sexta-feira, 15 de junho de 2012
Ao lado das mulheres, na pior hora
A ideia é polêmica, como tudo que diz respeito a aborto. O Ministério da Saúde está estudando formas de prestar mais assistência a mulheres que decidam interromper a gravidez indesejada.
Trata-se de informá-las sobre os riscos de cada método para abortar disponível por aí, mas também de apresentar alternativas, como a entrega do bebê para adoção. E, ainda, de prestar-lhes assistência médica após a realização do aborto.
A falta de informação, o recurso a clínicas clandestinas e o medo de procurar a rede pública de saúde em caso de complicações são fatores responsáveis pela morte de mulheres que, por falta de opção, decidiram abortar.
Diminuir esse risco é uma questão de saúde pública, não de moral. É verdade que, com a iniciativa em estudo, surgiria uma situação delicada. O poder público que faz valer a proibição do aborto (salvo em algumas exceções na lei) é o mesmo que providenciaria informações sobre como realizá-lo do modo menos ruim.
No Uruguai, onde o aborto também é proibido, a ideia parece estar dando certo. Vale mais, quando se trata da vida da mãe (que vai fazer o aborto de qualquer jeito), pensar na saúde dela do que fechar os olhos para a realidade, por mais feia que seja.
De todo jeito, a questão do aborto divide toda a sociedade. É preciso fazer uma consulta popular sobre o tema, ao menos para que seja discutido sem tabus. Não dá para ir liberando o aborto aos poucos, por decreto.
Enquanto isso, as autoridades têm de fazer a sua parte: oferecer acesso livre a outros métodos anticoncepcionais, como a tal pílula do dia seguinte.
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