Dia 24 de janeiro começa a Libertadores, A pré, na vardade. Flamengo e Inter entram em campo no dia seguinte, 25.
Recentemente, Tolima e Mazembe, reforçaram a idéia de que não se pode confiar muito em favoritismos contra equipes pouco conhecidas ou claramente mais fracas. Mas não se pode negar que o Once Caldas ( Colômbia) que enfrenta no mata-mata o Inter é mais time que o Potosi (Bolívia) que pega o Flamengo. Os dois brasileiros levam a vantagem de decidir a vaga em casa ( nem todos entendem assim). Se o Potosi é inferior ao Once, tem a seu favor a altitude da cidade ( e isso é um absurdo fisiológico). Se o Mengo for em frente, terá um chato grupo 2, com Emelec(Equador), Lanús(Argentina) e Olímpia (Paraguai).
Se o Inter passar, vai jogar na chave 1, onde está o Santos e mais o pobre Juan Aurich ( Peru) e o improvável The Strongest ( Bolívia.) que faz a última partida do grupo contra o Santos na Vila.
O Fluminense querendo apagar sua última participação na Libertadores, deu azar no sorteio. Por mais que o Boca Juniors não viva um bom momento, é o Boca. O Zamora da Venezuela é só figurante no grupo, da mesma forma que o argentino Arsenal ou o peruano da altitude Huancayo que brigam numa pré.
Vasco tem um grupo também chato, com Alianza(Peru), El Nacional(Equador) ou Libertad (Paraguai) e mais o Nacional(Uruguai) que virá ao Engenhão na última partida do grupo.
Por fim o Corinthians que tem um grupo difícil contra Tachira (Venezuela), Nacional (Paraguai) e Cruz Azul(México). Como o Vasco, a última partida do Corinthians será no Pacaembu contra os venezuelanos.
Infelizmente, teremos a repetição dos mesmos problemas que sempre acompanharam os jogos da Conmebol : gramados sofríveis, altitude incompreensível, polícia para proteger o batedor de escanteio, papéis picados ( que pobreza) no gramado, público e renda não divulgados em vários paises e arbitragens amigas daviolência.
VAI CORINTHIANS !!!!!
FELIZ ANO NOVO PRA TODOS........
sábado, 31 de dezembro de 2011
Juvenal critica Itaquerão, mas aceita dinheiro público para Morumbi
A iniciativa do prefeito Gilberto Kassab em ajudar o São Paulo a reformar o Morumbi traz à tona uma velha discussão: estádios de futebol devem ou não contar com dinheiro público em obras particulares? O velho e polêmico presidente Juvenal Juvêncio, de repente, mudou de idéia e está entendendo ser essa a melhor saída. Ué, mas não era ele que criticava o Corinthians na construção do Itaquerão?
Há um mês atrás, Juvenal era um dos mais ferrenhos inimigos do Itaquerão. Aliás, tinha na Câmara Municipal um fiel representante são-paulino, o vereador Aurélio Miguel, que puxou a votação contra os incentivos fiscais para a obra do estádio da abertura da Copa em Itaquera. Sem motivo. Itaquera é considerada periferia. O Morumbi, jamais. Pelo contrário, é bairro de rico.
E vem a questão: o Itaquerão terá apóio da Prefeitura por causa da abertura da Copa, mas o Morumbi, vai abrigar qual torneio? Serão gastos R$ 200 milhões para cobrir o estádio e construir um hotel de luxo ao lado. Para quê? O Tricolor tem uma torcida minúscula, que só vai aos jogos quando o time ganha. A idéia, básica, me parece, é incrementar a linha de shows internacionais no Morumbi.
Ué? Quem irá ganhar com isso? A cidade? O Estado? Claro que não. O grande favorecido será o São Paulo. Ou seja, o poder público está dando uma visível mãozinha para o clube sair do buraco econômico no qual se enfiou nos últimos tempos.
Espero que os vereadores paulistanos não aceitem esse descalabro. Ou será que só o Itaquerão “desviou” dinheiro da Saúde, da Educação, dos Hospitais, do Transporte e do Urbanismo? O São Paulo, sem motivo, pegou carona no Itaquerão. Juvenal quer as sobras do Timão. Mais isso sim é contra a Lei. Pelo jeito, o prefeito Kassab foi tomado pelo espírito natalino e quer dar um presente ao Tricolor. Tudo bem: que o faça com o dinheiro dele e não com o dos contribuintes do Município.
E assim caminha a mediocridade…
Há um mês atrás, Juvenal era um dos mais ferrenhos inimigos do Itaquerão. Aliás, tinha na Câmara Municipal um fiel representante são-paulino, o vereador Aurélio Miguel, que puxou a votação contra os incentivos fiscais para a obra do estádio da abertura da Copa em Itaquera. Sem motivo. Itaquera é considerada periferia. O Morumbi, jamais. Pelo contrário, é bairro de rico.
E vem a questão: o Itaquerão terá apóio da Prefeitura por causa da abertura da Copa, mas o Morumbi, vai abrigar qual torneio? Serão gastos R$ 200 milhões para cobrir o estádio e construir um hotel de luxo ao lado. Para quê? O Tricolor tem uma torcida minúscula, que só vai aos jogos quando o time ganha. A idéia, básica, me parece, é incrementar a linha de shows internacionais no Morumbi.
Ué? Quem irá ganhar com isso? A cidade? O Estado? Claro que não. O grande favorecido será o São Paulo. Ou seja, o poder público está dando uma visível mãozinha para o clube sair do buraco econômico no qual se enfiou nos últimos tempos.
Espero que os vereadores paulistanos não aceitem esse descalabro. Ou será que só o Itaquerão “desviou” dinheiro da Saúde, da Educação, dos Hospitais, do Transporte e do Urbanismo? O São Paulo, sem motivo, pegou carona no Itaquerão. Juvenal quer as sobras do Timão. Mais isso sim é contra a Lei. Pelo jeito, o prefeito Kassab foi tomado pelo espírito natalino e quer dar um presente ao Tricolor. Tudo bem: que o faça com o dinheiro dele e não com o dos contribuintes do Município.
E assim caminha a mediocridade…
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Mal na foto
Se o novo serviço de limpeza da cidade já começou, deve estar escondido embaixo do lixo que se acumula em algumas áreas da capital.
Como mostrou o Agora na edição de ontem, 12 dias depois de implantado, o modelo lançado pela prefeitura ainda não mostrou os resultados prometidos.
Percorremos ruas importantes da cidade e o que vimos não corresponde à expectativa criada pela prefeitura. Há lixo espalhado e acumulado em vários locais.
A área mais suja é a do Ceagesp, na zona oeste. Em se tratando de um local que serve de entreposto comercial, atacadão e mercado, é natural que haja lixo em grande quantidade.
Por isso mesmo deveria merecer atenção especial. O que a reportagem presenciou na avenida Mofarrej e em outras vias daquele pedaço foi sujeira para todos os lados. Caixotes quebrados, restos de frutas, embalagens de papelão e garrafas de plástico ocupavam canteiros e calçadas.
Na zona norte, a avenida Engenheiro Caetano Álvares também estava cheia de mato e lixo no canteiro central. No Brás e no Bom Retiro, cenas parecidas.
O novo esquema parte de uma boa ideia. Como os serviços de varrição, limpeza, remoção de entulhos etc. eram realizados por várias empresas, acabava uma empurrando problemas para a outra.
Agora são só dois consórcios, o que deve facilitar a coordenação dos serviços.
É verdade que ainda é cedo para conclusões. Mas, se a primeira impressão é a que fica, o modelo criado pela prefeitura está mal na foto.
Como mostrou o Agora na edição de ontem, 12 dias depois de implantado, o modelo lançado pela prefeitura ainda não mostrou os resultados prometidos.
Percorremos ruas importantes da cidade e o que vimos não corresponde à expectativa criada pela prefeitura. Há lixo espalhado e acumulado em vários locais.
A área mais suja é a do Ceagesp, na zona oeste. Em se tratando de um local que serve de entreposto comercial, atacadão e mercado, é natural que haja lixo em grande quantidade.
Por isso mesmo deveria merecer atenção especial. O que a reportagem presenciou na avenida Mofarrej e em outras vias daquele pedaço foi sujeira para todos os lados. Caixotes quebrados, restos de frutas, embalagens de papelão e garrafas de plástico ocupavam canteiros e calçadas.
Na zona norte, a avenida Engenheiro Caetano Álvares também estava cheia de mato e lixo no canteiro central. No Brás e no Bom Retiro, cenas parecidas.
O novo esquema parte de uma boa ideia. Como os serviços de varrição, limpeza, remoção de entulhos etc. eram realizados por várias empresas, acabava uma empurrando problemas para a outra.
Agora são só dois consórcios, o que deve facilitar a coordenação dos serviços.
É verdade que ainda é cedo para conclusões. Mas, se a primeira impressão é a que fica, o modelo criado pela prefeitura está mal na foto.
VAI TIMÃO
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CORINTHIANS : O RETORNO , ZERO.
Aquele choro comovido da minha gente em dezembro passado está vivo na minha memória. O Corinthians, gravemente doente, estava na UTI. O diagnóstico era sabido : micróbios e vermes potentes lhe sugaram quase todo o sangue além de lhe roubar o dinheiro deixado pela torcida.
Adversários entusiasmados e "sem noção" fizeram festa, soltaram rojões, inventaram piadas.Alguns mais maldosos rogaram pragas e chegaram a crer na morte do gigante.
O normal seria o abatimento coletivo dos 18 milhões de torcedores. O normal, para uma torcida qualquer. Mas essa gente vestiu a camisa que adora e saiu às ruas como que afrontando os adversários. Tudo em silêncio. Vários deles hastearam bandeiras em janelas, carros, praças, passarelas, pontes.
Em passeata foram ao Hospital São Jorge. O doente, pálido e alquebrado veio à janela. A multidão em coro, gritava uníssono : EU NUNCA VOU TE ABANDONAR, PORQUE EU TE AMO. As televisões fizeram programas com psicólogos e filósofos numa tentativa de explicar aquilo. Em vão. Ainda vasculharam livros de política, religião e esportes a procura de algo semelhante. E nada!
Dias depois, aquela gente marca um novo encontro, desta vez no Pacaembu. As TVs esqueceram os outros clubes, as notícias importantes e colocaram dezenas de câmeras para bisbilhotar aquelas pessoas fanáticas. Numa fração de segundos, eles começaram a pular abraçados e freneticamente, veio uma gritaria : AQUI TEM UM BANDO DE LOUCOS, LOUCOS POR TI CORINTHIANS. O doente já nelhorava porque sabia o que acontecia nas ruas. Já respirando sem aparelhos , volta à janela, tentando dar alguns passos. E a turma de verdadeiros amigos estava lá : e a gritaria foi de arrepiar . NÃO PÁRA...NÃO PÁRA...NÃO PÁRA. Com essa manifestação de fidelidade e fé, o doente não parou de andar. Foi sentir o camor do norte, o frio do sul, visirou praias do nordeste, passeou pela planalto central e percorreu estradas paulistas. Em cada canto do pais percebeu que ali havia um bando de loucos. Aí os psicólogos e filósofos desistiram de vez. Aquele movimento era ímpar, próprio, inigualável, jamais visto na história do futebol.
Passados pouco mais de 10 meses, os médicos que previam internação por pelo menos 1 ano, deram liberdade ao gigante, mas ainda não têm explicação para aquela melhora. Também- - pudera - nenhum era corintiano.
EU VOLTEI, VOLTEI PARA FICAR...PORQUE AQUI É O MEU LUGAR... foi a cantoria do retorno. Mas como escrevi no título, retorno- zero, porque, de verdade, o corinthians não retornou, só tirou uma férias e nesse tempo, mudou o alfabeto para B...A...C...
O choro, desta vez, foi mais comovente. Os adversários se assustaram. Alguns malucos ( não loucos... porque loucos são só os fiéis alvinegros) que esperravam o pior para aquele doente, agora se entreolham boquiabertos. Estão pasmos. E aprenderam uma lição duradoura. Essa gente lá do Corinthians é diferente. Se acontecer uma doença com eles, sabem que a saída é só por outras vias, porque o bando de loucos não passa receita.
Eu, particularmente, vivi todos esses momentos e o meu Corinthians, sabe que tem muitos amigos do peito. Fiéis, abnegados, justos e exemplares. E como sabem chorar.
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CORINTHIANS : O RETORNO , ZERO.
Aquele choro comovido da minha gente em dezembro passado está vivo na minha memória. O Corinthians, gravemente doente, estava na UTI. O diagnóstico era sabido : micróbios e vermes potentes lhe sugaram quase todo o sangue além de lhe roubar o dinheiro deixado pela torcida.
Adversários entusiasmados e "sem noção" fizeram festa, soltaram rojões, inventaram piadas.Alguns mais maldosos rogaram pragas e chegaram a crer na morte do gigante.
O normal seria o abatimento coletivo dos 18 milhões de torcedores. O normal, para uma torcida qualquer. Mas essa gente vestiu a camisa que adora e saiu às ruas como que afrontando os adversários. Tudo em silêncio. Vários deles hastearam bandeiras em janelas, carros, praças, passarelas, pontes.
Em passeata foram ao Hospital São Jorge. O doente, pálido e alquebrado veio à janela. A multidão em coro, gritava uníssono : EU NUNCA VOU TE ABANDONAR, PORQUE EU TE AMO. As televisões fizeram programas com psicólogos e filósofos numa tentativa de explicar aquilo. Em vão. Ainda vasculharam livros de política, religião e esportes a procura de algo semelhante. E nada!
Dias depois, aquela gente marca um novo encontro, desta vez no Pacaembu. As TVs esqueceram os outros clubes, as notícias importantes e colocaram dezenas de câmeras para bisbilhotar aquelas pessoas fanáticas. Numa fração de segundos, eles começaram a pular abraçados e freneticamente, veio uma gritaria : AQUI TEM UM BANDO DE LOUCOS, LOUCOS POR TI CORINTHIANS. O doente já nelhorava porque sabia o que acontecia nas ruas. Já respirando sem aparelhos , volta à janela, tentando dar alguns passos. E a turma de verdadeiros amigos estava lá : e a gritaria foi de arrepiar . NÃO PÁRA...NÃO PÁRA...NÃO PÁRA. Com essa manifestação de fidelidade e fé, o doente não parou de andar. Foi sentir o camor do norte, o frio do sul, visirou praias do nordeste, passeou pela planalto central e percorreu estradas paulistas. Em cada canto do pais percebeu que ali havia um bando de loucos. Aí os psicólogos e filósofos desistiram de vez. Aquele movimento era ímpar, próprio, inigualável, jamais visto na história do futebol.
Passados pouco mais de 10 meses, os médicos que previam internação por pelo menos 1 ano, deram liberdade ao gigante, mas ainda não têm explicação para aquela melhora. Também- - pudera - nenhum era corintiano.
EU VOLTEI, VOLTEI PARA FICAR...PORQUE AQUI É O MEU LUGAR... foi a cantoria do retorno. Mas como escrevi no título, retorno- zero, porque, de verdade, o corinthians não retornou, só tirou uma férias e nesse tempo, mudou o alfabeto para B...A...C...
O choro, desta vez, foi mais comovente. Os adversários se assustaram. Alguns malucos ( não loucos... porque loucos são só os fiéis alvinegros) que esperravam o pior para aquele doente, agora se entreolham boquiabertos. Estão pasmos. E aprenderam uma lição duradoura. Essa gente lá do Corinthians é diferente. Se acontecer uma doença com eles, sabem que a saída é só por outras vias, porque o bando de loucos não passa receita.
Eu, particularmente, vivi todos esses momentos e o meu Corinthians, sabe que tem muitos amigos do peito. Fiéis, abnegados, justos e exemplares. E como sabem chorar.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Assassinatos, roubos e estatísticas
Depois de cinco meses de alta, o número de assassinatos finalmente voltou a cair no Estado de São Paulo.
Se a situação continuar assim, existe uma grande chance de a taxa fechar o ano abaixo de 10 casos para cada 100 mil habitantes, o que pode ser considerado uma boa notícia.
O índice ainda é muito mais alto que o de países civilizados, mas bem baixo para o histórico brasileiro --é só lembrar que na década de 90 chegou a ser três vezes mais alto.
Só tem um porém nessa história. Nesta semana, o Agora mostrou que 43 assassinatos estavam fora das estatísticas. Depois disso, o governo incluiu alguns, mas não todos --é bom investigar direitinho esse caso.
As informações precisam ser confiáveis, até para que a população acredite no governo e na polícia.
Bem preocupante, também, foi a revelação de que a quantidade de latrocínios --os roubos que terminam com a morte da vítima-- subiu 15% no mês passado.
Segundo a polícia, a maior parte dos latrocínios acontece em tentativas de roubo de carro, crime que, não por coincidência, também aumentou 15%.
Quase todo mundo já passou por aquela situação de parar em um sinal à noite e ficar olhando para os lados, com medo de ser assaltado. O dado só ajuda a aumentar a sensação de insegurança.
Nessas horas, é sempre bom lembrar, a única coisa a fazer é não reagir. Ninguém deveria arriscar a vida para não perder um bem material, qualquer que seja.
Se a situação continuar assim, existe uma grande chance de a taxa fechar o ano abaixo de 10 casos para cada 100 mil habitantes, o que pode ser considerado uma boa notícia.
O índice ainda é muito mais alto que o de países civilizados, mas bem baixo para o histórico brasileiro --é só lembrar que na década de 90 chegou a ser três vezes mais alto.
Só tem um porém nessa história. Nesta semana, o Agora mostrou que 43 assassinatos estavam fora das estatísticas. Depois disso, o governo incluiu alguns, mas não todos --é bom investigar direitinho esse caso.
As informações precisam ser confiáveis, até para que a população acredite no governo e na polícia.
Bem preocupante, também, foi a revelação de que a quantidade de latrocínios --os roubos que terminam com a morte da vítima-- subiu 15% no mês passado.
Segundo a polícia, a maior parte dos latrocínios acontece em tentativas de roubo de carro, crime que, não por coincidência, também aumentou 15%.
Quase todo mundo já passou por aquela situação de parar em um sinal à noite e ficar olhando para os lados, com medo de ser assaltado. O dado só ajuda a aumentar a sensação de insegurança.
Nessas horas, é sempre bom lembrar, a única coisa a fazer é não reagir. Ninguém deveria arriscar a vida para não perder um bem material, qualquer que seja.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Pegar no flagra
Já imaginou se alguma lei tornasse obrigatório avisar todo potencial criminoso sobre a existência de uma patrulha policial nas redondezas, bem na hora em que ele pensasse em quebrar a lei?
Pois é mais ou menos isso que acontecia no trânsito brasileiro nos últimos cinco anos. Desde 2006, uma regra obrigava alertar os motoristas sobre a existência de radares em ruas ou rodovias.
Aí quem vinha em alta velocidade só freava --até com risco de acidentes-- bem em cima da fiscalização.
Agora essa moleza acabou. Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito decidiu que não é mais obrigatório informar sobre a existência de radares.
Quem desrespeitar a velocidade, com aviso ou sem, vai ser pego no flagra.
Faz muito mais sentido. Assim, com medo de ser fotografado, o motorista vai ter de respeitar o limite de velocidade em toda a via.
Mas só colocar radares não basta, até porque ninguém tolera a tal "indústria das multas".
É preciso também melhorar muito a sinalização. Algumas vezes, a pessoa nem sabe qual a velocidade máxima de uma rua. Fora as vezes em que o limite muda de uma hora para outra.
Outra providência importante é gastar o dinheiro arrecadado com as multas em benefícios no trânsito. Só no ano passado, a prefeitura arrecadou R$ 500 milhões dos motoristas infratores.
Esse dinheiro tem de ser investido em semáforos melhores, fiscais mais bem treinados, campanhas educativas para valer --enfim, em um trânsito mais civilizado.
'Cuide bem do patrimônio publico, ele pertence a você, se você destruir o bem publico o único prejudicado e você mesmo porque o seu imposto de cada dia um quinhão irar para restaurar o que você danificou ......
Pois é mais ou menos isso que acontecia no trânsito brasileiro nos últimos cinco anos. Desde 2006, uma regra obrigava alertar os motoristas sobre a existência de radares em ruas ou rodovias.
