sexta-feira, 15 de junho de 2012
Novas velhas rodoviárias
A Prefeitura de São Paulo tirou da gaveta um projeto de duas novas rodoviárias na cidade, ambas de menor porte, uma na Vila Sônia (zona oeste) e outra em Itaquera (zona leste).
O plano original é de 1978. Naquela época, ter carro era só um sonho para a maioria dos paulistanos, e andar de avião, então, era um luxo.
Para a prefeitura, as novas rodoviárias ficariam mais perto dos cidadãos. Ajudariam também a tirar ônibus intermunicipais de longos trajetos dentro da cidade, para aliviar o trânsito.
A Socicam, empresa que administra os terminais do Tietê, da Barra Funda e do Jabaquara, achou a ideia ruim.
Diz que São Paulo não precisa de novas rodoviárias, porque a cidade recebe menos passageiros de ônibus hoje (17 milhões) do que em 1990 (32 milhões).
A prefeitura retruca que a empresa tem interesse em detonar o projeto porque perderia clientes.
É verdade, mas não basta para justificar gastos que nem a própria administração conseguiu calcular. Já a Socicam diz que as novas rodoviárias vão custar R$ 500 milhões.
Fora isso, as justificativas da prefeitura também parecem fracas. Colocar rodoviária perto dos cidadãos é uma uma coisa legal, mas só ajuda quem mora na vizinhança.
E as três rodoviárias já estão integradas a metrô e ônibus. O acesso não é um problema assim tão grande.
A questão do trânsito que os intermunicipais geram merece alguma atenção. Mas os engarrafamentos não acontecem só em volta das rodoviárias.
Se é para melhorar o tráfego, em geral, faz mais sentido gastar dinheiro com o que já se provou que dá certo, como os corredores de ônibus urbanos.
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