No Brasil, domingo é dia sagrado. Quem é de reza, vai para a igreja. Quem é de bola, pro futebol. De manhã, a famosa pelada. À tarde, é ver o time de futebol do coração arrebentar no campo. Roupa para a ocasião? É especial: a camisa oficial, o chamado “manto sagrado” que representa não apenas o amor pela equipe, mas o pertencimento a um grupo exclusivo, formado por gente que teve a sorte de amar o melhor time de todos. Quando a coisa vai mal, o coração sofre, bate mais forte. Aliás, no futebol, a relação nem sempre é de amor. Se o time do coração anda mal das pernas, vale xingar o jogador e os dirigentes. No campo, são os 11 que correm. Porém, dizem que a torcida é como um décimo-segundo jogador, capaz até de influenciar num resultado.
Fora do estádio, pensar no time também é parte da rotina. Ler as notícias nos jornais e na internet, comentar com os colegas de trabalho e nos fóruns virtuais são quase que rituais diários. Não adianta apenas ver o que está rolando em campo, é preciso entender os bastidores, as disputas políticas e tudo o mais que está por trás do espetáculo. Tem que ser bom de contas, entender de tabelas e, de vez em quando, ser um pouco futurologista. Também não é suficiente amar. Sempre que possível, deve-se demonstrar o amor pela camisa. Em casa e na rua, é preciso exibir o escudo e os galardões do time. E, claro, defendê-lo. Nem que para isso seja preciso partir para o confronto, que pode variar de um simples bate-boca até uma verdadeira batalha campal. Neste caso, torcedores organizados acabam se tornando guerreiros e, não raramente, criminosos.
Todo este amor e admiração atravessam fronteiras. Nesse texto, você vai ver como é o universo das torcidas organizadas brasileiras no Japão e como os torcedores, mesmo tendo cruzado o mundo, preservam as tradições e o amor incondicional por seus times de coração.
Amor que atravessa o oceano
Muitos brasileiros aportam no Japão com sonhos nas malas e uma enorme esperança de retorno ao Brasil. Alguns deles incluem na bagagem a camisa de seu time de futebol preferido. Apesar de muitos de nós não terem a mínima intimidade com a bola, não se pode negar que o futebol é, doa a quem doer, uma paixão nacional. E muita gente aprende a amar o esporte porque, antes de tudo, aprendeu a amar um time. Para muitos, torcer para uma equipe é algo passado de geração em geração.
A vinda para o Japão não diminui o interesse dos brasileiros pelo futebol. Mesmo com a rotina estafante do trabalho nas fábricas, os dekasseguis (nipo-brasileiros migrantes na Terra do Sol Nascente) acompanham seu time de coração como podem. Pela internet, é possível ler notícias e participar de fóruns. Ninguém fica desinformado. E foi a rede que tornou possível algo que muitos sequer imaginaram quando se mudaram para o cá: formar uma torcida organizada. Partindo de fóruns e comunidades on-line torcedores apaixonados organizaram sub-sedes no Japão de três das maiores torcidas organizadas brasileiras: Gaviões da Fiel (Corinthians), Mancha Verde (Palmeiras) e Torcida Independente (São Paulo).
E era uma vez a internet...
As origens das três sub-sedes são mais ou menos parecidas. Todas começaram com torcedores que começaram a trocar idéias pela internet, marcaram um encontro e viram surgir o sonho de trazer uma sucursal de sua torcida para o Japão. Porém, como torcida organizada é coisa séria, entre o sonho e a realidade, o processo foi longo. Os membros da Torcida Independente Japão, por exemplo, só se viram reconhecidos como uma sub-sede oficial no final de março, apesar de terem começado a se organizar em 2005, ano em que ofereceram todo seu suporte na campanha em que o São Paulo faturou a taça no Mundial de Clubes. Os gaviões no Japão também tiveram que mostrar muito empenho para provar para a Fiel que eram capazes de representar o Corinthians na Terra do Sol Nascente. Para isso, eles contaram com uma embaixadora no Brasil, Miriam Aiko Yokomizo, que atuou como elo entre os torcedores no Japão e a diretoria no Brasil.
