segunda-feira, 30 de abril de 2012

A ambiguidade intangível do Futebol

Todos os grandes clubes brasileiros possuem dívidas milionárias. Mesmo assim continuam pagando altos salários aos seus jogadores e gastando milhões em contratações, seja com “dinheiro em caixa” ou com a “ajuda” de empresários e/ou investidores. Os estádios continuam sucateados e o público cuja presença é cada vez mais escassa é historicamente mal tratado. De acordo com a auditoria realizada pela Casual Auditores, em associação com a empresa Parker Randall, o Fluminense é o clube mais endividado, com um rombo de R$ 319,7 milhões. Em seguida aparecem Botafogo (R$ 301 milhões), Atlético-MG (R$ 293,4 milhões), Vasco (R$ 291 milhões) e Flamengo (R$ 278 milhões). Santos, Corinthians, Internacional, Grêmio, São Paulo, Palmeiras e Cruzeiro também possuem débitos superiores a R$ 50 milhões. Ao olharmos para a Europa o panorama muda um pouco. Os estádios estão sempre lotados, o torcedor tem acesso a poltronas confortáveis, seu carro não fica sob o olhar (duvidoso) do flanelinha, enfim, o tratamento dado ao torcedor é bem diferente. Os salários são milionários e as contratações atingem cifras estelares, num patamar superior ao futebol brasileiro. No entanto, as diferenças acabam aí, já que as dívidas (ver quadro abaixo) também são milionárias, e num nível muito superior ao quadro brasileiro. Os clubes considerados como os maiores do mundo, Barcelona e Real Madrid, possuem dívidas entre 500 e 800 milhões de Euros cada um. O Manchester United, o clube inglês com maior número de títulos nos últimos anos, possui dívida de mais 800 milhões de Euros, semelhante ao Chelsea controlado pelo bilionário russo Roman Abramovich, com 600 milhões de Euros. Estima-se que os 20 clubes da Premier League, a liga inglesa, estejam endividados em mais 3,5 bilhões de Euros. Posto isso, a primeira pergunta que nos vem a cabeça é: como isso é possível? Como os clubes devem tanto e mesmo assim continuam gastando? Exceção, talvez seja o futebol alemão. Que possui grandes jogadores, mas não os mais caros, os estádios estão sempre lotados, mas seus clubes estão muito bem financeiramente. No entanto, um clube alemão não ganha a Liga dos Campeões, maior torneio da Europa desde 2001 (ao menos até dia 19 de maio). Essa constatação nos leva a uma serie de reflexões. O futebol, espetáculo assistido por milhões de pessoas no mundo todo, gera riquezas, empregos e movimenta a economia de diversos países, tem uma gestão financeira, no mínimo, discutível. E mesmo dessa forma continua tendo êxito, pois, as dívidas não impedem os times de ganhar títulos e também não parecem paralisa-los para novas contratações e salários milionários. O futebol como paixão, diversão e bem intangível ficaria fora das leis do mercado, ou seja, pode dar prejuízo desde que traga títulos e atraia torcedores. Pensando o futebol sob a ética da sustentabilidade, das boas práticas de mercado e de uma gestão eficiente, ele seria mais exitoso trazendo mais riquezas e atraindo mais torcedores? Na prática isso não parece verdade na comparação entre os clubes europeus. O futebol como único esporte em que um adversário pior tecnicamente pode vencer o oponente superior tecnicamente, revela sua face ambígua também na gestão de suas riquezas. RESUMO – VALOR TOTAL DA DÍVIDA POR CLUBE EM MILHÕES DE EUROS 1. Manchester Utd , 820 2. Real Madrid , 800 3. Chelsea , 600 4. Barcelona , 500 5. Atletico Madrid , 450 6. Internacionale , 420 7. Valencia , 400 8. Milan , 360 9. Arsenal , 350 10. Liverpol , 330

Em balanço, Andrés promete Corinthians como mais poderoso do mundo, mas receita com publicidade cai 49

O Corinthians divulgou o balanço referente a 2011 em seu site oficial. Como presidente até o ano passado, Andrés Sanchez assina o relatório. “Em 2008, democratizamos a gestão, ao apoiarmos a aprovação de um estatuto que não permite a reeleição e assegura as eleições diretas. A grande vantagem é o fato de ser um projeto para dez anos, que levará o time a se tornar o mais conhecido e poderoso do mundo, com jogadores habilidosos, e ser o dono da maior renda”, diz trecho do texto publicado pelo ex-presidente no documento. O balanço confirma a importância do novo contrato com a Globo para o clube, já que as receitas com bilheteria e publicidade caíram no ano passado, apesar da conquista do Brasileirão. A receita com patrocínio e publicidade desceu de R$ 47,3 milhões em 2010 para R$ 44,3 milhões em 2011. A arrecadação com venda de ingressos diminuiu de R$ 29,4 milhões para R$ 27,1 milhões. Em compensação, o novo contrato de TV rendeu, só em 2011, R$ 112,4 milhões contra R$ 54,9 milhões no ano anterior. No relatório, Andrés também fala da importância que o novo estádio terá para o clube. E o balanço registra que ele será construído com ajuda do BNDES e de incentivos da prefeitura. Já a dívida do Corinthians é de R$ 188,5 milhões. Cresceu R$ 56,4 milhões.

Barça dá mau exemplo ao não segurar Guardiola e pode interferir em futuro de jovens brasileiros 68

Paparicado como exemplo a ser seguido, o Barcelona mostrou como não se faz ao não reverter a decisão de Guardiola de dar adeus ao fim de seu contrato. Por mais que seja a vontade do treinador e que ele tenha saído pela porta da frente, fica a impressão de que o clube não resitiu a uma curta sequência de maus resultados e preferiu dar por encerrado o ciclo de um treinador vencedor. A saída teve um tempero bem usado no Brasil: apimentadas críticas da imprensa, no caso a catalã, a quem até outro dia era perfeito. Porém, o que mais interessa ao futebol brasileiro é que o anúncio de Guardiola inicia uma dança das cadeiras nos grandes europeus que deve refletir no futuro de promessas brasileiras. Empresários dos principais jovens que atuam no país aguardam a definição sobre quem comandará qual time na próxima temporada para definir seus passos na janela de transferência. Até agora, a aposta maior era a de que Mourinho deixaria o Real Madrid. O português é um exemplo de como a troca de técnicos pode mexer com os brasileiros. Recentemente, ele disse ao pai do são-paulino Lucas que gostaria de contar com ele na próxima temporada. Se a intenção for verdadeira, Mourinho indicaria o craque para o seu novo clube. Assim, a atenção dos agentes está voltada para o novo emprego de Guardiola. Se havia algum brasileiro (além de Neymar) nos planos do treinador, o pretendido deve aparecer na lista de reforços de seu novo clube, abrindo uma nova perspectiva. O mesmo vai acontecer com quem sair de algum time para dar a vaga ao espanhol. E por aí vai.

