domingo, 13 de maio de 2012
A imagem do país do futebol
Quando o Brasil foi escolhido para organizar a Copa do Mundo de 2014, muita gente dizia que o evento não teria nenhuma participação do governo.
A Fifa (Federação Internacional de Futebol) e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), afinal, são entidades privadas. Em teoria, elas não têm nada a ver com governos. Um dos principais defensores dessa ideia era o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira.
À primeira vista, até fazia sentido. O governo não pode ficar se intrometendo em eventos promovidos por empresas. E, claro, não deveria bancar os custos de empreendimentos que devem dar lucro.
Só que, na prática, a coisa não era bem assim. No fim das contas, boa parte dos bilhões de reais para preparar a Copa vão sair dos cofres públicos. E, como se sabe, muitas obras de estádios estão atrasadas.
Assim, com dinheiro público envolvido e com os atrasos, faz algum sentido o governo federal acompanhar mais de perto a organização da Copa.
Foi o que aconteceu na terça-feira. Decidiu-se que o Comitê Organizador Local (COL) terá a presença de um membro do Ministério do Esporte e de um representante da Fifa.
O COL era a instância esportiva não governamental que coordenava os preparativos do evento. Agora tem governo no meio.
Melhor assim. O Mundial não é uma festa qualquer. Durante a Copa, o mundo inteiro estará de olhos virados para o Brasil.
Está em jogo não só o nosso futebol, mas a imagem do país como um todo.
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