Aí quem vinha em alta velocidade só freava --até com risco de acidentes-- bem em cima da fiscalização.
Agora essa moleza acabou. Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito decidiu que não é mais obrigatório informar sobre a existência de radares.
Quem desrespeitar a velocidade, com aviso ou sem, vai ser pego no flagra.
Faz muito mais sentido. Assim, com medo de ser fotografado, o motorista vai ter de respeitar o limite de velocidade em toda a via.
Mas só colocar radares não basta, até porque ninguém tolera a tal "indústria das multas".
É preciso também melhorar muito a sinalização. Algumas vezes, a pessoa nem sabe qual a velocidade máxima de uma rua. Fora as vezes em que o limite muda de uma hora para outra.
Outra providência importante é gastar o dinheiro arrecadado com as multas em benefícios no trânsito. Só no ano passado, a prefeitura arrecadou R$ 500 milhões dos motoristas infratores.
Esse dinheiro tem de ser investido em semáforos melhores, fiscais mais bem treinados, campanhas educativas para valer --enfim, em um trânsito mais civilizado.
'Cuide bem do patrimônio publico, ele pertence a você, se você destruir o bem publico o único prejudicado e você mesmo porque o seu imposto de cada dia um quinhão irar para restaurar o que você danificou ......
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
O Brasil das favelas
De forma geral, as condições de vida melhoraram no Brasil, nos últimos dez anos. É o que diz o Censo 2010, a mais ampla pesquisa sobre a população brasileira.
Ao mesmo tempo, as favelas, o mais conhecido retrato da pobreza urbana e da desigualdade no país, não param de crescer.
Quem diz é o mesmo Censo. No ano 2000, segundo os dados oficiais, 4% de todos os brasileiros viviam em áreas irregulares, com serviços públicos precários ou inexistentes. No ano passado, 6% dos habitantes do país eram moradores de favelas -são 11,4 milhões de pessoas.
Pode parecer contraditório que o país tenha melhorado e as favelas tenham aumentado.
Mas é preciso lembrar que há muita diferença entre as favelas. As maiores delas, em São Paulo ou no Rio, já contam com serviços e infraestrutura melhores do que os de muitos municípios pequenos no interior.
É preciso, de qualquer forma, reverter o crescimento das favelas. O primeiro passo é regularizar essas áreas e dar título de propriedade aos moradores, como já começou a acontecer, mas ainda muito vagarosamente. Também deve continuar a melhora nos serviços públicos.
Só isso não basta. As favelas existem, e aumentam, porque o poder público é omisso na hora de controlar a chegada de novos moradores. É importante legalizar quem já mora nesses bairros, mas impedir a ocupação irregular de novos terrenos - e remover quem vive em área de risco.
É preciso que os mesmos direitos, e também os mesmos deveres, cheguem a todos os moradores da cidade.
Ao mesmo tempo, as favelas, o mais conhecido retrato da pobreza urbana e da desigualdade no país, não param de crescer.
Quem diz é o mesmo Censo. No ano 2000, segundo os dados oficiais, 4% de todos os brasileiros viviam em áreas irregulares, com serviços públicos precários ou inexistentes. No ano passado, 6% dos habitantes do país eram moradores de favelas -são 11,4 milhões de pessoas.
Pode parecer contraditório que o país tenha melhorado e as favelas tenham aumentado.
Mas é preciso lembrar que há muita diferença entre as favelas. As maiores delas, em São Paulo ou no Rio, já contam com serviços e infraestrutura melhores do que os de muitos municípios pequenos no interior.
É preciso, de qualquer forma, reverter o crescimento das favelas. O primeiro passo é regularizar essas áreas e dar título de propriedade aos moradores, como já começou a acontecer, mas ainda muito vagarosamente. Também deve continuar a melhora nos serviços públicos.
Só isso não basta. As favelas existem, e aumentam, porque o poder público é omisso na hora de controlar a chegada de novos moradores. É importante legalizar quem já mora nesses bairros, mas impedir a ocupação irregular de novos terrenos - e remover quem vive em área de risco.
É preciso que os mesmos direitos, e também os mesmos deveres, cheguem a todos os moradores da cidade.
Marginais sem motos
Todo dia, morrem em média dois motociclistas no trânsito da Grande São Paulo. É como se um avião lotado caísse a cada seis meses.
Para tentar ao menos diminuir essa carnificina, a CET decidiu proibir as motos na pista expressa da marginal Pinheiros.
A coisa anda mesmo feia por lá. O número de acidentes com motos que deixaram mortos ou feridos naquela via aumentou 61% entre 2005 e 2010.
A medida da CET vem na carona do que aconteceu na outra marginal, a Tietê. Desde que as motos foram proibidas na pista expressa por lá, já faz um ano, os acidentes caíram 24%.
Dá para entender a lógica: como a velocidade máxima permitida na pista expressa, 90 km/h, é maior que a da local, onde só se pode trafegar a 70 km/h, a proibição diminui o risco.
Mas é bom lembrar que ainda há muito o que fazer para colocar ordem no trânsito paulistano. E especialmente nas motos.
É comum ver nas ruas da cidade motoboys em alta velocidade, costurando pra lá e pra cá. Um dos problemas graves nesse caso é a fiscalização. Muitos radares só fotografam a parte dianteira --e as motos só têm placa traseira.
A prefeitura já instalou quase 20 radares que pegam a traseira das motos e vai impor regras mais rigorosas para empresas de motoboys, como a obrigação de usar coletes e pintar os veículos de branco.
Com isso, pode ser que as coisas comecem a melhorar.
Para tentar ao menos diminuir essa carnificina, a CET decidiu proibir as motos na pista expressa da marginal Pinheiros.
A coisa anda mesmo feia por lá. O número de acidentes com motos que deixaram mortos ou feridos naquela via aumentou 61% entre 2005 e 2010.
A medida da CET vem na carona do que aconteceu na outra marginal, a Tietê. Desde que as motos foram proibidas na pista expressa por lá, já faz um ano, os acidentes caíram 24%.
Dá para entender a lógica: como a velocidade máxima permitida na pista expressa, 90 km/h, é maior que a da local, onde só se pode trafegar a 70 km/h, a proibição diminui o risco.
Mas é bom lembrar que ainda há muito o que fazer para colocar ordem no trânsito paulistano. E especialmente nas motos.
É comum ver nas ruas da cidade motoboys em alta velocidade, costurando pra lá e pra cá. Um dos problemas graves nesse caso é a fiscalização. Muitos radares só fotografam a parte dianteira --e as motos só têm placa traseira.
A prefeitura já instalou quase 20 radares que pegam a traseira das motos e vai impor regras mais rigorosas para empresas de motoboys, como a obrigação de usar coletes e pintar os veículos de branco.
Com isso, pode ser que as coisas comecem a melhorar.
Limites aos cartolas da Fifa
Quem acompanha o futebol sabe que a ganância dos cartolas não é pequena. Mas, mesmo se comparado aos padrões brasileiros, o olho grande dos dirigentes da Fifa, a entidade máxima do esporte, tem passado dos limites nas discussões sobre a Copa de 2014, no Brasil.
Está em discussão no Congresso a Lei Geral da Copa, que fixa as regras de preços de ingressos, venda de produtos, responsabilidades, custos e lucros do evento.
Nos últimos meses, a Fifa tem feito pressão para que várias leis brasileiras deixem de valer durante a Copa.
Os cartolas internacionais querem que a venda de bebidas nos estádios, hoje proibida em alguns Estados, seja liberada. Exigem também que as atuais regras de meia-entrada para idosos e estudantes deixem de valer.
Mas a coisa piorou na semana passada. O governo já tinha concordado em aprovar uma regra em que o Estado brasileiro se responsabilizaria, e pagaria, por eventuais prejuízos à Fifa provocados "por ação ou omissão" das autoridades do país. Já era uma maneira de a Fifa transferir para os contribuintes brasileiros os riscos do evento, enquanto fica com os lucros.
Mas agora eles querem mais. Tentaram colocar na Lei Geral da Copa, de última hora, uma regra que tornava o governo responsável por quaisquer danos, "integralmente, independentemente de culpa".
Só um doido aceitaria um contrato desses. Queriam que o país assinasse um cheque em branco. Os deputados acabaram adiando a votação.
Fizeram muito bem. O Brasil pediu para ser sede da Copa e tem que assumir suas responsabilidades. Mas o que a Fifa quer já é demais. É um abuso.
Está em discussão no Congresso a Lei Geral da Copa, que fixa as regras de preços de ingressos, venda de produtos, responsabilidades, custos e lucros do evento.
Nos últimos meses, a Fifa tem feito pressão para que várias leis brasileiras deixem de valer durante a Copa.
Os cartolas internacionais querem que a venda de bebidas nos estádios, hoje proibida em alguns Estados, seja liberada. Exigem também que as atuais regras de meia-entrada para idosos e estudantes deixem de valer.
Mas a coisa piorou na semana passada. O governo já tinha concordado em aprovar uma regra em que o Estado brasileiro se responsabilizaria, e pagaria, por eventuais prejuízos à Fifa provocados "por ação ou omissão" das autoridades do país. Já era uma maneira de a Fifa transferir para os contribuintes brasileiros os riscos do evento, enquanto fica com os lucros.
Mas agora eles querem mais. Tentaram colocar na Lei Geral da Copa, de última hora, uma regra que tornava o governo responsável por quaisquer danos, "integralmente, independentemente de culpa".
Só um doido aceitaria um contrato desses. Queriam que o país assinasse um cheque em branco. Os deputados acabaram adiando a votação.
Fizeram muito bem. O Brasil pediu para ser sede da Copa e tem que assumir suas responsabilidades. Mas o que a Fifa quer já é demais. É um abuso.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Corinthians inglês
Mundo afora: 'Corinthians inglês' celebra penta e lamenta por Sócrates
Aos 129 anos, clube se autodenomina 'o mais importante time amador do mundo' e sonha com jogo amistoso na inauguração do estádio do Timão
O preto e branco passam longe das cores oficiais. Marceneiros, pedreiros, professores, estudantes e garçons são as verdadeiras profissões dos atletas que formam o time. Esse é o “Corinthians inglês”. Ou melhor, o Corinthian-Casuals. Há pouco mais de cem anos, o clube de uniforme rosa, marrom e azul serviu de inspiração para o surgimento do xará brasileiro. Hoje, celebra o pentacampeonato nacional conquistado pelo Timão e lamenta a morte de Sócrates, que deixou milhares de fãs espalhados pelo mundo e protagonizou um dos episódios mais marcantes da história do clube londrino em seus 129 anos de vida.
Time se considera o principal amador do mundo (Foto: Divulgação Site OFicial do Corinthians Casuals)
- Nós, do Corinthian-Casuals, gostaríamos de parabenizar o Corinthians, o nosso irmão, pela brilhante conquista de seu quinto título nacional. Compartilhamos com a fiel torcida esse grande orgulho. Enviamos aqui nossas calorosas saudações, desejamos ao Timão um feliz Natal e depositamos nesta mensagem nossas esperanças de mais sucesso para o time em 2012 - disse o dirigente do time inglês, David Harrison.
Acompanhamos o Campeonato Brasileiro com grande interesse e ficamos emocionados de ver o Corinthians se tornar campeão pela quinta vez. "
David Harrison
Atrás de uma larga avenida na região sudoeste do subúrbio de Londres, no distrito de Kingston upon Thames, fica a acanhada sede do Corinthian-Casuals, clube inglês que se orgulha de manter-se no amadorismo até hoje, preservando as tradições dos antepassados. O time sobrevive da contribuição de antigos sócios e suas cores: marrom, rosa e azul, que formam uma combinação um tanto quanto inusitada.
Pouco mais de um século depois do nascimento do time paulista, criador e criatura inverteram seus papéis. Enquanto o Corinthians comemora seu quinto título nacional e sonha com grandes conquistas na próxima temporada, o original inglês, que antes era uma das superpotências do futebol britânico, virou um clube pobre e, por ironia do destino, agora é formado em grande parte por operários, que não perdem uma partida do Alvinegro no Campeonato Brasileiro.
- Nós acompanhamos o Campeonato Brasileiro com grande interesse e ficamos emocionados de ver o Corinthians se tornar campeão pela quinta vez. Aqui temos notícias regularmente de nossos irmãos paulistas a partir de torcedores do clube que visitam Londres e de outros tantos que vêm nos ver e contam histórias - afirmou o dirigente.
O Corinthian deu origem ao Timão há quase cem anos, quando excursionou pelo Brasil. Inspirado nele, um grupo de operários do bairro paulistano do Bom Retiro decidiu criar um time e batizá-lo com o nome do esquadrão inglês. Nascia, no dia 1º de setembro de 1910, o Sport Club Corinthians Paulista.
O Corinthian é mais antigo. Nasceu em 1882 e era independente. Apenas se juntou ao Casuals, outro clube amador de Londres, décadas depois. Em 1939, os dois se fundiram e formaram o Corinthian-Casuals Football Club.
Gratidão e orgulho entre ‘pai e filho’
Rob Cavallini, diretor do Corinthian-Casuals, na
sede do clube em Londres (Foto: Felipe Rocha)
Para quem tem a oportunidade de visitar as instalações do time inglês, tudo é muito singelo e modesto, desde a minúscula arquibancada até a casinha de pedra de cem metros quadrados que hospeda a sede social. Dentro dela, estão expostas fotografias, troféus e pôsteres que narram a história centenária do clube europeu que se autodenomina como “o mais importante time amador do mundo”.
- Nossa equipe é composta principalmente de veteranos que jogaram em alto nível, mas que agora querem dar algo de volta ao esporte. É uma tradição que remonta aos nossos fundadores. O Corinthian-Casuals continua a ser um clube amador, tentando manter as tradições dos nossos antepassados, jogando no mais alto nível possível - explicou Harrison.
Um século depois, a relação entre os clubes é a seguinte: gratidão alvinegra pelo batismo e muito orgulho dos europeus por fazerem parte da história do Timão. No site oficial do clube, os ingleses destacam a importância do time paulista, a quem chamam de “primeiro” campeão do Mundial de Clubes da Fifa, em 2000.
- O Corinthians sempre tem sido uma grande fonte de orgulho para o Corinthian-Casuals, afinal, foi fundado a partir de uma visita dos nossos antepassados a São Paulo. Nós amamos as histórias do grupo de entusiastas locais inspirados pelo exemplo. Hoje, o Corinthians se tornou um grande nome do futebol e revelador de muitos nomes para o cenário esportivo, muitos deles com lugar de destaque no futebol brasileiro e mundial – afirmou.
Lembrança do Doutor ainda viva em Londres
Sócrates jogou pelo time em amistoso (Foto:
Divulgação Site OFicial do Corinthians Casuals)
Foram duas as vezes em que clube europeu enfrentou o Timão: a primeira em 1988, e a segunda em 2001. Mas a manhã de domingo de 5 de junho de 1988 ainda se mantém viva na memória dos ingleses. Nesta data, cerca de 15 mil corintianos compareceram ao Pacaembu para acompanhar o confronto histórico apelidado de “Pai x Filho”.
A equipe paulista contou com grande parte dos campeões paulistas de 1977 e craques históricos como Wladimir, Sócrates, Rivellino e Baltazar. No banco de reservas estavam, entre outras estrelas, Domingos da Guia, com 78 anos, que foi homenageado, e o técnico Osvaldo Brandão. A partida durou dois tempos de 25 minutos. Muitos jogaram, outros só assistiram à partida. Os brasileiros venceram o duelo por 1 a 0, com gol de Sócrates, aos 19 minutos do primeiro tempo.
O Doutor nos deu a oportunidade de experimentar sua magia"
David Harrison
Para atender a pedidos, o Doutor jogou 15 minutos pela equipe europeia na segunda etapa e protagonizou momentos ainda hoje eternizados pelo clube de Londres. Com a lembrança do engajamento político e a formação médica do ex-jogador, David Harrison lamenta a morte de seu ídolo e recorda a magia proporcionada por uma das maiores lendas do futebol brasileiro.
- Compartilhamos a tristeza da perda de Sócrates. A sua esposa e família enviamos nosso apoio neste momento tão difícil. Não conseguimos descrever o quanto Sócrates era admirado e respeitado especialmente por nós, membros do Corinthian-Casuals Football Club. Para nós, ele foi um verdadeiro Corinto, no nosso sentido britânico. Quando visitamos o Brasil em 1988, ele concordou em jogar com a nossa camisa. Lembro-me como a multidão queria que ele marcasse para nós, mas, infelizmente, não aconteceu. Sócrates nos deu uma grande honra que fazemos questão de passar para os nossos Corinthian-Casuals modernos. Jamais esqueceremos a generosidade que ele teve de defender nossas cores mesmo que por alguns minutos. O Doutor nos deu a oportunidade de experimentar sua magia - disse o dirigente.
Apelo para escrever um novo capítulo da história
Placa de boas vindas no Estádio King George’s
Arena, em Londres (Foto: Felipe Rocha)
Mesmo do outro lado do oceano, o time inglês não esconde a vontade de participar da partida de inauguração do novo estádio do Corinthians para a Copa do Mundo de 2014. Harrison, um dos representantes do time, faz um apelo à diretoria da equipe paulista.
- Poder colocar: esse confronto de pai e filho na inauguração do novo estádio do Corinthians seria algo naturalmente muito prazeroso para nós. Quando estivemos (no Brasil) para outros amistosos fomos muito bem recebidos, e foram momentos inspiradores para cada um de nós que estivemos por aí. Foi inesquecível.
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NA ESCOLINHA DO PROFESSOR GUARDIOLA VOCÊ CONFERE ABAIXO AS PRIMEIRAS LIÇÕES DO MESTRE PARA SEUS ALUNOS TUPINIQUINS:
Luxemburgo: Esqueça a “perseguição da imprensa” e as palavras “projeto” e “factóide”.
Muricy: “Estude melhor o adversário senão a bola pune”.
Cuca: “Se chorar resolvesse todo bebê nasceria Telê Santana”.
Felipão: “Recicle-se urgente e sua obsessão por ‘vazamento’ está te mandando mais cedo para jogar dominó em Torres-RS”.
Dunga: “Se o menino é bom, convoque e escale, você muito me ajudou em Yokohama”.
Mano: “Tenho uns 10 reservas aqui no Barça que posso te empresar, teu time virou Bolívia e pare de falar mole como filósofo de mosteiro”.
Leão: “Você não tem jeito, é repetente”.
Antônio Lopes: “Dê um abraço no Travaglini, Minelli, Picerni, Paulo Emíllio, Duque e Carlinhos”.
Abel Braga: “Você vai viver do Gabiru até quando”?
Oswaldo de Oliveira: “Acoooorde, Oswaldinho”.
Vou ficar de olho em vocês aqui da Espanha e se não melhorarem darei bomba em todos vocês.
Perigo na pista...
Nesta época do ano, muita gente viaja de carro. Para visitar a família no Natal, curtir uma praia no Ano-Novo, enfim, aproveitar as festas e a vida.
São Paulo tem as melhores estradas do país, disso ninguém duvida --algumas delas com pedágios bem caros, por sinal.
Mas em alguns casos o governo derrapou feio na manutenção.
Um dos exemplos mais claros disso pode ser visto no trecho de serra da rodovia dos Tamoios, que leva para as lindas praias do litoral norte, como Ubatuba e Ilhabela.
Nessa parte da estrada, naturalmente a mais perigosa, o asfalto está ruim, há buracos no acostamento, pontos com risco de deslizamento, placas encobertas pelo mato, faixas apagadas e muretas de proteção quebradas. Uma longa fila de problemas.
A Régis Bittencourt (BR-116) também não anda muito melhor. Vários trechos encontram-se em obras em pleno verão, o que obriga os motoristas a trafegar por apenas uma faixa. Para não falar nos engarrafamentos.
O governo de São Paulo tem feito investimentos em algumas estradas, como o trecho do planalto da própria Tamoios, mas ainda precisa melhorar.
Com a chegada das férias, era de esperar que o governo tivesse tratado de evitar problemas em rodovias tão importantes.
Só pela Tamoios devem passar quase 300 mil veículos nesta época.
Taí uma boa promessa de Ano-Novo: estradas melhores, que ajudem a evitar tantos acidentes desnecessários todos os anos.
São Paulo tem as melhores estradas do país, disso ninguém duvida --algumas delas com pedágios bem caros, por sinal.
