domingo, 13 de maio de 2012
Duas pontes
Todo mundo sabe o que faz uma ponte: liga dois pontos separados por um rio ou um desnível no terreno.
Para os políticos, parece ter outra serventia: uma obra que pode ser usada para fazer propaganda eleitoral.
Isso explicaria por que algumas pontes recebem mais atenção dos governantes do que outras.
Exemplo de obra bem cuidada é a mais nova ligação entre a avenida do Estado e a marginal Tietê, em São Paulo. Com 660 metros de comprimento e 55 m de altura, a ponte estaiada Orestes Quércia custou R$ 85 milhões.
Quem já passou por ali sabe que é difícil não enxergar a estrutura, bonita e enorme.
Só que tem um problema. Segundo reportagem da "Folha de S.Paulo", a ponte está meio às moscas. Em pleno final de tarde de segunda-feira, chegou a ficar 43 segundos sem um único carro.
É verdade que falta terminar uma alça para poder dizer que todo o acesso à ponte está liberado. Ainda assim, parece desperdício.
Enquanto isso, moradores do Jardim Vila Carrão (zona leste) esperam há um ano que a ponte sobre um pequeno córrego seja reconstruída. A estrutura caiu com as chuvas de 2011.
Quando estava de pé, era usada por pais e alunos de duas escolas, onde estudam cerca de 2.200 crianças. Agora, elas precisam fazer um caminho bem mais longo.
Uma ponte barata, mas discreta, é deixada de lado por meses. Outra, caríssima, mas muito vistosa, está de pé, ainda que não sirva para muita coisa.
Parecem realidades separadas, mas as duas pontes fazem parte do mesmo mundo: aquele em que os políticos olham primeiro para os seus interesses, e só depois, se der, para os da população.
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