A imagem da Justiça no Brasil vem melhorando, mas ainda tem muito chão pela frente. Uma das coisas que mais revolta as pessoas é a demora para julgar casos de assassinato.
Veja só o que aconteceu com a chacina da deputada alagoana Ceci Cunha e três familiares. O julgamento demorou 13 anos para acontecer, e só saiu quando o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) entrou na parada e brecou a sucessão de recursos que estavam adiando a realização do júri.
O ex-deputado Talvane Albuquerque Neto, suplente de Ceci Cunha acusado de mandar matá-la para ficar com seu mandato, foi condenado a 103 anos de prisão.
Os condenados como seus comparsas, juntos, pegaram outros 323 anos de cadeia.
Quem vê o tamanho das penas fica com a impressão de que se fez muita Justiça, ainda que tardia. Não é bem assim, infelizmente.
Pela lei brasileira, ninguém pode ficar preso por mais de 30 anos. Com bom comportamento, pode sair livre em 15 anos por ironia, quase o mesmo tempo que o julgamento demorou para acontecer. Isso se a defesa não conseguir anular a condenação, o que os advogados de Talvane Albuquerque já estão tentando.
É um direito dele, claro. O que não está direito são as muitas brechas deixadas pela lei para adiar julgamentos de crimes tão graves.
Todo mundo é inocente até ser julgado em definitivo, mas esse princípio importante não pode servir para manter assassinos anos e anos em liberdade.
Quando isso acontece, o que não é raro, as pessoas perdem um pouquinho mais da fé nos tribunais. Algumas até começam a desejar a morte de supostos bandidos sem julgamento, o oposto da própria ideia de Justiça.
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