sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Assim caminha o Brasileiro

Entra ministro, sai ministro


O governo da presidente Dilma Rousseff perdeu o nono ministro em menos de 13 meses de duração. Dá na média uma troca de ministro a cada mês e meio.

Quem saiu foi Mário Negromonte, do Ministério das Cidades. Ele é do PP, partido do ex-governador Paulo Maluf. No seu lugar ficará Aguinaldo Veloso Borges Ribeiro, outro pepista.

Não haveria nada demais nesse entra e sai se as demissões acontecessem só por incompetência, ou por incompatibilidade com o estilo durão da presidente.

O problema é que 7 desses 9 auxiliares caíram por suspeita ou comprovação de irregularidades.

É melhor que saiam, claro. Ninguém vai defender que ministros com reputação duvidosa continuem mandando e desmandando no governo, com a chave de cofres bilionários nas mãos.

O troca-troca, contudo, não dá garantia de que as coisas vão de fato começar a mudar em Brasília.

Isso porque o ministro que entra não foi escolhido por ser o melhor para resolver os problemas de sua área (no caso, as problemáticas cidades brasileiras), mas porque pertence ao PP.

É o sistema que ficou conhecido como "loteamento" do governo.

Os partidos que apoiam a presidente Dilma no Congresso ganham de presente este ou aquele ministério.

Passam a ser "donos" daquele orçamento e a usar obras e projetos para atender mais os seus interesses políticos do que as necessidades da população.

Esse tipo de arranjo é tão velho quanto a República. Todo mundo já viu esse filme.

E ninguém gostou a não ser quem pode tirar uma casquinha do dinheiro do contribuinte para se sair bem na próxima eleição

----------

Enchente até sem chuva


Agora não é preciso nem cair um temporal para algumas ruas de São Paulo se encherem de água, inundando casas e lojas.

O fenômeno, incrível, aconteceu depois do rompimento de uma adutora no bairro do Brás.

Duas ruas, São Caetano e João Jacinto, ficaram com até um metro de água. Um trecho da avenida do Estado também alagou.

O acidente deixou 15 mil paulistanos com as torneiras secas. O abastecimento só foi restabelecido umas 20 horas depois.

Alexandra Alves, 36 anos, que mora numa pensão da avenida do Estado, perdeu roupas e móveis.

Para deixar o local com os filhos, precisou ser resgatada de bote pelos bombeiros.

Como ela, vários outros moradores e comerciantes da região ficaram perplexos com a enchente sem chuva.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), responsável pela adutora, agora diz que vai indenizar os prejudicados.

Não faz mais do que a sua obrigação.

Aliás, pelo que parece, está fazendo menos. A rede de distribuição de água na cidade sofre com problemas crônicos, como o excesso de vazamentos.

Além de se desperdiçar água boa, tratada, o que vaza solapa o terreno em volta e pode abrir grandes crateras na rua.

As adutoras, que são as tubulações principais de distribuição e conduzem grande quantidade de água, causam estragos ainda maiores ao romper.

O desastre acontecido no Brás pode ser incomum --uma inundação sem tempestade--, mas certamente não é o primeiro.

A Sabesp precisa tratar melhor a população que paga por seus serviços.

-----------
Crimes no litoral


Embora o governo do Estado de São Paulo venha conseguindo reduzir os índices de homicídio, a situação em algumas cidades é alarmante.

É o caso de Caraguatatuba, no litoral norte, onde a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes chegou a quase 42 em 2011.

Para se ter uma ideia, a taxa do Estado é de 10,05, e a média do Brasil é de cerca de 25 por 100 mil habitantes.

Outras duas cidades litorâneas, Ubatuba (26,34) e Itanhaém (23,81), ficaram entre as seis que lideram o ranking elaborado pela "Folha de S.Paulo", que levou em conta apenas a população fixa desses municípios. Afinal, nenhum turista foi vítima de assassinato no ano passado.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil paulista, Marcos Carneiro Lima, índices tão elevados poderiam ser resultado de "bolsões de pobreza" que existem no litoral. Para melhorar, seria preciso investir mais em saúde e educação.

É claro que situações de carência econômica e social podem favorecer crimes. E o litoral paulista está cada vez mais cheio de favelas. Cabe ao Estado, sem dúvida, investir para melhorar a vida dessas pessoas.

Isso não basta, porém, para explicar o que está acontecendo. Outras cidades, que também têm bolsões de pobreza, são menos violentas.

No litoral, aliás, Santos conseguiu diminuir os homicídios de 36, em 2010, para 26, no ano passado.

Outros fatores, como disputas entre traficantes, podem ter contribuído para aumentar as ocorrências em Caraguatatuba, Ubatuba e Itanhaém.

É preciso que a PM identifique as causas para enfrentá-las com mais eficiência.

Nenhum comentário: