sexta-feira, 15 de junho de 2012
Trancos e barrancos
Até algum tempo atrás, parece que ninguém se incomodava com o problema.
Quem tivesse de usar cadeiras de rodas estaria mesmo condenado a ter lugares inacessíveis, a depender dos outros para vencer alguns poucos degraus.
Ninguém estava nem aí para rampas de acesso.
Aos poucos, a mentalidade vai mudando. Mas as calçadas, ainda não. Segundo pesquisa do IBGE, com base no Censo de 2010, apenas 4,7% das ruas brasileiras dispõem de rampas de acesso para cadeirantes.
São Paulo não está nada bem nessa estatística. Só 9,2% de ruas permitem a locomoção dos cadeirantes.
O índice parece mais feio ainda diante de exemplos de sucesso como o do Samu, um dos serviços de saúde mais importantes da cidade (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o 192).
No Samu, quase todos os atendentes têm algum tipo de deficiência, e o serviço ganhou até prêmio internacional por sua qualidade. Sem as rampas, os cadeirantes como os do Samu enfrentam ainda mais dificuldade para chegar ao trabalho.
É uma cidade cearense de 8.000 habitantes, a 255 km de Fortaleza, que apresenta o melhor índice de todo o país nesse ponto. Jaguaribara tem 75,5% das ruas com acesso para quem usa cadeira de rodas.
Mas não é só o problema das rampas que afeta o cadeirante em São Paulo. Faltaria ainda falar das calçadas que se encontram em petição de miséria. O paulistano vive aos trancos e barrancos, para não dizer aos tropeços e topadas, quando circula pela cidade.
O respeito que falta aos cadeirantes é, na verdade, o respeito que falta a todo cidadão.
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