A oficialização permite às torcidas não apenas representar seus clubes mas, também, a venda de produtos oficiais dos times bem como o reconhecimento por parte dos torcedores e das diretorias das equipes e, ainda, o direito de organizar eventos comemorativos e beneficentes e cadastrar novos associados. Os diretores locais fazem contatos diretos com as lideranças no Brasil, de quem recebem as instruções e os produtos oficiais que são vendidos no Japão.
Redes de amigos
As torcidas costumam organizar atividades sazonais para reunir seus membros. São festas, torneios e encontros que ganham contornos especiais quando se vive longe de casa. Enquanto no Brasil, as maiorias das sedes e sub-sedes concentram torcedores de uma mesma cidade ou região, os encontros realizados no Japão atraem gente de todo o país, alguns viajando mais de cinco horas para confraternizar com seus pares. A família Hayakawa é um exemplo. Ricardo Takao, a filha Rebeka e a esposa Graciede viajaram da província de Tochigi até Daito (província de Shizuoka) para participar do encontro da Gaviões da Fiel que ocorreu em março. “Foram cinco horas de viagem”, conta ele. A participação nas torcidas amplia a rede social dos torcedores, algo que é uma vantagem para quem vive como imigrante e precisa de contatos para encontrar trabalho em outras regiões, por exemplo.
Os encontros também são uma forma de ensinar aos mais novos, principalmente àqueles que nunca foram ao estádio no Brasil, um pouco da cultura do clube. As lideranças sabem que o amor ao time é algo que passa pela educação dos novatos nas coisas próprias de cada equipe, em sua história e, principalmente, em suas glórias. “Mostramos que fazer parte da Gaviões não é moda”, conta Cristiano Minoru, um dos membros mais ativos da torcida do Corínthians no Japão. Ele explica que a cada encontro são feitas reuniões com os novos membros para explicar as normas da torcida e para ensinar a cultura da Fiel.
Bateria, alegorias e adereços
Nos eventos, é possível ver em ação a bateria, uma instituição dentro das torcidas organizadas mais tradicionais. Tanto a Gaviões como a Independente possuem uma bateria com ensaios periódicos agendados. A torcida do Corinthians criou, ainda, a Escolinha de Bateria que se reúne 2 vezes por mês em Hamamatsu (província de Shizuoka) para ensinar as técnicas aos corinthianos interessados. A Mancha tem instrumentos mas, por falta de tempo dos ritmistas, não faz ensaios. As baterias não apenas servem para para levantar a torcida na hora dos cantos de guerra nas partidas mas, também, para animar os eventos onde vale a máxima de que tudo acaba em samba.
Outro orgulho das torcidas organizadas são as faixas e bandeiras. Neste caso, o quanto maior, melhor. No caso do Japão, onde raramente é possível ver os times do coração jogar, as flâmulas são usadas nos eventos e, em alguns casos, são levadas ao Brasil por algum torcedor para que sejam vistas nos estádios durante algum jogo. Ver a bandeira ou a faixa da torcida numa partida televisionada, por exemplo, pode significar para muitos torcedores a glória de ter sido visto em pessoa na partida. É mostrar para os outros torcedores do Brasil que, mesmo estando longe, quem está no Japão não se esquece do time. “Um membro levou uma faixa nossa e ela apareceu uma vez num jogo”, conta Leandro Henrique Pereira Leite da diretoria da Mancha Verde - Japão. “Ela nos representa. Para a gente que está aqui, isso é bastante coisa”, diz ele.
Em prol do outro
Além das confraternizações, as torcidas organizam eventos e campanhas beneficentes. O objetivo é integrar-se à comunidade local. A Mancha Verde, por exemplo, está engajada na ajuda a uma criança doente. Eles procuram recolher doações entre associados e não-associados para repassar à família da criança. A torcida corinthiana, por seu lado, organiza anualmente um evento onde todos os valores arrecadados são destinados a uma entidade filantrópica. Leandro, da Mancha Verde, afirma que esse tipo de evento é importante para mudar a imagem que as pessoas têm das torcidas organizadas.