Mas em alguns casos o governo derrapou feio na manutenção.
Um dos exemplos mais claros disso pode ser visto no trecho de serra da rodovia dos Tamoios, que leva para as lindas praias do litoral norte, como Ubatuba e Ilhabela.
Nessa parte da estrada, naturalmente a mais perigosa, o asfalto está ruim, há buracos no acostamento, pontos com risco de deslizamento, placas encobertas pelo mato, faixas apagadas e muretas de proteção quebradas. Uma longa fila de problemas.
A Régis Bittencourt (BR-116) também não anda muito melhor. Vários trechos encontram-se em obras em pleno verão, o que obriga os motoristas a trafegar por apenas uma faixa. Para não falar nos engarrafamentos.
O governo de São Paulo tem feito investimentos em algumas estradas, como o trecho do planalto da própria Tamoios, mas ainda precisa melhorar.
Com a chegada das férias, era de esperar que o governo tivesse tratado de evitar problemas em rodovias tão importantes.
Só pela Tamoios devem passar quase 300 mil veículos nesta época.
Taí uma boa promessa de Ano-Novo: estradas melhores, que ajudem a evitar tantos acidentes desnecessários todos os anos.
O dinheiro público no esporte é válido?
Uma das polêmicas surgidas na semana foi, mais uma vez, sobre o uso do dinheiro público para ajudar na construção de praças esportivas. Depois da isenção concedida ao estádio do Corinthians, agora o tema é a possibilidade de o São Paulo obter ajuda para a reforma, ampliação e modernização do complexo do estádio do Morumbi.
De todos os lados surgiram diversos ataques à proposta. As críticas, geralmente, seguem a linha do “absurdo o uso de dinheiro público numa construção privada”, ou então “com esse dinheiro seria possível construir escolas, hospitais, etc.”.
Uma coisa precisa ficar clara. O orçamento dos municípios, estados e União já são determinados no começo do ano. Assim, a verba da saúde ou da educação não é afetada pela verba destinada ao esporte. No caso da necessidade de construção de arenas para a Copa do Mundo, na maior parte dos casos em que o dinheiro público é usado uma contingência extra foi deslocada para esse fim.
Outro ponto importante é a distinção entre injeção de dinheiro público e a contrapartida com benefícios como isenção fiscal e/ou cessão de terreno. Isso não é uso de dinheiro público diretamente no esporte, mas uma espécie de investimento que o governo faz para ter um aumento de verba com a geração de empregos, pagamento de impostos, aumento de consumo, etc.
Esse é o cenário ideal. Mas é claro que o mau uso que se fez até hoje do dinheiro público no esporte justifica a preocupação. Também é preciso analisar de que forma é feita a gestão de recursos públicos em geral para, então, analisarmos mais friamente a questão.
Como já disse há algum tempo por aqui, não existe nada de errado em a prefeitura conceder benefícios em troca da construção do estádio do Corinthians em Itaquera. Desde que, em contrapartida, realmente a região tenha um projeto para receber a praça esportiva e ter uma melhoria na qualidade de vida a partir disso. O mesmo raciocínio vale para o Morumbi ou qualquer outro estádio em qualquer cidade brasileira.
O que temos de separar é a concessão do benefício público da caridade pública para o esporte. São coisas absolutamente distintas, sendo que a caridade simplesmente não podem existir.
Uma renúncia fiscal não deixa de ser um investimento que o órgão público faz para receber um empreendimento que não seria feito naquele lugar caso não houvesse o benefício. A conta não precisa ser paga pelo governo, mas a partir do momento em que ele deixa de cobrar alguns impostos para que o estádio vá para um determinado lugar, pode se beneficiar no longo prazo com a geração de mais receita a partir da expansão local provocada por esse estádio.
Na Europa, um exemplo clássico disso foi a construção da Amsterdam Arena. Até mesmo a União Europeia investiu no estádio. Ou seja, o cidadão de outro país que não a Holanda ajudou a construir um estádio na capital holandesa! Só que a diferença básica é que o estádio ajudou a desenvolver uma nova área comercial de Amsterdã, além de promover mais uma capital europeia, auxiliando no processo de consolidação do Euro (vale lembrar que o estádio é de 1996, quando a UE ainda engatinhava).
Por aqui, o mesmo raciocínio tem de ser colocado em prática. O dinheiro público pode fazer parte do esporte, mas desde que a contrapartida seja clara e, mais do que isso, colocada em prática. Uma renúncia fiscal tem de ter como premissa o desenvolvimento de uma região. Dentro de uma cobrança séria de uso do dinheiro público, não há qualquer problema em ser dada uma melhor condição para o desenvolvimento de qualquer produto privado.
Boa parte do crescimento do país nos últimos anos foi calcado na concessão de benefícios para a instalação de empresas estrangeiras por aqui (um exemplo recente é a guerra travada para que finalmente os produtos da Apple possam ser produzidos em solo nacional). O esporte precisa de um choque de gestão e melhoria de infraestrutura para atingir um patamar mais profissional e que possibilite uma melhoria geral na indústria esportiva.
Uma boa forma de se conseguir isso é concedendo benefícios para que consigamos acelerar o processo de profissionalização do esporte. Em troca, o governo é beneficiado com o aumento de gastos com o esporte e, consequentemente, o pagamento de impostos que esse aumento de consumo vai gerar.
Não se pode confundir isso, porém, com empréstimo a fundo perdido e sem contrapartida. E, para quem acha que estádio não gera desenvolvimento de uma região, segue uma foto da fase de construção do Morumbi, em São Paulo, nos anos 1950.
VAI CORINTHIANS !!!
De todos os lados surgiram diversos ataques à proposta. As críticas, geralmente, seguem a linha do “absurdo o uso de dinheiro público numa construção privada”, ou então “com esse dinheiro seria possível construir escolas, hospitais, etc.”.
Uma coisa precisa ficar clara. O orçamento dos municípios, estados e União já são determinados no começo do ano. Assim, a verba da saúde ou da educação não é afetada pela verba destinada ao esporte. No caso da necessidade de construção de arenas para a Copa do Mundo, na maior parte dos casos em que o dinheiro público é usado uma contingência extra foi deslocada para esse fim.
Outro ponto importante é a distinção entre injeção de dinheiro público e a contrapartida com benefícios como isenção fiscal e/ou cessão de terreno. Isso não é uso de dinheiro público diretamente no esporte, mas uma espécie de investimento que o governo faz para ter um aumento de verba com a geração de empregos, pagamento de impostos, aumento de consumo, etc.
Esse é o cenário ideal. Mas é claro que o mau uso que se fez até hoje do dinheiro público no esporte justifica a preocupação. Também é preciso analisar de que forma é feita a gestão de recursos públicos em geral para, então, analisarmos mais friamente a questão.
Como já disse há algum tempo por aqui, não existe nada de errado em a prefeitura conceder benefícios em troca da construção do estádio do Corinthians em Itaquera. Desde que, em contrapartida, realmente a região tenha um projeto para receber a praça esportiva e ter uma melhoria na qualidade de vida a partir disso. O mesmo raciocínio vale para o Morumbi ou qualquer outro estádio em qualquer cidade brasileira.
O que temos de separar é a concessão do benefício público da caridade pública para o esporte. São coisas absolutamente distintas, sendo que a caridade simplesmente não podem existir.
Uma renúncia fiscal não deixa de ser um investimento que o órgão público faz para receber um empreendimento que não seria feito naquele lugar caso não houvesse o benefício. A conta não precisa ser paga pelo governo, mas a partir do momento em que ele deixa de cobrar alguns impostos para que o estádio vá para um determinado lugar, pode se beneficiar no longo prazo com a geração de mais receita a partir da expansão local provocada por esse estádio.
Na Europa, um exemplo clássico disso foi a construção da Amsterdam Arena. Até mesmo a União Europeia investiu no estádio. Ou seja, o cidadão de outro país que não a Holanda ajudou a construir um estádio na capital holandesa! Só que a diferença básica é que o estádio ajudou a desenvolver uma nova área comercial de Amsterdã, além de promover mais uma capital europeia, auxiliando no processo de consolidação do Euro (vale lembrar que o estádio é de 1996, quando a UE ainda engatinhava).
Por aqui, o mesmo raciocínio tem de ser colocado em prática. O dinheiro público pode fazer parte do esporte, mas desde que a contrapartida seja clara e, mais do que isso, colocada em prática. Uma renúncia fiscal tem de ter como premissa o desenvolvimento de uma região. Dentro de uma cobrança séria de uso do dinheiro público, não há qualquer problema em ser dada uma melhor condição para o desenvolvimento de qualquer produto privado.
Boa parte do crescimento do país nos últimos anos foi calcado na concessão de benefícios para a instalação de empresas estrangeiras por aqui (um exemplo recente é a guerra travada para que finalmente os produtos da Apple possam ser produzidos em solo nacional). O esporte precisa de um choque de gestão e melhoria de infraestrutura para atingir um patamar mais profissional e que possibilite uma melhoria geral na indústria esportiva.
Uma boa forma de se conseguir isso é concedendo benefícios para que consigamos acelerar o processo de profissionalização do esporte. Em troca, o governo é beneficiado com o aumento de gastos com o esporte e, consequentemente, o pagamento de impostos que esse aumento de consumo vai gerar.
Não se pode confundir isso, porém, com empréstimo a fundo perdido e sem contrapartida. E, para quem acha que estádio não gera desenvolvimento de uma região, segue uma foto da fase de construção do Morumbi, em São Paulo, nos anos 1950.
VAI CORINTHIANS !!!
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Governo reprovado
O governo de São Paulo decidiu mexer na carga horária das matérias na rede estadual no ensino médio.
Vai acabar com as aulas de reforço para o vestibular e sacrificar algumas disciplinas fundamentais --como história e geografia, no período diurno, e português e matemática, no noturno.
O objetivo é aumentar as aulas de arte, filosofia e sociologia. São, sem dúvida, áreas importantes do conhecimento. Mas a prioridade do ensino médio deve ser outra.
Os resultados da rede pública ainda são sofríveis e as mudanças devem aumentar ainda mais o fosso em relação às particulares.
Dados do Ideb, de 2009, mostram que a média das escolas públicas do ensino médio no Estado de São Paulo é de apenas 3,6, contra 5,3 das particulares.
A melhor escola pública da capital, excluídas as técnicas, fica na 210ª posição, entre cerca de 900 instituições.
Como o governo quer que estudantes que têm conhecimentos rudimentares de português e matemática compreendam adequadamente noções de filosofia e sociologia?
Mais parece que essas aulas vão servir para professores repassarem aos estudantes as suas opiniões ideológicas.
O governo de São Paulo não se cansa de dizer que a educação é sua prioridade.
Pois então deveria concentrar esforços no que realmente importa, como português e matemática, e deixar de lado experimentos que colocam em risco o futuro dos nossos jovens.
Vai acabar com as aulas de reforço para o vestibular e sacrificar algumas disciplinas fundamentais --como história e geografia, no período diurno, e português e matemática, no noturno.
O objetivo é aumentar as aulas de arte, filosofia e sociologia. São, sem dúvida, áreas importantes do conhecimento. Mas a prioridade do ensino médio deve ser outra.
Os resultados da rede pública ainda são sofríveis e as mudanças devem aumentar ainda mais o fosso em relação às particulares.
Dados do Ideb, de 2009, mostram que a média das escolas públicas do ensino médio no Estado de São Paulo é de apenas 3,6, contra 5,3 das particulares.
A melhor escola pública da capital, excluídas as técnicas, fica na 210ª posição, entre cerca de 900 instituições.
Como o governo quer que estudantes que têm conhecimentos rudimentares de português e matemática compreendam adequadamente noções de filosofia e sociologia?
Mais parece que essas aulas vão servir para professores repassarem aos estudantes as suas opiniões ideológicas.
O governo de São Paulo não se cansa de dizer que a educação é sua prioridade.
Pois então deveria concentrar esforços no que realmente importa, como português e matemática, e deixar de lado experimentos que colocam em risco o futuro dos nossos jovens.
Após brinde, operários "rivais" falam em vender camisas do Corinthians
Após brinde, operários "rivais" falam em vender camisas do Corinthians
Operários ganharam camisa oficial do Corinthians e tiveram de posar com o brinde para
Os 850 funcionários efetivos que trabalham nas obras do estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo, ganharam camisas oficiais do clube nesta quarta-feira, durante festa de confraternização de fim de ano realizada no local. Sem dúvida um bom presente de Natal aos fãs alvinegros, mas e para quem torce para outro time? Soluções como dar de presente ou vender foram as mais ouvidas.
"Vou dar para minha mulher, corintiana fanática", admitiu o carpinteiro Ciro Gomes, 24, que nasceu no Maranhão e é torcedor do Flamengo. "Vou dar para o meu irmão", completou o operário Flávio Luis, 32, santista.
"Vou dar para minha filha dar de presente para o pai dela no Natal", disse Taíse Nascimento, 25 anos, auxiliar administrativo. "O que tem mais é palmeirense e são-paulino, mas não tem nada demais. Aqui a gente veste a camisa (da equipe da obra)", completa ela, torcedora do Palmeiras. Nesta quarta os funcionários tiveram literalmente de vestir o uniforme corintiano para tirar uma foto ao lado do ex-presidente alvinegro, Andrés Sanchez. "Alguns não queriam usar a camisa. Fiquei tirando sarro", divertiu-se o armador Anderson Teixeira, 28 anos, corintiano.
Enquanto formavam fila para receber os brindes, alguns torcedores falavam em voz alta em vender a camisa. Esses, porém, recusavam-se a se identificar. Um são-paulino, por exemplo, até pediu o autógrafo de Andrés - a quem chamou de "humilde" por posar para fotos e assinar a camisa dos trabalhadores - e disse que isso "valorizaria" o preço da camisa na hora de negociá-la.
Mas a festa no canteiro de obras foi mesmo dos corintianos. Jorge Marques, 31 anos, ajudante de produção, levou até uma bandeira do time para provocar os rivais. "É penta!", comemorou, vestindo a camisa toda preta que recebeu - as opções eram modelos oficiais nas cores preta, branca e listrada de branco e bege, todos datando de 2010, ano do centenário do clube, e cedidas pelo Corinthians à construtora Odebrecht.
No início da distribuição, os operários puderam pedir a cor de sua preferência, mas para não se gastar muito tempo aos poucos a escolha foi sendo vetada.
Alguns operários reclamavam que havia apenas uniformes no tamanho G e GG, porém isso não incomodou o sinaleiro Robson Lourenço, 35 anos, que exibiu, orgulhoso, também uma outra camisa a qual já possuía. "Tem o autógrafo de todo mundo que passou por aqui: Ronaldo, Neto, Andrés, Rivellino, Pepe, Coutinho", contou o corintiano, para quem o presente recebido nesta quarta ficou nitidamente um ou dois tamanhos acima do seu.
VAI CORINTHIANS !!!
Vendedor mais conhecido do Pacaembu
Corintiano de coração, o ambulante Alberto Siqueira viveu uma data decisiva no Pacaembu, durante a última rodada do Campeonato Brasileiro, no último dia 4. O Corinthians precisava empatar com o Palmeiras para garantir o título do Brasileirão 2011. Mas a preocupação de Alberto era a outra. Acostumado a trabalhar durante os jogos de seu time, o vendedor de água contava com as vendas no clássico para quitar o aluguel atrasado.
- Vender cinco caixas dá mais ou menos R$ 240. A meta que eu quero para pagar meu aluguel é R$ 100. Mas se Deus me der mais eu fico feliz.
Alberto vende água dentro da torcida do Corinthians (Foto: Reprodução SporTV)
Dentro do Pacaembu, ele tem seu lugar preferido para vender os copos de água. Sempre fica nas arquibancadas amarelas, no meio de uma das principais torcidas organizadas do Corinthians. Alvinegro, ele diz que tem uma explicação mercadológica para sua localização.
- Porque aqui o pessoal pula mais, dá mais sede e aí gasta mais. A técnica é gritar, mas se você for conhecido, o pessoal já conhece você pela sua fisionomia e já te chama. Eu mesmo não grito. Tem um pessoal que se mata gritando, cansa a garganta. Eu não. Pego minha caixa e vou. O pessoal chama daqui, chama dali.
Trabalhando há 30 anos como ambulante, Alberto se diz 'viciado' pelo ofício. Mas garante que se esforçou para sua família seguir outra profissão.
- Eu vivo disso, é um vicio. Inclusive eu não influenciei minha família a trabalhar nesse ramo porque é uma profissão muito cruel. Ao mesmo tempo, em uma semana ou um mês, você ganha muito. Aí você fica um ano sem ganhar nada. Só naquele pinga. Aí a pessoa vicia. E eu viciei na minha profissão, que é ser vendedor ambulante.
Depois de seis horas subindo e descendo degraus, Alberto respira aliviado e comemora as vendas, o objetivo alcançado e a conquista do Corinthians.
- Eu corri, fui para cima, porque eu estou precisando muito. E a gente tem que correr, se a gente tem um objetivo, tem que correr atrás para conquistar.
VAI CORINTHIANS !!! O TIME DO POVO
De chinelo e bermuda, Andrés curte festa de funcionários do novo estádio
Presidente licenciado do Corinthians participou nesta terça-feira de uma confraternização com operarários que trabalham nas obras em Itaquera
Presidente do Corinthians, Andrés Sanches, com funcionários em Itaquera (Foto: Divulgação)
Os operários que trabalham na construção do estádio do Corinthians, em Itaquera, zona leste de São Paulo, tiveram uma quarta-feira de festa. A empresa responsável pelas obras organizou uma confraternização de fim de ano para os funcionários. O presidente licenciado do Timão, Andrés Sanches, e o secretário de articulação da Copa do Mundo de 2014, Gilmar Tadeu Alves, estiveram presentes.
Sanches, aliás, entrou no clima. Trajando bermuda e chinelo, o dirigente corintiano distribuiu autógrafos, tirou fotos e presenteou os trabalhadores com camisas do clube. Apesar de deixar o poder alvinegro (a eleição está marcada para fevereiro) e assumir a chefia de Seleções da CBF, ele seguirá como o homem forte do Alvinegro durante as obras.
- Pela motivação que eles (funcionários) têm é até pouco. Não teve acidente, não terá. Importante para a cidade para o Corinthians. Vou ficar um pouco na festa deles. Estamos 62 dias adiantados (nas obras) - disse Andrés Sanches.
Segundo a Odebrecht, 22% do estádio já está concluindo, superando em 1% o planejamento estipulado no ínicio da construção. A expectativa é de que o trabalho tenha uma pequena queda a partir de janeiro, quando se inicia o período das chuvas em São Paulo. Construtora e Corinthians esperam inaugurar a arena em dezembro de 2013.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Brasileiros no Japão organizam, no exílio, torcidas para seus times de coração
No Brasil, domingo é dia sagrado. Quem é de reza, vai para a igreja. Quem é de bola, pro futebol. De manhã, a famosa pelada. À tarde, é ver o time de futebol do coração arrebentar no campo. Roupa para a ocasião? É especial: a camisa oficial, o chamado “manto sagrado” que representa não apenas o amor pela equipe, mas o pertencimento a um grupo exclusivo, formado por gente que teve a sorte de amar o melhor time de todos. Quando a coisa vai mal, o coração sofre, bate mais forte. Aliás, no futebol, a relação nem sempre é de amor. Se o time do coração anda mal das pernas, vale xingar o jogador e os dirigentes. No campo, são os 11 que correm. Porém, dizem que a torcida é como um décimo-segundo jogador, capaz até de influenciar num resultado.
Fora do estádio, pensar no time também é parte da rotina. Ler as notícias nos jornais e na internet, comentar com os colegas de trabalho e nos fóruns virtuais são quase que rituais diários. Não adianta apenas ver o que está rolando em campo, é preciso entender os bastidores, as disputas políticas e tudo o mais que está por trás do espetáculo. Tem que ser bom de contas, entender de tabelas e, de vez em quando, ser um pouco futurologista. Também não é suficiente amar. Sempre que possível, deve-se demonstrar o amor pela camisa. Em casa e na rua, é preciso exibir o escudo e os galardões do time. E, claro, defendê-lo. Nem que para isso seja preciso partir para o confronto, que pode variar de um simples bate-boca até uma verdadeira batalha campal. Neste caso, torcedores organizados acabam se tornando guerreiros e, não raramente, criminosos.
