terça-feira, 29 de maio de 2012

Batalha contra camelôs

A Justiça tomou uma decisão que traz algum bom senso para a disputa entre camelôs e a prefeitura. No calçadão de São Miguel Paulista (zona leste), 200 ambulantes poderão continuar trabalhando. Por enquanto, a sentença judicial protege esses camelôs contra o 'rapa'. Suas mercadorias só poderão ser apreendidas se forem ilegais. É melhor assim. A guerra da prefeitura contra esses comerciantes vinha sendo um pouco radical. Na última ação, 470 ambulantes perderam suas licenças para trabalhar nas ruas da cidade. Entre eles, 250 eram deficientes. O grande problema é que os camelôs acabam ficando sem alternativa e começam a trabalhar ilegalmente. O resultado muita gente conhece: confronto entre ambulantes e policiais. Ninguém quer isso. Tudo seria mais fácil se já estivessem prontos os três shoppings populares que a prefeitura pretende construir até o fim de 2013. Em 2009, 4.600 pessoas tinham permissão para esse trabalho nas ruas da cidade. Agora, sobraram só 558. Se depender da prefeitura, os camelôs estarão extintos dentro de 30 dias. O prefeito Gilberto Kassab parece tentar repetir os efeitos da Lei Cidade Limpa: sua popularidade subiu, e a paisagem urbana melhorou bastante. Mas isso não é fácil de conseguir sempre. Nesse caso específico, uma ação desastrada pode provocar pancadaria, o que certamente não ajuda a deixar a cidade mais civilizada. Antes de tirar os camelôs das ruas, é melhor ter um lugar para onde eles possam ir.

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