sexta-feira, 15 de abril de 2011

De olho nos convênios médicos

Quem tem plano de saúde privado conhece bem os problemas e dificuldades criados pelos convênios. Como pagam pouco para os médicos credenciados, as salas de espera dos consultórios vivem lotadas. Consultas duram não muito mais que 15 minutos. Isso quando o doente não tem de esperar semanas para conseguir marcar uma hora.

Está certo que depender do SUS é muito pior, mas o cliente paga pelo serviço e tem direito a receber o melhor atendimento. Só que nem sempre isso combina com o lucro que os planos gostariam de manter.

Os exames que os médicos pedem para descobrir o que a pessoa tem, por exemplo, podem custar bem caro. Alguns planos fazem pressão para que os doutores diminuam os pedidos.

Cabe ao médico, e não ao convênio, decidir se o exame é necessário ou não. Para incentivá-lo a limitar os pedidos, há empresas que recorrem a um tipo de suborno, apelidado de 'bônus': o doutor que diminuir a quantidade de exames por paciente acaba recebendo mais do plano pela realização de cada consulta.

Há denúncias, também, de que alguns médicos recebem visitas suspeitas de representantes dos convênios. Na conversa, fica claro que é melhor diminuir os pedidos para não correr o risco de ser descredenciado.

Agora, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar, que fiscaliza os convênios) parece que acordou para o problema. Para acabar com essa história de bônus, criou uma multa. O plano que recorrer ao incentivo desonesto terá de pagar R$ 35 mil como castigo.

Os convênios negam a existência do prêmio, é claro. Fique de olho. Se desconfiar que seu médico entrou nessa, denuncie.

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