Qualquer governo que anuncie a data em que vai distribuir R$ 761 milhões provocará uma corrida de interessados. Se o local de distribuição for a internet, haverá congestionamento da rede de computadores.
Foi o que aconteceu na semana passada com a página da Secretaria de Estado da Fazenda, a partir do momento em que ficaram disponíveis para o contribuinte informações sobre o saldo de cada inscrito no esquema da Nota Fiscal Paulista. Todo mundo queria transferir seu dinheirinho para a conta-corrente ou a poupança.
A Nota Paulista é uma maneira esperta de pegar de volta uma parte da quantidade absurda de impostos que pagamos. No caso do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, principal tributo estadual), o cliente que pedir nota com seu número de CPF ganha o direito de ficar com até 30% do imposto.
Somando todas as notas do semestre, dá um bom trocado. Mas antes é preciso entrar na página da Fazenda e se cadastrar, para poder movimentar o dinheiro.
Só que muita gente tem medo de fazer isso. As pessoas acham que o Leão vai ficar sabendo quanto gastam e que vão ter de pagar mais IR (Imposto de Renda), um tributo federal.
A Receita Federal, que cuida do IR, já tem vários outros meios de ficar sabendo quanto as pessoas gastam para verificar se o valor combina com o que elas informam que ganham na declaração do IR. Boa parte dos pagamentos --com cartões de crédito, por exemplo-- são informados à Receita por relatórios que os estabelecimentos são obrigados por lei a fazer.
Não é a Nota Paulista que vai atrapalhar sua vida, ao contrário. O esquema é um sucesso, e por isso tem tanta gente na internet. Só é preciso um pouco de paciência.
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