domingo, 15 de janeiro de 2012

Panfletos com direitos civis são distribuídos na cracolândia em SP






A Defensoria Pública de São Paulo está distribuindo panfletos para orientar dependentes da cracolândia sobre direitos civis durante as abordagens policiais na região da cracolândia, no centro de São Paulo.
m um dos versos da folha, os direitos do cidadão são mostrados, tais como ser sempre tratados com educação e respeito, ter liberdade de ir e vir e de associação pacífica, direito à identificação dos policiais e de não ser forçado a baixar a cabeça ou qualquer outro tipo de coerção.

No outro, há trechos do artigo 5º da Constituição Brasileira e sobre a lei 4.898, referente a abuso de autoridade, assim como telefones onde podem ser feitas denúncias.

Os usuários reclamam de violência policial, principalmente durante a madrugada. Segundo eles, policiais apontam armas, jogam os cavalos em cima de pessoas dormindo e batem com cassetetes.

Já os policiais dizem que a orientação é somente reprimir o tráfico e o consumo de drogas.
Diversas viaturas, motos e até um helicóptero estavam na região na manhã de hoje. Segundo policiais, os usuários estão violentos e o clima é tenso pelas ruas da cracolândia.

Um grupo com mais de cem usuários de drogas foi dispersado por policiais na manhã de hoje. A aglomeração dos usuários ocorreu na rua Helvétia, por volta das 9h. A polícia, proibida de usar bombas e balas de borracha na região, dispersou o grupo apenas com abordagens pessoais.

Segundo balanço divulgado pela PM às 6h, 70 pessoas foram presas na região desde o início da operação, 37 foragidos foram recapturados e 652 gramas de crack foram apreendidos.

PRAZO

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, afirmou ontem (12) que a operação na cracolândia não tem prazo para terminar. Ele também afirmou que a operação foi planejada e negou ter havido erros.

"A contrário do que dizem por aí, a operação não tem prazo para acabar. A polícia vai permanecer enquanto tiver necessidade. Vamos apoiar as próximas fases da operação, apoiar os agentes de saúde e de assistência social", disse.

Um inquérito civil foi instaurado na terça-feira (10) por quatro áreas do Ministério Público para investigar a operação. Segundo os promotores, o objetivo é descobrir quem está comandando a ação e se houve improbidade administrativa. Eles caracterizam como "desastrosa" a ação, que teria boicotado o trabalho que já estava sendo feito na região.

"O trabalho do Ministério Público é investigar, apurar eventuais abusos. O que não é legítimo é fazer juízo precipitado em relação a operação", disse Ferreira Pinto.

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