Todo este amor e admiração atravessam fronteiras. Nesse texto, você vai ver como é o universo das torcidas organizadas brasileiras no Japão e como os torcedores, mesmo tendo cruzado o mundo, preservam as tradições e o amor incondicional por seus times de coração.
Amor que atravessa o oceano
Muitos brasileiros aportam no Japão com sonhos nas malas e uma enorme esperança de retorno ao Brasil. Alguns deles incluem na bagagem a camisa de seu time de futebol preferido. Apesar de muitos de nós não terem a mínima intimidade com a bola, não se pode negar que o futebol é, doa a quem doer, uma paixão nacional. E muita gente aprende a amar o esporte porque, antes de tudo, aprendeu a amar um time. Para muitos, torcer para uma equipe é algo passado de geração em geração.
A vinda para o Japão não diminui o interesse dos brasileiros pelo futebol. Mesmo com a rotina estafante do trabalho nas fábricas, os dekasseguis (nipo-brasileiros migrantes na Terra do Sol Nascente) acompanham seu time de coração como podem. Pela internet, é possível ler notícias e participar de fóruns. Ninguém fica desinformado. E foi a rede que tornou possível algo que muitos sequer imaginaram quando se mudaram para o cá: formar uma torcida organizada. Partindo de fóruns e comunidades on-line torcedores apaixonados organizaram sub-sedes no Japão de três das maiores torcidas organizadas brasileiras: Gaviões da Fiel (Corinthians), Mancha Verde (Palmeiras) e Torcida Independente (São Paulo).
E era uma vez a internet...
As origens das três sub-sedes são mais ou menos parecidas. Todas começaram com torcedores que começaram a trocar idéias pela internet, marcaram um encontro e viram surgir o sonho de trazer uma sucursal de sua torcida para o Japão. Porém, como torcida organizada é coisa séria, entre o sonho e a realidade, o processo foi longo. Os membros da Torcida Independente Japão, por exemplo, só se viram reconhecidos como uma sub-sede oficial no final de março, apesar de terem começado a se organizar em 2005, ano em que ofereceram todo seu suporte na campanha em que o São Paulo faturou a taça no Mundial de Clubes. Os gaviões no Japão também tiveram que mostrar muito empenho para provar para a Fiel que eram capazes de representar o Corinthians na Terra do Sol Nascente. Para isso, eles contaram com uma embaixadora no Brasil, Miriam Aiko Yokomizo, que atuou como elo entre os torcedores no Japão e a diretoria no Brasil.
A oficialização permite às torcidas não apenas representar seus clubes mas, também, a venda de produtos oficiais dos times bem como o reconhecimento por parte dos torcedores e das diretorias das equipes e, ainda, o direito de organizar eventos comemorativos e beneficentes e cadastrar novos associados. Os diretores locais fazem contatos diretos com as lideranças no Brasil, de quem recebem as instruções e os produtos oficiais que são vendidos no Japão.
Redes de amigos
As torcidas costumam organizar atividades sazonais para reunir seus membros. São festas, torneios e encontros que ganham contornos especiais quando se vive longe de casa. Enquanto no Brasil, as maiorias das sedes e sub-sedes concentram torcedores de uma mesma cidade ou região, os encontros realizados no Japão atraem gente de todo o país, alguns viajando mais de cinco horas para confraternizar com seus pares. A família Hayakawa é um exemplo. Ricardo Takao, a filha Rebeka e a esposa Graciede viajaram da província de Tochigi até Daito (província de Shizuoka) para participar do encontro da Gaviões da Fiel que ocorreu em março. “Foram cinco horas de viagem”, conta ele. A participação nas torcidas amplia a rede social dos torcedores, algo que é uma vantagem para quem vive como imigrante e precisa de contatos para encontrar trabalho em outras regiões, por exemplo.
Os encontros também são uma forma de ensinar aos mais novos, principalmente àqueles que nunca foram ao estádio no Brasil, um pouco da cultura do clube. As lideranças sabem que o amor ao time é algo que passa pela educação dos novatos nas coisas próprias de cada equipe, em sua história e, principalmente, em suas glórias. “Mostramos que fazer parte da Gaviões não é moda”, conta Cristiano Minoru, um dos membros mais ativos da torcida do Corínthians no Japão. Ele explica que a cada encontro são feitas reuniões com os novos membros para explicar as normas da torcida e para ensinar a cultura da Fiel.
Bateria, alegorias e adereços
Nos eventos, é possível ver em ação a bateria, uma instituição dentro das torcidas organizadas mais tradicionais. Tanto a Gaviões como a Independente possuem uma bateria com ensaios periódicos agendados. A torcida do Corinthians criou, ainda, a Escolinha de Bateria que se reúne 2 vezes por mês em Hamamatsu (província de Shizuoka) para ensinar as técnicas aos corinthianos interessados. A Mancha tem instrumentos mas, por falta de tempo dos ritmistas, não faz ensaios. As baterias não apenas servem para para levantar a torcida na hora dos cantos de guerra nas partidas mas, também, para animar os eventos onde vale a máxima de que tudo acaba em samba.
Outro orgulho das torcidas organizadas são as faixas e bandeiras. Neste caso, o quanto maior, melhor. No caso do Japão, onde raramente é possível ver os times do coração jogar, as flâmulas são usadas nos eventos e, em alguns casos, são levadas ao Brasil por algum torcedor para que sejam vistas nos estádios durante algum jogo. Ver a bandeira ou a faixa da torcida numa partida televisionada, por exemplo, pode significar para muitos torcedores a glória de ter sido visto em pessoa na partida. É mostrar para os outros torcedores do Brasil que, mesmo estando longe, quem está no Japão não se esquece do time. “Um membro levou uma faixa nossa e ela apareceu uma vez num jogo”, conta Leandro Henrique Pereira Leite da diretoria da Mancha Verde - Japão. “Ela nos representa. Para a gente que está aqui, isso é bastante coisa”, diz ele.
Em prol do outro
Além das confraternizações, as torcidas organizam eventos e campanhas beneficentes. O objetivo é integrar-se à comunidade local. A Mancha Verde, por exemplo, está engajada na ajuda a uma criança doente. Eles procuram recolher doações entre associados e não-associados para repassar à família da criança. A torcida corinthiana, por seu lado, organiza anualmente um evento onde todos os valores arrecadados são destinados a uma entidade filantrópica. Leandro, da Mancha Verde, afirma que esse tipo de evento é importante para mudar a imagem que as pessoas têm das torcidas organizadas.
Aliás, a preocupação com a imagem é algo que passa pelos três grupos. Ainda mais quando, recentemente, membros das torcidas Independente e Mancha se estranharam num evento de voleibol em Hamamatsu. Apesar de cada torcida envolvida ter sua versão sobre o que ocorreu naquela noite há alguns meses, seus representantes afirmam que tudo começou no Orkut. O site de relacionamentos atua não apenas como um espaço de conexão entre os membros da mesma torcida como, também, é o palco de muitas celeumas, como a que culminou com o confronto físico entre sãopaulinos e palmeirenses em Hamamatsu.
Os líderes das três maiores torcidas do Japão expressam preocupação com a violência e todos garantem que procuram ensinar os torcedores a evitar conflitos. Membros dos dois times afirmaram que, depois do incidente, a vigilância nas comunidades foi redobrada. Mesmo a Gaviões, que se orgulha de não ter participado de nenhum confronto no Japão, tem cuidado com a comunidade do Orkut. O objetivo dos líderes é evitar que provocações entrem nos tópicos de discussão. Eles, também, procuram conversar entre si para evitar confrontos e outros problemas. Leandro Leite da Mancha Verde conta que tem um canal aberto com a liderança da Gaviões. Ele conta que costuma combinar com os rivais para que as torcidas compareçam em eventos em dias ou horários diferentes de modo a não haver problemas. Entre a Gaviões e a Independente também há um diálogo aberto. Joel da Silva Fineza Junior, da diretoria da torcida sãopaulina, afirma que falta que falta estabelecer o mesmo canal com a Mancha Verde.
No ninho dos Gaviões
Somente um total desinformado pagaria essa. “Tira a camisa”, dizem. “De camisa verde, não entra”, surge outra voz vinda sabe-se de onde. De repente, o repórter está cercado de gente insistente no pedido. Por uma brecha, ele olha um aviso enorme na porta: era proibida a entrada de homens de brinco e de quaisquer um vestindo roupas... verdes. Alguns minutos de negociação e o repórter tenta usar seu casaco para esconder a blusa verde com a qual ele exibia, orgulhosamente, sua brasilidade. Mas, não cola. Diante da regra (e da superstição), entrar de verde não vale. Alguns minutos mais e, pronto, o repórter, para desespero dos passantes, mostra seus quilinhos mais e atende aos pedidos dos torcedores. Ele está iniciado e, agora sim, é bem-vindo no mundo da torcida Gaviões da Fiel, sucursal japonesa.
Não permitir a entrada de pessoas vestidas de verde é parte da tradição da torcida. Verde é a cor do Palmeiras, time que é, talvez, o maior adversário do Corínthians. Mas, o cabelo comprido e o brinco ainda ficam na cabeça do repórter, enquanto ele começa a explorar o ninho dos Gaviões. Como num filme das antigas, tudo é em preto-e-branco. O local do encontro, um restaurante brasileiro na cidade de Kakegawa (província de Shizuoka, região de Tokai), apinhado de gente e todo coberto por bandeiras e faixas que demonstram o amor pelo Timão. A maioria é formada por homens jovens. Mesmo assim, mulheres e crianças também marcam presença. Por todos os lados, o que se vê é gente confraternizando, trocando idéias. Amigos que não se vêem há um bom tempo, gente que se fala todo dia pela internet. Prato do dia: a tradicional feijoada.
Maurício Okabayashi de 23 anos é um dos fundadores da Gaviões da Fiel - sub-sede Japão. Ele conta que o primeiro encontro oficial dos Gaviões ocorreu em 2002. “Foram umas 30 pessoas”, conta ele. A idéia de formar uma sub-sede já estava presente em alguns membros do grupo inicial. Porém, a empreitada foi árdua até que o grupo conquistasse a confiança da diretoria da primeira torcida organizada independente do Brasil e ganhasse o direito de representa-lá e atuar em seu nome do outro lado do mundo.
Maurício conta que, mesmo com toda a dedicação foi necessária a intervenção mais que especial de uma corinthiana apaixonada que se identificou com os “meninos do Japão” e decidiu interceder por eles na diretoria do clube e da Gaviões da Fiel. Miriam Aiko Yokomizo teve seu primeiro contato com os Gaviões do Japão por causa da grafia de uma bandeira feita pelos torcedores daqui. Depois deste contato, Miriam foi solicitada a buscar informações sobre os procedimentos para abrir uma sub-sede e, mais que isso, acabou sendo o canal que liga os Gaviões dos dois lados do mundo. O trabalho de Miriam não foi simples. “Tentei por várias vezes, exaustivamente, contato com a diretoria”, conta ela que se encantou com a força de vontade dos corinthianos do Japão e, atualmente, é considerada a madrinha torcida. Em 2006, Miriam veio ao país apenas para conhecer a rapaziada da Gaviões. Além disso, ela presta suporte aos corinthianos que vão ao Brasil e querem conhecer a quadra e assistir aos jogos.
Apesar do ar do ambiente predominamente “cueca”, mulheres também são vistas na imensa quadra em que se transformou o restaurante onde a Gaviões se encontrou naquela clara tarde de domingo. Daiana Saka é uma delas. Apesar de torcer para o Cortinthians desde o Brasil, a moça de 23 anos se associou à torcida somente no Japão. “Eu queria me associar no Brasil, mas era muito caro para os meus padrões”, conta ela que é uma espécie de musa da Gaviões. Outra torcedora bastante popular é dona Renê, chamada de “A Babá da Fiel”. Sem revelar a idade, dona Renê esbanja simpatia e energia na hora em que a bateria canta os hinos de guerra do Corinthians.
O som certeiro da bateria e a excitação do ambiente corinthiano alivia o repórter depois da entrada pouco amistosa. Mas, não tira de sua cabeça as outras restrições da entrada no evento. Afinal, por que cargas d’água alguém de brinco não pode entrar na festa? Quem explica é Cristiano Minoru. “A torcida tem 38 anos e foi fundada numa época em que homem de brinco e cabelo comprido era considerado... Então, nós entendemos que essa proibição faz parte de nossa história”, diz ele. Mas, então, como fazem os homens dos dias de hoje que não apenas usam brincos mas outros acessórios que, há 40 anos atrás, eram coisa de mulher? “A pessoa tira o brinco quando entra ou quando vai ao estádio”, ensina Minoru. O negócio funciona tão bem que não é difícil ver orelhas furadas aqui e ali na festa. Porém, há outros que assumem postura mais radical. É o caso de Maurício que, simplesmente, desistiu de usar brinco. “Eu ia a tantos eventos do Corinthians que vivia tendo que tirar e colocar o brinco. Um dia, eu acabei perdendo e achei melhor parar de usar”, conta o rapaz.
Independentes e... reconhecidos
Depois do périplo para visitar os Gaviões, o repórter seguiu para Toyohashi (província de Aichi) onde a Independente fazia a festa para comemorar sua oficialização como sub-sede da maior torcida do São Paulo. Das três grandes torcidas, a Independente foi a única que teve o prazer de ver seu time de futebol ganhar um título internacional em terras japonesas. Aliás, foi a possibilidade de ter o São Paulo jogando por aqui que fez com que os membros da Independente sonhassem com uma sub-sede no Japão. O ano foi 2005 e o São Paulo estava prestes a conquistar uma de suas maiores glórias quando o grupo que se reunia pela internet para discutir os jogos decidiu se reunir. O objetivo era prestar suporte ao time na empreitada que estava por vir. “A gente começou a se organizar pela internet e fizemos um encontro para arranjar a ida aos jogos”, conta Joel da Silva Fineza Junior, um dos líderes da Independente - Japão.
A torcida organiza eventos de 3 em 3 meses para confraternização de sócios e simpatizantes do time. Além disso, a diretoria se reúne sempre que necessário para discutir sobre os eventos e outros tópicos. Os independentes sãopaulinos exibem com orgulho a flâmula gigante do time, confeccionada no Brasil. Mas, parece que a menina dos olhos do time é mesmo a bateria. “Quase todos os domingos fazemos ensaios”, conta Joel.
Lucas Sato, 25 anos, faz parte da torcida desde o começo. “Depois do mundial, nunca mais deixei de comparecer a nenhum evento”, conta ele provando o efeito poderoso da vitória do time nas terras japonesas. Lucas é o típico torcedor, daqueles que pensam no time a maior parte do tempo. “O São Paulo faz parte da minha família. Meu dia-a-dia é pensando no time”, conta ele que é casado, mas já conquistou a esposa para a torcida. “Mas, ela gosta”, defende-se ele. Sato conta que a sua entrada na torcida aumentou sua rede social. “Fizemos muitos amigos. Gente que, se não fosse pela torcida, a gente não iria conhecer”, diz ele.
Patrícia Midori Massuda é uma das esposas que acompanha o marido na Independente. “Ele fica o tempo todo no telefone falando do São Paulo”, entrega ela. Porém, com o tempo, a torcida ganhou um significado para Patrícia. “Nos encontros, encontrei muitos amigos”, diz a moça que mesmo assim ainda se irrita com o fato do marido deixá-la de fora das conversas. Marisa Kashiwabara também é outra que virou sãopaulina por influência do esposo. “Eu já gostava de futebol antes. Ia para ver os times”, conta. Marisa tinha preconceito contra torcida organizada antes de se engajar na Independente. “Achava que as pessoas eram todas violentas”, relembra ela. “Mas, descobri que há muita gente que ama o time”. Marisa curte a torcida e participa das atividades mas acha que o marido passa dos limites. “Ele fala de São Paulo o tempo todo”, conta ela. “Mas, o pior é quando ele fala no celular porque, daí, não dá para eu participar”, conclui.
Orgulho alvi-verde
Leandro Henrique Pereira Leite é o escudeiro da Mancha Verde no Japão. Um dos membros fundadores da torcida, ele conta que foi nos idos de 2004 que a Mancha foi fundada. “Deixei mensagem no fórum da torcida na internet e começou a aparecer gente”, conta ele. O primeiro encontro tinha 8 pessoas. Foi esse grupo que decidiu fazer um primeiro evento com o objetivo de vender artigos e mostrar para os palmeirenses que a torcida estava se organizando no Japão. “Fizemos um luau em Kosai e, depois disso, cadastramos mais ou menos 350 pessoas”, conta ele.
Diferente da maioria dos líderes de torcidas brasileiras no país, Leandro já era parte da Mancha antes de chegar ao Japão. “São 18 anos de torcida”, diz. Ele tem uma consciência bastante apurada da sua função com líder, função para a qual dedica de 3 a 4 horas do seu dia. “Tem que ter muita vontade”, diz ele destacando, porém, que não está sozinho. “Sozinho, não se faz nada. Tem a diretoria e trabalhamos em conjunto”, afirma.
Como as demais torcidas, a Mancha Verde Japão organiza eventos ao longo do ano. “A cada dois meses fazemos encontros”, conta Leandro. A Mancha organiza também torneios de truco, de futebol de salão e outros eventos que são abertos, também, a pessoas que não são palmeirenses. “No nosso torneio de futebol, vai gente de outros times, de outras torcidas e não há brigas”, garante.
Leandro se preocupa com a imagem das torcidas aqui no Japão. Ainda mais depois do episódio ocorrido em Hamamatsu, que envolveu a palmeirenses e a sãopaulinos. “Brincadeiras, provocações há”, conta ele. “Mas, não podem partir pro lado pessoal”, prossegue, citando como exemplo as provocações que pipocavam no Orkut antes da Mancha decidir fechar a comunidade para não-membros. Leandro critica aqueles que vão para os eventos ou jogos com o intuito de brigar. “Tem gente que acha que camisa de torcida é capa de Super Homem”, compara o diretor. Por isso, ele afirma se empenhar pessoalmente para evitar confrontos. “Temos que mudar a imagem que as pessoas têm da gente”, afirma o líder.
A rotina de Leandro inclui, também, assistir aos jogos do Palmeiras pela TV Mancha Japão, um canal na internet que exibe as partidas ao vivo. “A galera toda entra no MSN e a gente acompanha os jogos, vai comentando”, conta ele que lamenta a má-fase do Palmeiras. “Mas, estamos confiantes. A função da torcida é essa: ter confiança e dar apoio ao time”, afirma ele. Como todo torcedor mais engajado, Leandro acabou envolvendo a família nas questões da torcida. “Minha esposa virou palmeirense por livre e espontânea pressão”, brinca ele, que educou o filho na mais genuína cultura alvi-verde. “Ela pensou que, com a minha vinda para o Japão, tudo ia acabar. Mas não adianta, não tem jeito”, confessa ele. Realmente, o sentimento de um torcedor pelo seu time de coração parece ser o exemplo perfeito daquilo que as pessoas chamam de amor.
Fora do estádio, pensar no time também é parte da rotina. Ler as notícias nos jornais e na internet, comentar com os colegas de trabalho e nos fóruns virtuais são quase que rituais diários. Não adianta apenas ver o que está rolando em campo, é preciso entender os bastidores, as disputas políticas e tudo o mais que está por trás do espetáculo. Tem que ser bom de contas, entender de tabelas e, de vez em quando, ser um pouco futurologista. Também não é suficiente amar. Sempre que possível, deve-se demonstrar o amor pela camisa. Em casa e na rua, é preciso exibir o escudo e os galardões do time. E, claro, defendê-lo. Nem que para isso seja preciso partir para o confronto, que pode variar de um simples bate-boca até uma verdadeira batalha campal. Neste caso, torcedores organizados acabam se tornando guerreiros e, não raramente, criminosos.
Todo este amor e admiração atravessam fronteiras. Nesse texto, você vai ver como é o universo das torcidas organizadas brasileiras no Japão e como os torcedores, mesmo tendo cruzado o mundo, preservam as tradições e o amor incondicional por seus times de coração.