Aliás, a preocupação com a imagem é algo que passa pelos três grupos. Ainda mais quando, recentemente, membros das torcidas Independente e Mancha se estranharam num evento de voleibol em Hamamatsu. Apesar de cada torcida envolvida ter sua versão sobre o que ocorreu naquela noite há alguns meses, seus representantes afirmam que tudo começou no Orkut. O site de relacionamentos atua não apenas como um espaço de conexão entre os membros da mesma torcida como, também, é o palco de muitas celeumas, como a que culminou com o confronto físico entre sãopaulinos e palmeirenses em Hamamatsu.
Os líderes das três maiores torcidas do Japão expressam preocupação com a violência e todos garantem que procuram ensinar os torcedores a evitar conflitos. Membros dos dois times afirmaram que, depois do incidente, a vigilância nas comunidades foi redobrada. Mesmo a Gaviões, que se orgulha de não ter participado de nenhum confronto no Japão, tem cuidado com a comunidade do Orkut. O objetivo dos líderes é evitar que provocações entrem nos tópicos de discussão. Eles, também, procuram conversar entre si para evitar confrontos e outros problemas. Leandro Leite da Mancha Verde conta que tem um canal aberto com a liderança da Gaviões. Ele conta que costuma combinar com os rivais para que as torcidas compareçam em eventos em dias ou horários diferentes de modo a não haver problemas. Entre a Gaviões e a Independente também há um diálogo aberto. Joel da Silva Fineza Junior, da diretoria da torcida sãopaulina, afirma que falta que falta estabelecer o mesmo canal com a Mancha Verde.
No ninho dos Gaviões
Somente um total desinformado pagaria essa. “Tira a camisa”, dizem. “De camisa verde, não entra”, surge outra voz vinda sabe-se de onde. De repente, o repórter está cercado de gente insistente no pedido. Por uma brecha, ele olha um aviso enorme na porta: era proibida a entrada de homens de brinco e de quaisquer um vestindo roupas... verdes. Alguns minutos de negociação e o repórter tenta usar seu casaco para esconder a blusa verde com a qual ele exibia, orgulhosamente, sua brasilidade. Mas, não cola. Diante da regra (e da superstição), entrar de verde não vale. Alguns minutos mais e, pronto, o repórter, para desespero dos passantes, mostra seus quilinhos mais e atende aos pedidos dos torcedores. Ele está iniciado e, agora sim, é bem-vindo no mundo da torcida Gaviões da Fiel, sucursal japonesa.
Não permitir a entrada de pessoas vestidas de verde é parte da tradição da torcida. Verde é a cor do Palmeiras, time que é, talvez, o maior adversário do Corínthians. Mas, o cabelo comprido e o brinco ainda ficam na cabeça do repórter, enquanto ele começa a explorar o ninho dos Gaviões. Como num filme das antigas, tudo é em preto-e-branco. O local do encontro, um restaurante brasileiro na cidade de Kakegawa (província de Shizuoka, região de Tokai), apinhado de gente e todo coberto por bandeiras e faixas que demonstram o amor pelo Timão. A maioria é formada por homens jovens. Mesmo assim, mulheres e crianças também marcam presença. Por todos os lados, o que se vê é gente confraternizando, trocando idéias. Amigos que não se vêem há um bom tempo, gente que se fala todo dia pela internet. Prato do dia: a tradicional feijoada.
Maurício Okabayashi de 23 anos é um dos fundadores da Gaviões da Fiel - sub-sede Japão. Ele conta que o primeiro encontro oficial dos Gaviões ocorreu em 2002. “Foram umas 30 pessoas”, conta ele. A idéia de formar uma sub-sede já estava presente em alguns membros do grupo inicial. Porém, a empreitada foi árdua até que o grupo conquistasse a confiança da diretoria da primeira torcida organizada independente do Brasil e ganhasse o direito de representa-lá e atuar em seu nome do outro lado do mundo.
Maurício conta que, mesmo com toda a dedicação foi necessária a intervenção mais que especial de uma corinthiana apaixonada que se identificou com os “meninos do Japão” e decidiu interceder por eles na diretoria do clube e da Gaviões da Fiel. Miriam Aiko Yokomizo teve seu primeiro contato com os Gaviões do Japão por causa da grafia de uma bandeira feita pelos torcedores daqui. Depois deste contato, Miriam foi solicitada a buscar informações sobre os procedimentos para abrir uma sub-sede e, mais que isso, acabou sendo o canal que liga os Gaviões dos dois lados do mundo. O trabalho de Miriam não foi simples. “Tentei por várias vezes, exaustivamente, contato com a diretoria”, conta ela que se encantou com a força de vontade dos corinthianos do Japão e, atualmente, é considerada a madrinha torcida. Em 2006, Miriam veio ao país apenas para conhecer a rapaziada da Gaviões. Além disso, ela presta suporte aos corinthianos que vão ao Brasil e querem conhecer a quadra e assistir aos jogos.
