Atualmente, é mais provável alguém morrer atropelado por uma moto em São Paulo do que por um ônibus. Dada a diferença de tamanho entre os dois tipos de veículo, é um dado que chama a atenção.
Em 2009, 123 pessoas morreram atingidas por motociclistas. Só 117 pedestres foram vítimas de ônibus. Apenas os carros mataram mais --foram 258 atropelamentos fatais.
Quem anda pela cidade consegue imaginar bem o motivo de tantas mortes. Mesmo com o trânsito completamente parado, motoqueiros disparam entre os carros, muitas vezes costurando. O pedestre desavisado é atingido em cheio.
As principais vítimas dessa conduta irresponsável ainda são os próprios motociclistas. São Paulo tem uma frota estimada em pelo menos 100 mil motos, e mais de 400 motoqueiros morrem em acidentes todos os anos.
A maioria não corre que nem louco porque quer. Existe uma enorme pressão para fazer o maior número de entregas por dia. Todo mundo quer que a encomenda ou envelope chegue o mais rápido possível, mas quase ninguém pensa nisso quando aquele motoqueiro passa raspando e quase leva o espelhinho do carro.
As empresas de entrega têm de colocar tarefas e prazos razoáveis para seus profissionais. Os motoqueiros precisam se lembrar de que as regras do trânsito também valem para eles.
Entra prefeito, sai prefeito, e o governo da cidade não consegue acabar com esse desperdício de vidas. Prefeitura e autoridades de trânsito precisam ser mais duros com as empresas e os infratores.
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