Amor que atravessa o oceano
Muitos brasileiros aportam no Japão com sonhos nas malas e uma enorme esperança de retorno ao Brasil. Alguns deles incluem na bagagem a camisa de seu time de futebol preferido. Apesar de muitos de nós não terem a mínima intimidade com a bola, não se pode negar que o futebol é, doa a quem doer, uma paixão nacional. E muita gente aprende a amar o esporte porque, antes de tudo, aprendeu a amar um time. Para muitos, torcer para uma equipe é algo passado de geração em geração.
A vinda para o Japão não diminui o interesse dos brasileiros pelo futebol. Mesmo com a rotina estafante do trabalho nas fábricas, os dekasseguis (nipo-brasileiros migrantes na Terra do Sol Nascente) acompanham seu time de coração como podem. Pela internet, é possível ler notícias e participar de fóruns. Ninguém fica desinformado. E foi a rede que tornou possível algo que muitos sequer imaginaram quando se mudaram para o cá: formar uma torcida organizada. Partindo de fóruns e comunidades on-line torcedores apaixonados organizaram sub-sedes no Japão de três das maiores torcidas organizadas brasileiras: Gaviões da Fiel (Corinthians), Mancha Verde (Palmeiras) e Torcida Independente (São Paulo).
E era uma vez a internet...
As origens das três sub-sedes são mais ou menos parecidas. Todas começaram com torcedores que começaram a trocar idéias pela internet, marcaram um encontro e viram surgir o sonho de trazer uma sucursal de sua torcida para o Japão. Porém, como torcida organizada é coisa séria, entre o sonho e a realidade, o processo foi longo. Os membros da Torcida Independente Japão, por exemplo, só se viram reconhecidos como uma sub-sede oficial no final de março, apesar de terem começado a se organizar em 2005, ano em que ofereceram todo seu suporte na campanha em que o São Paulo faturou a taça no Mundial de Clubes. Os gaviões no Japão também tiveram que mostrar muito empenho para provar para a Fiel que eram capazes de representar o Corinthians na Terra do Sol Nascente. Para isso, eles contaram com uma embaixadora no Brasil, Miriam Aiko Yokomizo, que atuou como elo entre os torcedores no Japão e a diretoria no Brasil.
A oficialização permite às torcidas não apenas representar seus clubes mas, também, a venda de produtos oficiais dos times bem como o reconhecimento por parte dos torcedores e das diretorias das equipes e, ainda, o direito de organizar eventos comemorativos e beneficentes e cadastrar novos associados. Os diretores locais fazem contatos diretos com as lideranças no Brasil, de quem recebem as instruções e os produtos oficiais que são vendidos no Japão.
Redes de amigos
As torcidas costumam organizar atividades sazonais para reunir seus membros. São festas, torneios e encontros que ganham contornos especiais quando se vive longe de casa. Enquanto no Brasil, as maiorias das sedes e sub-sedes concentram torcedores de uma mesma cidade ou região, os encontros realizados no Japão atraem gente de todo o país, alguns viajando mais de cinco horas para confraternizar com seus pares. A família Hayakawa é um exemplo. Ricardo Takao, a filha Rebeka e a esposa Graciede viajaram da província de Tochigi até Daito (província de Shizuoka) para participar do encontro da Gaviões da Fiel que ocorreu em março. “Foram cinco horas de viagem”, conta ele. A participação nas torcidas amplia a rede social dos torcedores, algo que é uma vantagem para quem vive como imigrante e precisa de contatos para encontrar trabalho em outras regiões, por exemplo.
Os encontros também são uma forma de ensinar aos mais novos, principalmente àqueles que nunca foram ao estádio no Brasil, um pouco da cultura do clube. As lideranças sabem que o amor ao time é algo que passa pela educação dos novatos nas coisas próprias de cada equipe, em sua história e, principalmente, em suas glórias. “Mostramos que fazer parte da Gaviões não é moda”, conta Cristiano Minoru, um dos membros mais ativos da torcida do Corínthians no Japão. Ele explica que a cada encontro são feitas reuniões com os novos membros para explicar as normas da torcida e para ensinar a cultura da Fiel.
Bateria, alegorias e adereços
Nos eventos, é possível ver em ação a bateria, uma instituição dentro das torcidas organizadas mais tradicionais. Tanto a Gaviões como a Independente possuem uma bateria com ensaios periódicos agendados. A torcida do Corinthians criou, ainda, a Escolinha de Bateria que se reúne 2 vezes por mês em Hamamatsu (província de Shizuoka) para ensinar as técnicas aos corinthianos interessados. A Mancha tem instrumentos mas, por falta de tempo dos ritmistas, não faz ensaios. As baterias não apenas servem para para levantar a torcida na hora dos cantos de guerra nas partidas mas, também, para animar os eventos onde vale a máxima de que tudo acaba em samba.
Outro orgulho das torcidas organizadas são as faixas e bandeiras. Neste caso, o quanto maior, melhor. No caso do Japão, onde raramente é possível ver os times do coração jogar, as flâmulas são usadas nos eventos e, em alguns casos, são levadas ao Brasil por algum torcedor para que sejam vistas nos estádios durante algum jogo. Ver a bandeira ou a faixa da torcida numa partida televisionada, por exemplo, pode significar para muitos torcedores a glória de ter sido visto em pessoa na partida. É mostrar para os outros torcedores do Brasil que, mesmo estando longe, quem está no Japão não se esquece do time. “Um membro levou uma faixa nossa e ela apareceu uma vez num jogo”, conta Leandro Henrique Pereira Leite da diretoria da Mancha Verde - Japão. “Ela nos representa. Para a gente que está aqui, isso é bastante coisa”, diz ele.
Em prol do outro
Além das confraternizações, as torcidas organizam eventos e campanhas beneficentes. O objetivo é integrar-se à comunidade local. A Mancha Verde, por exemplo, está engajada na ajuda a uma criança doente. Eles procuram recolher doações entre associados e não-associados para repassar à família da criança. A torcida corinthiana, por seu lado, organiza anualmente um evento onde todos os valores arrecadados são destinados a uma entidade filantrópica. Leandro, da Mancha Verde, afirma que esse tipo de evento é importante para mudar a imagem que as pessoas têm das torcidas organizadas.
Aliás, a preocupação com a imagem é algo que passa pelos três grupos. Ainda mais quando, recentemente, membros das torcidas Independente e Mancha se estranharam num evento de voleibol em Hamamatsu. Apesar de cada torcida envolvida ter sua versão sobre o que ocorreu naquela noite há alguns meses, seus representantes afirmam que tudo começou no Orkut. O site de relacionamentos atua não apenas como um espaço de conexão entre os membros da mesma torcida como, também, é o palco de muitas celeumas, como a que culminou com o confronto físico entre sãopaulinos e palmeirenses em Hamamatsu.
Os líderes das três maiores torcidas do Japão expressam preocupação com a violência e todos garantem que procuram ensinar os torcedores a evitar conflitos. Membros dos dois times afirmaram que, depois do incidente, a vigilância nas comunidades foi redobrada. Mesmo a Gaviões, que se orgulha de não ter participado de nenhum confronto no Japão, tem cuidado com a comunidade do Orkut. O objetivo dos líderes é evitar que provocações entrem nos tópicos de discussão. Eles, também, procuram conversar entre si para evitar confrontos e outros problemas. Leandro Leite da Mancha Verde conta que tem um canal aberto com a liderança da Gaviões. Ele conta que costuma combinar com os rivais para que as torcidas compareçam em eventos em dias ou horários diferentes de modo a não haver problemas. Entre a Gaviões e a Independente também há um diálogo aberto. Joel da Silva Fineza Junior, da diretoria da torcida sãopaulina, afirma que falta que falta estabelecer o mesmo canal com a Mancha Verde.
No ninho dos Gaviões
Somente um total desinformado pagaria essa. “Tira a camisa”, dizem. “De camisa verde, não entra”, surge outra voz vinda sabe-se de onde. De repente, o repórter está cercado de gente insistente no pedido. Por uma brecha, ele olha um aviso enorme na porta: era proibida a entrada de homens de brinco e de quaisquer um vestindo roupas... verdes. Alguns minutos de negociação e o repórter tenta usar seu casaco para esconder a blusa verde com a qual ele exibia, orgulhosamente, sua brasilidade. Mas, não cola. Diante da regra (e da superstição), entrar de verde não vale. Alguns minutos mais e, pronto, o repórter, para desespero dos passantes, mostra seus quilinhos mais e atende aos pedidos dos torcedores. Ele está iniciado e, agora sim, é bem-vindo no mundo da torcida Gaviões da Fiel, sucursal japonesa.
Não permitir a entrada de pessoas vestidas de verde é parte da tradição da torcida. Verde é a cor do Palmeiras, time que é, talvez, o maior adversário do Corínthians. Mas, o cabelo comprido e o brinco ainda ficam na cabeça do repórter, enquanto ele começa a explorar o ninho dos Gaviões. Como num filme das antigas, tudo é em preto-e-branco. O local do encontro, um restaurante brasileiro na cidade de Kakegawa (província de Shizuoka, região de Tokai), apinhado de gente e todo coberto por bandeiras e faixas que demonstram o amor pelo Timão. A maioria é formada por homens jovens. Mesmo assim, mulheres e crianças também marcam presença. Por todos os lados, o que se vê é gente confraternizando, trocando idéias. Amigos que não se vêem há um bom tempo, gente que se fala todo dia pela internet. Prato do dia: a tradicional feijoada.
Maurício Okabayashi de 23 anos é um dos fundadores da Gaviões da Fiel - sub-sede Japão. Ele conta que o primeiro encontro oficial dos Gaviões ocorreu em 2002. “Foram umas 30 pessoas”, conta ele. A idéia de formar uma sub-sede já estava presente em alguns membros do grupo inicial. Porém, a empreitada foi árdua até que o grupo conquistasse a confiança da diretoria da primeira torcida organizada independente do Brasil e ganhasse o direito de representa-lá e atuar em seu nome do outro lado do mundo.
Maurício conta que, mesmo com toda a dedicação foi necessária a intervenção mais que especial de uma corinthiana apaixonada que se identificou com os “meninos do Japão” e decidiu interceder por eles na diretoria do clube e da Gaviões da Fiel. Miriam Aiko Yokomizo teve seu primeiro contato com os Gaviões do Japão por causa da grafia de uma bandeira feita pelos torcedores daqui. Depois deste contato, Miriam foi solicitada a buscar informações sobre os procedimentos para abrir uma sub-sede e, mais que isso, acabou sendo o canal que liga os Gaviões dos dois lados do mundo. O trabalho de Miriam não foi simples. “Tentei por várias vezes, exaustivamente, contato com a diretoria”, conta ela que se encantou com a força de vontade dos corinthianos do Japão e, atualmente, é considerada a madrinha torcida. Em 2006, Miriam veio ao país apenas para conhecer a rapaziada da Gaviões. Além disso, ela presta suporte aos corinthianos que vão ao Brasil e querem conhecer a quadra e assistir aos jogos.
Apesar do ar do ambiente predominamente “cueca”, mulheres também são vistas na imensa quadra em que se transformou o restaurante onde a Gaviões se encontrou naquela clara tarde de domingo. Daiana Saka é uma delas. Apesar de torcer para o Cortinthians desde o Brasil, a moça de 23 anos se associou à torcida somente no Japão. “Eu queria me associar no Brasil, mas era muito caro para os meus padrões”, conta ela que é uma espécie de musa da Gaviões. Outra torcedora bastante popular é dona Renê, chamada de “A Babá da Fiel”. Sem revelar a idade, dona Renê esbanja simpatia e energia na hora em que a bateria canta os hinos de guerra do Corinthians.
O som certeiro da bateria e a excitação do ambiente corinthiano alivia o repórter depois da entrada pouco amistosa. Mas, não tira de sua cabeça as outras restrições da entrada no evento. Afinal, por que cargas d’água alguém de brinco não pode entrar na festa? Quem explica é Cristiano Minoru. “A torcida tem 38 anos e foi fundada numa época em que homem de brinco e cabelo comprido era considerado... Então, nós entendemos que essa proibição faz parte de nossa história”, diz ele. Mas, então, como fazem os homens dos dias de hoje que não apenas usam brincos mas outros acessórios que, há 40 anos atrás, eram coisa de mulher? “A pessoa tira o brinco quando entra ou quando vai ao estádio”, ensina Minoru. O negócio funciona tão bem que não é difícil ver orelhas furadas aqui e ali na festa. Porém, há outros que assumem postura mais radical. É o caso de Maurício que, simplesmente, desistiu de usar brinco. “Eu ia a tantos eventos do Corinthians que vivia tendo que tirar e colocar o brinco. Um dia, eu acabei perdendo e achei melhor parar de usar”, conta o rapaz.
Independentes e... reconhecidos
Depois do périplo para visitar os Gaviões, o repórter seguiu para Toyohashi (província de Aichi) onde a Independente fazia a festa para comemorar sua oficialização como sub-sede da maior torcida do São Paulo. Das três grandes torcidas, a Independente foi a única que teve o prazer de ver seu time de futebol ganhar um título internacional em terras japonesas. Aliás, foi a possibilidade de ter o São Paulo jogando por aqui que fez com que os membros da Independente sonhassem com uma sub-sede no Japão. O ano foi 2005 e o São Paulo estava prestes a conquistar uma de suas maiores glórias quando o grupo que se reunia pela internet para discutir os jogos decidiu se reunir. O objetivo era prestar suporte ao time na empreitada que estava por vir. “A gente começou a se organizar pela internet e fizemos um encontro para arranjar a ida aos jogos”, conta Joel da Silva Fineza Junior, um dos líderes da Independente - Japão.
A torcida organiza eventos de 3 em 3 meses para confraternização de sócios e simpatizantes do time. Além disso, a diretoria se reúne sempre que necessário para discutir sobre os eventos e outros tópicos. Os independentes sãopaulinos exibem com orgulho a flâmula gigante do time, confeccionada no Brasil. Mas, parece que a menina dos olhos do time é mesmo a bateria. “Quase todos os domingos fazemos ensaios”, conta Joel.
Lucas Sato, 25 anos, faz parte da torcida desde o começo. “Depois do mundial, nunca mais deixei de comparecer a nenhum evento”, conta ele provando o efeito poderoso da vitória do time nas terras japonesas. Lucas é o típico torcedor, daqueles que pensam no time a maior parte do tempo. “O São Paulo faz parte da minha família. Meu dia-a-dia é pensando no time”, conta ele que é casado, mas já conquistou a esposa para a torcida. “Mas, ela gosta”, defende-se ele. Sato conta que a sua entrada na torcida aumentou sua rede social. “Fizemos muitos amigos. Gente que, se não fosse pela torcida, a gente não iria conhecer”, diz ele.
Patrícia Midori Massuda é uma das esposas que acompanha o marido na Independente. “Ele fica o tempo todo no telefone falando do São Paulo”, entrega ela. Porém, com o tempo, a torcida ganhou um significado para Patrícia. “Nos encontros, encontrei muitos amigos”, diz a moça que mesmo assim ainda se irrita com o fato do marido deixá-la de fora das conversas. Marisa Kashiwabara também é outra que virou sãopaulina por influência do esposo. “Eu já gostava de futebol antes. Ia para ver os times”, conta. Marisa tinha preconceito contra torcida organizada antes de se engajar na Independente. “Achava que as pessoas eram todas violentas”, relembra ela. “Mas, descobri que há muita gente que ama o time”. Marisa curte a torcida e participa das atividades mas acha que o marido passa dos limites. “Ele fala de São Paulo o tempo todo”, conta ela. “Mas, o pior é quando ele fala no celular porque, daí, não dá para eu participar”, conclui.
Orgulho alvi-verde
Leandro Henrique Pereira Leite é o escudeiro da Mancha Verde no Japão. Um dos membros fundadores da torcida, ele conta que foi nos idos de 2004 que a Mancha foi fundada. “Deixei mensagem no fórum da torcida na internet e começou a aparecer gente”, conta ele. O primeiro encontro tinha 8 pessoas. Foi esse grupo que decidiu fazer um primeiro evento com o objetivo de vender artigos e mostrar para os palmeirenses que a torcida estava se organizando no Japão. “Fizemos um luau em Kosai e, depois disso, cadastramos mais ou menos 350 pessoas”, conta ele.
Diferente da maioria dos líderes de torcidas brasileiras no país, Leandro já era parte da Mancha antes de chegar ao Japão. “São 18 anos de torcida”, diz. Ele tem uma consciência bastante apurada da sua função com líder, função para a qual dedica de 3 a 4 horas do seu dia. “Tem que ter muita vontade”, diz ele destacando, porém, que não está sozinho. “Sozinho, não se faz nada. Tem a diretoria e trabalhamos em conjunto”, afirma.
Como as demais torcidas, a Mancha Verde Japão organiza eventos ao longo do ano. “A cada dois meses fazemos encontros”, conta Leandro. A Mancha organiza também torneios de truco, de futebol de salão e outros eventos que são abertos, também, a pessoas que não são palmeirenses. “No nosso torneio de futebol, vai gente de outros times, de outras torcidas e não há brigas”, garante.
Leandro se preocupa com a imagem das torcidas aqui no Japão. Ainda mais depois do episódio ocorrido em Hamamatsu, que envolveu a palmeirenses e a sãopaulinos. “Brincadeiras, provocações há”, conta ele. “Mas, não podem partir pro lado pessoal”, prossegue, citando como exemplo as provocações que pipocavam no Orkut antes da Mancha decidir fechar a comunidade para não-membros. Leandro critica aqueles que vão para os eventos ou jogos com o intuito de brigar. “Tem gente que acha que camisa de torcida é capa de Super Homem”, compara o diretor. Por isso, ele afirma se empenhar pessoalmente para evitar confrontos. “Temos que mudar a imagem que as pessoas têm da gente”, afirma o líder.
A rotina de Leandro inclui, também, assistir aos jogos do Palmeiras pela TV Mancha Japão, um canal na internet que exibe as partidas ao vivo. “A galera toda entra no MSN e a gente acompanha os jogos, vai comentando”, conta ele que lamenta a má-fase do Palmeiras. “Mas, estamos confiantes. A função da torcida é essa: ter confiança e dar apoio ao time”, afirma ele. Como todo torcedor mais engajado, Leandro acabou envolvendo a família nas questões da torcida. “Minha esposa virou palmeirense por livre e espontânea pressão”, brinca ele, que educou o filho na mais genuína cultura alvi-verde. “Ela pensou que, com a minha vinda para o Japão, tudo ia acabar. Mas não adianta, não tem jeito”, confessa ele. Realmente, o sentimento de um torcedor pelo seu time de coração parece ser o exemplo perfeito daquilo que as pessoas chamam de amor.
Consequências do baile do Barça. E impasses do Mercado da Bola.
Tenho conversado com torcedores do Santos e neles sinto, mais do que tristeza, uma profunda decepção. Não pela derrota diante do Barcelona, já cantado em prosa e verso como o melhor time do mundo, com revolucionário sistema de jogo: a decepção vem por conta pela facilidade com que o Santos foi massacrado, sem reação e ainda com a grande esperança Neymar (não vi nada da mal no que falou), dizendo que “hoje aprendemos como se joga futebol”.
Assim, como num passe de mágica, o até então encantador Santos entrou em choque e em xeque: era encantador só para times da América do Sul? Já há quem coloque em dúvida o acerto de se manter Neymar no Brasil- com tantos milhões de euros oferecidos- e de Ganso, então, nem se fale, pois há os que duvidam até de seu futuro.
Exageros, é claro. Típicos de um desencanto diante de um baile levado, depois de toda uma expectativa de superação. Ainda mais por aqueles que não acompanham o Barcelona em outros campeonatos. O Santos foi vítima da dura realidade de enfrentar um gigante.
Enquanto isso, na Espanha, discretamente o Barcelona chegou. Sem festa, com poucos torcedores esperando pelo campeão no aeroporto, como se tivesse sido cumprida a mais normal das missões.
Como a volta de um baile a mais.
IMPASSES DO MERCADO DA BOLA
A) O São Paulo vai às compras, enquanto duela por Monttilo com o Corinthians. Entre os nomes praticamente já conquistados, considero muito boa a investida sobre o lateral- esquerdo Cortês (falta pouco para fechar), que teve tão boas atuações pelo Botafogo que até chegou à Seleção Brasileira. Quanto a Fabrício, ex- Cruzeiro, sempre foi bom jogador, ficando para o zagueiro Edson Silva e o volante Maikon (ambos eram do Figueirense) a dúvida da adaptação.
