segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cidade suja

Tem cada vez mais gente reclamando da sujeira nas ruas de São Paulo. Não é por acaso: a cidade anda muito suja, mesmo. Segundo a Ouvidoria do município, a limpeza de ruas, avenidas e praças ficou em quarto lugar na lista de reclamações em 2011. Das pessoas que telefonam para o número 156, 6,5% se queixam do lixo. O problema só perde para iluminação das ruas, atendimento nos órgãos públicos e situação dos jardins da cidade. Em 2005, não era assim. Apenas 2,3% dos paulistanos reclamavam da limpeza. Era o nono lugar na lista de queixas. Com tanta sujeira, andar pelas ruas da cidade às vezes parece "pegadinha". O cidadão precisa tapar o nariz aqui, desviar do lixo ali, não pode tirar os olhos do chão. Se vacilar corre o risco de pisar em dejetos deixados por cachorros. Além do incômodo causado à população, a sujeira provoca doenças e aumenta a chance de acontecerem enchentes, por exemplo, porque entope os bueiros e galerias. Tudo bem que São Paulo produz muito lixo. A cada dia, em média, são 18 mil toneladas. Mas isso não é desculpa, porque outras grandes metrópoles do mundo conseguem ficar limpas. No final de 2011, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) mudou o sistema de limpeza da cidade. Trocou as empresas que cuidavam da varrição, dos bueiros, do entulho. Fez um acordo de R$ 2,25 bilhões por três anos. O contrato foi parar na Justiça. Está na cara de todos que alguma coisa deu errado. Se não quiser ficar conhecido como o prefeito da cidade suja, Kassab precisa cuidar melhor da limpeza, e o mais rápido possível.

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