sábado, 4 de junho de 2011

Greve descarrilada

Por mais que a greve seja um direito legítimo, garantido por lei, trabalhadores deveriam refletir melhor antes de iniciar paralisações que possam prejudicar milhões de pessoas.

Nesta semana, as seis linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) chegaram a ficar totalmente paradas, atingindo as 89 estações.

Depois, os ferroviários retornaram ao "estado de greve", para negociar sem parar o serviço. Mas isso não apaga o fato de que mais de 2 milhões de passageiros foram prejudicados em 22 cidades da região metropolitana de São Paulo.

Por trás dos números, há uma infinidade de dramas individuais. Muitas gente perdeu o dia de trabalho, compromissos, exames, aulas, encontros.

Muitas dessas estações de trem ficam distantes da região central, onde a maior parte das pessoas trabalha. Ir de ônibus se torna quase inviável. As estações do metrô em áreas próximas ficaram superlotadas.

Para ser eficaz, uma greve não precisa ser total. Uma decisão da Justiça obrigava que 90% dos trens circulassem no horário de pico, mas foi descumprida. Ainda não foi decidido se, e como, a multa de R$ 200 mil por dia vai ser paga.

O valor é até pequeno, se comparado aos transtornos provocados aos trabalhadores. Os ferroviários precisam arcar com as consequências de suas decisões.

Se quiserem ter seus pedidos respeitados, os grevistas precisam respeitar também a população. Isso significa manter a operação em padrões aceitáveis, sem levar o caos a milhões de pessoas. Só assim a negociação poderá entrar nos trilhos.

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