Frangos x Frangos.....

Não gosto de fazer parte do time dos corneteiros. Acho que isso muitas vezes atrapalha, em qualquer setor de atividade. Falar mal constantemente de uma pessoa não é uma tarefa digna. Duvidar da capacidade de superação de outro, também. Como diz o ditado: “Errar é humano”. Todos nós falhamos. O melhor dos seres humanos está muito distante de ser perfeito. Isso é evidente. Que fique claro que não tenho nada contra Júlio César, Deola e Denis, os goleiros do Trio de Ferro. Mas, em minha opinião, os três arqueiros estão hoje muito inseguros para as metas de grandes clubes. Prefiro não julgar a capacidade técnica de cada um. Não sou goleiro. Nunca fui. Convocarei futuramente para isso um especialista. Em uma outra coluna. Só que noto claramente a fragilidade psicológica do trio. E cada um tem seus motivos. No Corinthians, Júlio César, nos momentos decisivos, costuma falhar. Isso é fato. Não é uma perseguição. Foi assim contra o Santos, na Vila Belmiro, na final do Campeonato Paulista de 2011, naquele gol de Neymar. Antes, Júlio já tinha falhado no gol em cobrança de falta marcado por Rogério Ceni, o 100º do ídolo são-paulino. No Brasileirão, o camisa 1 corintiano também deixou a desejar em outros momentos importantes, como nos gols também em bolas paradas do vascaíno Juninho Pernambucano e do volante Amaral, do América Mineiro. No Palmeiras, Deola ficou com uma missão e tanta: substituir o insubstituível Marcos. Comparações são inevitáveis. Acho que Deola está em situação semelhante a de Rubinho Barrichello após a morte de Ayrton Senna. E, assim como o goleiro corintiano, Deola vive altos e baixos. Contra o Guarani, no Brinco, foi vilão do Verdão, também eliminado do Paulistão. No São Paulo, Denis tenta mostrar que não sente o peso de substituir Rogério Ceni (que ainda não pendurou as luvas como Marcos). Rogério, ao meu ver, trata-se do maior nome da história do clube em todos os tempos. Não é fácil, Denis! Entendo. Ainda mais porque o técnico tricolor, Emerson Leão, também foi um excelente goleiro. A pressão é enorme. E Denis (assim como Júlio César e Deola) também falhou feio no último final de semana. A sorte dele que o São Paulo avançou. Mas como confiar plenamente nele? Denis faz grandes defesas, sem dúvida. Mas já falhou contra o Ituano e naquele gol de falta marcado pelo palmeirense Daniel Carvalho. Só alguns exemplos. A verdade é que não tem sido doce esta transição de goleiros nas vidas dos três grandes da capital paulista. Os corintianos ainda sentem saudades de goleiros como Gylmar dos Santos Neves, Cabeção, Ado, Tobias, Leão, Carlos, Ronaldo e Dida. Os palmeirenses não se esquecem de Oberdan Cattani, Valdir Joaquim de Moraes, Leão, Velloso e, principalmente, Marcos. E os são-paulinos não veem a hora de Rogério Ceni se recuperar o mais rápido possível, mas também guardam em mente com carinho Poy, Sérgio Valentim, Waldir Peres, Gilmar Rinaldi, Zetti… Tomara que Júlio César seja um dia como Gylmar dos Santos Neves ou Ronaldo. Que Deola se torne mesmo um novo Marcos ou Valdir Joaquim de Moraes. E que Denis, ex-Ponte Preta como Waldir Peres, faça uns 25% do que fez o próprio Waldir, Zetti ou Rogério Ceni no São Paulo. Para isso, os três atuais titulares do Trio de Ferro terão de evoluir muito. Muito mesmo! Em todos os aspectos.

Antenas para todo lado

Quem disser que torre de celular é uma coisa bonita está ruim da cabeça ou doente dos olhos. O leitor pode até gostar de ter uma perto de casa, para melhorar o sinal, mas elogiar também já é demais. A cidade de São Paulo foi invadida pelas antenas. Para todo lado que se olhe, lá está uma estrutura feiosa. Um total de 2.677. Pelo menos. Na verdade, a prefeitura não sabe quantas são as torres e onde estão. O que ela sabe, ou desconfia, é que mais de 2.000 estão irregulares. Pode? Não pode, claro, mas tem. Não pode antena de celular a menos de cem metros de hospital, mas tem. Não pode perto de escola, mas tem. Falta é controle. Para aumentar logo a rede de atendimento, as empresas operadoras de telefonia celular saíram caçando terrenos e tetos de prédios para instalar seus monstrengos. Não é só uma questão de deixar a cidade mais bonita, ou menos feia. Ainda não está claro se as ondas transmitidas pelas antenas fazem mal à saúde. Por precaução, a lei manda mantê-las longe de pacientes e estudantes. O pessoal que aluga essas áreas para as operadoras gosta. Reforça a renda do dono do terreno. Vai ver, ajuda a baixar a conta do condomínio receber aluguel de uma ou várias antenas no telhado do edifício. Não cabe aos moradores investigar se a antena está instalada de acordo com as regras. Esse papel, obviamente, é da prefeitura. Só agora, depois de sete anos tentando regularizar a situação, a prefeitura buscou a Justiça. Que, como se sabe, é lenta. Vai demorar para sair uma solução. É óbvio que São Paulo precisa das antenas para que os paulistanos possam usar seus celulares. Mas as regras precisam ser cumpridas.

