Vai mal
Quando começou a operação da prefeitura e do governo estadual na cracolândia, todo mundo aplaudiu.
Afinal, parecia que desta vez o poder público tinha decidido colocar ordem de uma vez por todas nessa parte do centro da cidade, onde drogas são consumidas à luz do dia, a sujeira se acumula e a lei deixou de valer há muito tempo.
Mas o que se viu até agora não é muito animador.
Em vez de uma ação planejada, com coordenação entre a necessária repressão policial e tratamento social e humanitário para os viciados, o que tem ocorrido é uma verdadeira bagunça.
A ocupação serviu, ao menos por enquanto, mais para espalhar os "noias" por outros bairros da cidade, sem resolver o problema para valer. Além disso, o crack continua a ser vendido e consumido livremente na região.
Para piorar, os viciados estão abandonados à própria sorte. Levados em vans para abrigos municipais, passam horas sem nenhum tipo de assistência, até desistir e retornar à cracolândia.
Fica cada vez mais claro que a operação foi feita na base do improviso. Como sempre, parece que a motivação foi acima de tudo política.
Com medo de que o governo federal fizesse alguma ação --e colhesse os louros por eventuais melhorias--, prefeitura e governo estadual detonaram a ação, sem o planejamento necessário.
É claro que ainda é cedo para chegar a uma conclusão definitiva. Mas, até agora, vai mal a coisa.
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