seguros--, os modelos brasileiros populares alcançam apenas uma estrela.
Em nossos carros mais baratos faltam peças e equipamentos que já saem de fábrica em quase todos os modelos europeus, como airbags, freios antitravamento e cabines reforçadas.
Ter apenas uma estrela significa que uma batida, mesmo abaixo de 70 km/h, coloca em risco a vida dos passageiros.
O problema é que o governo brasileiro não exige dos fabricantes padrões de segurança similares aos aplicados nos EUA e na Europa.
E facilita muito a vida das montadoras locais, ao fechar o mercado para a concorrência externa.
O governo tem que parar de fazer papel de bobo. Já passa da hora de proteger menos as montadoras aqui instaladas e começar a pensar mais na segurança --e no bolso-- do consumidor brasileiro.
Desde pelo menos os anos 60 que esses fabricantes recebem todo tipo de facilidades e isenção de impostos por aqui. Mas, em contrapartida, o produto que têm oferecido ao consumidor brasileiro é caro, de má qualidade e, além de tudo, perigoso.
É o que afirma uma organização europeia especializada em testes de segurança de automóveis. Seus técnicos classificam os veículos em seis tipos, de zero a cinco estrelas.
Enquanto a maioria dos carros europeus têm cinco estrelas --ou seja, são bastante seguros--, os modelos brasileiros populares alcançam apenas uma estrela.
Em nossos carros mais baratos faltam peças e equipamentos que já saem de fábrica em quase todos os modelos europeus, como airbags, freios antitravamento e cabines reforçadas.
Ter apenas uma estrela significa que uma batida, mesmo abaixo de 70 km/h, coloca em risco a vida dos passageiros.
O problema é que o governo brasileiro não exige dos fabricantes padrões de segurança similares aos aplicados nos EUA e na Europa.
E facilita muito a vida das montadoras locais, ao fechar o mercado para a concorrência externa.
O governo tem que parar de fazer papel de bobo. Já passa da hora de proteger menos as montadoras aqui instaladas e começar a pensar mais na segurança --e no bolso-- do consumidor brasileiro.
domingo, 27 de novembro de 2011
SER OU NÃO CORINTIANO....
O menino, disse para o pai ,que queria um time para torcer. Então o pai o levou para ver os jogos dos 4 grandes times de São Paulo.
No Morumbi, viram os troféus das Libertadores.. e no fim do jogo o pai perguntou, se o filho queria uma camisa, o filho responde que ainda ha jogos para ir.
No Palestra, viram as fotos da “academia”, dos tempos de Ademir da guia… e no final, o pai perguntou mais uma vez, se ele queria comprar a camisa, o filho respondeu novamente, que queria ir aos outros jogos primeiro.
Foram para a Vila, e lá, viram, os troféus, das Libertadores, e das conquistas dos tempo de Pelé. No final, novamente o pai pergunta : vamos comprar uma camisa? e o filho respondeu, que ainda havia um jogo para ir.
E foram ao Pacaembu, num domingo à tarde. Não conseguiram sair cedo de casa, estavam um pouco atrasados. O pai foi falando sobre o Corinthians no carro.
- Filho, estamos indo ao Pacaembu, mas o Pacaembu não é o estádio do Corinthians. É da prefeitura, porque o Corinthians não possui um estádio próprio.
Mas a torcida se sente muito bem lá. Outra coisa: o Corinthians é o único time de São Paulo que ainda não ganhou a Copa Libertadores. Mas tem um detalhe interessante: é a maior torcida de São Paulo, e a segunda maior do Brasil. É uma torcida tão apaixonada que é chamada de “Fiel”.
Por causa do atraso, pai e filho entraram no Pacaembu pelo portão principal, quase na hora em que o Corinthians subiu ao gramado. Sentaram-se nas numeradas, e logo tiveram de se levantar, porque o time foi para o campo.
