Ricardo Teixeira está na CBF há 23 anos. Quando ele assumiu, o Brasil ainda era governado por José Sarney e o muro de Berlim estava de pé.
O Brasil era tricampeão e enfrentava um longo jejum de títulos mundiais. Nesses anos todos, algumas coisas positivas aconteceram.
Chegamos ao penta em 2002 e já temos um campeonato por pontos corridos, como nos principais países da Europa. Mas poderia ter sido melhor.
Teixeira escolheu mal alguns técnicos (Dunga, por exemplo, tinha pouca experiência) e foi relapso na organização. O calendário brasileiro de partidas continua uma bagunça.
Para piorar as coisas, o cartola é acusado de receber propina de uma empresa suíça e de promover negócios nebulosos na CBF.
Teixeira já passou por apertos em duas CPIs, no Congresso. Mas conseguiu superar as dificuldades e se manter no poder.
Nos últimos anos, recebeu apoio do presidente Lula e se deu bem ao trazer a Copa de 2014 para o Brasil. Esses tempos de glória, no entanto, estão, ao que parece, chegando ao fim.
A presidente Dilma Rousseff mudou o tratamento que o governo dava ao dirigente. Teixeira agora é mantido a distância pelo poder.
Com tantos problemas, o cartola parece que anda pensando em renunciar. Esperava-se que isso fosse acontecer nas últimas semanas, mas ele preferiu aguardar os próximos lances.
Caso Teixeira saia, há grandes chances de a troca ser de seis por meia dúzia.
O que o futebol brasileiro precisa é de sangue novo, lideranças ousadas que modernizem o esporte e façam as coisas às claras.
----------------------
Receio de vingança de Teixeira e retaliação da Globo afastam clubes de crise na CBF
Presidentes dos principais clubes brasileiros não querem ouvir falar sobre a crise envolvendo a possível saída de Ricardo Teixeira da CBF. O blog apurou que a maioria dos cartolas teme a fama de vingativo do presidente da confederação. E tem receio de entrar em atrito com a Globo no caso de escolherem o lado errado na briga.
A maioria dos dirigentes não conta com informações seguras sobre se Teixeira vai de fato se afastar provisoriamente ou definitivamente do cargo. E há dúvidas sobre se José Maria Marin é mesmo o seu sucessor favorito (por ser o vice mais velho, o paulista é o substituto natural). Sem saber onde estão pisando, os cartolas preferem ficar longe do campo minado, que tem federações rebeladas de um lado e a Federação Paulista e Teixeira do outro. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia são alguns dos rebeldes.
Um dos receios é contrariar Teixeira e sofrer com a escalação de árbitros indesejados no Brasileirão e até na Libertadores. Em relação à TV Globo, a principal preocupação é o fato de já estar difícil conseguir antecipar cotas dos direitos de transmissão do Nacional. Se ela ficar insatisfeita, a situação pode até piorar.
“Ninguém de federação e CBF me procurou para falar sobre o assunto. E eu não vou me envolver. Não sou político e estou muito ocupado cuidando das coisas do Santos”, disse ao blog Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente santista.
Juvenal Juvêncio, desafeto da CBF e da FPF, teria motivos de sobra para meter a colher. Porém, ele disse ao blog que não irá tomar partido. Alexandre Kalil, do Atlético-MG, também afirmou que não quer saber do assunto. O blog apurou que Arnaldo Tirone, do Palmeiras, é mais um da turma que quer passar longe da briga.
Mário Gobbi, novo presidente corintiano, não deve se envolver. Mas, o alvinegro tem Andrés Sanchez, diretor de seleções da CBF, na trincheira, ao lado de Teixeira.
O sentimento geral da cartolagem dos clubes é o de que o envolvimento nessa briga pode trazer muitos prejuízos e poucos ganhos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário