quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Um conto chinês



Um dos grandes filmes de 2011 foi o argentino “Um Conto Chinês”. Na história, um chinês aparece na porta da casa de um cara mal humorado, o maravilhoso ator Ricardo Darin, que acaba lhe dando acolhida, apesar de não entender nada do que ele fala e nem dos costumes do surpreendente hóspede. No final, o chinês acha sua turma e deixa até uma ponta de saudade no aliviado argentino, que retorna à sua rotina. Longe de mal humorado, Luiz Paulo Rosenberg, o homem do marketing corintiano, colocará dentro do clube em alguns dias, um desconhecido chinês. Aliás, todo jogador de futebol da China é desconhecido. Vi imagens de boas jogadas dele na internet, porém, lembrei que já fiz um video meu, jogando e até deu a impressão que eu sabia jogar futebol, coisa que está muito longe da verdade. Então lá vai o Corinthians rumo ao mercado asiático. Correto. Mas, só isso? De que adianta trazer um china, que servirá como motivo de piadinhas de todos os adversários, se o clube não sair para se mostrar. Por exemplo, a pré temporada do clube, deveria ter sido programada para a China. Ao invés de ficar confinado por aqui, porque não treinar na terra do rapaz, lançar camisas como o nome dele e até fazer jogos treinos por lá. Isso poderia durar um ou dois meses, a pré-temporada e a primeira fase do inútil Campeonato Paulista. Aí sim as coisas começariam a fazer sentido. Milan, Barcelona, Real Madrid e outros times, realmente globalizados, fazem efetivamente isso. Vão aos centros, que lhe interessam, para se mostrar e se divulgar. Poderia-se, enfim, dar-se alguma utilidade ao Adriano, conhecido no mundo todo e até negociar-se participações do Ronaldo, elevando a fama do clube e, por certo, conseguindo-se patrocínios de grandes empresas chinesas. As vendas de objetos, com a marca do clube, viriam atreladas a essa, aí sim, inteligente aventura. Do jeito que está, não creio em grande serventia. Para se por o chinês no time terá que se sacar alguém, por certo melhor do que ele. O Tite vai topar? No Paulistão ainda vá lá, no entanto, vai-se jogar, eventualmente, com o Boca em La Bombonera, com um chinês como arma secreta? Aí virará mesmo motivo de chacota. Enfim, a idéia é boa e aproveitável, desde que usada na plenitude. O Corinthians tem que deixar de se preocupar com certamezinhos regionais e desbravar o mundo, empurrando sua marca para novos consumidores. Se para isso tiver que colocar um bode na sala, que use o bode para atrair adeptos de uma buchada de bode (sem alusão a FHC, nos tempos de campanha presidencial, por favor). Por hora, só enfiaram o bode na casa e dessa forma, só poderão contar, pelo menos por enquanto, com o mal cheiro dele.

VAI CORINTHIANS !!!

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