terça-feira, 24 de julho de 2012

Sampa, capital da violência

Alegria de paulistano dura pouco, assim como a de seus vizinhos na Grande São Paulo. Depois de uma década vendo os índices de violência caírem, ela volta a assustar a cidade e sua periferia. Na madrugada de quarta para quinta, o bicho pegou em Osasco, município a oeste da capital. Aproveitando o barulho dos rojões pela vitória do Palmeiras, um grupo de extermínio matou a tiros oito homens entre 22 e 46 anos. O comboio da morte, que tinha um carro e uma motocicleta, agiu rápido. Em menos de três horas, da 1h27 às 4h20, passou atirando por sete locais de Osasco. Segundo a polícia, só um morto tinha ligação com o crime. O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, atribuiu a matança a uma guerra entre quadrilhas de traficantes. Outra linha de investigação, muito mais grave, parte da possibilidade de que os atiradores fossem policiais mandando recados a bandidos. É muito cedo para sair apontando culpados, claro. Mas o clima de violência não para de piorar. Na noite de quinta para sexta, outras oito pessoas morreram em tiroteios com a participação de policiais militares em mais seis lugares, desta vez em São Paulo e Itapevi. Não há indício nenhum de relação com as mortes de Osasco. Por outro lado, parece cada vez mais evidente que a PM também está mais disposta a atirar para matar. Principalmente depois da morte de bandidos do PCC pela Rota na zona leste e da série de assassinatos e atentados contra PMs. Enfrentar a bandidagem é papel da polícia, ninguém duvida. Mas também não tranquiliza ninguém ver Sampa transformada em uma praça de guerra.

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