sexta-feira, 15 de junho de 2012
Arrastão em dia de festa
Contra os casos recentes de arrastões a bares e restaurantes bacanas em São Paulo, o governo anunciou que vai aumentar o patrulhamento, mas só em dias festivos.
Parece que o pessoal da polícia não levou em conta que muitos desses crimes são cometidos já perto do horário de fechamento, quando restam poucos clientes, e não em lugares lotados de casais esperando mesa para o Dia dos Namorados.
Os bandidos não estão interessados em lugares cheios, onde teriam que controlar um número de pessoas muito maior que a gangue.
O reforço só para datas especiais parece uma medida de emergência meio desesperada para mostrar serviço à opinião pública, preocupada com esses casos de roubo em áreas que concentram classes média e alta.
É claro que existe um pouco de exagero em relação a esses crimes. Ouve-se falar tanto de arrastão a restaurante que as pessoas acabam sentindo mais medo disso do que de ser assaltado no carro.
Só que ocorrem muito mais roubos a motoristas do que arrastões. Assaltos a padarias, farmácias e postos de gasolina também são muito mais comuns, mas mais espalhados pela cidade.
Mostrar que tem crime em todo lugar, porém, não vai acalmar a população. Muito ao contrário. O que a polícia tem que fazer é usar inteligência.
Descobrir quem são esses bandidos e como eles agem.
Enquanto isso, é preciso patrulhar. Nas áreas da capital em que a polícia aparece a toda hora, como a Vila Madalena, a turma do arrastão deu um tempo.
Mas, como qualquer um sabe, se o gato não descobrir onde os ratos se entocam, eles voltam rapidinho.
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