De repente, o pai percebeu algo assustador. O menino estava chorando.
- O que aconteceu, meu filho?
- Não sei, pai.
- Por que você está chorando?
- Não sei…
- Quer ir embora?
- Não, quero ficar.
O jogo estava para começar quando o menino pegou o braço do pai.
- Pai, quero uma camisa.
- Como assim?
- Escolhi, pai.
- Mas o jogo ainda nem começou…
- Não importa.
sábado, 26 de novembro de 2011
Insulto aos mortos
Assalto, sequestro, estupro, assassinato: de crimes violentos o Brasil está cheio. Mas existe também outro tipo de violência, menos visível, na ação de alguns criminosos.
Foi um caso de violência moral, e não física, o golpe da quadrilha que se aproveitava das mortes ocorridas em recentes desastres de aviação.
Funcionava assim: os pilantras estudavam com cuidado a lista dos passageiros em acidentes como o voo 3054 da TAM, em 2007, ou o 447 da Air France, em 2009.
Algumas das vítimas morreram sem deixar dependentes. Com documentos falsos, e ajuda de funcionários da Previdência, os membros da quadrilha arranjavam pensões do INSS para pessoas que se diziam parentes dos mortos.
O prejuízo para os cofres púbicos foi estimado em R$ 3 milhões. Não é muito, comparando-se com a roubalheira que existe pelo país.
Mas a esperteza dos fraudadores mereceria uma punição extra, pelo insulto que representa à memória dos acidentados e à dor de todos que os conheciam, parentes ou não.
A Polícia Federal agiu bem no caso - foram presos preventivamente 17 membros da quadrilha, e os suspeitos responderão pelos seus atos na Justiça.
Mesmo quem não acredita em espíritos e assombrações, entretanto, fica imaginando se também não valeria uma ajuda do além para coibir atos desse tipo - no mínimo, tirando o sono dos aproveitadores da desgraça alheia.
Foi um caso de violência moral, e não física, o golpe da quadrilha que se aproveitava das mortes ocorridas em recentes desastres de aviação.
Funcionava assim: os pilantras estudavam com cuidado a lista dos passageiros em acidentes como o voo 3054 da TAM, em 2007, ou o 447 da Air France, em 2009.
Algumas das vítimas morreram sem deixar dependentes. Com documentos falsos, e ajuda de funcionários da Previdência, os membros da quadrilha arranjavam pensões do INSS para pessoas que se diziam parentes dos mortos.
O prejuízo para os cofres púbicos foi estimado em R$ 3 milhões. Não é muito, comparando-se com a roubalheira que existe pelo país.
Mas a esperteza dos fraudadores mereceria uma punição extra, pelo insulto que representa à memória dos acidentados e à dor de todos que os conheciam, parentes ou não.
A Polícia Federal agiu bem no caso - foram presos preventivamente 17 membros da quadrilha, e os suspeitos responderão pelos seus atos na Justiça.
Mesmo quem não acredita em espíritos e assombrações, entretanto, fica imaginando se também não valeria uma ajuda do além para coibir atos desse tipo - no mínimo, tirando o sono dos aproveitadores da desgraça alheia.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Sem exagerar na dose
A proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos é uma daquelas leis que nunca 'pegaram' totalmente no Brasil.
No Estado de São Paulo, uma pesquisa mostrou que um em cada cinco adolescentes entre 12 e 17 anos bebe regularmente.
O desrespeito é tanto que o governo paulista decidiu endurecer a legislação. Agora, estabelecimentos que venderem bebida a menores terão de pagar multas de R$ 1.745 a até R$ 87.250.
A fiscalização está nas ruas, e dezenas de bares e restaurantes já foram autuados desde o final de semana. Isso é bom.
Muita gente que não perguntava a idade do comprador agora vai pedir a identidade antes de vender uma garrafa de cerveja.
