São Paulo (SP)
Não há nada mais chato do que o eterno saudosista. Tudo, antigamente, era melhor. No futebol não é diferente. Aparece um craque e logo alguém diz: "Mas esse não jogaria nunca, em 60, 70, 40", sei lá quando. Bobagem. O craque jogaria e jogará em qualquer tempo. Se Pelé atuasse hoje, seria o maior de todos, se Garrincha vivesse nossos dias, daria show do mesmo jeito e se Ronaldo existisse nos anos 50, estaria na seleção campeão do mundo de 58.
O talento não tem tempo, nem idade. Mozart seria maravilhoso hoje e os Beatles encantariam os medievais. Vendo Santos e Cruzeiro, lembrei, e isso não é pecado, dos grandes duelos entre eles no final dos anos 60. E lá estavam Edu, Pelé, Toninho, Ramos Delgado, Carlos Alberto Torres, Tostão, Dirceu Lopes, Natal, etc, etc. Era lindo vê-los em campo.
Aí o Neymar pegou a bola e deu de calcanhar para o jovem e até mesmo pouco conhecido, Alex Sandro. Ele ainda estava no campo defensivo, mas saiu em velocidade. Deu uma meia lua no zagueiro do Cruzeiro, entrou na diagonal, ergueu a cabeça e tocou no "canto impossível". O goleiro Fábio, com passagens pela seleção, só pode ficar olhando. Não aplaudiu porque ficaria chato. Foi o mais belo gol do ano, pelo menos que eu me lembre. E do Alex Sandro. O garoto desconhecido, o reserva do Léo. Gol daqueles de dar espanto. Voce fala um palavrão e depois aplaude.
Ganhei o dia. Fiquei feliz com aquela maravilha. A arte é perene. Sei lá se o Alex Sandro fará outro gol desse porte. Não dá nem para apostar, que ele será um sucesso no futebol. Mas, o gol ficou eternizado. A arte sempre fica, nem que seja apenas na retina de quem viu. E eu vi e o Brasil viu pela televisão.
Não houve, nem haverá, melhor tempo do futebol. Enquanto existir esse empolgante esporte, sempre estaremos próximos de alguma magia. Ela vem do nada. O futebol é mágico mesmo. E a ilusão não tem período, idade, ou momento maior. Ela sempre estará por vir.
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