As montadoras de automóveis devem achar que os brasileiros são bobos. Porque é esse o papel que o governo brasileiro tem feito na sua relação com a indústria automobilística.
Desde pelo menos os anos 60 que esses fabricantes recebem todo tipo de facilidades e isenção de impostos por aqui. Mas, em contrapartida, o produto que têm oferecido ao consumidor brasileiro é caro, de má qualidade e, além de tudo, perigoso.
É o que afirma uma organização europeia especializada em testes de segurança de automóveis. Seus técnicos classificam os veículos em seis tipos, de zero a cinco estrelas.
Enquanto a maioria dos carros europeus têm cinco estrelas --ou seja, são bastante seguros--, os modelos brasileiros populares alcançam apenas uma estrela.
Em nossos carros mais baratos faltam peças e equipamentos que já saem de fábrica em quase todos os modelos europeus, como airbags, freios antitravamento e cabines reforçadas.
Ter apenas uma estrela significa que uma batida, mesmo abaixo de 70 km/h, coloca em risco a vida dos passageiros.
O problema é que o governo brasileiro não exige dos fabricantes padrões de segurança similares aos aplicados nos EUA e na Europa.
E facilita muito a vida das montadoras locais, ao fechar o mercado para a concorrência externa.
O governo tem que parar de fazer papel de bobo. Já passa da hora de proteger menos as montadoras aqui instaladas e começar a pensar mais na segurança --e no bolso-- do consumidor brasileiro.
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