terça-feira, 29 de maio de 2012
Pedala, Sampa
É uma boa notícia a inauguração das primeiras seis estações do Bike Sampa, um sistema de empréstimo de bicicletas que só cobra pagamento do ciclista depois de meia hora de uso.
A iniciativa é da Secretaria Municipal dos Transportes em parceria com empresas do setor privado.
O usuário pode pegar o veículo num ponto e devolver em outro. O sistema já funciona com sucesso no Rio e é inspirado em programas adotados em várias cidades do mundo, como Paris.
A pessoa precisa se cadastrar, fornecer um número de cartão de crédito e obter um passe. Na internet, a página é www.bikesampa.com.br.
O Bike Sampa começa na Vila Mariana e depois deverá seguir para os Jardins. Até o final do ano, a meta é criar cem estações. E, até o final de 2013, um total de 300.
Tomara que o projeto não fique apenas nas áreas mais ricas da cidade. A bicicleta tem um papel a cumprir no sistema de transporte paulistano, embora o relevo da cidade e o trânsito enlouquecido crie algumas dificuldades, sobretudo para a segurança dos próprios ciclistas.
Ela é útil não apenas para resolver problemas dentro do bairro. Serve também para que o trabalhador vá de sua casa aos terminais e estações de trem, metrô ou ônibus.
Esse tipo de uso pode e deve ser ampliado.
Para isso é preciso construir mais estacionamentos para as magrelas e criar rotas sinalizadas e seguras para os ciclistas.
A melhor opção é separá-los dos veículos motorizados, em ciclovias protegidas.
O Bike Sampa é uma boa ideia. Seria ótimo se atraísse mais patrocinadores e atingisse os bairros mais afastados do centro da cidade.
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Em defesa das florestas
As matas brasileiras agradecem. Após quatro anos de confusão, o país está mais perto de uma lei moderna e eficiente para evitar o desmatamento.
No último dia do prazo, a presidente Dilma Rousseff anunciou vários vetos (cortes) na lei que tinha sido aprovada na Câmara dos Deputados, contra a sua vontade. Quem defende o ambiente também não gostava da legislação, acusada de ser favorável demais aos donos de fazendas.
Na realidade, o Código Florestal que valia até agora estava mesmo precisando de uma reformulada. Muito agricultor que desmatou terrenos de boa-fé, para ganhar a vida com o suor do próprio rosto, estava ameaçado de receber multas e até de sofrer processos.
A complicação é que também existe muito fazendeiro que derrubou matas nas beiras de rios quando isso já era ilegal. Pelo Código Florestal de hoje, eles teriam de replantar tudo.
O novo Código aprovado pelos deputados dava muita colher de chá para eles. Só teriam de replantar um pedaço da área desmatada. E, mesmo que não cumprissem a obrigação legal, continuariam recebendo empréstimos dos bancos do governo.
A presidente acabou com essa espécie de perdão aos desmatadores. Fez uma cirurgia no texto da Câmara para retirar os maiores problemas. As alterações menores ela vai fazer por meio de medida provisória.
Isso quer dizer que a guerra ainda não terminou. As medidas provisórias são um tipo de lei que, como o nome sugere, só se tornam definitivas depois que o Congresso vota o que a Presidência da República escreveu.
O Brasil ainda não tem o Código Florestal de que precisa, mas vai chegar lá.
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