Quem acompanha o futebol sabe que a ganância dos cartolas não é pequena. Mas, mesmo se comparado aos padrões brasileiros, o olho grande dos dirigentes da Fifa, a entidade máxima do esporte, tem passado dos limites nas discussões sobre a Copa de 2014, no Brasil.
Está em discussão no Congresso a Lei Geral da Copa, que fixa as regras de preços de ingressos, venda de produtos, responsabilidades, custos e lucros do evento.
Nos últimos meses, a Fifa tem feito pressão para que várias leis brasileiras deixem de valer durante a Copa.
Os cartolas internacionais querem que a venda de bebidas nos estádios, hoje proibida em alguns Estados, seja liberada. Exigem também que as atuais regras de meia-entrada para idosos e estudantes deixem de valer.
Mas a coisa piorou na semana passada. O governo já tinha concordado em aprovar uma regra em que o Estado brasileiro se responsabilizaria, e pagaria, por eventuais prejuízos à Fifa provocados "por ação ou omissão" das autoridades do país. Já era uma maneira de a Fifa transferir para os contribuintes brasileiros os riscos do evento, enquanto fica com os lucros.
Mas agora eles querem mais. Tentaram colocar na Lei Geral da Copa, de última hora, uma regra que tornava o governo responsável por quaisquer danos, "integralmente, independentemente de culpa".
Só um doido aceitaria um contrato desses. Queriam que o país assinasse um cheque em branco. Os deputados acabaram adiando a votação.
Fizeram muito bem. O Brasil pediu para ser sede da Copa e tem que assumir suas responsabilidades. Mas o que a Fifa quer já é demais. É um abuso.
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