Só pode ser definido como barbárie o linchamento do motorista de ônibus Edmílson dos Reis Alves, 59 anos, que momentos antes havia perdido o controle do veículo, atropelado um jovem e batido em seis carros.
O motorista foi vítima de um mal súbito, e o jovem atropelado teve o pé fraturado, mas não corre risco de morte. O incidente, todavia, tornou-se uma tragédia.
Cerca de 40 frequentadores de um baile funk próximo viram a cena e partiram para cima do condutor.
Talvez influenciados pela recente onda de motoristas embriagados que se envolvem em acidentes, acharam que ele estava alcoolizado e passaram a espancá-lo até a morte.
Passageiros e a cobradora ainda tentaram conter a multidão enfurecida, que não deu ouvidos e continuou na covardia.
Antes de tudo, é importante deixar claro que nada justifica linchamentos. Mesmo que o motorista tivesse ingerido bebida alcoólica, a ação continuaria a ser inaceitável.
Foram necessários milhares de anos de evolução para chegar ao estágio atual da civilização, no qual existem a polícia para deter suspeitos e Justiça para punir culpados. Querer fazer justiça com as próprias mãos é coisa de brucutu, uma volta à Idade da Pedra.
Chama a atenção que um crime desses tenha acontecido não em algum grotão esquecido nos confins do país, mas em São Paulo, a cidade mais rica e desenvolvida.
O linchamento é um crime de difícil punição, porque é quase impossível determinar quem afinal deu o golpe fatal.
Mas a polícia tem de fazer de tudo para mostrar a esses justiceiros que eles não estão acima da lei.
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