Cidade suja

Tem cada vez mais gente reclamando da sujeira nas ruas de São Paulo. Não é por acaso: a cidade anda muito suja, mesmo. Segundo a Ouvidoria do município, a limpeza de ruas, avenidas e praças ficou em quarto lugar na lista de reclamações em 2011. Das pessoas que telefonam para o número 156, 6,5% se queixam do lixo. O problema só perde para iluminação das ruas, atendimento nos órgãos públicos e situação dos jardins da cidade. Em 2005, não era assim. Apenas 2,3% dos paulistanos reclamavam da limpeza. Era o nono lugar na lista de queixas. Com tanta sujeira, andar pelas ruas da cidade às vezes parece "pegadinha". O cidadão precisa tapar o nariz aqui, desviar do lixo ali, não pode tirar os olhos do chão. Se vacilar corre o risco de pisar em dejetos deixados por cachorros. Além do incômodo causado à população, a sujeira provoca doenças e aumenta a chance de acontecerem enchentes, por exemplo, porque entope os bueiros e galerias. Tudo bem que São Paulo produz muito lixo. A cada dia, em média, são 18 mil toneladas. Mas isso não é desculpa, porque outras grandes metrópoles do mundo conseguem ficar limpas. No final de 2011, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) mudou o sistema de limpeza da cidade. Trocou as empresas que cuidavam da varrição, dos bueiros, do entulho. Fez um acordo de R$ 2,25 bilhões por três anos. O contrato foi parar na Justiça. Está na cara de todos que alguma coisa deu errado. Se não quiser ficar conhecido como o prefeito da cidade suja, Kassab precisa cuidar melhor da limpeza, e o mais rápido possível.

sábado, 28 de abril de 2012

Jeitinho para fazer a Copa

Quase todo brasileiro gosta de futebol. E quem gosta de futebol já ouviu falar que as obras para a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, estão atrasadas. Não é segredo para quase ninguém que o país precisa correr, muito, se quiser fazer um torneio bem organizado. Mas o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, tem dado entrevistas para dizer que não é bem assim. Segundo ele, só os pessimistas que torcem contra o país acham que a Copa vai dar errado. Para tentar mostrar que está certo, Aldo Rebelo fala que o Brasil já organizou eventos mais complicados que o torneio de futebol. Ele diz, por exemplo, que o país se saiu bem nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio. O ministro deve achar que o povo é cego. As autoridades diziam que o Pan custaria R$ 410 milhões. No fim, saiu por cerca de R$ 3,7 bilhões. E ninguém usa mais a estrutura da competição para nada. Tremendo desperdício. Se esse é o exemplo a seguir, o cidadão pode ter certeza de que uma grande parte do dinheiro dos impostos vai parar no bolso dos espertalhões por trás da Copa. Quando o torneio estiver próximo, o governo vai abrir os cofres para fazer a coisa andar. Só que, de última hora, tudo é mais caro. Alguns estudos até mostram que o Brasil pode lucrar bastante com a Copa. É só imaginar, por exemplo, a grana que turistas estrangeiros gastarão ao visitar o país. Para valer a pena, ao menos três coisas devem acontecer. O custo do torneio não pode ser muito alto. As obras precisam ficar prontas o quanto antes. E a sociedade deve saber exatamente quanto o governo está gastando. Até agora, porém, nada disso está acontecendo.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vai viver a vida.....

Saúde em greve A greve dos servidores estaduais da saúde, iniciada há uma semana, já produziu os resultados esperados. Para variar, quem sai perdendo é o público, que fica sem atendimento. A população que precisa dos serviços do Estado é a única prejudicada. E olhe que todo esse danos causado pela paralisação nem tem ajudado a melhorar a negociação entre os profissionais da saúde e o governo estadual. Foi o que a reportagem do Agora flagrou no Hospital Infantil Darcy Vargas, em São Paulo. Os grevistas resolveram fechar o ambulatório da unidade, que faz em média 300 atendimentos por dia. As crianças que precisam do hospital ficaram na mão. O casal Cleonice e José de Oliveira, por exemplo, viajou de Ubatuba (226 km de SP) até a capital. O filho, que tem síndrome de Down, precisava passar pelos exames que faz de tempos em tempos, regularmente. Mas ficaram o dia inteiro na frente do hospital e foram embora sem ser atendidos. O governo do Estado afirma que poucos servidores participam da greve e ameaça cortar o ponto dos faltosos. Mas, como se viu no caso do hospital infantil, mesmo que a paralisação seja pequena, grevistas conseguem interromper atendimentos que poderiam ser feitos por colegas dispostos a trabalhar. Ao agirem dessa forma, os grevistas e os sindicatos vão contra o seu próprio interesse. Perdem o apoio das pessoas comuns e, por causa disso, ficam mais fracos para negociar com o governo do Estado. Se querem ser bem-sucedidos em suas reivindicações, precisam parar de dar as costas para a população. ------------------- Sorriso amarelo É inacreditável: a Prefeitura de São Paulo, a maior e mais rica cidade do país, não consegue resolver os problemas da sua rede pública de tratamento para os dentes. Como o Vigilante Agora mostrou nesta semana, quem procura um dentista na capital pode ter de esperar até seis meses para marcar uma simples consulta. O tratamento também costuma demorar muito para começar. Além disso, em alguns casos os funcionários da UBS (Unidade Básica de Saúde) não sabem dizer quando será a próxima triagem (avaliação para decidir como tratar o paciente). Para completar, cada UBS tem um método diferente para marcar as consultas. Tudo isso já é muito ruim. Só que a coisa é ainda pior: o Agora já mostrou problemas quase idênticos em reportagens de 2009 e de 2011. Em maio passado, aliás, a Secretaria Municipal da Saúde informou que as triagens deveriam ser realizadas a cada 30 ou 40 dias. A pasta disse também que iria enquadrar as UBSs que não estivessem cumprindo a regra. Quase um ano depois, os problemas continuam. E a secretaria nem mudou a conversa. Sua resposta, agora, foi a mesma de 2011. É difícil escapar da impressão de que se trata apenas de uma desculpa esfarrapada. O absurdo é tamanho que um dentista de uma UBS em Itaquera chegou a sugerir uma clínica particular da região. Ora, o cidadão já paga imposto, não tem por que pagar de novo pela saúde. Passou da hora de padronizar os atendimentos, encurtar a espera e melhorar o tratamento. Falta muito para que o paulistano possa voltar a sorrir.

Todos os dias................

Cuidado com os juros Só quem está pagando (ou já pagou) uma dívida sabe quanto doem os juros cobrados por bancos e financeiras. No começo, a parcela parece pequena, e todo mundo acha que dá para pagar. Após alguns meses ou anos, o valor pesa no bolso, e muita gente se complica. Por isso, os economistas recomendam: é melhor pesquisar bem as condições oferecidas pelo banco. Quanto menores forem os juros, menores as prestações. Só que, no Brasil, os juros são muito altos. Para falar em português claro: os bancos enfiam a faca em quem precisa se endividar. Felizmente parece que essa situação vai mudar. Primeiro, porque o Banco Central está reduzindo a taxa de juros básicos, que os bancos usam entre si, mas que tem pouca relação com a que eles cobram dos clientes (muito mais alta). Em segundo lugar, porque o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal diminuíram seus próprios juros. Como resultado, muita gente foi procurar esses dois bancos para pegar dinheiro emprestado. Claro: juro menor é igual a prestação menor. Os outros bancos ficaram com medo de perder seus clientes e também estão reduzindo suas taxas. Essa "guerra do menor juro" é ótima para todo mundo. Até para quem já está devendo dinheiro. Dependendo do caso, vale a pena mudar a dívida de banco para pagar juros menores. Só que o devedor precisa ficar atento. Às vezes, a mudança tem custos com cartórios e registros que acabam saindo mais caro do que a economia que será feita. Aí não vale a pena. Mesmo com os juros caindo, continua valendo a dica dos economistas: é sempre melhor pesquisar direito antes de tomar uma decisão. --------------------------------- Ônibus atrasados Quem anda de ônibus em São Paulo anda também com a boca no trombone. E com razão. Cada vez mais gente reclama do serviço prestado pelas empresas que operam as linhas municipais. O total de queixas recebidas pela SPTrans, companhia responsável pelo transporte público na cidade, aumentou mais de 20% de 2010 para 2011. A principal reclamação é a demora entre um coletivo e outro. Passageiros chegam a esperar mais de meia hora para embarcar. Das quase 144 mil queixas registradas em 2011, 46 mil tinham a ver com o atraso dos ônibus. Em segundo lugar na lista de queixas ficaram os motoristas que não param quando os passageiros fazem sinal. Ou seja, além da espera enorme, os usuários ainda correm o risco de não conseguir embarcar quando o coletivo passa no ponto. É verdade que há mais ônibus novos nas ruas. Mas, se eles demoram a passar e não param, ou não chegam no horário, atrapalham a vida de todo mundo. A SPTrans encontrou uma explicação cara de pau para o aumento no número de reclamações. Disse que o crescimento das queixas se deve à ampliação dos "canais de comunicação". "Não é que o sistema piorou", disse o assessor de relacionamento com o usuário. "Houve maior manifestação dos usuários. De fato, seria difícil tornar ainda pior o sistema de ônibus. Ele continua ruim, e as autoridades não têm feito o suficiente para botar na linha as empresas que prestam esse serviço. Apesar de sair com essa desculpa esfarrapada, a SPTrans promete aumentar a fiscalização. É o mínimo que se espera da prefeitura.
Melhores professores As escolas estaduais da cidade de São Paulo são palco de um mistério. Como as famílias têm cada vez menos filhos, diminui devagarinho o número de alunos matriculados. Mesmo assim, continuam faltando professores. Um levantamento da "Folha de S.Paulo" mostrou que um terço da rede estadual na capital sofre com o problema. Em 343 dos 1.072 colégios, pelo menos uma matéria está deixando de ser oferecida, hoje, porque não tem professor para dar a aula. Há muitas razões para isso, a maioria difícil de resolver. A rede da prefeitura, por exemplo, paga um salário inicial maior (R$ 2.600) do que o Estado (R$ 1.989). É natural que os professores prefiram dar aulas nas escolas municipais. Além disso, vários profissionais no mercado ganham mais que professores. É o caso de secretários, torneiros mecânicos e motoristas de diretoria de empresas. Na hora de prestar vestibular ou escolher um curso técnico, as pessoas levam isso em conta. O resultado é que muito estudante bom nem considera a possibilidade de dar aulas, menos ainda nas redes oficiais de ensino. Se o governo do Estado já tem dificuldade para preencher as vagas existentes, a situação só piora com essa fuga de cérebros para outros empregos. A única saída, como não se cansam de alertar os especialistas, é valorizar a carreira de professor. Isso quer dizer que o governo precisa pagar salários melhores, para atrair os mestres mais talentosos e poder cobrar mais empenho e qualidade deles. O salário está aumentando, mas devagar. Enquanto isso, alguns alunos continuam de bobeira na classe, sem saber se vão ter aula. -------------------- Mais rigor contra o roubo de carros Nos três primeiros meses de 2011, foram roubados 10.068 carros e motos na capital. Isso quer dizer que, na média, a cada dia 111 pessoas perderam seus veículos para os bandidos. O número assusta. Tanto é verdade que o delegado-geral da Polícia Civil determinou, já no ano passado, que os distritos policiais dessem atenção especial aos roubos de carros e casas. Só que, infelizmente, o plano da Secretaria de Estado da Segurança Pública não deu certo. Neste ano, de janeiro a março, o número de roubos de carros e motos aumentou 16% em relação a 2011. Foram ao todo 11.761, ou 130 por dia. É demais. A secretaria diz que metade dos veículos são recuperados. Pode ser. Mas isso não tira a dor de cabeça de quem fica alguns dias a pé. Sem falar que, muitas vezes, os bandidos acabam batendo ou depenando o carro. É prejuízo para o dono, se não tiver seguro. A divisão da cidade em oito seccionais (chefias regionais de grupos de delegacia) mostra que existe uma grande diferença no combate a esse tipo de crime. Em uma seccional da zona sul, foram roubados 1.953 veículos, um número 42% maior que o do começo do ano passado. Noutra seccional da zona sul, foram 2.136, 45% a mais que em 2011. No centro da cidade, foram roubados 311 veículos em 2012. A seccional da zona leste foi a única que melhorou: o número de roubos caiu 15% e foi para 993. Com diferenças tão grandes, dá para imaginar que tem policial trabalhando menos do que deveria. Ou, no mínimo, que a polícia não está sabendo distribuir seus homens pela cidade.

