De forma geral, as condições de vida melhoraram no Brasil, nos últimos dez anos. É o que diz o Censo 2010, a mais ampla pesquisa sobre a população brasileira.
Ao mesmo tempo, as favelas, o mais conhecido retrato da pobreza urbana e da desigualdade no país, não param de crescer.
Quem diz é o mesmo Censo. No ano 2000, segundo os dados oficiais, 4% de todos os brasileiros viviam em áreas irregulares, com serviços públicos precários ou inexistentes. No ano passado, 6% dos habitantes do país eram moradores de favelas -são 11,4 milhões de pessoas.
Pode parecer contraditório que o país tenha melhorado e as favelas tenham aumentado.
Mas é preciso lembrar que há muita diferença entre as favelas. As maiores delas, em São Paulo ou no Rio, já contam com serviços e infraestrutura melhores do que os de muitos municípios pequenos no interior.
É preciso, de qualquer forma, reverter o crescimento das favelas. O primeiro passo é regularizar essas áreas e dar título de propriedade aos moradores, como já começou a acontecer, mas ainda muito vagarosamente. Também deve continuar a melhora nos serviços públicos.
Só isso não basta. As favelas existem, e aumentam, porque o poder público é omisso na hora de controlar a chegada de novos moradores. É importante legalizar quem já mora nesses bairros, mas impedir a ocupação irregular de novos terrenos - e remover quem vive em área de risco.
É preciso que os mesmos direitos, e também os mesmos deveres, cheguem a todos os moradores da cidade.
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