quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sete milhões parados

A cada ano, parece que o trânsito em São Paulo fica pior. Um dos principais motivos é que as ruas da cidade estão entupidas de carros. Neste mês, foi atingida a inacreditável marca de 7 milhões de veículos registrados, diz o Detran.

Na prática, nem todos chegam a lotar as ruas, porque muitos saíram de circulação sem que houvesse baixa nos arquivos oficiais. Mesmo assim, todos os dias mais de 600 carros, motos e caminhões se juntam ao trânsito caótico da cidade, sempre engarrafado.

O resultado é que o paulistano, na prática, tem seu direito de ir e vir bloqueado. Pensou em ir ao parque? Uma hora e meia parado. Vai visitar a família em outro bairro distante? Horas no carro. Muita gente acaba desistindo de fazer as coisas.

O cidadão nem sempre percebe, mas o fato é que o trânsito se tornou um impedimento para levar uma vida normal em São Paulo.

A solução, de tão batida, já caiu na boca do povo: mais investimento no transporte público, com uma rede bem maior de metrô e reforma ou construção de corredores exclusivos de ônibus.

O metrô, com as inaugurações recentes, chegou aos 70 km de malha (se incluída a rede da CPTM, são ao todo uns 230 km). Bem menos que em cidades dos EUA e da Europa. Em Londres, por exemplo, são 400 km. Não é à toa que 90% da população, lá, recorre ao transporte público.

O investimento em corredores de ônibus, solução mais rápida e barata que o metrô, também patina. O prefeito Gilberto Kassab prometeu inaugurar 66 quilômetros em sua segunda gestão, mas quase nada foi feito.

Antigamente se dizia que São Paulo não pode parar, mas já está parando.

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