Apesar do ar do ambiente predominamente “cueca”, mulheres também são vistas na imensa quadra em que se transformou o restaurante onde a Gaviões se encontrou naquela clara tarde de domingo. Daiana Saka é uma delas. Apesar de torcer para o Cortinthians desde o Brasil, a moça de 23 anos se associou à torcida somente no Japão. “Eu queria me associar no Brasil, mas era muito caro para os meus padrões”, conta ela que é uma espécie de musa da Gaviões. Outra torcedora bastante popular é dona Renê, chamada de “A Babá da Fiel”. Sem revelar a idade, dona Renê esbanja simpatia e energia na hora em que a bateria canta os hinos de guerra do Corinthians.
O som certeiro da bateria e a excitação do ambiente corinthiano alivia o repórter depois da entrada pouco amistosa. Mas, não tira de sua cabeça as outras restrições da entrada no evento. Afinal, por que cargas d’água alguém de brinco não pode entrar na festa? Quem explica é Cristiano Minoru. “A torcida tem 38 anos e foi fundada numa época em que homem de brinco e cabelo comprido era considerado... Então, nós entendemos que essa proibição faz parte de nossa história”, diz ele. Mas, então, como fazem os homens dos dias de hoje que não apenas usam brincos mas outros acessórios que, há 40 anos atrás, eram coisa de mulher? “A pessoa tira o brinco quando entra ou quando vai ao estádio”, ensina Minoru. O negócio funciona tão bem que não é difícil ver orelhas furadas aqui e ali na festa. Porém, há outros que assumem postura mais radical. É o caso de Maurício que, simplesmente, desistiu de usar brinco. “Eu ia a tantos eventos do Corinthians que vivia tendo que tirar e colocar o brinco. Um dia, eu acabei perdendo e achei melhor parar de usar”, conta o rapaz.
Independentes e... reconhecidos
Depois do périplo para visitar os Gaviões, o repórter seguiu para Toyohashi (província de Aichi) onde a Independente fazia a festa para comemorar sua oficialização como sub-sede da maior torcida do São Paulo. Das três grandes torcidas, a Independente foi a única que teve o prazer de ver seu time de futebol ganhar um título internacional em terras japonesas. Aliás, foi a possibilidade de ter o São Paulo jogando por aqui que fez com que os membros da Independente sonhassem com uma sub-sede no Japão. O ano foi 2005 e o São Paulo estava prestes a conquistar uma de suas maiores glórias quando o grupo que se reunia pela internet para discutir os jogos decidiu se reunir. O objetivo era prestar suporte ao time na empreitada que estava por vir. “A gente começou a se organizar pela internet e fizemos um encontro para arranjar a ida aos jogos”, conta Joel da Silva Fineza Junior, um dos líderes da Independente - Japão.
A torcida organiza eventos de 3 em 3 meses para confraternização de sócios e simpatizantes do time. Além disso, a diretoria se reúne sempre que necessário para discutir sobre os eventos e outros tópicos. Os independentes sãopaulinos exibem com orgulho a flâmula gigante do time, confeccionada no Brasil. Mas, parece que a menina dos olhos do time é mesmo a bateria. “Quase todos os domingos fazemos ensaios”, conta Joel.
Lucas Sato, 25 anos, faz parte da torcida desde o começo. “Depois do mundial, nunca mais deixei de comparecer a nenhum evento”, conta ele provando o efeito poderoso da vitória do time nas terras japonesas. Lucas é o típico torcedor, daqueles que pensam no time a maior parte do tempo. “O São Paulo faz parte da minha família. Meu dia-a-dia é pensando no time”, conta ele que é casado, mas já conquistou a esposa para a torcida. “Mas, ela gosta”, defende-se ele. Sato conta que a sua entrada na torcida aumentou sua rede social. “Fizemos muitos amigos. Gente que, se não fosse pela torcida, a gente não iria conhecer”, diz ele.