Mas a nova lei tem alguns exageros. O dono do estabelecimento é multado mesmo se um maior de idade compra a bebida e depois a repassa a um menor.
Alguém vai colocar um segurança para impedir um pai de dar cerveja a um filho, por exemplo? A multa deveria ir para o adulto irresponsável, não para o dono do bar.
Há outros pontos polêmicos, como a punição ao comerciante mesmo se o jovem apresentar uma identidade falsa. Ninguém é obrigado a ser perito para saber identificar falsificações.
Além disso, a obrigatoriedade de geladeiras separadas para bebidas alcoólicas e as outras pode impor custos desnecessários aos donos de bares e restaurantes.
A lei é boa, mas nesses pontos exagera na dose.
No Estado de São Paulo, uma pesquisa mostrou que um em cada cinco adolescentes entre 12 e 17 anos bebe regularmente.
O desrespeito é tanto que o governo paulista decidiu endurecer a legislação. Agora, estabelecimentos que venderem bebida a menores terão de pagar multas de R$ 1.745 a até R$ 87.250.
A fiscalização está nas ruas, e dezenas de bares e restaurantes já foram autuados desde o final de semana. Isso é bom.
Muita gente que não perguntava a idade do comprador agora vai pedir a identidade antes de vender uma garrafa de cerveja.
Mas a nova lei tem alguns exageros. O dono do estabelecimento é multado mesmo se um maior de idade compra a bebida e depois a repassa a um menor.
Alguém vai colocar um segurança para impedir um pai de dar cerveja a um filho, por exemplo? A multa deveria ir para o adulto irresponsável, não para o dono do bar.
Há outros pontos polêmicos, como a punição ao comerciante mesmo se o jovem apresentar uma identidade falsa. Ninguém é obrigado a ser perito para saber identificar falsificações.
Além disso, a obrigatoriedade de geladeiras separadas para bebidas alcoólicas e as outras pode impor custos desnecessários aos donos de bares e restaurantes.
A lei é boa, mas nesses pontos exagera na dose.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
O teste da chuva
Se as eleições municipais fossem realizadas na época das chuvas é provável que São Paulo já estivesse mais bem equipada para combater os efeitos dos temporais.
Como o eleitor só vai às urnas em outubro, na temporada da seca, os alagamentos e transtornos já não estão na ordem do dia. Se não foram totalmente esquecidos, ficaram para trás.
Talvez essa seja uma das explicações para o descaso das autoridades quando acaba a estação chuvosa.
As promessas de novas obras e de ações preventivas vão sendo abandonadas até que as nuvens carregadas voltem a ameaçar a cidade.
É o que acontece nesse momento. Por isso, a reportagem do Agora foi conferir o estado dos piscinões. E o que encontrou preocupa.
Os reservatórios acumulam sujeira, entulho e mato. Em alguns deles há falhas no concreto e problemas de segurança. No Guaraú, na zona norte, o piscinão virou point de jovens que consomem drogas.
Segundo a prefeitura, os detritos são decorrência de chuvas recentes. Os piscinões seriam monitorados por câmeras e passariam regularmente por limpeza.
Pode ser, mas, dos 14 visitados pelo Agora, sete foram totalmente reprovados.
Nem todos os efeitos das chuvas podem ser controlados, mas a prefeitura precisa fazer o que está a seu alcance. E, pelo visto, continua devendo. A hora do teste não vai demorar a chegar. É esperar para ver.
Como o eleitor só vai às urnas em outubro, na temporada da seca, os alagamentos e transtornos já não estão na ordem do dia. Se não foram totalmente esquecidos, ficaram para trás.
Talvez essa seja uma das explicações para o descaso das autoridades quando acaba a estação chuvosa.
As promessas de novas obras e de ações preventivas vão sendo abandonadas até que as nuvens carregadas voltem a ameaçar a cidade.
É o que acontece nesse momento. Por isso, a reportagem do Agora foi conferir o estado dos piscinões. E o que encontrou preocupa.
