terça-feira, 24 de julho de 2012

Cuidado com o cartão

A economia brasileira passa por um momento difícil, mas cresceu nos últimos anos. A renda média do trabalhador subiu e muita gente conseguiu aumentar seu poder de compra. Um dos caminhos que facilitaram o crescimento do consumo foi a ampliação do crediário. Comprar em muitas vezes, pagando prestações que parecem caber no salário, é mesmo uma tentação. Mas é preciso tomar cuidado. Os juros cobrados nesses financiamentos podem ser muito altos. E, num momento de aperto, vão transformando a dívida em bola de neve. De todos os tipos de crédito à disposição das pessoas, o mais perigoso ainda é o do cartão de crédito. Uma pesquisa feita por uma associação de defesa do consumidor mostra que os juros cobrados por esses cartões no Brasil chegam a inacreditáveis 323% ao ano. São disparados os maiores da América Latina. É possível que sejam os maiores do mundo. Quem atrasa o pagamento da fatura ou liquida apenas a parcela mínima pode quebrar a cara. Uma das causas dessa situação é a falta de concorrência no setor. E onde não tem competição, vale a lei do mais forte. No caso, os bancos e as instituições financeiras que lucram com os cartões. Os bancos costumam dizer que as taxas são altas porque muita gente dá calote. Mas o bom-senso indica que é o contrário: muita gente dá calote porque as taxas são absurdas. O governo sabe dos abusos, mas não consegue resolver. Enquanto continuar essa situação, o melhor a fazer é manter distância de dívidas no cartão.

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