Patrícia Midori Massuda é uma das esposas que acompanha o marido na Independente. “Ele fica o tempo todo no telefone falando do São Paulo”, entrega ela. Porém, com o tempo, a torcida ganhou um significado para Patrícia. “Nos encontros, encontrei muitos amigos”, diz a moça que mesmo assim ainda se irrita com o fato do marido deixá-la de fora das conversas. Marisa Kashiwabara também é outra que virou sãopaulina por influência do esposo. “Eu já gostava de futebol antes. Ia para ver os times”, conta. Marisa tinha preconceito contra torcida organizada antes de se engajar na Independente. “Achava que as pessoas eram todas violentas”, relembra ela. “Mas, descobri que há muita gente que ama o time”. Marisa curte a torcida e participa das atividades mas acha que o marido passa dos limites. “Ele fala de São Paulo o tempo todo”, conta ela. “Mas, o pior é quando ele fala no celular porque, daí, não dá para eu participar”, conclui.
Orgulho alvi-verde
Leandro Henrique Pereira Leite é o escudeiro da Mancha Verde no Japão. Um dos membros fundadores da torcida, ele conta que foi nos idos de 2004 que a Mancha foi fundada. “Deixei mensagem no fórum da torcida na internet e começou a aparecer gente”, conta ele. O primeiro encontro tinha 8 pessoas. Foi esse grupo que decidiu fazer um primeiro evento com o objetivo de vender artigos e mostrar para os palmeirenses que a torcida estava se organizando no Japão. “Fizemos um luau em Kosai e, depois disso, cadastramos mais ou menos 350 pessoas”, conta ele.
Diferente da maioria dos líderes de torcidas brasileiras no país, Leandro já era parte da Mancha antes de chegar ao Japão. “São 18 anos de torcida”, diz. Ele tem uma consciência bastante apurada da sua função com líder, função para a qual dedica de 3 a 4 horas do seu dia. “Tem que ter muita vontade”, diz ele destacando, porém, que não está sozinho. “Sozinho, não se faz nada. Tem a diretoria e trabalhamos em conjunto”, afirma.
Como as demais torcidas, a Mancha Verde Japão organiza eventos ao longo do ano. “A cada dois meses fazemos encontros”, conta Leandro. A Mancha organiza também torneios de truco, de futebol de salão e outros eventos que são abertos, também, a pessoas que não são palmeirenses. “No nosso torneio de futebol, vai gente de outros times, de outras torcidas e não há brigas”, garante.
Leandro se preocupa com a imagem das torcidas aqui no Japão. Ainda mais depois do episódio ocorrido em Hamamatsu, que envolveu a palmeirenses e a sãopaulinos. “Brincadeiras, provocações há”, conta ele. “Mas, não podem partir pro lado pessoal”, prossegue, citando como exemplo as provocações que pipocavam no Orkut antes da Mancha decidir fechar a comunidade para não-membros. Leandro critica aqueles que vão para os eventos ou jogos com o intuito de brigar. “Tem gente que acha que camisa de torcida é capa de Super Homem”, compara o diretor. Por isso, ele afirma se empenhar pessoalmente para evitar confrontos. “Temos que mudar a imagem que as pessoas têm da gente”, afirma o líder.
A rotina de Leandro inclui, também, assistir aos jogos do Palmeiras pela TV Mancha Japão, um canal na internet que exibe as partidas ao vivo. “A galera toda entra no MSN e a gente acompanha os jogos, vai comentando”, conta ele que lamenta a má-fase do Palmeiras. “Mas, estamos confiantes. A função da torcida é essa: ter confiança e dar apoio ao time”, afirma ele. Como todo torcedor mais engajado, Leandro acabou envolvendo a família nas questões da torcida. “Minha esposa virou palmeirense por livre e espontânea pressão”, brinca ele, que educou o filho na mais genuína cultura alvi-verde. “Ela pensou que, com a minha vinda para o Japão, tudo ia acabar. Mas não adianta, não tem jeito”, confessa ele. Realmente, o sentimento de um torcedor pelo seu time de coração parece ser o exemplo perfeito daquilo que as pessoas chamam de amor.
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