Os reservatórios acumulam sujeira, entulho e mato. Em alguns deles há falhas no concreto e problemas de segurança. No Guaraú, na zona norte, o piscinão virou point de jovens que consomem drogas.
Segundo a prefeitura, os detritos são decorrência de chuvas recentes. Os piscinões seriam monitorados por câmeras e passariam regularmente por limpeza.
Pode ser, mas, dos 14 visitados pelo Agora, sete foram totalmente reprovados.
Nem todos os efeitos das chuvas podem ser controlados, mas a prefeitura precisa fazer o que está a seu alcance. E, pelo visto, continua devendo. A hora do teste não vai demorar a chegar. É esperar para ver.
domingo, 20 de novembro de 2011
Na marca do pênalti
O Brasil vai receber os dois eventos esportivos mais importantes do planeta nos próximos anos. A Copa do Mundo de futebol será em 2014. A Olimpíada, em 2016.
O que devia ser motivo de orgulho tem se transformado em preocupação, com os gastos fora de controle e obras para lá de atrasadas.
A situação pode ficar ainda pior agora, com o mais novo escândalo do governo federal, que atingiu bem o Ministério do Esporte.
O ministro Orlando Silva, do PC do B, foi acusado de receber dinheiro de um esquema de fraudes. O governo fazia convênios com ONGs para incentivar a prática de esportes entre alunos, mas uma parte do dinheiro ia para corrupção, de acordo com a denúncia.
O ministro nega as acusações, mas a verdade é que a situação política dele está complicada. Essas suspeitas de fraudes no Ministério do Esporte vêm desde pelo menos 2008 - e quase nada foi feito para solucionar o problema desde então.
Se não conseguir se segurar no cargo, o ministro Orlando Silva será o quinto a cair, só neste ano, por suspeitas de tramoias.
Antes dele, já foram derrubados por denúncias os ministros da Agricultura, dos Transportes, da Casa Civil e do Turismo.
Esse novo escândalo vem atrapalhar ainda mais as preparações para o Mundial, que não estão lá essas coisas. Mas é melhor o Brasil limpar a área agora do que tomar de goleada na luta contra a corrupção.
O que devia ser motivo de orgulho tem se transformado em preocupação, com os gastos fora de controle e obras para lá de atrasadas.
A situação pode ficar ainda pior agora, com o mais novo escândalo do governo federal, que atingiu bem o Ministério do Esporte.
O ministro Orlando Silva, do PC do B, foi acusado de receber dinheiro de um esquema de fraudes. O governo fazia convênios com ONGs para incentivar a prática de esportes entre alunos, mas uma parte do dinheiro ia para corrupção, de acordo com a denúncia.
O ministro nega as acusações, mas a verdade é que a situação política dele está complicada. Essas suspeitas de fraudes no Ministério do Esporte vêm desde pelo menos 2008 - e quase nada foi feito para solucionar o problema desde então.
Se não conseguir se segurar no cargo, o ministro Orlando Silva será o quinto a cair, só neste ano, por suspeitas de tramoias.
Antes dele, já foram derrubados por denúncias os ministros da Agricultura, dos Transportes, da Casa Civil e do Turismo.
Esse novo escândalo vem atrapalhar ainda mais as preparações para o Mundial, que não estão lá essas coisas. Mas é melhor o Brasil limpar a área agora do que tomar de goleada na luta contra a corrupção.
sábado, 19 de novembro de 2011
Bêbados ao volante
É um clássico direito do cidadão não produzir provas que possam incriminá-lo.
Com base nesse princípio, muita gente tem se recusado a passar pelo teste do bafômetro.
E o número está aumentando. Até o dia 18 de outubro deste ano, 702 pessoas, na cidade de São Paulo, não quiseram se submeter à medição.
A estatística já superou a do ano passado, quando 593 motoristas se negaram a assoprar o aparelho.
