sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vai viver a vida.....

Saúde em greve A greve dos servidores estaduais da saúde, iniciada há uma semana, já produziu os resultados esperados. Para variar, quem sai perdendo é o público, que fica sem atendimento. A população que precisa dos serviços do Estado é a única prejudicada. E olhe que todo esse danos causado pela paralisação nem tem ajudado a melhorar a negociação entre os profissionais da saúde e o governo estadual. Foi o que a reportagem do Agora flagrou no Hospital Infantil Darcy Vargas, em São Paulo. Os grevistas resolveram fechar o ambulatório da unidade, que faz em média 300 atendimentos por dia. As crianças que precisam do hospital ficaram na mão. O casal Cleonice e José de Oliveira, por exemplo, viajou de Ubatuba (226 km de SP) até a capital. O filho, que tem síndrome de Down, precisava passar pelos exames que faz de tempos em tempos, regularmente. Mas ficaram o dia inteiro na frente do hospital e foram embora sem ser atendidos. O governo do Estado afirma que poucos servidores participam da greve e ameaça cortar o ponto dos faltosos. Mas, como se viu no caso do hospital infantil, mesmo que a paralisação seja pequena, grevistas conseguem interromper atendimentos que poderiam ser feitos por colegas dispostos a trabalhar. Ao agirem dessa forma, os grevistas e os sindicatos vão contra o seu próprio interesse. Perdem o apoio das pessoas comuns e, por causa disso, ficam mais fracos para negociar com o governo do Estado. Se querem ser bem-sucedidos em suas reivindicações, precisam parar de dar as costas para a população. ------------------- Sorriso amarelo É inacreditável: a Prefeitura de São Paulo, a maior e mais rica cidade do país, não consegue resolver os problemas da sua rede pública de tratamento para os dentes. Como o Vigilante Agora mostrou nesta semana, quem procura um dentista na capital pode ter de esperar até seis meses para marcar uma simples consulta. O tratamento também costuma demorar muito para começar. Além disso, em alguns casos os funcionários da UBS (Unidade Básica de Saúde) não sabem dizer quando será a próxima triagem (avaliação para decidir como tratar o paciente). Para completar, cada UBS tem um método diferente para marcar as consultas. Tudo isso já é muito ruim. Só que a coisa é ainda pior: o Agora já mostrou problemas quase idênticos em reportagens de 2009 e de 2011. Em maio passado, aliás, a Secretaria Municipal da Saúde informou que as triagens deveriam ser realizadas a cada 30 ou 40 dias. A pasta disse também que iria enquadrar as UBSs que não estivessem cumprindo a regra. Quase um ano depois, os problemas continuam. E a secretaria nem mudou a conversa. Sua resposta, agora, foi a mesma de 2011. É difícil escapar da impressão de que se trata apenas de uma desculpa esfarrapada. O absurdo é tamanho que um dentista de uma UBS em Itaquera chegou a sugerir uma clínica particular da região. Ora, o cidadão já paga imposto, não tem por que pagar de novo pela saúde. Passou da hora de padronizar os atendimentos, encurtar a espera e melhorar o tratamento. Falta muito para que o paulistano possa voltar a sorrir.

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