O impasse, é claro, está no que foi dito acima: o duelo por Montillo, pois além da qualidade do jogador, está em jogo a grande rivalidade entre Corinthians e São Paulo, um não admitindo perder um jogador para o outro. E com isso, sorte do Cruzeiro que, logo, terá seu craque negociado a preço de Europa- ou de Rússia, Emirados Árabes, etc.
B) O que eu disse no programa que apresento na CNT, o “NO PIQUE”, é que sabia da indicação de Diego Tardelli para o Palmeiras, por parte de Felipão, sabendo também, por confiável fonte, que sondagens foram feitas. Para variar, como tem acontecido, a concretização do negócio esbarra no preço. Ainda não houve o desfecho. Mas só acredito vendo. E, mesmo assim, checando ainda mais para ter certeza de que não se trata de uma miragem.
C) Ou o Flamengo resolve logo essa questão de contratar Thiago Neves- a preço altíssimo- ou corre o risco de ser passado para trás por um velho rival carioca, o Fluminense, para o qual o problema de dinheiro parece não existir nunca.
Assim, como num passe de mágica, o até então encantador Santos entrou em choque e em xeque: era encantador só para times da América do Sul? Já há quem coloque em dúvida o acerto de se manter Neymar no Brasil- com tantos milhões de euros oferecidos- e de Ganso, então, nem se fale, pois há os que duvidam até de seu futuro.
Exageros, é claro. Típicos de um desencanto diante de um baile levado, depois de toda uma expectativa de superação. Ainda mais por aqueles que não acompanham o Barcelona em outros campeonatos. O Santos foi vítima da dura realidade de enfrentar um gigante.
Enquanto isso, na Espanha, discretamente o Barcelona chegou. Sem festa, com poucos torcedores esperando pelo campeão no aeroporto, como se tivesse sido cumprida a mais normal das missões.
Como a volta de um baile a mais.
IMPASSES DO MERCADO DA BOLA
A) O São Paulo vai às compras, enquanto duela por Monttilo com o Corinthians. Entre os nomes praticamente já conquistados, considero muito boa a investida sobre o lateral- esquerdo Cortês (falta pouco para fechar), que teve tão boas atuações pelo Botafogo que até chegou à Seleção Brasileira. Quanto a Fabrício, ex- Cruzeiro, sempre foi bom jogador, ficando para o zagueiro Edson Silva e o volante Maikon (ambos eram do Figueirense) a dúvida da adaptação.
O impasse, é claro, está no que foi dito acima: o duelo por Montillo, pois além da qualidade do jogador, está em jogo a grande rivalidade entre Corinthians e São Paulo, um não admitindo perder um jogador para o outro. E com isso, sorte do Cruzeiro que, logo, terá seu craque negociado a preço de Europa- ou de Rússia, Emirados Árabes, etc.
B) O que eu disse no programa que apresento na CNT, o “NO PIQUE”, é que sabia da indicação de Diego Tardelli para o Palmeiras, por parte de Felipão, sabendo também, por confiável fonte, que sondagens foram feitas. Para variar, como tem acontecido, a concretização do negócio esbarra no preço. Ainda não houve o desfecho. Mas só acredito vendo. E, mesmo assim, checando ainda mais para ter certeza de que não se trata de uma miragem.
C) Ou o Flamengo resolve logo essa questão de contratar Thiago Neves- a preço altíssimo- ou corre o risco de ser passado para trás por um velho rival carioca, o Fluminense, para o qual o problema de dinheiro parece não existir nunca.
Desmistificando Barcelona 4x0 Santos
Passamos semanas antes do jogo entre Santos e Barcelona ouvindo as tradicionais ignorâncias dos renatomauricioprados e zaninis, é verdade. Na esteira da destruição do Peixe pelos Culés, entretanto, a "vingança dos eurocêntricos" chega a níveis quase rizekianos. De repente, o Barcelona não só é o melhor time de todos os tempos, como é, como é também um clube bonzinho, sua política é limpa, seus torcedores são bacanas e, além disso, o Brasil e todo o futebol brasileiro precisam se ligar porque estamos muito atrás da Europa.
Vamos começar pelo último argumento: o Brasil continua atrás da Europa futebolisticamente, é claro. A única razão é econômica: o futebol do continente é administrado de maneira empresarial, ou seja, dá lucro. Com isso, montam-se esquadrões multinacionais de craques. É inevitável que esses esquadrões sejam melhores do que qualquer time do mundo. São, porém, pouquíssimos. E o resto está muito longe da elite. Assim, é ridículo falar em supremacia européia no futebol por um motivo simples: o Barcelona atropelou o Santos como atropela todos os seus adversários, inclusive os europeus.Meteu 4 a 0 no Santos como meteu 5 a 0 no time mais milionário da história. Ou seja: a supremacia é do Barcelona, e não da Europa. E, tirando provavelmente o Real Madrid, qualquer outro time europeu poderia ser batido pelo Santos. Poderia não quer dizer "seria com certeza", mas poderia. Os poderosos manchesters foram batidos por times piores que o Santos. O poderoso Bayern joga um campeonato do mesmo tipo que faz Atlético-PR e Coritiba parecerem esquadrões imbatíveis todo ano. Poderiam, os três, até golear o Santos - ou o Corinthians, o Vasco ou La U. Mas poderiam também perder o jogo.
O segundo mito que deve cair é o do "Barça bonzinho". Esquecem, ou não sabem, que por trás do catalanismo que impulsiona o "més que un ckub" se esconde uma maioria de nacionalistas preconceituosos, e um grande número de racistas. De pessoas que querem separar a Catalunha da Espanha simplesmente porque a primeira é industrializada, e mais rica do que o resto do país. Mas esquecem, principalmente, que a política do clube é tão suja quanto qualquer política pública. E que Sandro Rossell, atual presidente Culé, é unha e carne com Ricardo Teixeira. Precisa dizer mais alguma coisa? Li alguém tuitar que "na base do Barça não entra empresário". Só se for pra não dividir o botim.
Por fim, cai mais um mito, este nacional, o do "estrategista" Muricy Ramalho, e, com ele, cai o mito de que temo bons técnicos no Brasil. Não é por causa da derrota, mas por causa da análise posterior. "O Barcelona joga no 3-7-0, se eu tentar isso no Brasil me matam". Bobagem pretensiosa e ignorante. O Barcelona não joga em 3-7-0 nenhum simplesmente porque desafia os numerinhos, não pode ser explicado com tanta facilidade. E fica claríssimo que Muricy é o melhor técnico do Brasil por dois motivos: é um excelente motivador para torneios longos, e conhece três ou quatro truques dentro de campo - o que já é mais, por exemplo, do que conhecem os joéis.
Vimos uma aula de futebol de um time que não pode ser comparado com nenhum outro - o Real Madrid bancado por Franco inclusive. Desta aula, porém, é importante aprender o que ela ensinou, e não o que queríamos que ela tivesse ensinado.
O único time do Brasil e o Corinthians não tem pra ninguém...
Vamos começar pelo último argumento: o Brasil continua atrás da Europa futebolisticamente, é claro. A única razão é econômica: o futebol do continente é administrado de maneira empresarial, ou seja, dá lucro. Com isso, montam-se esquadrões multinacionais de craques. É inevitável que esses esquadrões sejam melhores do que qualquer time do mundo. São, porém, pouquíssimos. E o resto está muito longe da elite. Assim, é ridículo falar em supremacia européia no futebol por um motivo simples: o Barcelona atropelou o Santos como atropela todos os seus adversários, inclusive os europeus.Meteu 4 a 0 no Santos como meteu 5 a 0 no time mais milionário da história. Ou seja: a supremacia é do Barcelona, e não da Europa. E, tirando provavelmente o Real Madrid, qualquer outro time europeu poderia ser batido pelo Santos. Poderia não quer dizer "seria com certeza", mas poderia. Os poderosos manchesters foram batidos por times piores que o Santos. O poderoso Bayern joga um campeonato do mesmo tipo que faz Atlético-PR e Coritiba parecerem esquadrões imbatíveis todo ano. Poderiam, os três, até golear o Santos - ou o Corinthians, o Vasco ou La U. Mas poderiam também perder o jogo.
O segundo mito que deve cair é o do "Barça bonzinho". Esquecem, ou não sabem, que por trás do catalanismo que impulsiona o "més que un ckub" se esconde uma maioria de nacionalistas preconceituosos, e um grande número de racistas. De pessoas que querem separar a Catalunha da Espanha simplesmente porque a primeira é industrializada, e mais rica do que o resto do país. Mas esquecem, principalmente, que a política do clube é tão suja quanto qualquer política pública. E que Sandro Rossell, atual presidente Culé, é unha e carne com Ricardo Teixeira. Precisa dizer mais alguma coisa? Li alguém tuitar que "na base do Barça não entra empresário". Só se for pra não dividir o botim.
Por fim, cai mais um mito, este nacional, o do "estrategista" Muricy Ramalho, e, com ele, cai o mito de que temo bons técnicos no Brasil. Não é por causa da derrota, mas por causa da análise posterior. "O Barcelona joga no 3-7-0, se eu tentar isso no Brasil me matam". Bobagem pretensiosa e ignorante. O Barcelona não joga em 3-7-0 nenhum simplesmente porque desafia os numerinhos, não pode ser explicado com tanta facilidade. E fica claríssimo que Muricy é o melhor técnico do Brasil por dois motivos: é um excelente motivador para torneios longos, e conhece três ou quatro truques dentro de campo - o que já é mais, por exemplo, do que conhecem os joéis.
Vimos uma aula de futebol de um time que não pode ser comparado com nenhum outro - o Real Madrid bancado por Franco inclusive. Desta aula, porém, é importante aprender o que ela ensinou, e não o que queríamos que ela tivesse ensinado.
O único time do Brasil e o Corinthians não tem pra ninguém...
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
País da pancada
Mais uma vitória brasileira. No mês passado, Júnior Cigano conquistou o título de peso-pesado no UFC, enchendo de pancada o valentão americano Caín Velasquez.
Para quem gosta de sangue e violência, esse tipo de competição --um vale-tudo que faz luta de boxe parecer uma coisa de mocinha-- é um prato cheio.
Só que as cenas são indigestas demais para serem transmitidas em qualquer horário.
O perigo é uma criança, pegando um telejornal qualquer durante o dia, topar com tanta brutalidade. Ainda mais quando o narrador do evento é do tipo do Galvão Bueno, vibrando emocionado com a sova do brasileiro em cima do rival.
Será que o Brasil, pátria do samba, do Carnaval e do futebol, vai virar a pátria do "Ultimate Fighting Championship"?
Querem programar para o ano que vem, no Morumbi, o maior acontecimento do gênero em toda a história mundial. Setenta mil pessoas verão o sangue correr, à moda dos combates da Roma Antiga.
O Brasil de Neymar e de Gisele Bündchen --para falar em duas celebridades internacionais bem mais simpáticas-- é também o Brasil de Júnior Cigano e Anderson Silva.
Bons esportistas.
Mas não seria errado torcer para que nossa cultura, e nosso jeito de viver a vida, tivesse cada vez menos espaço para a pancada e mais para o charme e para a ginga.
Área em que sempre fomos campeões, com muito orgul
Para quem gosta de sangue e violência, esse tipo de competição --um vale-tudo que faz luta de boxe parecer uma coisa de mocinha-- é um prato cheio.
Só que as cenas são indigestas demais para serem transmitidas em qualquer horário.
O perigo é uma criança, pegando um telejornal qualquer durante o dia, topar com tanta brutalidade. Ainda mais quando o narrador do evento é do tipo do Galvão Bueno, vibrando emocionado com a sova do brasileiro em cima do rival.
Será que o Brasil, pátria do samba, do Carnaval e do futebol, vai virar a pátria do "Ultimate Fighting Championship"?
Querem programar para o ano que vem, no Morumbi, o maior acontecimento do gênero em toda a história mundial. Setenta mil pessoas verão o sangue correr, à moda dos combates da Roma Antiga.
O Brasil de Neymar e de Gisele Bündchen --para falar em duas celebridades internacionais bem mais simpáticas-- é também o Brasil de Júnior Cigano e Anderson Silva.
Bons esportistas.
Mas não seria errado torcer para que nossa cultura, e nosso jeito de viver a vida, tivesse cada vez menos espaço para a pancada e mais para o charme e para a ginga.
Área em que sempre fomos campeões, com muito orgul
O crime da palmada
A Lei da Palmada, aprovada em uma comissão da Câmara dos Deputados, faz sentido no papel.
Afinal, ela reflete uma visão correta sobre a melhor maneira de educar os filhos: os pais devem fazer valer sua autoridade por meio da conversa, não por meio da intimidação e da violência.
Mas na prática a questão é mais complexa. Tanto que dividiu a sociedade e até mesmo os educadores.
De um lado, ainda existe quem acredite que uma boa surra ou um castigo do tipo ajoelhar no milho ajuda a "formar o caráter". Um absurdo. Ajuda apenas a criar ressentimentos e traumas.
Do outro, há pais que, de tão inseguros quanto à própria autoridade, são transformados em reféns dos filhos, que agem como pequenos ditadores.
A Lei da Palmada fica no meio do caminho. Para tentar estabelecer algum critério, ela prevê medidas socioeducativas para os pais quando o castigo aos filhos resultar em "sofrimento" ou "lesão".
A ideia aí parece ser evitar que um pai que dê uma palmada de leve em uma criança birrenta seja punido. Mas como saber qual o limite? Difícil responder.
Vai acabar ficando para os juízes decidirem, caso a caso, onde o limite foi ultrapassado.
Fora os casos mais extremos, em que os adultos merecem mesmo punição, campanhas públicas de esclarecimento poderiam ser mais eficientes do que uma nova lei para buscar aquilo que deveria ser a regra: civilização e respeito por parte de todos.
A Lei da Palmada, aprovada em uma comissão da Câmara dos Deputados, faz sentido no papel.
Afinal, ela reflete uma visão correta sobre a melhor maneira de educar os filhos: os pais devem fazer valer sua autoridade por meio da conversa, não por meio da intimidação e da violência.
Mas na prática a questão é mais complexa. Tanto que dividiu a sociedade e até mesmo os educadores.
De um lado, ainda existe quem acredite que uma boa surra ou um castigo do tipo ajoelhar no milho ajuda a "formar o caráter". Um absurdo. Ajuda apenas a criar ressentimentos e traumas.
Do outro, há pais que, de tão inseguros quanto à própria autoridade, são transformados em reféns dos filhos, que agem como pequenos ditadores.
A Lei da Palmada fica no meio do caminho. Para tentar estabelecer algum critério, ela prevê medidas socioeducativas para os pais quando o castigo aos filhos resultar em "sofrimento" ou "lesão".
A ideia aí parece ser evitar que um pai que dê uma palmada de leve em uma criança birrenta seja punido. Mas como saber qual o limite? Difícil responder.
Vai acabar ficando para os juízes decidirem, caso a caso, onde o limite foi ultrapassado.
Fora os casos mais extremos, em que os adultos merecem mesmo punição, campanhas públicas de esclarecimento poderiam ser mais eficientes do que uma nova lei para buscar aquilo que deveria ser a regra: civilização e respeito por parte de todos.
Afinal, ela reflete uma visão correta sobre a melhor maneira de educar os filhos: os pais devem fazer valer sua autoridade por meio da conversa, não por meio da intimidação e da violência.
Mas na prática a questão é mais complexa. Tanto que dividiu a sociedade e até mesmo os educadores.
De um lado, ainda existe quem acredite que uma boa surra ou um castigo do tipo ajoelhar no milho ajuda a "formar o caráter". Um absurdo. Ajuda apenas a criar ressentimentos e traumas.
Do outro, há pais que, de tão inseguros quanto à própria autoridade, são transformados em reféns dos filhos, que agem como pequenos ditadores.
A Lei da Palmada fica no meio do caminho. Para tentar estabelecer algum critério, ela prevê medidas socioeducativas para os pais quando o castigo aos filhos resultar em "sofrimento" ou "lesão".
A ideia aí parece ser evitar que um pai que dê uma palmada de leve em uma criança birrenta seja punido. Mas como saber qual o limite? Difícil responder.
Vai acabar ficando para os juízes decidirem, caso a caso, onde o limite foi ultrapassado.
Fora os casos mais extremos, em que os adultos merecem mesmo punição, campanhas públicas de esclarecimento poderiam ser mais eficientes do que uma nova lei para buscar aquilo que deveria ser a regra: civilização e respeito por parte de todos.
A Lei da Palmada, aprovada em uma comissão da Câmara dos Deputados, faz sentido no papel.
Afinal, ela reflete uma visão correta sobre a melhor maneira de educar os filhos: os pais devem fazer valer sua autoridade por meio da conversa, não por meio da intimidação e da violência.
Mas na prática a questão é mais complexa. Tanto que dividiu a sociedade e até mesmo os educadores.
De um lado, ainda existe quem acredite que uma boa surra ou um castigo do tipo ajoelhar no milho ajuda a "formar o caráter". Um absurdo. Ajuda apenas a criar ressentimentos e traumas.
Do outro, há pais que, de tão inseguros quanto à própria autoridade, são transformados em reféns dos filhos, que agem como pequenos ditadores.
A Lei da Palmada fica no meio do caminho. Para tentar estabelecer algum critério, ela prevê medidas socioeducativas para os pais quando o castigo aos filhos resultar em "sofrimento" ou "lesão".
A ideia aí parece ser evitar que um pai que dê uma palmada de leve em uma criança birrenta seja punido. Mas como saber qual o limite? Difícil responder.
Vai acabar ficando para os juízes decidirem, caso a caso, onde o limite foi ultrapassado.
Fora os casos mais extremos, em que os adultos merecem mesmo punição, campanhas públicas de esclarecimento poderiam ser mais eficientes do que uma nova lei para buscar aquilo que deveria ser a regra: civilização e respeito por parte de todos.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
VAI CORINTHIANS !!!
Contra todo ditador que no Timão quizer mandar
[Coro Repetente]
Os Gaviões nasceram pra poder revindicar
[Coro Repetente]
O direito da Fiel que paga ingresso sem parar
[Coro Repetente]
Não temos medo de acabar
[Coro Repetente]
Corinthians joga eu vou tá lá
[Coro Repetente]
Nossa corrente é forte e jamais se quebrará
[Coro Repetente]
Pelo Corinthians
Com muito amor
Até o fim
GA-VI-ÕES
FIEL!
Eu sou
da Gaviões eu sou
Corinthians joga eu vou
e ninguém vai me segurar [2x]
Timão eo [8x]
Poropopopopopopó[4x]
Ôoô
Corinthians veio pra vencer
Corinthians veio pra vencer
Corinthians veio pra vencer
e os outros times pra perder
Poropopopopopopó[4x]
Ôoô
Corinthians veio pra vencer
Corinthians veio pra vencer
Corinthians veio pra vencer
e os outros times pra perder
Leleleo
Leleoleleoleleo
Corinthians![5x]
A maré tah cheia
Tá tá tá
Cheia do que?
Cheia de sereia
e o Timão querendo golear
Caiu na rede eh peixe
Leleá
O Timão vai golear [6x]
Ôoô
Todo Poderoso Timão [5x]
Timão [16x]
Corinthians
Corinthians
GA-VI-ÕES
FIEL!
>> Vou cantar pro timão ganhar}
Vou cantar pro timão ganhar} BIS
Eu te amo coringão,
Eu te quero bem…
Vou cantar pro timão ganhar
Vou cantar pro timão ganhar
Eu te amo
Eu te adoro, meu amor….
A semana inteira fiquei esperando
Pra ti ver CORINTHIANS, pra ti ver Jogando
Quando a gente ama, não mede esforço
Pra te ver jogar, Te ver jogar , Te ver jogar…
Não tem brincadeira
Vou vestir meu manto
Manto alvinegro
Tem que ter respeito
Amor à camisa
Vo com o CORINTHIANS
Em qualquer lugar,qualquer lugar ,qualquer lugar….