É óbvio que quem não teme, assopra. E quem foge sabe que bebeu além da conta.
É possível que tenha crescido o número dos que guiam depois de beber.
Mas o mais provável é que venha aumentando a quantidade de cidadãos conscientes do direito de recusar o bafômetro.
É verdade que faltam educação e transporte público eficiente. Mas é óbvio que isso não justifica guiar embriagado.
Verdadeiras tragédias causadas por bêbados ao volante têm chocado a população de São Paulo e de outras cidades brasileiras.
Em geral, quando alguém rejeita o bafômetro, é levado a uma delegacia e submetido à "avaliação visual" de um legista do IML.
O problema é que a Justiça não reconhece esse laudo como prova.
É preciso, portanto, encontrar uma alternativa para testar a embriaguez e punir os irresponsáveis que colocam em risco a vida alheia.
Com base nesse princípio, muita gente tem se recusado a passar pelo teste do bafômetro.
E o número está aumentando. Até o dia 18 de outubro deste ano, 702 pessoas, na cidade de São Paulo, não quiseram se submeter à medição.
A estatística já superou a do ano passado, quando 593 motoristas se negaram a assoprar o aparelho.
É óbvio que quem não teme, assopra. E quem foge sabe que bebeu além da conta.
É possível que tenha crescido o número dos que guiam depois de beber.
Mas o mais provável é que venha aumentando a quantidade de cidadãos conscientes do direito de recusar o bafômetro.
É verdade que faltam educação e transporte público eficiente. Mas é óbvio que isso não justifica guiar embriagado.
Verdadeiras tragédias causadas por bêbados ao volante têm chocado a população de São Paulo e de outras cidades brasileiras.
Em geral, quando alguém rejeita o bafômetro, é levado a uma delegacia e submetido à "avaliação visual" de um legista do IML.
O problema é que a Justiça não reconhece esse laudo como prova.
É preciso, portanto, encontrar uma alternativa para testar a embriaguez e punir os irresponsáveis que colocam em risco a vida alheia.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
A epidemia de crack
Se alguém ainda tem alguma dúvida de que o crack virou uma epidemia, uma pesquisa feita com prefeitos de todo o país informa que a droga já chegou a 90% dos nossos municípios.
Isso quer dizer que não só em São Paulo, mas também em pequenas cidades do interior, esse vício devastador já está nas ruas.
No Estado de São Paulo, o crack chegou ao menos a 438 municípios (foram 556 pesquisados, de um total de 645).
O que revolta é que a droga foi se espalhando aos poucos, sem que as autoridades fossem capazes de reagir. Desde pelo menos o final dos anos 1990 o consumo já era conhecido em São Paulo.
A situação chegou ao ponto em que quase ninguém parece se espantar com a legião de "noias" que ocupam as ruas à luz do dia. Tudo acontece como se não houvesse solução para o problema.
No ano passado foram gastos apenas R$ 5 milhões de um fundo federal para tratamento de doentes, que tinha R$ 124 milhões previstos.
A presidente Dilma Rousseff, que prometeu na campanha eleitoral enfrentar o problema, lançou, de fato, um plano nacional para combater o crack, mas os resultados ainda não apareceram.
A julgar pelo que se vê nas ruas de cidades espalhadas por todo o país, essa triste epidemia, para ser vencida, exigirá muito empenho e perseverança dos governantes, sejam eles federais, estaduais ou municipais.
Isso quer dizer que não só em São Paulo, mas também em pequenas cidades do interior, esse vício devastador já está nas ruas.
No Estado de São Paulo, o crack chegou ao menos a 438 municípios (foram 556 pesquisados, de um total de 645).
O que revolta é que a droga foi se espalhando aos poucos, sem que as autoridades fossem capazes de reagir. Desde pelo menos o final dos anos 1990 o consumo já era conhecido em São Paulo.
