Autoridades do governo federal, da Justiça e do Ministério Público resolveram promover um mutirão para zerar investigações sobre homicídios que estavam paradas pelo país afora.
A ideia era dar um fim, até o ano passado, para 143 mil inquéritos instaurados antes de dezembro de 2007 em diversos Estados.
A meta não foi atingida. Apenas 28 mil casos foram concluídos, mas a maioria (cerca de 80%) sem apontar culpados.
É um triste retrato do que acontece no país. Índices alarmantes de homicídios continuam a ser registrados, enquanto a polícia e a Justiça falham na hora de investigar, julgar e punir.
O que intimida o possível criminoso não é o tamanho da pena, mas a certeza da punição. Não adianta aumentar a quantidade de anos que o bandido deveria ficar atrás da grades se ele não for preso, julgado e condenado.
E, nisso, o Brasil continua falhando. A polícia comete muitos erros, que acabam anulando as investigações.
Basta dizer que há inquéritos que não identificam os autores e outros em que os suspeitos são identificados só como "Yara de Tal", ou "Zé Gordo".
O Brasil tem melhorado na economia e já se firmou como uma democracia. Mas o problema da criminalidade permanece.
Apenas 5% a 8% dos casos de homicídio terminam em condenação.
Levantamento realizado com dados do governo federal mostra que, no Brasil, 192,8 mil pessoas foram assassinadas entre 2004 e 2007; no mesmo período, 169,5 mil pessoas morreram nos 12 maiores conflitos armados pelo mundo.
Até quando vamos conviver com essa guerra?
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Baixaria no Carnaval
Não é de hoje que algumas escolas de samba, tanto no Rio quanto em São Paulo, se deixam contaminar por elementos de reputação duvidosa, para dizer o mínimo.
Quem nunca ouviu falar de bicheiros, por exemplo, que mandam e desmandam nas agremiações? A proximidade de escolas com torcidas organizadas de times de futebol paulistas, volta e meia envolvidas em brigas, só piora a tendência dos concursos carnavalescos para acabar em tumulto.
Neste ano, porém, o pessoal passou dos limites.
A apuração das notas das escolas seguia no clima normal de tensão, no Anhembi. A Mocidade Alegre liderava a competição. Quando a leitura das avaliações chegou ao último quesito, estourou a confusão.
Um integrante da escola Império de Casa Verde pulou as barreiras e invadiu o espaço reservado para os apuradores. Como já se dava como certa a vitória da Mocidade Alegre, o homem pegou as fichas com as notas e começou a rasgá-las. Foi o maior carnaval, no pior sentido.
Membros das torcidas de outras escolas também invadiram o espaço da apuração. Corre-corre, empurra-empurra. Uma turma da Gaviões da Fiel saiu e invadiu pistas da marginal do Tietê. Carros alegóricos foram incendiados.
Se esse povo não sabe perder, por que aceita participar de um concurso?
A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo diz que vai haver punições para as escolas que apelaram para o vandalismo. Mas também diz que vai aguardar o resultado do inquérito, como se ninguém soubesse quem começou a baixaria e estragou a folia.
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