Polícia e bandido
Um dos principais problemas para combater o tráfico de drogas é a capacidade que essa modalidade de crime tem de corromper a polícia.
Recentemente, no Rio, o traficante Nem, chefão da venda de drogas na favela da Rocinha, disse, depois de ser preso, que metade da grana que ele faturava ia para o bolso de policiais.
E o sujeito ganhava muito com a venda de entorpecentes: segundo estimativas, R$ 100 milhões por ano.
Em São Paulo, a Polícia Federal está investigando a extorsão de traficantes por parte de agentes ligados a órgãos de elite da Polícia Civil, como o Denarc (Departamento de Narcóticos) e o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
Os policiais são suspeitos de pedir grana, automóveis e armas para livrar os bandidos da prisão.
Segundo a PF, 12 policiais civis teriam embolsado cerca de R$ 3 milhões com as propinas exigidas para aliviar a situação dos marginais.
O caso é grave e precisa ser apurado com rigor. Infelizmente, nem sempre isso acontece.
Processos para punir policiais que cometem irregularidades muitas vezes não vão adiante. Esbarram no "deixa disso" corporativista ou na lerdeza da Justiça.
Como se sabe, a impunidade é uma praga brasileira que só serve para alimentar o crime. Se os bandidos têm convicção de que a polícia e a Justiça não vão puni-los, ficam à vontade para continuar barbarizando.
No caso da polícia, se o agente da lei achar que pode passar para o outro lado sem que nada aconteça, estamos à beira do caos.
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