A situação chegou ao ponto em que quase ninguém parece se espantar com a legião de "noias" que ocupam as ruas à luz do dia. Tudo acontece como se não houvesse solução para o problema.
No ano passado foram gastos apenas R$ 5 milhões de um fundo federal para tratamento de doentes, que tinha R$ 124 milhões previstos.
A presidente Dilma Rousseff, que prometeu na campanha eleitoral enfrentar o problema, lançou, de fato, um plano nacional para combater o crack, mas os resultados ainda não apareceram.
A julgar pelo que se vê nas ruas de cidades espalhadas por todo o país, essa triste epidemia, para ser vencida, exigirá muito empenho e perseverança dos governantes, sejam eles federais, estaduais ou municipais.
QUATRO LATAS DE ATUM
Milhares de processos aguardam resolução na Justiça, e bandidos perigosos andam soltos por falta de presídios. Enquanto isso, chega a notícia de que Wagner Colombo, 31 anos, foi condenado a um ano e meio atrás das grades pelo furto de quatro latas de atum e uma de óleo.
Foi numa mercearia em São Mateus (zona leste de SP). Wagner nem mesmo chegou a consumir o produto. Devolveu as latas ao ser pego em flagrante.
Mesmo assim, foi levado à polícia.
Abriu-se o processo. E o azar de Wagner continuou. Ele tinha de se apresentar no fórum para o julgamento. Mas chegou atrasado.
Claro, o ônibus que devia levá-lo de São Mateus até o Fórum da Barra Funda demorou três horas para atingir o seu destino.
Já era tarde: sem se apresentar no horário devido, o ladrão de atum foi condenado. Quando ele chegou, a juíza afirmou que não tinha como voltar atrás da decisão.
O caso teve de ir à instância mais alta do Judiciário paulista, o Tribunal de Justiça. Só então decidiram conceder-lhe a liberdade.
"Embora com atraso", disse o desembargador Xavier de Souza, "ele compareceu ao fórum. É evidente que se quisesse frustrar a aplicação da lei, assim não teria agido".
É evidente, mas às vezes demora para cair a ficha.
E, convenhamos, num país onde a Justiça atrasa tanto, condenar alguém por chegar três horas depois do combinado chega a parecer piada de mau gosto.
De qualquer modo, Wagner deve ter aprendido a lição. Só resta esperar que a Justiça se preocupe menos com casos desse tipo --e que prenda, em vez de quem rouba latas de atum, os peixes grandes que estão à solta.
Foi numa mercearia em São Mateus (zona leste de SP). Wagner nem mesmo chegou a consumir o produto. Devolveu as latas ao ser pego em flagrante.
Mesmo assim, foi levado à polícia.
Abriu-se o processo. E o azar de Wagner continuou. Ele tinha de se apresentar no fórum para o julgamento. Mas chegou atrasado.
Claro, o ônibus que devia levá-lo de São Mateus até o Fórum da Barra Funda demorou três horas para atingir o seu destino.
Já era tarde: sem se apresentar no horário devido, o ladrão de atum foi condenado. Quando ele chegou, a juíza afirmou que não tinha como voltar atrás da decisão.
O caso teve de ir à instância mais alta do Judiciário paulista, o Tribunal de Justiça. Só então decidiram conceder-lhe a liberdade.
"Embora com atraso", disse o desembargador Xavier de Souza, "ele compareceu ao fórum. É evidente que se quisesse frustrar a aplicação da lei, assim não teria agido".
É evidente, mas às vezes demora para cair a ficha.
E, convenhamos, num país onde a Justiça atrasa tanto, condenar alguém por chegar três horas depois do combinado chega a parecer piada de mau gosto.
De qualquer modo, Wagner deve ter aprendido a lição. Só resta esperar que a Justiça se preocupe menos com casos desse tipo --e que prenda, em vez de quem rouba latas de atum, os peixes grandes que estão à solta.
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