Lalaialala Lalaialalailailaialalalailalaiala Laialaialaialalaialala
Amor à camisa
Vo com o CORINTHIANS
Em qualquer lugar,qualquer lugar ,qualquer lugar…. ´´´´´´´´´´´´´´´¶¶´´ø¶´´´´´´´´´´´´´´´
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Salve o Corinthians
O campeão dos campeões
Eternamente dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians
De tradições e glórias mil
Tu és o orgulho dos desportistas do Brasil
Teu passado é uma bandeira
Teu presente é uma lição
Figuras entre os primeiros
Do nosso esporte bretão
Corinthians grande
Sempre altaneiro
És do Brasil o clube mais brasileiro
É NOIS QUE TA!!!!!!!!!!!!!!!!
VAI CORINTHIANS!!!
"Aqui tem um bando de louco
Louco por ti Corinthians
Aqueles que acham que é pouco
Eu vivo por ti Corinthians
Eu canto até ficar rouco
Eu canto pra te empurrar
Vamo Vamo meu Timão
Vamo meu Timão não pára de Lutar!
Aqui tem um bando de louco
Louco por ti Corinthians
Aqueles que acham que é pouco
Eu vivo por ti Corinthians
Eu canto até ficar rouco
Eu canto até suar
Vamo Vamo meu Timão
Vamo meu Timão não pára de Lutar!"
'' Jàá vii O cOrinthians Vencer...
Jàá vii O cOrinthians Perder..
Mais nunca Vii O cOrinthians se Entregar !
E eu Jamais vOu te abandOnar ! ''
CORINTHIANS NÃO É APENAS UM TIME... É UM TIMÃO!
GAVIÕES DA FIEL NÃO APENAS UMA TORCIDA... É UMA NAÇÃO!
SER CORINTIANO É TER MAIS UMA RELIGIÃO...
SER CORINTIANO É IR ALÉM DE SER OU NÃO SER O PRIMEIRO ..
SER
Torcedores aproveitam aniversário de 104 anos de Niemeyer para provocar Corinthians
Torcedores aproveitam aniversário de 104 anos de Niemeyer para provocar Corinthians
Comentários54
Oscar Niemeyer completa 104 anos nesta quinta-feira e viu a data virar um motivo de gozação. Mas o alvo da brincadeira não é o renomado arquiteto, e sim o Corinthians. Os rivais do centenário clube aproveitaram a data para provocar os corintianos e a obsessão pela Copa Libertadores, título ainda não conquistado pelo time alvinegro.
Fundado em 1910, o Corinthians tem quase a mesma idade de Niemeyer, nascido no dia 15 de dezembro de 1907. E nesse período, como frisaram os rivais, nenhum dos dois pôde prestigiar o título da Libertadores a caminho do Parque São Jorge.
CONFIRA ALGUMAS DAS BRINCADEIRAS QUE ROLARAMNO TWITTER
@Digitahugo
O Oscar Niemeyer vivei mais de 100 anos e nunca vi o Corinthians ganhar uma Libertadores... #tenso @isaabelamaia
Oscar Niemeyer faz 104 anos amanhã e não viu o Corinthians campeão da Libertadores
@_1Palmeirense
É mais fácil o Oscar Niemeyer viver mais 100 anos que o Corinthians ser campeão da Libertadores. @Brendaceraso
"É mais fácil o Oscar Niemeyer viver mais 100 anos que o Corinthians ser campeão da Libertadores"
@pqpjulio
"Quero morrer na noite em que o Corinthians se sagrar campeão da Libertadores em seu estádio" - Oscar Niemeyer @GildeanTiago
104º Aniversário do Niemeyer e ele não viu o Corínthians ganhar Libertadores. Comemorará 200 anos e o Corínthians estará sem Libertadores.
@hernandes911
104 anos de niemeyer Parabens. 104 anos sem ver o corinthians conquistar uma libertadores. @oSergio
O Oscar Niemeyer completará amanhã 104 anos e com suas obras já conquistou as Américas, o Corinthians NÃO.
@MNerling
Oscar Niemeyer disse uma vez que só morre quando o corinthians for campeão da Libertadores. Até hoje ele aguarda. @1Alviverde
Oscar Niemeyer faz 104 anos amanhã. Mas ainda disse que tem esperança em ver o Corinthians campeão da libertadores.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
AMOR E OUTRA DROGAS
De início, Amor e Outras Drogas empolga. A entrada de Jamie Randall no ramo farmacêutico dá a entender que este será um filme que vá fundo na difícil relação existente entre os lucros e a vida dos pacientes. Diálogos que colocam na parede uma representante da gigante Pfizer, lembrando que um remédio comprovadamente trouxe malefícios a quem o usou, lembram o ótimo Obrigado por Fumar. A tática aplicada é a mesma da indústria do fumo: negar ou jamais confirmar algo que possa vir a trazer prejuízos financeiros. O importante é o dinheiro a ser ganho, mesmo que para tanto as pessoas tomem mais remédios que o necessário e o exagero nos antibióticos ajude a criar superbactérias, resistentes a eles.
A indústria dos remédios vista de forma crua é um atrativo e tanto, pelo tema explosivo e ao mesmo tempo atual. O filme passa ainda pela tênue linha entre a ética e a promiscuidade na relação entre médicos e as empresas farmacêuticas, representadas por pessoas tipo Jamie. Sedutor, boa pinta, conquistador... ele usa todo seu charme e lábia para atrair seus clientes. Se for preciso usar seus dotes sexuais, ele segue em frente. É uma espécie de Don Juan dos remédios, conquistando atendentes visando sempre seu crescimento profissional. Enquanto mantém este tema em foco, Amor e Outras Drogas segue muito bem. Só que isto não acontece por muito tempo.
A mudança começa quando Maggie Murdock entra em cena. Portadora de mal de Parkinson com apenas 26 anos, ela inicia um relacionamento puramente sexual com Jamie. Devido à doença ela não quer algo mais profundo, algo que também agrada a ele. Só que a intimidade do sexo gera consequências. Logo surge a vontade de estar com o outro, o interesse pela vida alheia e voilá, eis que ambos estão apaixonados. Nada mais natural. Só que o filme, neste ponto, já deixou de ser uma denúncia sobre a indústria dos remédios para se tornar uma comédia romântica habitual. Com uma importante diferença: as cenas de nudez.
Não é muito comum ver filmes americanos que explorem o nu como faz Amor e Outras Drogas. Não há cenas de nudez frontal, mas pode-se ver o casal protagonista bem à vontade em diversos momentos. Isto inclusive traz um ponto positivo. A nudez não é tratada como algo reprimido ou que provoca incômodo, mas com naturalidade. Esta postura atende ao que o filme deseja, no sentido de demonstrar a intimidade existente entre os personagens. O tradicional e hipócrita lençol que sempre cobre o corpo aqui não existe. Ponto para o diretor Edward Zwick, pela ousadia calculada.
Já na reta final, o filme sofre mais uma metamorfose e passa a ser um drama médico. Se por um lado trata de forma séria a questão do mal de Parkinson, com os prós e contras de se relacionar com um portador da doença, por outro ressalta, mais uma vez, seu grande problema: a falta de foco. Fosse uma denúncia, uma comédia românica ou um drama médico, o filme poderia ir fundo nas principais questões referentes a cada uma destas possibilidades. Ao ser tudo ao mesmo tempo, passa por alto sobre vários assuntos interessantes e relevantes, sem ter espaço suficiente para trabalhá-los melhor. E, também devido a esta opção, vê sua história perder força a cada transformação ocorrida.
Amor e Outras Drogas é um filme decepcionante, que piora à medida que sua trama se desenrola. Conta com uma boa atuação de Anne Hathaway e um dos personagens mais irritantes e desnecessários do cinema recente: Josh (Josh Gad), irmão de Jamie. A impressão que fica é que ele deixou o elenco de qualquer American Pie já lançado para aterrissar, completamente deslocado, no ambiente da história. Uma tentativa fracassada de provocar humor de forma rasteira, demonstrando outra faceta da colcha de retalhos que é o filme.
A indústria dos remédios vista de forma crua é um atrativo e tanto, pelo tema explosivo e ao mesmo tempo atual. O filme passa ainda pela tênue linha entre a ética e a promiscuidade na relação entre médicos e as empresas farmacêuticas, representadas por pessoas tipo Jamie. Sedutor, boa pinta, conquistador... ele usa todo seu charme e lábia para atrair seus clientes. Se for preciso usar seus dotes sexuais, ele segue em frente. É uma espécie de Don Juan dos remédios, conquistando atendentes visando sempre seu crescimento profissional. Enquanto mantém este tema em foco, Amor e Outras Drogas segue muito bem. Só que isto não acontece por muito tempo.
A mudança começa quando Maggie Murdock entra em cena. Portadora de mal de Parkinson com apenas 26 anos, ela inicia um relacionamento puramente sexual com Jamie. Devido à doença ela não quer algo mais profundo, algo que também agrada a ele. Só que a intimidade do sexo gera consequências. Logo surge a vontade de estar com o outro, o interesse pela vida alheia e voilá, eis que ambos estão apaixonados. Nada mais natural. Só que o filme, neste ponto, já deixou de ser uma denúncia sobre a indústria dos remédios para se tornar uma comédia romântica habitual. Com uma importante diferença: as cenas de nudez.
Não é muito comum ver filmes americanos que explorem o nu como faz Amor e Outras Drogas. Não há cenas de nudez frontal, mas pode-se ver o casal protagonista bem à vontade em diversos momentos. Isto inclusive traz um ponto positivo. A nudez não é tratada como algo reprimido ou que provoca incômodo, mas com naturalidade. Esta postura atende ao que o filme deseja, no sentido de demonstrar a intimidade existente entre os personagens. O tradicional e hipócrita lençol que sempre cobre o corpo aqui não existe. Ponto para o diretor Edward Zwick, pela ousadia calculada.
Já na reta final, o filme sofre mais uma metamorfose e passa a ser um drama médico. Se por um lado trata de forma séria a questão do mal de Parkinson, com os prós e contras de se relacionar com um portador da doença, por outro ressalta, mais uma vez, seu grande problema: a falta de foco. Fosse uma denúncia, uma comédia românica ou um drama médico, o filme poderia ir fundo nas principais questões referentes a cada uma destas possibilidades. Ao ser tudo ao mesmo tempo, passa por alto sobre vários assuntos interessantes e relevantes, sem ter espaço suficiente para trabalhá-los melhor. E, também devido a esta opção, vê sua história perder força a cada transformação ocorrida.
Amor e Outras Drogas é um filme decepcionante, que piora à medida que sua trama se desenrola. Conta com uma boa atuação de Anne Hathaway e um dos personagens mais irritantes e desnecessários do cinema recente: Josh (Josh Gad), irmão de Jamie. A impressão que fica é que ele deixou o elenco de qualquer American Pie já lançado para aterrissar, completamente deslocado, no ambiente da história. Uma tentativa fracassada de provocar humor de forma rasteira, demonstrando outra faceta da colcha de retalhos que é o filme.
Periferia atropelada
Periferia atropelada
Os atropelamentos são um dos maiores problemas do trânsito de São Paulo. No ano passado, foram em torno de 7.000, que deixaram 630 mortos.
Diante dessa carnificina, a prefeitura lançou uma campanha em maio para tentar diminuir esses acidentes. A ideia é simples: os carros precisam respeitar os pedestres, e quem anda a pé deve atravessar sempre na faixa.
Os marronzinhos passaram a multar motoristas que não param para pedestres atravessarem a rua, e fiscais começaram a orientar as pessoas.
Os primeiros dados mostram que a iniciativa surtiu efeito, com queda dos atropelamentos na região central, onde começou a campanha.
Mas esse esforço civilizatório demorou a chegar à periferia. Enquanto o centro já colhia os frutos, os atropelamentos seguiam a toda nas áreas mais afastadas.
Isso porque nessas áreas a campanha só começou a valer em setembro.
Na avenida Sapopemba, a campeã de atropelamentos, foram 65 incidentes só nos oito primeiros meses de 2011 --dez a mais do que no ano passado. A situação se repetiu em outras vias desses bairros menos favorecidos.
O começo das multas e da campanha educativa nessas regiões terá efeitos positivos, é claro. Mas isso não basta.
Também há mais acidentes por lá porque as avenidas são piores, há menos semáforos, a sinalização é ruim, existem poucas passarelas.
É preciso melhorar tudo isso. Motoristas e pedestres têm de seguir as regras do trânsito. Mas a prefeitura também precisa fazer a sua parte.
Os atropelamentos são um dos maiores problemas do trânsito de São Paulo. No ano passado, foram em torno de 7.000, que deixaram 630 mortos.
Diante dessa carnificina, a prefeitura lançou uma campanha em maio para tentar diminuir esses acidentes. A ideia é simples: os carros precisam respeitar os pedestres, e quem anda a pé deve atravessar sempre na faixa.
Os marronzinhos passaram a multar motoristas que não param para pedestres atravessarem a rua, e fiscais começaram a orientar as pessoas.
Os primeiros dados mostram que a iniciativa surtiu efeito, com queda dos atropelamentos na região central, onde começou a campanha.
Mas esse esforço civilizatório demorou a chegar à periferia. Enquanto o centro já colhia os frutos, os atropelamentos seguiam a toda nas áreas mais afastadas.
Isso porque nessas áreas a campanha só começou a valer em setembro.
Na avenida Sapopemba, a campeã de atropelamentos, foram 65 incidentes só nos oito primeiros meses de 2011 --dez a mais do que no ano passado. A situação se repetiu em outras vias desses bairros menos favorecidos.
O começo das multas e da campanha educativa nessas regiões terá efeitos positivos, é claro. Mas isso não basta.
Também há mais acidentes por lá porque as avenidas são piores, há menos semáforos, a sinalização é ruim, existem poucas passarelas.
É preciso melhorar tudo isso. Motoristas e pedestres têm de seguir as regras do trânsito. Mas a prefeitura também precisa fazer a sua parte.
OS OITOS MINUTOS APOS A MORTE
Você conhece física quântica? Se a resposta for negativa, não fique triste: é complicada mesmo. Trata-se do estudo da existência de universos paralelos, realidades alternativas semelhantes ao que acontece aqui, neste exato momento, só que com ligeiras modificações. Sua existência jamais foi provada e muitos cientistas torcem o nariz para a ideia – Einstein, por exemplo, disse a famosa frase “Deus não joga dados” ao se referir a ela. Só que a proposta, convenhamos, é tentadora. Ainda mais para Hollywood, que busca sempre um roteiro esperto que possa pegar o público desprevenido. É este o grande trunfo de Contra o Tempo.
A história é pura ficção científica. Um trem explodiu em Chicago e matou centenas de pessoas. Nada pode ser feito para evitar o desastre, mas outro anunciado para daqui a algumas horas pode ser evitado. Como? Enviando alguém à mente de uma das vítimas através de um aparelho revolucionário chamado Código Fonte – ou source code, que é também o título original. Ele tem apenas oito minutos para, na pele da vítima, descobrir quem armou a bomba em um trem lotado. Tarefa difícil por si só, ainda mais quando o responsável pela missão é alguém que não tem a menor ideia do que está acontecendo.
Este é o capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal, convincente na pele de herói). Ex-militar em missão no Afeganistão, ele agora tem a árdua tarefa de descobrir quem explodiu o trem de Chicago. Apesar das várias dúvidas, o lado patriota fala mais alto e ele entra em ação. Com isso várias vezes os tais oito minutos se repetem, com pequenas mudanças provocadas pelo próprio Stevens. No embalo pequenas informações sobre os presentes no trem são coletadas, de forma a montar um painel sobre quem é quem no cenário do crime e tentar identificar o possível culpado. Uma situação tensa pelo pouco tempo disponível e pela dificuldade por não saber nem por onde começar a investigar.
Quando Contra o Tempo começa a se tornar repetitivo vem o grande pulo do gato. A história muda do trem para o próprio Stevens e seu passado, trazendo revelações surpreendentes. Com ecos de Johnny Vai à Guerra, os conceitos sobre humanidade e até onde vale a pena estar vivo vêm à tona. Sem grande profundidade, é claro, já que a intenção do filme é usar estes preceitos, assim como os da física quântica, para criar entretenimento de qualidade. Consegue.
Contra o Tempo é um engenhoso filme de ficção científica, graças ao roteiro bem encadeado que até deixa algumas pontas frouxas, mas estas são inevitáveis ao se tratar de física quântica – até mesmo pela impossibilidade de ser provada. Destaque também para a direção de Duncan Jones, pela criação do relacionamento entre Stevens e os demais responsáveis pelo Source Code. É importante ressaltar que em nenhum momento eles têm contato direto, o que gera dois universos ao mesmo tempo antagônicos e complementares. Um filme bem interessante, para se divertir e pensar.
A história é pura ficção científica. Um trem explodiu em Chicago e matou centenas de pessoas. Nada pode ser feito para evitar o desastre, mas outro anunciado para daqui a algumas horas pode ser evitado. Como? Enviando alguém à mente de uma das vítimas através de um aparelho revolucionário chamado Código Fonte – ou source code, que é também o título original. Ele tem apenas oito minutos para, na pele da vítima, descobrir quem armou a bomba em um trem lotado. Tarefa difícil por si só, ainda mais quando o responsável pela missão é alguém que não tem a menor ideia do que está acontecendo.
Este é o capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal, convincente na pele de herói). Ex-militar em missão no Afeganistão, ele agora tem a árdua tarefa de descobrir quem explodiu o trem de Chicago. Apesar das várias dúvidas, o lado patriota fala mais alto e ele entra em ação. Com isso várias vezes os tais oito minutos se repetem, com pequenas mudanças provocadas pelo próprio Stevens. No embalo pequenas informações sobre os presentes no trem são coletadas, de forma a montar um painel sobre quem é quem no cenário do crime e tentar identificar o possível culpado. Uma situação tensa pelo pouco tempo disponível e pela dificuldade por não saber nem por onde começar a investigar.
Quando Contra o Tempo começa a se tornar repetitivo vem o grande pulo do gato. A história muda do trem para o próprio Stevens e seu passado, trazendo revelações surpreendentes. Com ecos de Johnny Vai à Guerra, os conceitos sobre humanidade e até onde vale a pena estar vivo vêm à tona. Sem grande profundidade, é claro, já que a intenção do filme é usar estes preceitos, assim como os da física quântica, para criar entretenimento de qualidade. Consegue.
Contra o Tempo é um engenhoso filme de ficção científica, graças ao roteiro bem encadeado que até deixa algumas pontas frouxas, mas estas são inevitáveis ao se tratar de física quântica – até mesmo pela impossibilidade de ser provada. Destaque também para a direção de Duncan Jones, pela criação do relacionamento entre Stevens e os demais responsáveis pelo Source Code. É importante ressaltar que em nenhum momento eles têm contato direto, o que gera dois universos ao mesmo tempo antagônicos e complementares. Um filme bem interessante, para se divertir e pensar.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
O direito de opinião
Dia sim, outro também, surgem nos jornais notícias de agressões a homossexuais --muitas delas acontecem em plena avenida Paulista, a mais famosa da cidade.
Assim, é bom mesmo que o Congresso Nacional, lá em Brasília, discuta um projeto para combater os crimes de ódio contra os gays.
Todos devem ter o direito de conduzir sua vida particular como acharem melhor, qualquer que seja a sua orientação sexual.
Mas o projeto em debate em Brasília está cheio de problemas. Na correta tentativa de defender os homossexuais, acaba ferindo um direito muito importante, o da liberdade de expressão.
O texto inicial previa punição a qualquer manifestação de pensamento contrária ao homossexualismo. Era demais. Por mais lamentável que seja, as pessoas têm direito de pensar o que bem entenderem sobre o tema.
Para tentar levar a lei adiante, a senadora Marta Suplicy (PT) decidiu abrir uma exceção: quem se manifestar contra os homossexuais por questões religiosas ou morais pode falar o que quiser.
Assim, criou uma discriminação contra quem, por outros motivos, também tem opinião crítica sobre gays. Tudo errado.
A homofobia deve ser punida nos casos de injúria, de agressão, de discriminação, ou seja, quando palavras se transformam em ações concretas de ataque. Não quando alguém apenas diz o que pensa sobre o assunto --sendo religioso ou não.
A votação do projeto foi adiada para o ano que vem. Espera-se que os congressistas reflitam um pouco mais e apresentem uma proposta melhor.
Assim, é bom mesmo que o Congresso Nacional, lá em Brasília, discuta um projeto para combater os crimes de ódio contra os gays.
Todos devem ter o direito de conduzir sua vida particular como acharem melhor, qualquer que seja a sua orientação sexual.
