Regra clara na eleição
O cansaço da população brasileira com os inúmeros casos de sumiço de dinheiro público e de corrupção levou à aprovação, em 2010, da Lei da Ficha Limpa.
A ideia era melhorar a qualidade dos candidatos que pedem o voto da população, impedindo políticos condenados, ou que tivessem sido cassados, de concorrer nas eleições.
Além disso, quem tivesse renunciado ao cargo ou ao mandato para fugir de processos também perderia o direito de se candidatar.
Embora a intenção da nova lei seja boa, ela acabou criando alguns problemas. O fato de ter sido aprovada no meio de um ano eleitoral levantou a dúvida: será que a nova regra já deveria valer para a disputa de 2010?
O Supremo Tribunal Federal, encarregado de dar a última palavra sobre o assunto, só conseguiu chegar a uma decisão no início de 2011. Como a Constituição não permite mudanças nas regras das eleições durante o ano em que elas são realizadas, os ministros do STF entenderam que a Ficha Limpa não valeria.
Agora, o Supremo precisa decidir de novo sobre a lei. Não sobre quando vale, mas se está de acordo com a Constituição. Afinal, suspender o direito político de alguém se candidatar não é pouca coisa.
O presidente do Supremo promete para as próximas semanas a votação, o que é bom. A eleição de 2012 se aproxima, e o eleitor precisa saber em quem pode e em quem não pode votar.
O mais importante é que a Justiça decida logo o que vale e o que não vale na lei. Eleição é coisa séria e não dá para ficar sem regras claras, ou que mudam a cada ano.
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O desafio da educação
A situação da educação brasileira melhorou bastante nos últimos 20 anos. Tanto pela quantidade de crianças e adolescentes na escola quanto pela qualidade de ensino, o país avançou.
Mas a verdade é que a educação, sobretudo a pública, era péssima até o início dos anos 90. A melhora aconteceu, mas em velocidade lenta, e o Brasil ainda faz feio em testes internacionais.
A gestão do ex-ministro Fernando Haddad, que agora pretende concorrer à Prefeitura de São Paulo, pode ser descrita da mesma forma.
Trouxe avanços, embora tenha deixado a desejar. Teria nota para passar raspando, se fosse um aluno em final de ano.
O principal índice para avaliar o desempenho de estudantes do ensino fundamental, o Ideb, cresceu no seu período à frente do Ministério da Educação. Numa escala de 0 a 10, passou de 3,8 para 4,6.
Mas ele também se mostrou incapaz de transformar uma boa ideia em realidade. O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deveria contribuir para orientar e melhorar a qualidade dos currículos no ensino médio.
Uma série de falhas na aplicação do teste, contudo, transformou a prova num pesadelo, num verdadeiro desastre.
Por sorte, o trabalho será mais fácil para os ministros da Educação daqui para a frente. A população brasileira já não cresce no mesmo ritmo do passado.
A tendência é que sobre mais dinheiro, pois haverá menos crianças nas escolas.
Já não há mais desculpas para continuarmos a ter um desempenho de alunos medíocres. É preciso ambição e trabalho duro para o Brasil virar um país nota 10.
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