Câncer sem preconceito

O que a apresentadora Hebe Camargo, o ator Reynaldo Gianecchini, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula têm em comum? Câncer. Os quatro enfrentaram a doença sem esconder o fato. Estão vencendo a luta e voltaram ao trabalho. Hebe, por exemplo, gravou seu programa para a TV na segunda-feira. Aos 83 anos, diz que se sente com 52 ou 53. Em entrevista à 'Folha de S.Paulo', mostrou o alto astral de sempre. Disse que não pensa na morte. Pensa na vida. Nem a queda dos cabelos, um dos efeitos do tratamento contra o câncer, abalou seu humor: "Tenho de usar peruca um tempo. Mas isso não tem problema. Cabelo cresce tudo de novo". Dilma Rousseff, ainda ministra, também usou peruca. Ele teve câncer em 2009, fez o tratamento, foi candidata em 2010 e hoje é a presidente do Brasil. Já Lula descobriu um câncer na garganta depois de sair do governo. Combateu a doença e, aos poucos, vai voltando à política. Sua atitude foi positiva, mas Lula deixou passar a chance de alertar sobre os problemas do cigarro. O tabaco é uma das principais causas do câncer. Hebe, Gianecchini, Dilma e Lula mostraram que o câncer não é um bicho-papão. Claro, é uma doença séria, que precisa ser tratada sem rodeios. O Brasil investe mais de R$ 2 bilhões por ano em seu combate. A grande lição é que a luta pode ser vencida. Quem teve câncer pode voltar a viver uma vida normal. Por isso, é mais que hora de abandonar o preconceito. Primeiro, para fazer exames o quanto antes. Depois, para tratar. E, finalmente, para retomar a vida.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O estádio do Coringão 32%


Obra de Itaquera passa de 32% e tem recolocação de dutos concluída
Construtora diz que retirada das antigas linhas não afetaram o andamento das obras, que conta com quase 1.700 operários em três turnos

Confira a tabela da Copa de 2014
A Odebrecht, responsável pela construção da Arena Corinthians, em Itaquera, divulgou nesta sexta-feira que as obras passaram de 32% de conclusão e que a recolocação dos dutos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, foram finalizados.
As duas linhas, uma de 22’ outra de 24’, foram relocadas para um novo caminho, mais distante da arena, porém, dentro do mesmo terreno, para evitar que o avanço das obras do estádio as afetem. Os dutos já estão funcionando normalmente.
Segundo a construtora, a linha de fibras óticas que monitra os dutos, correndo paralelamente a eles, também foi transferida para o novo traçado. Com a retirada das tubulações antigas, a Odebrecht pode executar os serviços necessários na parte do terreno em que elas estavam instaladas.
A construtora garante ainda que a recolocação e retirada das antigas linhas não afetaram o andamento das obras, que contam com quase 1.700 operários trabalhando em três turnos. A previsão da Arena Corinthians ficar pronta é dezembro de 2013, com um preço total de R$ 820 milhões. O estádio receberá seis jogos na Copa de 2014, incluindo a partida de abertura (12 de junho) e uma semifinal.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Paulistana Desvairada

A vez do pedestre

Deu resultado a campanha para diminuir as mortes por atropelamento na cidade de São Paulo.

Desde maio de 2011, quando começou o programa de respeito às faixas, até janeiro deste ano, o número de pedestres mortos na região central caiu 37%.

Essa redução é bem-vinda e deve ser comemorada. Mas ainda dá para melhorar mais.

Quando se olha para a cidade como um todo, a diminuição das mortes por atropelamento não foi tão grande assim: caiu de 464 para 427, uma redução de apenas 7,9%.

Essa diferença entre o centro e o restante da cidade resulta da própria forma como foi realizada a campanha.

Ela começou na região central, em maio passado, e só agora, quase um ano depois, vai chegar à periferia. Mas é lá que fica a maioria das vias perigosas.

É estranho que a prefeitura tenha demorado tanto para ampliar esse programa. Seus resultados são positivos desde o princípio.

Para dar certo mesmo, a fiscalização precisa ser rigorosa em toda a cidade, e não apenas no centro de São Paulo.

Como aconteceu com o cinto de segurança, a lei para respeitar a faixa de pedestre só vai "pegar" quando todo mundo souber que haverá punição, não importa a rua ou avenida.

Em 2010, 630 pessoas morreram atropeladas em São Paulo. Dá quase a metade do total das mortes no trânsito.

Essa situação absurda, que mais parece uma guerra, precisa mudar.

A campanha da prefeitura deve ser ampliada o máximo possível, mas sem perder a força.

Respeitar o pedestre deve ser a regra na cidade. Em toda a cidade.


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Religião fora da escola


Rezar pode fazer bem para muita gente. Traz esperança, conforto, saúde espiritual.

Mas são outros 500 obrigar alguém a dizer o Padre Nosso. Em especial se a religião da pessoa for outra, ou se ela não tiver religião nenhuma.

É o caso do estudante Ciel Vieira, que mora numa pequena cidade de Minas Gerais. Aos 17 anos, é ateu. E resolveu protestar na internet quando se sentiu perseguido na escola.

Uma professora sua tem o hábito de começar a primeira aula do dia com uma oração. O rapaz não quis acompanhar e ficou em silêncio (respeitosamente, segundo contam). Foi o bastante para a professora dizer que ele não teria futuro na vida, e para os colegas o acusarem de ter parte com o demônio.

Depois, quando o caso ganhou destaque, a professora teve de pedir desculpas. Mas o mínimo que a escola precisa fazer é parar de uma vez com essa história de reza em sala de aula.

Uma coisa é estudo, outra é religião, culto. Escola não é igreja, nem templo.

É muito perigoso quando se confundem as coisas, ainda mais numa escola pública. Nenhum órgão do governo pode apoiar uma determinada religião: esse princípio, que existe desde os primeiros tempos da República, não é uma questão de implicância com esta ou aquela igreja.

Ao contrário. O Estado tem de ser neutro em questões religiosas para que todas as religiões--e há muitas no país-- convivam em pé de igualdade, sem proteção nem perseguição.


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São Paulo está cara

Morar em São Paulo nunca foi barato. Aluguéis e taxas de condomínio sempre foram altos. Casa própria, então, nem se fala.

Muita gente se muda para a capital atrás de empregos e oportunidades de negócios. Também vêm para cá muitos visitantes, atraídos pelos vários serviços que a cidade oferece: restaurantes, shoppings, museus, desfiles de moda, shows..

São Paulo tem muito a oferecer, mas não sai barato aproveitar tanta coisa.

Se o turista vem só para fazer compras, sairá ganhando. Com muita competição no comércio e a concorrência de mercadorias importadas, o preço vai parar lá em baixo.

Para se divertir, contudo, o visitante paga caro. É que não dá para importar um restaurante ou teatro inteiros, e os empresários do ramo de serviços podem aumentar os preços. Como a economia do Brasil vai bem, sempre há quem possa pagar.

De um lado, aparelhos eletrônicos como TVs e computadores ficaram mais baratos.

