sexta-feira, 27 de abril de 2012
Melhores professores
As escolas estaduais da cidade de São Paulo são palco de um mistério. Como as famílias têm cada vez menos filhos, diminui devagarinho o número de alunos matriculados. Mesmo assim, continuam faltando professores.
Um levantamento da "Folha de S.Paulo" mostrou que um terço da rede estadual na capital sofre com o problema. Em 343 dos 1.072 colégios, pelo menos uma matéria está deixando de ser oferecida, hoje, porque não tem professor para dar a aula.
Há muitas razões para isso, a maioria difícil de resolver. A rede da prefeitura, por exemplo, paga um salário inicial maior (R$ 2.600) do que o Estado (R$ 1.989). É natural que os professores prefiram dar aulas nas escolas municipais.
Além disso, vários profissionais no mercado ganham mais que professores. É o caso de secretários, torneiros mecânicos e motoristas de diretoria de empresas. Na hora de prestar vestibular ou escolher um curso técnico, as pessoas levam isso em conta.
O resultado é que muito estudante bom nem considera a possibilidade de dar aulas, menos ainda nas redes oficiais de ensino. Se o governo do Estado já tem dificuldade para preencher as vagas existentes, a situação só piora com essa fuga de cérebros para outros empregos.
A única saída, como não se cansam de alertar os especialistas, é valorizar a carreira de professor. Isso quer dizer que o governo precisa pagar salários melhores, para atrair os mestres mais talentosos e poder cobrar mais empenho e qualidade deles.
O salário está aumentando, mas devagar. Enquanto isso, alguns alunos continuam de bobeira na classe, sem saber se vão ter aula.
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Mais rigor contra o roubo de carros
Nos três primeiros meses de 2011, foram roubados 10.068 carros e motos na capital. Isso quer dizer que, na média, a cada dia 111 pessoas perderam seus veículos para os bandidos.
O número assusta. Tanto é verdade que o delegado-geral da Polícia Civil determinou, já no ano passado, que os distritos policiais dessem atenção especial aos roubos de carros e casas.
Só que, infelizmente, o plano da Secretaria de Estado da Segurança Pública não deu certo.
Neste ano, de janeiro a março, o número de roubos de carros e motos aumentou 16% em relação a 2011. Foram ao todo 11.761, ou 130 por dia. É demais.
A secretaria diz que metade dos veículos são recuperados. Pode ser. Mas isso não tira a dor de cabeça de quem fica alguns dias a pé.
Sem falar que, muitas vezes, os bandidos acabam batendo ou depenando o carro. É prejuízo para o dono, se não tiver seguro.
A divisão da cidade em oito seccionais (chefias regionais de grupos de delegacia) mostra que existe uma grande diferença no combate a esse tipo de crime.
Em uma seccional da zona sul, foram roubados 1.953 veículos, um número 42% maior que o do começo do ano passado. Noutra seccional da zona sul, foram 2.136, 45% a mais que em 2011.
No centro da cidade, foram roubados 311 veículos em 2012. A seccional da zona leste foi a única que melhorou: o número de roubos caiu 15% e foi para 993.
Com diferenças tão grandes, dá para imaginar que tem policial trabalhando menos do que deveria. Ou, no mínimo, que a polícia não está sabendo distribuir seus homens pela cidade.
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