A fragilidade dos ciclistas voltou a ficar evidente com a morte do empresário Antonio Bertolucci na avenida Sumaré (zona oeste de SP), atropelado por um ônibus de turismo. Não se sabe ainda quem teve responsabilidade pelo acidente.
"Tio Antonello", como ficou conhecido pela turma bicicleteira, era um entusiasta do ciclismo. Aos 68 anos, pedalava há décadas, sempre de capacete. Já tinha sofrido alguns acidentes, mas nunca desistiu.
Não foi por falta de experiência ou habilidade, portanto, que Bertolucci acabou morrendo. Alguém poderia dizer que foi por amor. Ou por insistir em fazer algo que lhe dava prazer, mas que a cidade mal tolera.
Qualquer pessoa pode enxergar que São Paulo não é um lugar bom para andar de bicicleta. Há muitas ladeiras, o asfalto está cheio de buracos e ondulações, e o trânsito é uma loucura.
Isso não quer dizer que não há lugar nas ruas para os ciclistas. Se carros, coletivos, caminhões, motos e pedestres podem circular por aí, por que não as magrelas? Espaço existe. O que não existe é segurança.
Ciclovias são uma boa ideia, mas não uma solução. Por mais dessas pistas protegidas que a prefeitura crie, elas acabam servindo mais para passear. Dificilmente resolverão o problema de quem prefere usar a magrela para ir ao trabalho.
Em dois anos, 110 ciclistas morreram nas ruas paulistanas. Não parece muito, mas é, pois só alguns milhares usam magrelas na cidade. Em Copenhague, na Dinamarca, o meio de transporte é utilizado por 1 milhão de pessoas todos os dias, mas só houve seis mortes em 2009. Em outras palavras, uma cidade pode aprender a abrir espaço para as bicicletas. Basta os motoristas, os motoqueiros e os próprios ciclistas agirem com mais prudência no trânsito.
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