De outro, aquela lasanha com um vinhozinho custa os olhos da cara.

Essa diferença fica clara nos números detalhados da inflação. A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) diz que, desde julho do ano passado, os preços paulistanos subiram em média 3,3%.

Já os preços dos serviços subiram quase o dobro, 5,7%. E mais ainda os daqueles serviços que usam muita mão de obra, como pedreiros, mecânicos e cabeleireiros: 8,4%. Uma facada.

É o preço que a gente paga para morar numa cidade bacana como São Paulo.

O lado bom, embora custe caro, é que sobra mais dinheiro na mão de quem trabalha duro para ganhar a vida.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Corinthians cede terreno, estádio e renda do Itaquerão a fundo que bancará





Trabalhadores em atividade na construção do Itaquerão, em São Paulo (06/03/2012)
Para fazer parte do Arena Fundo de Investimento Imobiliário, que será dono do Itaquerão, o Corinthians teve de ceder o terreno que ganhou da Prefeitura e onde está sendo feita a obra, o estádio que será construído e todos os direitos comerciais futuros, “chamados de direitos emergentes", incluindo renda, naming rights, placas de patrocínio e alugueis de lojas.

SITUAÇÃO DO ITAQUERÃO

30% das obras concluídas
Estádio da abertura da Copa não está entre os mais adiantados.
VEJA O ANDAMENTO DAS OBRAS
O fundo imobiliário (FII) é fechado e controlará as finanças da arena de Itaquera, nos próximos 16 anos, até a quitação total dos compromissos assumidos, a começar pelo empréstimo contraído com o BNDES no valor de R$ 400 milhões.

Essas informações constam de documentos oficiais a que o UOL Esporte teve acesso com exclusividade. A Odebrecht e a BRL Trust, administradora do FII, serão as principais cotistas do fundo e proprietárias de fato do Itaquerão.

Teoricamente a participação corintiana no fundo é avaliada em R$ 280 milhões. O custo oficial da obra deve ficar na casa dos R$ 820 milhões e, para fechar a conta, a construtora terá dois caminhos básicos: buscar o financiamento padrão no BNDES e ganhar dinheiro com a venda dos títulos emitidos pela Prefeitura de São Paulo (CIDs) com valor máximo de R$ 420 milhões.

Os títulos municipais poderão ser adquiridos no mercado mobiliário e serão usados para quitação de ISS e IPTU, em 2014. A emissão dos títulos e outras isenções tributárias são alvo de inquérito no Ministério Público do Estado.

Em uma linha operacional, o BNDES repassa o dinheiro ao Banco do Brasil, que o empresta à sociedade para fins específicos, formada por Odebrecht e BRL Trust.

A SPE usa os R$ 400 milhões emprestados e adquire cotas do FII. O dinheiro captado pelos CIDs também será investido no fundo imobiliário.

O fundo contratará a construtora Odebrecht para fazer o estádio e pagará todas as despesas decorrentes nos 16 anos futuros, incluindo serviços administrativos, manutenção predial e telefônica.

“Essa engenharia é necessária porque nenhum clube brasileiro pode pedir dinheiro emprestado aos bancos”, explicou um analista ouvido pelo UOL Esporte, mas que concordou em opinar sobre a situação na condição de anonimato.

Estamos diante de uma ilegalidade manifesta: o dinheiro é público e não cabe sigilo bancário nessa operação junto ao BNDES

José Roberto Pimenta, procurador da República, ameaçando entrar com ação contra o financiamento do Itaquerão
LEIA A MATÉRIA COMPLETA
O empréstimo no BNDES, que tem a intermediação do Banco do Brasil, está aguçando a curiosidade do Ministério Público Federal de São Paulo. O MPF ameaça o BB com ação civil pública para obter informações detalhadas do negócio.

Segundo depoimento de Luis Paulo Rosenberg, vice-presidente corintiano, ao Ministério Público do Estado, o BB seria, inicialmente, cotista do fundo imobiliário (que é o proprietário do novo estádio) junto com a construtora Odebrecht.

Mas os documentos obtidos por UOL Esporte contradizem essa informação arquivada no MPE. Pela engenharia financeira, o terreno e as operações do futuro estádio (rendas, patrocínios internos e naming rights) entraram no negócio para agilizar o balanço dos ativos disponíveis para a execução da obra. Tudo o que o novo estádio arrecadar deverá ser transformado em cotas do fundo imobiliário, nos próximos 16 anos.

“O Fundo será dono e a Odebrecht oferecerá todas as garantias necessárias ao Banco do Brasil para que o empréstimo de R$ 400 milhões seja fechado com o BNDES”, explicou um executivo financeiro que participa das negociações.

O mesmo executivo fez questão de dizer que “a Odebrecht terá de oferecer garantias sobre tudo, até mesmo se, no futuro, o clube não puder pagar o financiamento”.

Dentro da construtora já se admite que a margem de ganho operacional líquido talvez não passe dos 5%. “O break even operacional (empate financeiro) não está afastado”, disse outro analista financeiro que também participa das negociações.

Na última terça-feira, a Odebrecht divulgou que a obra atinge os 30% previstos pelo cronograma da engenharia. A arena do Corinthians deve ser concluída em dezembro de 2013 e abrir a Copa do Mundo em meados de 2014.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

As mentiras do Futebol


01) O estádio do Corinthians não tem ajuda de dinheiro público.
02) O Flamengo é bem administrado.
03) O Campeonato Mundial do Verdão em 1951.
03) Vai surgir outro Pelé no Santos.
04) Corinthians é Campeão do Mundo sem passaporte.
05) O Palmeiras não é o “Mogi Mirim das Américas”.
06) Rogério Ceni não tem 100 gols.
07) O Botafogo campeão legítimo do Brasileirão de 1995.
08) O Corinthians campeão legítimo do Brasileirão de 2005.
09) A maior torcida de Minas Gerais é a do Cruzeiro.
10) Vágner Love no Corinthians.
11) Sávio, Romário e Edmundo, melhor ataque do mundo.
12) O São Paulo não caiu no Paulistão de 1990.
13) O goleiro belga Preud Home no Fluminense em 1999.
14) O hexa brasileiro do Flamengo (contando o título de 1987).
15) A torcida do São Paulo passar a do Corinthians em dez anos.
16) O título “roubado” da Argentina na Copa de 1978.
17) A tese de que o Brasil entregou a Copa de 98 para a França.
18) Maradona é melhor que Pelé.
19) Os mil gols de Romário.
20) O sangramento de Hugo De León na final da Libertadores de 83 contra o Peñarol.
21) Valdívia deixa o Palmeiras e vai para o São Paulo.
22) A torcida do Flamengo é a maior do mundo.
23) A Lei Pelé é uma boa para o futebol.
24) O Grêmio não é “chorão”.
25) É normal jogar na altitude. Não interfere em nada.
26) Riquelme no Corinthians
27) Tevez de volta ao Corinthians
28) Lojas Cem é o novo patrocinador do Corinthians.
29) Luís Fabiano será o maior artilheiro da história do Tricolor.
30) O São Paulo assinou com a Rede Mulher.

domingo, 1 de abril de 2012

ISTO É SÃO PAULO

Esperando o trem
Pela 15ª vez neste ano aconteceu uma paralisação na rede de trens metropolitanos da capital.