Mas o projeto em debate em Brasília está cheio de problemas. Na correta tentativa de defender os homossexuais, acaba ferindo um direito muito importante, o da liberdade de expressão.
O texto inicial previa punição a qualquer manifestação de pensamento contrária ao homossexualismo. Era demais. Por mais lamentável que seja, as pessoas têm direito de pensar o que bem entenderem sobre o tema.
Para tentar levar a lei adiante, a senadora Marta Suplicy (PT) decidiu abrir uma exceção: quem se manifestar contra os homossexuais por questões religiosas ou morais pode falar o que quiser.
Assim, criou uma discriminação contra quem, por outros motivos, também tem opinião crítica sobre gays. Tudo errado.
A homofobia deve ser punida nos casos de injúria, de agressão, de discriminação, ou seja, quando palavras se transformam em ações concretas de ataque. Não quando alguém apenas diz o que pensa sobre o assunto --sendo religioso ou não.
A votação do projeto foi adiada para o ano que vem. Espera-se que os congressistas reflitam um pouco mais e apresentem uma proposta melhor.
Tragédias passadas e futuras
Vinte e dois mortos. Foi esse o saldo do verão em sete pontos da Grande São Paulo nos últimos dois anos. Mas os riscos de tragédia continuam a existir nessas regiões, como mostrou ontem a reportagem do Agora.
Em alguns pontos, só as famílias que tiveram as casas destruídas foram retiradas do local. Vizinhos, também em situação de perigo, continuam lá. Mesmo obras simples, como a contenção de um barranco, deixaram de ser feitas.
A chegada oficial do verão é na semana que vem, e algumas chuvas mais fortes já castigam São Paulo.
Não é difícil imaginar o que pode acontecer nessas áreas quando o aguaceiro começar para valer. Aí vai ser aquele jogo de empurra que já se conhece.
As famílias, com razão, vão acusar a prefeitura do município de não ter feito nada. O poder público vai dizer que alertou sobre os riscos, mas as pessoas não quiseram sair. Todos lamentaremos a perda inútil de vidas.
Não precisava ser assim. A prefeitura deveria ter sido mais eficaz na realização de obras preventivas. E poderia ter oferecido condições que convencessem os moradores a abandonar as regiões mais arriscadas.
Em algumas localidades, a administração municipal não fez nem proposta de pagar auxílio-aluguel.
Ainda há tempo, mesmo que pouco, para melhorar a situação. A triste alternativa, infelizmente, serão novos casos de desespero e morte em famílias com menos condições de se defender.
Em alguns pontos, só as famílias que tiveram as casas destruídas foram retiradas do local. Vizinhos, também em situação de perigo, continuam lá. Mesmo obras simples, como a contenção de um barranco, deixaram de ser feitas.
A chegada oficial do verão é na semana que vem, e algumas chuvas mais fortes já castigam São Paulo.
Não é difícil imaginar o que pode acontecer nessas áreas quando o aguaceiro começar para valer. Aí vai ser aquele jogo de empurra que já se conhece.
As famílias, com razão, vão acusar a prefeitura do município de não ter feito nada. O poder público vai dizer que alertou sobre os riscos, mas as pessoas não quiseram sair. Todos lamentaremos a perda inútil de vidas.
Não precisava ser assim. A prefeitura deveria ter sido mais eficaz na realização de obras preventivas. E poderia ter oferecido condições que convencessem os moradores a abandonar as regiões mais arriscadas.
Em algumas localidades, a administração municipal não fez nem proposta de pagar auxílio-aluguel.
Ainda há tempo, mesmo que pouco, para melhorar a situação. A triste alternativa, infelizmente, serão novos casos de desespero e morte em famílias com menos condições de se defender.
domingo, 11 de dezembro de 2011
A batalha do crack
Estava mesmo na hora de o governo federal lançar um plano para valer de combate ao crack no Brasil.
A estimativa é que 800 mil brasileiros sejam viciados na droga. Se nada for feito, o número tende a aumentar.
O maior exemplo disso talvez seja a cracolândia, que existe no centro de São Paulo há quase duas décadas e não para de aumentar. O problema se espalhou pelo país.
É bom lembrar que Dilma Rousseff havia prometido na campanha um plano contra o crack. Agora, lançou esse pacote, que prevê gastos de R$ 4 bilhões até 2014.
Um dos aspectos positivos do plano é não tratar o crack apenas como problema de polícia. Valoriza também a prevenção e o tratamento clínico dos dependentes.
Os consultórios de rua, que abordam os viciados nos locais de consumo, devem aumentar de 92 para 400 em todo o país. Assim, fica mais fácil que os médicos avaliem o estado dos drogados e tentem convencê-los a tratar o vício.
Também devem ser criadas enfermarias especializadas no SUS e 2.500 novos leitos para usuários de drogas. Os centros de tratamento, que fecham às 18h, passarão a funcionar 24 horas.
É ótimo tratar os doentes, mas isso não basta. Por isso, é boa a ideia de colocar câmeras e fazer mais policiamento nos locais conhecidos de consumo da droga, as cracolândias.
O mais importante, talvez, seja evitar que mais pessoas tombem nesse terrível vício. Por isso, o projeto de treinar 210 mil educadores para atuar na prevenção merece elogio.
O desafio do crack é enorme, e o plano não é garantia de solução. Mas ao menos o problema começa a ser enfrentado para valer.
A estimativa é que 800 mil brasileiros sejam viciados na droga. Se nada for feito, o número tende a aumentar.
O maior exemplo disso talvez seja a cracolândia, que existe no centro de São Paulo há quase duas décadas e não para de aumentar. O problema se espalhou pelo país.
É bom lembrar que Dilma Rousseff havia prometido na campanha um plano contra o crack. Agora, lançou esse pacote, que prevê gastos de R$ 4 bilhões até 2014.
Um dos aspectos positivos do plano é não tratar o crack apenas como problema de polícia. Valoriza também a prevenção e o tratamento clínico dos dependentes.
Os consultórios de rua, que abordam os viciados nos locais de consumo, devem aumentar de 92 para 400 em todo o país. Assim, fica mais fácil que os médicos avaliem o estado dos drogados e tentem convencê-los a tratar o vício.
Também devem ser criadas enfermarias especializadas no SUS e 2.500 novos leitos para usuários de drogas. Os centros de tratamento, que fecham às 18h, passarão a funcionar 24 horas.
É ótimo tratar os doentes, mas isso não basta. Por isso, é boa a ideia de colocar câmeras e fazer mais policiamento nos locais conhecidos de consumo da droga, as cracolândias.
O mais importante, talvez, seja evitar que mais pessoas tombem nesse terrível vício. Por isso, o projeto de treinar 210 mil educadores para atuar na prevenção merece elogio.
O desafio do crack é enorme, e o plano não é garantia de solução. Mas ao menos o problema começa a ser enfrentado para valer.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Polícia e bandido
Polícia e bandido
Um dos principais problemas para combater o tráfico de drogas é a capacidade que essa modalidade de crime tem de corromper a polícia.
Recentemente, no Rio, o traficante Nem, chefão da venda de drogas na favela da Rocinha, disse, depois de ser preso, que metade da grana que ele faturava ia para o bolso de policiais.
E o sujeito ganhava muito com a venda de entorpecentes: segundo estimativas, R$ 100 milhões por ano.
Em São Paulo, a Polícia Federal está investigando a extorsão de traficantes por parte de agentes ligados a órgãos de elite da Polícia Civil, como o Denarc (Departamento de Narcóticos) e o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
Os policiais são suspeitos de pedir grana, automóveis e armas para livrar os bandidos da prisão.
Segundo a PF, 12 policiais civis teriam embolsado cerca de R$ 3 milhões com as propinas exigidas para aliviar a situação dos marginais.
O caso é grave e precisa ser apurado com rigor. Infelizmente, nem sempre isso acontece.
Processos para punir policiais que cometem irregularidades muitas vezes não vão adiante. Esbarram no "deixa disso" corporativista ou na lerdeza da Justiça.
Como se sabe, a impunidade é uma praga brasileira que só serve para alimentar o crime. Se os bandidos têm convicção de que a polícia e a Justiça não vão puni-los, ficam à vontade para continuar barbarizando.
No caso da polícia, se o agente da lei achar que pode passar para o outro lado sem que nada aconteça, estamos à beira do caos.
Um dos principais problemas para combater o tráfico de drogas é a capacidade que essa modalidade de crime tem de corromper a polícia.
Recentemente, no Rio, o traficante Nem, chefão da venda de drogas na favela da Rocinha, disse, depois de ser preso, que metade da grana que ele faturava ia para o bolso de policiais.
E o sujeito ganhava muito com a venda de entorpecentes: segundo estimativas, R$ 100 milhões por ano.
Em São Paulo, a Polícia Federal está investigando a extorsão de traficantes por parte de agentes ligados a órgãos de elite da Polícia Civil, como o Denarc (Departamento de Narcóticos) e o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
Os policiais são suspeitos de pedir grana, automóveis e armas para livrar os bandidos da prisão.
Segundo a PF, 12 policiais civis teriam embolsado cerca de R$ 3 milhões com as propinas exigidas para aliviar a situação dos marginais.
O caso é grave e precisa ser apurado com rigor. Infelizmente, nem sempre isso acontece.
Processos para punir policiais que cometem irregularidades muitas vezes não vão adiante. Esbarram no "deixa disso" corporativista ou na lerdeza da Justiça.
Como se sabe, a impunidade é uma praga brasileira que só serve para alimentar o crime. Se os bandidos têm convicção de que a polícia e a Justiça não vão puni-los, ficam à vontade para continuar barbarizando.
No caso da polícia, se o agente da lei achar que pode passar para o outro lado sem que nada aconteça, estamos à beira do caos.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
25 Times Mais Valiosos do Brasil categoria Mercado, Rankings
Esse é mais um post a respeito do 1º Painel Pluri Futebol 2011, realizado pela área Sport Business da Pluri Consultoria, agora abordando os 25 times mais valiosos do Brasil. Novamente, gostaria de chamar a atenção de todos para o fato de se tratar de estudo de mercado, realizado com informações coletadas e disponíveis no mercado. Os valores em causa dizem respeito, única e exclusivamente, ao valor total estimado para os jogadores do time de futebol de cada clube. Ou seja, o clube propriamente dito, com sua marca, história, estrutura e tudo o mais, não faz parte desses valores. Se um jogador for negociado e sair, se um jogador for contratado e chegar, o valor atribuído ao time nesse estudo muda, naturalmente. Os valores aqui considerados são referentes ao período encerrado no dia 18 de novembro de 2011. Portanto, senhores, antes de terminar o Campeonato Brasileiro, antes de muitas especulações sobre saídas e chegadas de inúmeros jogadores. Por fim, leiam atentamente a tabela e os gráficos, inclusive, e principalmente, as observações no rodapé da tabela com os 25 clubes.
Processo de concentração e importância da gestão
Na apresentação do estudo, os analistas da Pluri destacam um fato que vem sendo percebido nos últimos anos, destacado por este OCE: há um processo de concentração em curso. Concentração econômica, mais visível, e concentração de torcidas, mais difícil de ser vista e muito mais lenta, como já foi, inclusive, bastante discutido nesse espaço.
Esse processo, entretanto, e, novamente, a percepção da Pluri coincide totalmente com a deste Olhar Crônico Esportivo, é que essa concentração não tem e não terá nada de espanholização.
Citando trecho do trabalho: “há fatores atuando contra a concentração excessiva. Flamengo e Corinthians, as duas maiores torcidas do país, tem a
preferência de cerca de 30% dos torcedores brasileiros, menos da
metade dos mais de 60% de Espanhóis que torcem por Real Madri e
Barcelona, ou dos Argentinos que preferem Boca e River, para ficar em
apenas dois exemplos. Além disso, as características continentais do
Brasil, o tamanho de sua população e economia e sua diversidade
cultural também tendem a atuar contra a concentração”; mesmo a famosa distribuição desigual dos direitos de transmissão, se dá de forma muito menos acentuada que na Espanha (lembrando, como sempre, que as características dos mercados europeus de TV e do brasileiro são muito diferentes, em especial no que diz respeito ao peso das transmissões gratuitas, em sinal aberto, que dependem totalmente da audiência para se sustentarem).
Para os autores desse estudo, é viável que o processo em curso leve à consolidação de quatro a seis clubes mais fortes, em termos econômicos. Se levarmos a ferro e fogo e fizermos uma análise dos últimos 20 anos, veremos que a realidade já é muito parecida com essa.
Finalmente, quero destacar outro ponto do trabalho, particularmente importante na minha visão, na visão e razão de ser deste Olhar Crônico Esportivo: “no Brasil há enorme assimetria entre a qualidade com que os clubes são dirigidos, e essa diferença se tornará cada vez mais visível na medida em que os recursos entrem com mais força no caixa. Ou seja, alguns vão tratar seus recursos melhor que outros, e isso independerá do tamanho da torcida. O fiel da balança será a capacidade de gestão.”
Atentem, se preciso for releiam o trecho citado, do qual, para ser chato, repetitivo, mas claro, destacarei uma frase: “alguns vão tratar seus recursos melhor que outros, e isso independerá do tamanho da torcida.”
É isso. O foco de cobranças e críticas não é o mercado, que existe e continuará existindo independentemente das críticas de uma ou duas ou mais ou todas as torcidas. O foco deve ser a direção de cada clube. As ferramentas para isso, ideais, devem ser a democracia interna e a transparência.
Vamos, então, à lista dos 25 +:
Como vocês puderam ver, temos valores em Reais e em Euros. Não é preciosismo ou “complexo de vira-lata”, mas simplesmente o reconhecimento da importância e inserção do mundo boleiro tupiniquim no grande mundo do futebol, onde a moeda-chave é o euro.
Pela primeira vez, destaca o trabalho, o valor de mercado dos clubes atinge e ultrapassa a marca de 1 bilhão de euros. Esse valor, embora significativo, representa a soma dos elencos de Barcelona e Manchester United, somente, que têm o 1º e o 5º elencos mais valiosos do mundo.
Os 25 times estão distribuídos em dez estados brasileiros.
Os três times brasileiros mais valiosos – Santos, São Paulo e Internacional – representam 30% do valor total de mercado dos 25 +.
Os seis times mais valiosos – os três citados e mais Corinthians, Vasco e Flamengo – representam, praticamente, 50% do valor de mercado dos 25 +.
Os seis times de São Paulo representam 37% do valor dos 25 +.
São Paulo e Rio de Janeiro, juntos, têm 40% dos times (10 equipes) e 59% do valor de mercado dos 25 +.
Por valor médio, os dois times do Rio Grande do Sul apresentam o maior valor, seguidos pelos times de São Paulo e Rio de Janeiro. Esses times são os únicos cujo valor médio é superior à média geral de 41 milhões de Euros por time.
O próximo gráfico nos dá uma visão integrada de número de times e valor de mercado por estado.
estas analizes de quem não ter o q fazer, por exemplo o Poderoso Atlético MG eterno rebaixado entre os 10. GLOBO faz um estudo, quem são maiores campeões no Brasil referente a Marca e títulos por exemplo LIBERTADORES…
52
Daniel:
7 dezembro, 2011 as 19:14
Besteira como pode o Botafogo, Atletico Mineiro, Corinthians que pro sinal nao tem nenhum titulo internacional, valer mais que o Palmeiras. Isso é uma grande besteira, o Palmeiras é um dos times mais valiosos do Brasil .
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Pequeno produtor de vídeo na cidade grande, produtor de leite ainda menor na cidade pequena. Produtor de escritos diversos, também, não se pode esquecer. No blog, fala do marketing ligado ao mundo da bola, do futebol como business nos dias de hoje, mas também das paixões infinitas que o futebol gera e por elas é gerado.
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Processo de concentração e importância da gestão
Na apresentação do estudo, os analistas da Pluri destacam um fato que vem sendo percebido nos últimos anos, destacado por este OCE: há um processo de concentração em curso. Concentração econômica, mais visível, e concentração de torcidas, mais difícil de ser vista e muito mais lenta, como já foi, inclusive, bastante discutido nesse espaço.
Esse processo, entretanto, e, novamente, a percepção da Pluri coincide totalmente com a deste Olhar Crônico Esportivo, é que essa concentração não tem e não terá nada de espanholização.
Citando trecho do trabalho: “há fatores atuando contra a concentração excessiva. Flamengo e Corinthians, as duas maiores torcidas do país, tem a
preferência de cerca de 30% dos torcedores brasileiros, menos da
metade dos mais de 60% de Espanhóis que torcem por Real Madri e
Barcelona, ou dos Argentinos que preferem Boca e River, para ficar em
apenas dois exemplos. Além disso, as características continentais do
Brasil, o tamanho de sua população e economia e sua diversidade
cultural também tendem a atuar contra a concentração”; mesmo a famosa distribuição desigual dos direitos de transmissão, se dá de forma muito menos acentuada que na Espanha (lembrando, como sempre, que as características dos mercados europeus de TV e do brasileiro são muito diferentes, em especial no que diz respeito ao peso das transmissões gratuitas, em sinal aberto, que dependem totalmente da audiência para se sustentarem).
Para os autores desse estudo, é viável que o processo em curso leve à consolidação de quatro a seis clubes mais fortes, em termos econômicos. Se levarmos a ferro e fogo e fizermos uma análise dos últimos 20 anos, veremos que a realidade já é muito parecida com essa.
Finalmente, quero destacar outro ponto do trabalho, particularmente importante na minha visão, na visão e razão de ser deste Olhar Crônico Esportivo: “no Brasil há enorme assimetria entre a qualidade com que os clubes são dirigidos, e essa diferença se tornará cada vez mais visível na medida em que os recursos entrem com mais força no caixa. Ou seja, alguns vão tratar seus recursos melhor que outros, e isso independerá do tamanho da torcida. O fiel da balança será a capacidade de gestão.”
Atentem, se preciso for releiam o trecho citado, do qual, para ser chato, repetitivo, mas claro, destacarei uma frase: “alguns vão tratar seus recursos melhor que outros, e isso independerá do tamanho da torcida.”
É isso. O foco de cobranças e críticas não é o mercado, que existe e continuará existindo independentemente das críticas de uma ou duas ou mais ou todas as torcidas. O foco deve ser a direção de cada clube. As ferramentas para isso, ideais, devem ser a democracia interna e a transparência.
Vamos, então, à lista dos 25 +:
Como vocês puderam ver, temos valores em Reais e em Euros. Não é preciosismo ou “complexo de vira-lata”, mas simplesmente o reconhecimento da importância e inserção do mundo boleiro tupiniquim no grande mundo do futebol, onde a moeda-chave é o euro.
Pela primeira vez, destaca o trabalho, o valor de mercado dos clubes atinge e ultrapassa a marca de 1 bilhão de euros. Esse valor, embora significativo, representa a soma dos elencos de Barcelona e Manchester United, somente, que têm o 1º e o 5º elencos mais valiosos do mundo.
Os 25 times estão distribuídos em dez estados brasileiros.
Os três times brasileiros mais valiosos – Santos, São Paulo e Internacional – representam 30% do valor total de mercado dos 25 +.
Os seis times mais valiosos – os três citados e mais Corinthians, Vasco e Flamengo – representam, praticamente, 50% do valor de mercado dos 25 +.
Os seis times de São Paulo representam 37% do valor dos 25 +.
São Paulo e Rio de Janeiro, juntos, têm 40% dos times (10 equipes) e 59% do valor de mercado dos 25 +.
Por valor médio, os dois times do Rio Grande do Sul apresentam o maior valor, seguidos pelos times de São Paulo e Rio de Janeiro. Esses times são os únicos cujo valor médio é superior à média geral de 41 milhões de Euros por time.
O próximo gráfico nos dá uma visão integrada de número de times e valor de mercado por estado.
estas analizes de quem não ter o q fazer, por exemplo o Poderoso Atlético MG eterno rebaixado entre os 10. GLOBO faz um estudo, quem são maiores campeões no Brasil referente a Marca e títulos por exemplo LIBERTADORES…
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7 dezembro, 2011 as 19:14
Besteira como pode o Botafogo, Atletico Mineiro, Corinthians que pro sinal nao tem nenhum titulo internacional, valer mais que o Palmeiras. Isso é uma grande besteira, o Palmeiras é um dos times mais valiosos do Brasil .
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