Perde-tempo
O Poupatempo, como o próprio nome diz, deveria ser um lugar onde dá para resolver rapidinho problemas de burocracia.
Mas, para quem tenta renovar a carteira de motorista, está muito mais para "perde-tempo".
A espera tem levado até 12 horas. E isso quando a pessoa consegue ser atendida. Os motoristas começam a chegar ao Poupatempo da Sé por volta das 5h. As 350 senhas do dia são distribuídas a partir das 6h50 e acabam em poucos minutos.
Muita gente retorna para casa sem sucesso e é obrigada a voltar outro dia --uma dona de casa saiu de Taipas (zona norte), onde mora, antes das 6h, mas já já ficou sem atendimento duas vezes.
A lentidão se deve a mudanças no exame médico. Desde 19 de dezembro, é necessário preencher um formulário on-line e cadastrar a chamada coleta biométrica --dados como digitais, fotografia e assinatura eletrônica.
No Poupatempo, isso tudo é feito de uma vez. Mas, como o sistema está lento e instável, tem levado horas.
Mesmo nas clínicas conveniadas, longe do Poupatempo, o exame tem demorado bastante, por conta da instabilidade do sistema.
É normal que ocorram pequenas falhas em mudanças que, no médio prazo, tendem a facilitar a vida dos cidadãos.
Mas o novo sistema está em vigor há quase um mês, e já passou da hora de o Detran resolver o problema.
De marcha lenta, já basta o trânsito de São Paulo.
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Silicone com defeito
Nos últimos meses, órgãos ligados à área da saúde não deram a devida atenção a um problema que afeta mais de 10 mil mulheres brasileiras.
Sem saber dos riscos que corriam, elas aplicaram próteses de silicone defeituosas, fabricadas na França e na Holanda, em seus seios.
As empresas responsáveis por esses produtos de segunda categoria usaram um tipo de silicone mais barato, que aumenta a chance de o enchimento se romper, infiltrando o produto no corpo das pacientes.
Em 2010, as autoridades brasileiras tomaram conhecimento do problema. A venda dos produtos foi proibida, mas quase nenhuma outra providência foi tomada.
Pacientes recorreram à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas não receberam orientação adequada. Ao final do ano passado, já havia quase cem reclamações sobre o produto, mas o órgão de vigilância ainda afirmava não ter conhecimento de falhas no Brasil.
As autoridades também faziam questão de dizer que não tinham nada a ver com os custos das operações para trocar as próteses.
Pressionadas nas últimas semanas, quando o caso ganhou maior atenção da imprensa, mudaram o discurso. Admitiram ter recebido reclamações e anunciaram fiscalização mais eficaz.
Ainda assim continuou o jogo de empurra, sem ninguém se responsabilizar.
Agora, afinal, garantem que o SUS e as seguradoras vão oferecer o atendimento a qualquer mulher que tiver problema com as próteses defeituosas. Era o que deveriam ter feito desde o início, em vez de tentarem tirar o corpo fora.
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