Agora, um problema no fornecimento de energia interrompeu o funcionamento da linha 7-rubi, que liga a Luz, no centro, a Jundiaí, a 58 km de São Paulo.

Passageiros, como costuma acontecer, ficaram revoltados com a paralisação. Alguns passaram dos limites e depredaram a estação de Francisco Morato.

As constantes falhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e também do metrô são causadas pelo descompasso entre os investimentos necessários para modernizar a rede e o rápido crescimento do número de usuários.

Para que se tenha uma ideia, a quantidade de passageiros transportados em trens metropolitanos e metrô já passou de 7 milhões. Só no ano passado, o crescimento foi de 1,2 milhão.

O problema é que esse "tsunami" de novos usuários sobrecarrega o sistema, pois o governo não consegue fazer a tempo as obras necessárias para absorver tanta gente.

É preciso, por exemplo, aumentar a potência elétrica do sistema. Mas as novas subestações só devem ficar prontas em 2014.

Como falta transporte de qualidade, quando aparece uma linha nova de trem ou metrô, logo ela fica cheia de passageiros.

As pessoas preferem andar apertadas num trem lotado porque ele em geral cumpre os horários. Já os ônibus dependem do trânsito. Por isso é preciso ampliar também os corredores.

O ideal é que tudo isso fosse planejado por uma autoridade metropolitana, e não em cada município da Grande São Paulo.

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Lei seca demais
Faz sentido uma lei só para punir motoristas que dirigem bêbados. A cada ano, morrem cerca de 37 mil pessoas no trânsito brasileiro.

Quase metade dessas mortes são resultado de acidentes associados ao consumo de álcool. A situação é tão séria que até parece resultado de uma guerra.

Foi por isso que o Congresso Nacional aprovou, em 2008, a famosa lei seca.

O problema é que políticos, policiais e juízes não chegaram a um acordo sobre como aplicar a lei. Agora, ela acabou perdendo força por causa de uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

De acordo com a lei seca, dirigir bêbado é um crime que pode dar em até três anos de prisão. Mas, para terminar em cadeia, precisa ficar provado que o motorista tinha uma certa quantidade de álcool no sangue.

Os únicos meios de provar isso são o bafômetro ou um exame de sangue.

Só que, para a Justiça brasileira, ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Então, na prática, muita gente se recusava a fazer esses testes.

Para tirar o motorista beberrão das ruas, policiais e juízes vinham aceitando outras provas, como o testemunho de agentes e médicos.

Só que o STJ decidiu que apenas o bafômetro e o exame de sangue podem ser usados para mandar para a cadeia quem dirige bêbado.

Com a intenção de tentar corrigir o erro, os parlamentares agora querem fazer uma lei seca mesmo, com "tolerância zero".

Não vai adiantar para muita coisa. Melhor seria que a lei aceitasse o testemunho de policiais e médicos. Pelo menos para pôr atrás das grades o motorista bêbado que mata os outros.


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Cadeia para quem precisa
Muita gente acha que o problema da segurança pública piora porque poucos bandidos são presos. Na verdade, nunca se prendeu tanta gente no Brasil.

O número de presos aumenta mais depressa que a população. Em 1995, havia 95 detentos por grupo de 100 mil habitantes. Agora são 269 por 100 mil.

Para piorar, o número de cadeias não cresce tão rapidamente quanto o de presos. Enquanto o Brasil tem menos de 305 mil vagas nos presídios, quase 513 mil pessoas estão presas.

Ou seja, faltam mais de 200 mil lugares nas prisões. E essa diferença só tem crescido nos últimos anos.

A superlotação dos presídios é um problema grave, ainda mais porque muita gente nem deveria estar na cadeia. Quase a metade, por exemplo, ainda não passou por julgamento.

Desde 2008, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem feito um mutirão carcerário em todos os Estados. O órgão já libertou 36 mil pessoas que não precisavam estar presas.

Já é um absurdo ficar na cadeia quando o certo é ser solto. É ainda pior porque muitas prisões brasileiras têm condições terríveis.

Presídios assim funcionam como verdadeiras usinas do crime. O sujeito acaba saindo da cadeia mais bandido do que entrou.

Para evitar que criminosos violentos sejam misturados com qualquer ladrão de galinha, deveriam ser mais usadas as chamadas penas alternativas.

Não se trata de soltar todo mundo. As prisões devem ser duras, sim, mas para afastar os bandidos da sociedade. Só que elas não podem ser desumanas.

Motociclista sem lei é alvo dos 'pistoleiros' da CET, mas problema é anterior




Esta cena você certamente já viu: motociclista é socorrido após ser atingido por outro veículo
O elevado número de acidentes com motos na cidade de São Paulo é um dos maiores problemas que envolvem a mobilidade paulistana. Com o crescimento da frota de veículos e a falta de investimento em transporte público e no sistema viário, a motocicleta surge como grande alternativa para deslocamentos rápidos.

O tiro dessa pistola dói, mas só no bolso do mau motociclista da cidade de São Paulo
A capacidade de se desvencilhar do trânsito engarrafado, somada à economia de exercício e facilidade de estacionar, tornou-a também uma ferramenta de trabalho indispensável para o transporte de documentos e pequenas encomendas. Até por conta da extensa quilometragem diária percorrida, são exatamente estes profissionais do guidão, os chamados motoboys ou motofretistas, que encabeçam a lista dos acidentados.

