segunda-feira, 30 de abril de 2012

Antenas para todo lado

Quem disser que torre de celular é uma coisa bonita está ruim da cabeça ou doente dos olhos. O leitor pode até gostar de ter uma perto de casa, para melhorar o sinal, mas elogiar também já é demais. A cidade de São Paulo foi invadida pelas antenas. Para todo lado que se olhe, lá está uma estrutura feiosa. Um total de 2.677. Pelo menos. Na verdade, a prefeitura não sabe quantas são as torres e onde estão. O que ela sabe, ou desconfia, é que mais de 2.000 estão irregulares. Pode? Não pode, claro, mas tem. Não pode antena de celular a menos de cem metros de hospital, mas tem. Não pode perto de escola, mas tem. Falta é controle. Para aumentar logo a rede de atendimento, as empresas operadoras de telefonia celular saíram caçando terrenos e tetos de prédios para instalar seus monstrengos. Não é só uma questão de deixar a cidade mais bonita, ou menos feia. Ainda não está claro se as ondas transmitidas pelas antenas fazem mal à saúde. Por precaução, a lei manda mantê-las longe de pacientes e estudantes. O pessoal que aluga essas áreas para as operadoras gosta. Reforça a renda do dono do terreno. Vai ver, ajuda a baixar a conta do condomínio receber aluguel de uma ou várias antenas no telhado do edifício. Não cabe aos moradores investigar se a antena está instalada de acordo com as regras. Esse papel, obviamente, é da prefeitura. Só agora, depois de sete anos tentando regularizar a situação, a prefeitura buscou a Justiça. Que, como se sabe, é lenta. Vai demorar para sair uma solução. É óbvio que São Paulo precisa das antenas para que os paulistanos possam usar seus celulares. Mas as regras precisam ser cumpridas.

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