De acordo com dados do Detran de São Paulo, a frota de veículos na capital do Estado cresceu 3,2% de fevereiro de 2011 a fevereiro deste ano, atingindo o impressionante número de 7.222.769 veículos, dos quais 937.121 são motos. Enquanto os carros evoluíram 2,4%, as motos tiveram crescimento de quase 6% neste período. Esse aumento na frota de motos tem um lado negativo que não se verifica apenas em estatísticas de acidentes, mas se vê no dia-a-dia de cada paulistano, na (infelizmente banal) cena do resgate socorrendo motociclistas.

As tentativas da prefeitura e da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para minimizar o problema parecem pífias, não obtendo resultados adequados. Recebidas com grande alarde, as motofaixas, corredores exclusivos para motos criados em algumas avenidas de São Paulo a partir de 2006, não mais são consideradas solução válida, pois não promoveram a esperada redução dos acidentes, além de elevarem ocorrências como atropelamentos.
MOTONOTAS!
TRIUMPH é uma marca que deixou saudade entre os brasileiros. Ausente do mercado desde 2010, em breve estará de volta, e não por intermédio de um representante, mas sim com uma subsidiária. E como todas as marcas que desejam realmente serem competitivas em nosso país, a Triumph terá linhas de montagem no pólo industrial da Zona Franca de Manaus.
MARCELO SILVA, executivo com passagem pela GM, Toyota e BMW do Brasil e que está à frente das operações da Triumph no Brasil nos informou que maquinários estão sendo importados e que a área da empresa em Manaus, já anteriormente utilizada para montagem de motocicletas, está sendo adequada aos padrões da empresa britânica. Concessionários também estão em fase de seleção. Prometeu que as operações deverão efetivamente começar no 3º trimestre deste ano.

PÓS-VENDA para novos e antigos clientes é um dos grandes desafios da gestão dessa nova fase da Triumph, que percorre o mesmo caminho da Harley-Davidson – que já montava suas motos em Manaus desde 1999 – e que em fevereiro de 2011 assumiu a comercialização direta de suas motos. O ponto em comum entre as marcas é que ambas tinham contratos de comercialização, rescindidos, com o Grupo Izzo, atualmente distribuidor da italiana Ducati e da austríaca KTM.

HUSQVARNA, marca de origem sueca famosa por suas motos especiais para a prática de Enduro, Motocross e Supermotard também era representada no Brasil pelo Grupo Izzo. Em 1987 a Husqvarna foi comprada pelo grupo italiano Cagiva, que a vendeu em 2007 à alemã BMW. Pouco depois, as motos deixaram de ser importadas para o Brasil. Rumores dão conta que um acordo entre Grupo Izzo e BMW foi finalmente alcançado, o que pode trazer de volta as Husqvarna -- concorrentes diretas das KTM -- em breve ao nosso mercado.

HENNING DORNBUSCH, presidente da BMW no Brasil, questionado sobre o acordo, disse, sorridente, estar impedido de fazer comentários sobre o tema. Para a BMW mundial a marca Husqvarna é estratégicamente importante para alcançar novos e mais jovens clientes, já que as motos com o logotipo BMW são tidas como caras e, portanto, pouco acessíveis.

Uma iniciativa alardeada como eficaz foi a proibição de circulação de motos em alguns trechos da pista expressa das marginais. Todavia, é de se perguntar se a inciativa, talvez discriminatória à moto e seu usuário, não mascarou os acidentes simplesmente trocando-os de lugar.

VIGIAR E PUNIR
A última novidade na ânsia de diminuir as ocorrências com motos é de ordem punitiva: a CET começou a usar radares-pistola capazes de identificar e multar motos percorrendo vias em excesso de velocidade. Na primeira semana de testes, nada menos do que 2.000 motos foram flagradas desrespeitando o limite das vias. No que pese a evidente discriminação ao veículo motocicleta (quantos seriam os carros, caminhões e ônibus pilhados em infração nestes mesmos locais?), a ação se justifica pela simples observação ao alcance de qualquer um que circule pela cidade, de que são os motociclistas os que menos respeitam a legislação de trânsito.

Há, infelizmente, um padrão de conduta de boa parcela dos motoboys que é o da "progressão constante e inexorável". Não importa o que esteja ocorrendo na via, a prática é seguir em frente, sempre. Pelo vão entre os carros, pelas calçadas ou mesmo pela contramão, a "nuvem" de pequenas motos constrange até mesmo motociclistas que fazem uso do veículo apenas como transporte e não como meio de subsistência. Marca registrada de alguns é a agressividade, que infelizmente transformou qualquer cidadão sobre uma motocicleta em inimigo, alvo de olhares de receio por parte de motoristas.

Como agressividade gera agressividade, a retaliação por conta de espelhos retrovisores quebrados, laterais arranhadas e demais danos que o método "progresso constante inexorável" costuma produzir resulta em fechadas e nos acidentes.

Houve um tempo no qual motos eram veículos minoritários na cena paulistana, e sobretudo objetos de lazer. À época, menos de 20 anos atrás, era comum, quase obrigatório, que motociclistas, ao se cruzarem pelas ruas ou nas paradas nos semáforos, se cumprimentassem com um pequeno gesto, uma piscada de farol ou uma buzinadinha. Tal tradição, que podia ser interpretada como código entre confrades, se extinguiu.

MANUTENÇÃO ZERO
O problema dos acidentes envolvendo motos, que complica a vida na cidade e causa quase duas mortes diárias, tem origem não apenas no crescimento voraz da frota, mas também na falta de educação e informação do usuário deste tipo de veículo. É senso comum que o exame de habilitação para motos não habilita ninguém: o teste é realizado em circuito fechado e, quando muito, avalia equilíbrio, não a capacidade de pilotar no mundo real.

Outro importante aspecto é o da manutenção. Nos motocheck-ups gratuitos realizados na capital paulista pela entidade que congrega os fabricantes de motos no Brasil, a Abraciclo (a Anfanvea das motos), os dados obtidos são alarmantes: em quase 10 mil motos avaliadas entre 2010 e 2011, 45% apresentavam defeitos no freio traseiro e 37% no freio dianteiro. Isso para não mencionar índices menores, mas também alarmantes, vinculados à coluna de direção, relação de transmissão e pneus.

Esta é apenas a confirmação de um dado já sabido por quem conhece motocicletas a fundo: a maioria esmagadora da frota de São Paulo não supera o mais simples exame visual das condições de manutenção do veículo. Realizar uma fiscalização rigorosa das motos seria um passo importante no sentido de educar a fórceps um bando de sem-leis à qual a CET espera, agora, colocar um freio com o mais simples e prático recurso -- o da multa.